segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

[Filme] Lovesick Ellie

 Título nativo:  恋わずらいのエリー

Diretor: Miki Koichiro

Roteirista: Okazaki Satoko

Gêneros: Comédia , Romance , Juventude

País: Japão

Ano: 2024

Sinopse: Eriko Ichimura tem uma vida estudantil comum e despercebida em sua escola. Sua única alegria é assistir ao popular estudante Akira Omi e imaginá-los como um casal. Ela escreve esses pensamentos em sua conta de mídia social sob o nome de Lovesick Ellie. Akira Omi parece um cara perfeito, com boa aparência e uma personalidade gentil. Um dia, ela testemunha Akira Omi falando linguagem vulgar, e ela percebe que ele é meio que uma pessoa de duas caras. Para piorar as coisas, seus pensamentos fantasiosos são descobertos por ele. Ele acha que ela é engraçada e se aproxima dela.

Onde achar: Wei Fansub

A guria literalmente "viaja na maionese" com o cara mais popular da escola que ela nem conhece de verdade, mas fantasia como sendo um príncipe, até o dia que descobre que ele na verdade é pior que um sapo e não fosse ruim o bastante, ele ainda descobre que ela tem umas alucinações muito doidas com ele e, não satisfeita, ainda posta na rede social. Em resumo, ela é desmiolada, ainda mais do que é comum na adolescência. Fazendo um acordo com ela, ele não conta a ninguém que ela surta com devaneios loucos na internet se ela não contar que ele é, na verdade, um embuste, mas a aproximação dessa amizade improvável vai acabar fazendo-os perceber suas particularidades com outros olhos. Enquanto ele acredita que ninguém seria capaz de aceitar seu verdadeiro eu, ela desejava sair da invisibilidade e viver no mundo real. Negócio é que, talvez, ela ainda não esteja pronta pra isso.

Confesso que eu esperava mais. Minha irmã amou o filme, mas não caiu nas minhas graças, achei a guria viajada demais, tonta na maior parte do tempo e a comédia foi muito falha, era mais vergonha alheia que qualquer outra coisa. Os personagens não me cativaram muito, tirando o quase casal secundário que eram, de todos, os mais simpáticos, mas nem eles conseguiram salvar o filme. Isso, claro, no meu ponto de vista, não venho dizer que a história é ruim, só não gostei. Pensei que seria algo mais para o lado do Our Secret Diary, mas não foi. Talvez se a comédia tivesse sido melhor acertada ele tivesse funcionado. Enfim, não curti.

sábado, 28 de dezembro de 2024

[Bíblia] Macabeus II

Aparentemente a narração desse livro não é cronológica já que o início soa um pouco confuso, há, inclusive, uma menção ao período de Neemias. Ele narra com mais minúcia os acontecimentos dos primeiros anos do conflito, fornecendo informações que não aparecem no primeiro livro e isso acaba confundindo um pouco. Temos um pano de fundo maior sobre os judeus traidores de sua gente e o fim que tiveram, além das origens de sua atitude injustificada e detalhes sobre a cruel perseguição de Antíoco.

Algo que me chamou a atenção foi o teor xenofóbico dessa perseguição, lembra bastante o episódio da perseguição bem específica de Hitler na segunda guerra, embora esta também tenha se estendido a outras raças, ele parecia ter ódio particular pelos judeus, tal qual Antíoco que estava contrariado por eles se recusarem a se dobrar aos seus costumes.

Outra parte que se ressaltou foi a passagem a respeito do templo. Sempre ouvi muito na igreja que "nós somos o templo" ou que "nós somos o corpo da igreja" e, embora isso seja autoexplicativo, uma passagem desse livro iluminou isso de forma muito mais profunda. Os membros do clero sempre se esforçaram para, desde os primórdios da igreja, erguer templos grandiosos em honra de Deus e enchê-los de riqueza quando o Senhor não se importa tanto com a construção, mas com a fidelidade verdadeira do templo que é nosso coração.

Além disso, houve mais uma parte que me puxou algumas reflexões. Fica claro desde o gênesis que Deus busca corrigir o povo desviando dele seus olhos e permitindo que desfrutem da consequência de seus atos ruins sem nunca, porém, afastar deles sua benevolência. Isso me fez refletir sobre todas as coisas que o mundo passou e passa, especialmente a escuridão desses dias. Os homens têm se afastado cada vez mais de Deus e transformado a humanidade lentamente em organismos vazios. Somos testemunhas do resultado na nossa própria pele, porém, ainda conseguimos encontrar feixes de luz no meio das trevas, nos lembrando da aliança de Deus refeita pelo sacrifício de Jesus Cristo na cruz. O próprio autor relata em suas reflexões que os sombrios acontecimentos tem o intuito de corrigir a raça judia, salientando que, ao contrário do que fazia com as outras nações, o Senhor não esperava que eles estivessem além da salvação antes de puni-los.

Da mesma maneira acontece conosco, cada dia é uma nova chance de nos corrigir, de aprender as lições da dor e devemos ser gratos por essa oportunidade, do contrário já teríamos sido aniquilados por nossos inúmeros pecados. Há ainda o testemunho do martírio de Eleazar que ecoa agora, alguns séculos antes, o conselho de Cristo aos seus seguidores. 

Jesus parafraseia essas palavras em uma de suas pregações e, estou certa, muitos antes dele farão valer esse conselho com suas vidas. O episódio ainda serve de analogia à flagelação do Senhor, cujo instrumento usado foi o mesmo e a finalidade semelhante: a obediência à ordem do Pai Eterno. Nossa passagem nesse mundo é breve e devemos vivê-la almejando e trabalhando com o propósito de merecer a vida eterna. Infelizmente, boa parte das pessoas esquece disso e vive para acumular riquezas e o legado que deixa para trás é a ruína de um trabalho vazio e uma vida sem obras significativas.


Segue-se um exemplo bem detalhado dos horrores da perseguição de Antíoco aos judeus que se recusaram a abandonar a lei para servi-lo. Usando o martírio de uma mãe com seus sete filhos, o autor mostra a crueldade bárbara imposta aos martirizados pela fé. O que mais chama atenção nesse episódio é o papel da mãe. Como um prenúncio de Maria aos pés da cruz, ela vê os filhos sendo, um a um, martirizados e mortos, mas mantem viva sua fé, encontrando nela o consolo. Como é difícil! Quantas vezes, na agonia da perda, nossos olhos perdem a fé e se fecham? Cada um de seus filhos sofre o horror do martírio com fé e podendo poupar o mais novo, ela o aconselha a se manter fiel a Deus como seus irmãos e perecer do que atrair para a si a indiferença do Senhor por tê-lo traído para se preservar.

Essa parte me remeteu muito a um sinal prévio da vinda de Cristo e do seu sofrimento. Enquanto lia as últimas palavras de cada um deles ficava pensando nos dias que vivemos em em como são consequência do nosso afastamento de Deus, quanto horror não presenciamos nesses últimos anos e, creio agora, numa tentativa de nos corrigir, mas a humanidade — cada vez menos humana — parece cega e de coração duro, não tira qualquer aprendizado de nada.

Parece extremamente errado o prazer que senti ao ler sobre a grotesca morte de Antíoco Epífanes sobre quem a ira do Senhor caiu com justiça após a cruel repressão do seu povo.  Nos finais de sua existência soberba, tomado pelas dores excruciantes, ousou clamar a Deus de quem zombou e escarneceu, mas não recebeu dele nenhuma misericórdia, e mesmo eu, enquanto lia, não consegui sentir qualquer pena ou simpatia por seu atroz sofrimento, ele comeu a própria fruta. 

No livro dos Macabeus também há aparições de anjos do Senhor, enviados como auxílio contra os inimigos dos judeus. Desde o livro de Tobias esse é o que tem mais manifestação angélica, embora anônima.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

[Mangá] We Won't Have Children [Com Spoiler]

Original: 僕たちは繁殖をやめた

romanização: Bokutachi wa Hanshoku wo Yameta

Autor: Saotome Yagi

Gênero: Comédia, drama, romance

Sinopse: O estudante universitário do terceiro ano, Shin Momotari, sonha em criar o melhor filme, e um dia ele tem um encontro casual com Hitomi Oosako, uma garota bonita o suficiente para ser confundida com atriz. E acontece que ela é uma estudante ingressante na universidade que Shin frequenta. Guiados pelo destino, os dois gradualmente começam a se apaixonar um pelo outro. No entanto, há algo que nenhum deles sabe. O parceiro por quem eles se apaixonaram é parente de sangue deles, seu irmão. E assim se abre a cortina de uma história de amor pura e proibida, tecida pelos dois que nunca deverão ficar juntos.

Esse mangá foi indicação no meu post de obras japonesas de incesto. Como já mencionei por aqui, gosto bastante da maneira como eles abordam o assunto, mesmo tendo lido vários mangás do gênero, as histórias têm semelhanças, mas nunca são iguais. Contudo, confesso que esse mangá me pegou de surpresa.

A história gira em torno de Shin, um estudante de cinema que está empenhado em fazer o melhor filme do mundo, contudo seu roteiro recebe críticas severas o que o desencoraja um pouco. Enquanto procura inspiração, ele acaba encontrando Hitomi olhando melancólica o horizonte de uma ponte. A imagem perfeita dela captura Shin por completo e ele acaba descobrindo que ela é caloura na sua universidade. 

Por ser muito bonita, ele convida Hitomi para ser a atriz principal do seu filme, embora pareça delicada, ela tem uma força física invejável e, mesmo tendo algumas desavenças com Shin no início, logo eles se aproximam, em especial quando ela lê o script que ele escreveu e se apaixona pela história. O pai de Shin conta que sua mãe deseja vê-lo, mas o garoto não se mostra muito receptivo à ideia. Enquanto isso, sua relação com Hitomi avança de uma amizade para uma paixão que os dois têm problema de controlar.

A coisa é que a mãe de Hitomi está muito doente e não tem muito tempo de vida, mas a garota não sabe disso. Enquanto ela vive um romance intenso com Shin, sua mãe tenta ver o filho uma última vez antes de partir. E esse filho é justamente Shin. Quando os dois se divorciaram, ela levou a menina e deixou o filho com o pai. A descoberta dessa verdade destrói Shin, ele não apenas está apaixonado pela irmã, mas dormiu com ela! 

Geralmente, nesse tipo de mangá, mais pra frente acaba-se descobrindo que os dois não tem relação sanguínea e a coisa toda se resolve bem, mesmo que, perante a sociedade japonesa, o incesto se mantenha mesmo sem relação de sangue, pelo menos é o que as histórias costumam mostrar. Só que a qui, como em Boku wa Imouto ni Koi wo Suru, os dois são irmãos mesmo, filhos dos mesmos pais. Isso me fez ficar imaginando como a coisa ia andar porque, nesse outro mangá, o final não foi bom.

E eis que Shin começa a se afastar de Hitomi sem dar nenhuma explicação, as coisas começam a se complicar e os dois vão precisar encontrar uma saída para lidar com seus sentimentos que não são nada fraternos.

No começo eu estava até empolgada com a história, mas do jeito que o desenrolar da confirmação de eles serem irmãos se mostrou, ao contrário dos outros mangás que li, foi meio um banho de água fria aqui. Aí a história envereda em um vai e volta de desentendimentos pra, no fim, eles decidirem não ter filhos, como o título do mangá diz. Não digo que é ruim, a história é boa, mas não teve aquela conexão com os personagens que me faz ficar presa no mangá sem largar, acho que nunca vou achar outro como True Love. Ainda assim, fica a recomendação para quem curte o gênero.