segunda-feira, 25 de agosto de 2025
[Bíblia] Sabedoria [II]
domingo, 24 de agosto de 2025
[Livro] E Não Sobrou Nenhum (+minissérie)
Autor: Agatha Christie
Ano: 1939
Gênero: Suspense, mistério, crime
Sinopse: Uma ilha misteriosa, um poema infantil, dez soldadinhos de porcelana e muito suspense são os ingredientes com que Agatha Christie constrói seu romance mais importante. Na ilha do Soldado, antiga propriedade de um milionário norte-americano, dez pessoas sem nenhuma ligação aparente são confrontadas por uma voz misteriosa com fatos marcantes de seus passados.
Convidados pelo misterioso mr. Owen, nenhum dos presentes tem muita certeza de por que estão ali, a despeito de conjecturas pouco convincentes que os leva a crer que passariam um agradável período de descanso em mordomia. Entretanto, já na primeira noite, o mistério e o suspense se abatem sobre eles e, num instante, todos são suspeitos, todos são vítimas e todos são culpados.
É neste clima de tensão e desconforto que as mortes inexplicáveis começam e, sem comunicação com o continente devido a uma forte tempestade, a estadia transforma-se em um pesadelo. Todos se perguntam: quem é o misterioso anfitrião, mr. Owen? Existe mais alguém na ilha? O assassino pode ser um dos convidados? Que mente ardilosa teria preparado um crime tão complexo? E, sobretudo, por quê?
São essas e outras perguntas que o leitor será desafiado a resolver neste fabuloso romance de Agatha Christie, que envolve os espíritos mais perspicazes num complexo emaranhado de situações, lembranças e acusações na busca deste sagaz assassino. Medo, confinamento e angústia: que o leitor descubra por si mesmo porque E não sobrou nenhum foi eleito o melhor romance policial de todos os tempos.
“Dez soldadinhos saem para jantar, a fome os move;
Um deles se engasgou, e então sobraram nove.
Nove soldadinhos acordados até tarde, mas nenhum está afoito;
Um deles dormiu demais, e então sobraram oito.
Oito soldadinhos vão a Devon passear e comprar chiclete;
Um não quis mais voltar, e então sobraram sete.
Sete soldadinhos vão rachar lenha, mais eis
Que um deles cortou-se ao meio, e então sobraram seis.
Seis soldadinhos com a colmeia, brincando com afinco;
A abelha pica um, e então sobraram cinco.
Cinco soldadinhos vão ao tribunal, ver julgar o fato;
Um ficou em apuros, e então sobraram quatro.
Quatro soldadinhos vão ao mar; um não teve vez,
Foi engolido pelo arenque defumado, e então sobraram três.
Três soldadinhos passeando pelo Zoo, vendo leões e bois,
O urso abraçou um, e então sobraram dois.
Dois soldadinhos brincando ao sol, sem medo algum;
Um deles se queimou, e então sobrou só um.
Um soldadinho fica sozinho, só resta um;
Ele se enforcou,
E não sobrou nenhum.”
Posso dizer, sem medo de errar, que esse livro merece a fama que tem!
Oito pessoas chegam à Ilha do Soldado convidadas por conhecidos que não veem há muito ou por outros meios, com propósitos diferentes: desfrutar férias, investigar algo, cuidar de alguém, trabalhar, etc. O que há em comum com todas elas? Todas estão de algum modo envolvidas em mortes que passaram incólumes pela justiça.
São um grupo insólito e diversificado e, logo ao chegarem, são recepcionados por um casal de serviçais que havia sido contratado dois dias antes e que nada sabia além de uma pequena série de instruções deixadas por escrito. Tão logo todo grupo é reunido, uma gravação de gramofone denuncia os crimes dos quais cada um é acusado e uma balbúrdia começa.
Quando o primeiro deles morre, atenta-se ao fato de que em cada quarto há na parede um poeminha infantil (esse citado acima) que vai guiar o leitor durante toda a jornada de desconfiança e tensão das páginas e enquanto um a um as peças do jogo são eliminadas, a charada que parece insolúvel desemboca em um desenrolar de deixar até o detetive mais experiente de cabelo em pé!
Já li vários livros geniais de Agatha, pelo menos no que diz respeito à minha pequena opinião. Dentre meus favoritos figuram O Assassinato de Roger Ackroyd e, recentemente, Depois do Funeral, por terem assassinos realmente imprevisíveis e que passam batidos por mim, mas nenhum me pareceu tão magistral, macabro e instigante quanto este! Foi uma verdadeira viagem imersiva não apenas no clima pesado e sombrio da história, mas, acima de tudo, na alma humana e suas corrupções. Em diferentes graus a gente acompanha a luta pela sobrevivência de pessoas que estão, ao mesmo tempo, tentando sobreviver aos próprios demônios internos.
A maneira como o poeminha sombrio se encaixa de forma sinistra na narrativa só serve para nos deixar ainda mais interessados e o fato dos capítulos serem curtíssimos aumenta o nosso nível de tensão e a velocidade de leitura de uma maneira proposital e de uma inteligência magnífica. O recurso do ticking clock é usado de maneira tão explícita nesse livro que chega a ser uma aula! Todo hype desse livro é muito merecido, Agatha Christie ganhou todo o meu respeito como uma contadora de mistérios sem igual.
sábado, 23 de agosto de 2025
[Filme] Coração de Fogo
Ano: 2015
País: Rússia
Diretor: Indar Dzhendubaev
segunda-feira, 18 de agosto de 2025
[Livro] Depois do Funeral
Autor: Agatha Christie
Ano: 1953
Gêneros: Mistério, Ficção policial
Sinopse: Até então, a súbita morte do abastado Richard Abernethie não parecia nada além de natural para um homem da idade dele. Ainda assim, uma pessoa permanece desconfiada: Cora Lansquenet, sua irmã.
Certa de que Richard foi assassinado, a mulher expõe a suspeita durante a leitura do testamento, logo depois do funeral. Mas por que ela esperou até aquele momento? Apesar de nenhum dos demais familiares acreditarem na ocorrência de um crime, quando Cora é assassinada a machadadas, a única escolha da família é investigar ambas as mortes.
Por sorte, o advogado responsável pelo testamento de Richard, Mr. Entwhistle, conhece alguém perfeito para solucionar este estranho caso: o detetive Hercule Poirot.
Após o funeral de Richard Ambernethie, sua irmã mais nova, Cora, solta na pequena reunião com o advogado que ele foi assassinado e não morreu de causas naturais como afirmam os médicos. O choque que se passa entre todos eles é imediato, e mesmo todos tentando não dar atenção ao que poderia muito bem ser mais um delírio de atenção de Cora, aquilo fica preso na mente de Entwhistle, o advogado da família e amigo muito próximo de Richard e de todos os demais. A divisão dos bens do falecido geral controvérsias quando ele legou a divisão por igual a todos os familiares, sem favorecer nenhum deles em especial, algo que revolta seu irmão, Thimoty, mas que vem a calhar para todos eles, cada um com seu motivo pessoal para precisar de dinheiro.
Porém no dia seguinte, Cora é assassinada a machadadas no chalé onde vivia com sua empregada. O crime, um verdadeiro choque para todos, reforça a ideia que Richard Ambernethie não morreu de fato de causas naturais e uma investigação minunciosa começa com o proprio Mr. Entwhistle como executor, mas ele logo chega a um beco sem saída e resta pedir ajuda à Hercule Poirot, seu amigo de longa data, para que dê uma luz sobre o quebra-cabeças aparentemente insolúvel.
Olha, mais de dez anos lendo Agatha e ainda me pego surpreendida. Eu criei, pelo menos, seis teorias diferentes desde o começo da história, nenhuma estava certa e as pistas que ela dá são tão sutis e quase imperceptíveis que é realmente difícil acertar o assassino dessa vez. E, se por um lado foi bom, pelo outro não foi tanto. O lado bom é que eu tive uma experiência muito parecida com o Assassinato de Roger Ackroyd, que me deixou realmente chocada no final, foi uma leitura imersiva e que me prendeu até o fim na curiosidade de saber quem tinha cometido aquele crime tenebroso e, se lembro bem, acho que o mais brutal de Agatha que eu li (mano, machado?).
Porém, em contrapartida, também foi um pouco complicado, porque embora os livros de Poirot sejam sem dúvida meus favoritos, aqui ele aparece muito pouco e senti saudade dos seus métodos de investigação, das suas "xeretices" de vez em quando e, sobretudo, dos seus interrogatórios e observações nas cenas de crime. Basicamente, aqui a gente vai conhecendo os personagens por trás do mistério em diversas situações e não exatamente uma investigação direta de Poirot que só vai acontecer nos capítulos finais, praticamente. Isso foi um ponto que me incomodou um pouco, talvez por estar acostumada com os outros livros dele, o fio que segura a história é que a gente quer saber o quem e o por que.
Ainda assim, ganhou minhas quatro estrelas. Achei genial. Embora o crime brutal tenha tido uma motivação bem ridícula na minha opinião, isso o torna, de alguma forma, mais real. Não havia loucura de fato no ato, mas raiva, indignação e certo desespero por assim dizer, embora tenha sido bem difícil eu comprar a ideia de início hahaha. Mas recomendo.
[Bíblia] Sabedoria [Introdução]
O conteúdo deste livro é um louvor à sabedoria divina, divido em três partes: a sabedoria nas obras de vida do homem; na vida de Salomão e na criação do mundo. A finalidade é atingir os judeus que viviam no Egito e alertá-los do perigo de serem levados pela filosofia grega abandonando o culto do Deus ´nico, se entregando ao paganismo.
domingo, 3 de agosto de 2025
[Livro] Sonhando com o Amor
Ano: 2002
Páginas: 219
Sinopse: Ela sonhava com o "felizes para sempre", mas para ele o amor só existia nos contos de fadas.
Montana, 1884.
Sarah prometera a si mesma que, se algum dia se apaixonasse novamente, seu amor teria de ser correspondido. Então Gage Gatlin apareceu em sua vida... Um homem maravilhoso, que poderia oferecer tudo a Sarah... menos seu coração!
Tudo em Sarah atraía Gage: seu jeito simples e prático, seu andar feminino, a maneira carinhosa como tratava a filha dele... Sem dúvida, era uma mulher que queria ter para sempre. Mas Sarah sonhava demais com o amor, e Gage sabia que esse tipo de amor só existia em romances!
Da série livros que li na escola e encontrei de novo depois de velha. Após a morte do marido e com a filha doente, Sarah encontra "ajuda" com sua tia Pearl numa fazenda decrépita onde é acolhida em troca de trabalho doméstico. Cheia de dívidas médicas e com mais empregos do que seu corpo franzino suportaria, ela vive uma vida em corda bamba sonhando com um amor intenso e uma casa onde sua filha Emma possa viver feliz.
No meio desse cenário, aparece Gage. Ele é um másculo cavaleiro que está prestes a se mudar para a fazenda vizinha e, enquanto passa pela estrada, ajuda Sarah com a fuga de algumas galinhas por uma cerca quebrada. A atração é quase imediata, mas ao contrário dos sonhos de Sarah, Gage não está a procura de um amor, ao contrário, ele está fugindo de compromissos desde a partida de sua esposa, após um casamento traumático.
A gente tá falando dos EUA de 1800, então machismo, papéis bem definidos e mulheres "lerdas" são temas recorrentes e o mínimo esperado, era a sociedade da época. Sarah, como uma viúva, era constantemente vítima de críticas, fofocas e qualquer passo fora do "decoro" seria exclusão completa da sociedade diminuta daquelas regiões. Gage, o assunto do momento, também tem uma filha da mesma idade de Emma, chamada Lucy, ao contrário do pai que não quer saber de relacionamentos, a menina urge por uma nova mãe.
É claro que, eventualmente, os caminhos dos dois continuam se cruzando e suas filhas ficam amigas. A saúde de Emma oscila, mas Sarah se mantem otimista na recuperação da menina. A atração dela por Gage, embora recíproca, leva os dois a se manterem longe, ela por causa da imagem, ele por saber que aquilo era problema, mas é óbvio que isso não dura muito tempo. Sarah começa a trabalhar na fazenda de Gage após várias tentativas vãs de encontrar outro emprego para sair da casa dos tios.
A proximidade leva ao delírio luxurioso que leva ao ato em si e a relação deles fica de início daquele jeito clandestino até Gage ter a brilhante ideia de pedir Sarah em casamento pela conveniência do ato em si, para ela isso é quase um insulto, casar sem amor é inadmissível. E vem mais daquele dramalhão de "quero, mas não posso" onde só quem sofre de verdade são as filhas deles. Ela vai embora, procurar emprego em outra cidade, ele fica enfrentando problemas na fazenda causados pelo marido da tia dela.
Quando a gente envelhece, nota como adolescente é um ser peculiar. Já é o terceiro livro de banca que eu releio da época da escola e tudo que eu consigo me perguntar é o que eu tinha na cabeça pra gostar tanto disso hahahaha. A história não é exatamente ruim, aqueles romancinhos bem água com açúcar pra quando você não quer nada além de passar um tempo, mas a dinâmica do casal — e isso vale pra maioria esmagadora desse tipo de livro — é o que realmente me irrita.
Ou eles não têm diálogo praticamente nenhum (e aqui me refiro a conversa de verdade) e ficam só no sentimento no meio dos lençóis, ou parece que não falam o mesmo idioma. Assim, qual a dificuldade de sentar e conversar de verdade? Colocar os sentimentos em pratos limpos? Acho que é por isso que eu prefiro ficar solteira, zero paciência. Enquanto Sarah podia muito bem ter assumido suas convicções e dito um não sonoro pro pedido de casamento ANTES, ela fica protelando aquilo até fazer o homem passar por ridículo na frente da cidade toda só porque ele "não a ama" e ela não pode casar sem amor, isso quando ele tinha deixado bem claro antes o motivo de estarem juntos.
Aquele dramalhão desnecessário no penúltimo capítulo com uma separação tão desnecessária quanto pro cara se dar conta que gosta dela, tipo, querido, você era cego ou o quê? E a volta que culmina naquele finalzinho bem mais ou menos que mostra sem mostrar nada sobre o casal que, novamente, não conversa direito. Mas, em vista de outros que eu gostei na época da escola, esse ainda se safa por não envolver estupro romantizado.