domingo, 8 de junho de 2025

[Livro] Assassinato no Beco

 Original: Murder in the mews

Autor: Agatha Christie

Ano: 1937

Gêneros: Mistério, Conto, História de detetives

Sinopse: Nos contos aqui reunidos, o detetive belga terá ainda de usar seus neurônios para encontrar os planos secretos de um submarino em “O roubo inacreditável”, vingar um cliente em “O espelho do homem morto” e tentar impedir o perigo que ronda um casal jovem em “O triângulo de Rodes”. Quatro histórias envolventes, para serem lidas de um só fôlego.

Li esse livro pela primeira vez em 2012, mas não lembrava mais se tratar de uma antologia. São quatro histórias, sendo a primeira a que dá nome ao título.

Em Assassinato no Beco, acompanhamos a investigação de um assassinato mascarado de suicídio de uma jovem noiva rica que estava sendo chantageada por um major a respeito de um segredo do passado. Junto ao inspetor Japp, Poirot precisa refazer os passos da jovem socialite para conseguir desvendar o segredo de sua morte.

No Roubo Inacreditável, um jantar é oferecido por um rico militar e planos militares de suma importância acabam desaparecendo. Convidado a resolver o enigma no meio da madrugada, por se tratar de um assunto nacional, Poirot tem nas mãos um complicado quebra-cabeças que aponta para espionagem, conspirações e segredos.

No Espelho do Homem morto, um suicídio claro na mansão de um aristocrata chama a atenção de Poirot por uma série de eventos inexplicáveis que podem levar a uma morte não tão desesperada assim. Todos na casa são suspeitos, mas o escritório estava trancado e a chave no bolso do morto. Com sua sagacidade e observação aos mínimos detalhes, Poirot vai precisar resolver um difícil quebra-cabeças.

Por fim, no triângulo de Rodhes, o caso menos interessante da antologia, enquanto está de férias, Poirot testemunha um conflito muito inteligente entre um casal impedido de ficar junto por um matrimônio. É o único caso do livro que termina aberto.

Confesso que não é o melhor livro que li dela, foi bom para distrair, mas não achei os casos tão entusiasmáticos assim. Não é ruim, longe disso, mas não me arrancou muito da realidade. O terceiro conto é o maior e o mais detalhado, mas a sensação é de já ter lido isso em outros livros dela, sabe? Não tinha mesmo novidade.

[Bíblia] Provérbios

 Eu poderia facilmente descrever Provérbios como um grande almanaque de conselhos, mas isso seria reduzir o tesouro desse livro que é um guia para uma vida santa e com sabedoria, em resumo uma vida que agrada a Deus. Estava bastante curiosa sobre esse livro, até porque muitas passagens de livros anteriores, na minha cabeça, eram dele.

Procurar o conhecimento e a intimidade com Deus, não usar de mentira ou falso testemunho contra o outro, buscar a sabedoria, obedecer os conselhos e ensinamentos dos pais, afastar de si o orgulho, a preguiça, a luxúria, a inveja; que sua língua não comente o segredo que te foi confiado,  a vida do outro que não te diz respeito. São alguns dos ensinamentos obtidos em Provérbios.

A fé, seguida de um comportamento reto e obras de justiça, é o caminho para alcançar a sabedoria e um convívio de maior intimidade com Deus. Há forte apelo à confiança no Senhor e a fé, profunda crítica à apostasia e ao comportamento egoísta. Ao contrário do que se prega por aí, o livro não nos aconselha a se fiar no nosso coração ou nosso entendimento, mas buscar orientação no Espírito, afim de não se desviar.

Igualmente como diz São Paulo "a fé sem obras é morta", o livro nos convida a olhar por aqueles mais necessitados e jamais desviar o olhar do pobre ou humilhá-lo. A caridade é uma prática amada por Deus e aqui vale a uma reflexão a respeito, quando se fala em doação muita gente pensa "naquilo que não me serve mais", infelizmente acontece muito de se receberem em igrejas ou ongs coisas que não servem para ninguém e isso é uma falta de empatia muito grande. Caridade não é sobra, antes de algo a uma pessoa pense se você mesmo gostaria de receber algo naquele estado. Deus retribui à medida que damos. Um lençol velho e púido é capaz de aplacar alguém açoitado pelo frio? Precisamos começar a ter mais consciência e empatia nas nossas ações.

"Não terás a recear nem terrores repentinos,
nem a tempestade que cai sobre o ímpio
porque o Senhor é a tua segurança e preservará
teu pé de toda a cilada.
Não negues um benefício a quem o solicita
quando está em teu poder concede-lho.
Não digas ao teu próximo "vai, volta depois! Eu te darei amanhã",
quando dispões de meios." Pr 3, 26-8

A fome tem pressa, a necessidade urge. Pensemos naqueles que, ao contrário de nós, não tem meios de aplacar o que dói.

O livro ainda alerta para comportamentos como a fofoca, a prostituição e a vantagem sobre os outros. O tolo vive acreditando que suas atitudes não terão consequências enquanto o sábio está ciente de que Deus tudo testemunha e cobra dos seus segundo sua atitude.

Outra coisa que me chamou a atenção foram os conselhos a respeito da conduta com o tolo, tal como a sabedoria popular diz "quando a estupidez fala, a sabedoria se cala" a palavra não incentiva a discussão com o tolo, uma vez que é um esforço inútil. Não aprende nada aquele que acha já saber tudo. O sábio, por sua vez, se alegra com a correção, pois ela auxilia no seu crescimento e impulsiona o seu conhecimento. Também é um conselho desse livro fugir de situações perigosas para poupar a vida e alerta que o ódio é o caminho para a morte. Além disso, incentiva o trabalho duro do qual provém o sustento e alerta para a riqueza do espírito ser sempre superior a material.

Fiquei bem surpresa com a divisão do livro e creio que seja o tipo de leitura que se deve consultar sempre! Um verdadeiro manual para uma vida de plenitude, felicidade e proximidade com Deus. FIcam meus outros destaques:

13,7-3
14,10-13
21
30
15, 5 e 16
16,1-3;8-9
17,1; 15-21
20,22
22,16
23,5-22
24,17-18
26,4
28, 25-27
30,17
31,8-9

segunda-feira, 2 de junho de 2025

[Livro] A Biblioteca das Histórias Não Contadas

 Autora: Gabriela Campos

Páginas: 96

Ano: 2023

Gênero: Fantasia

Sinopse: Ser escrita ou ser esquecida, essas são as duas únicas maneiras de sair da biblioteca das histórias não contadas. Pelo menos foi isso o que disseram.

Quando uma protagonista é arrancada de seu mundo e vai parar em uma biblioteca cheia de personagens, acaba descobrindo que não passa de mais uma dentre várias criações de uma Autora em crise. Agora, ela não pode voltar para seu mundo até que sua história volte a ser escrita, o que não parece muito provável diante dos tormentos do passado que assombram a sua Autora e ameaçam a existência de todas as histórias da biblioteca.

Conta a história de uma personagem, inicialmente sem nome, que é transportada da sua história para um lugar estranho lotado de pessoas e criaturas dos mais diversos tipos. Ela descobre que é o fruto da criação de alguém chamado Autora e que sua história foi congelada no momento que ela saiu porque esta autora parou de escrevê-lo. A única maneira de sair dali é se a autora voltar a escrever ou se a esquecer. 

Tentando entender sua situação, ela descobre que todos os personagens ali são frutos de histórias igualmente abandonadas por causa de uma história em particular, a de Relicta, uma personagem perversa cujo livro desencadeou um mal enorme dentro da biblioteca. Enquanto tenta voltar para casa, a personagem vai descobrindo os segredos da biblioteca e da autora.

E é isso de informação porque com 96 páginas não dá pra dizer muita coisa sem deslizar um spoiler. Eu enrolei pra caramba pra terminar esse livro, apenas não é aquele tipo de leitura que te dá "fome", mas nem por isso é ruim. A história é interessante, inclusive se você também escreve vai se sentir bem mal por todas as histórias que engavetou hahaha, eu passei a olhar as minhas com mais empatia depois disso. Geralmente, quando leio coisas muito curtas me pego pensando em desdobramentos e caminhos que poderiam ter sido mais explorados naquele universo, mas com esse livro não aconteceu, eu achei a história "pronta e acabada" do jeito que ela é, como se ela fosse perfeita para esse tamanho mesmo, não ficou qualquer espaço sem desenvolver.

No último capítulo, é apresentada uma "chama", posso ter entendido errado, mas para mim soou como uma metáfora para a fé e a criatividade. No estado de ânimo que a Autora se encontrava, perseguida por um mal que pode igualmente ser interpretado de várias formas, quando a personagem trouxe de volta essa "chama" para a mente dela (e, a meu ver, essa chama estava no coração) ela conseguiu reverter o mal. Achei uma metáfora inteligente. Entre tantas outras interpretações que a gente pode tirar das portas queimadas, da árvore no corredor, da porta de ferro, da porta dourada, enfim. A ideia do livro não é ser filosófica, mas acaba sendo hahaha. 

Achei maravilhoso? Não. É muito bom. Ideia criativa, bom desenvolvimento, a personagem não é simpática, mas dentro das suas limitações também não é insuportável. Quem procura um livro curto, mas que levanta boas reflexões e, sobretudo, quem gosta de símbolos, é uma boa pedida. Acabou não sendo nada do que eu esperava, mas valeu a experiência.