terça-feira, 31 de julho de 2018

28 anos...

Oi, gente!

Quero começar dizendo que não esqueci vocês, é que essas últimas semanas foram meio corridas pra mim e bem difíceis, mas estou quase finalizando o livro da vez, apenas o dorama vai demorar um pouco mais.

Bom, quem me conhece sabe que não gosto de comemorar aniversários, desativo a data nas redes sociais, não apenas por não me sentir confortável com isso, mas porque para mim a passagem de tempo implica sempre muitas tristezas e dores causadas pela ansiedade. Veja, quando você sofre de ansiedade, pensar no futuro é como puxar o gatilho de uma arma apontada para sua cabeça, do mesmo modo o presente é uma guerra e o passado um suplício que carregamos diariamente.

Todos os anos, no meu aniversário, minha irmã ressignifica para mim o sentido de vencer mais um inverno, ela me lembra que a celebração do aniversário de alguém não é para essa pessoa, mas para aqueles que a estimam. Pode parecer uma comparação infeliz, mas, a título de analogia, vou usar assim mesmo: é o mesmo para os velórios, não é para quem vai, é para os que ficam.

Eu completei 28 anos ontem, na minha cabeça isso é metade de uma vida e esse pensamento implica muitas coisas tristes sobre as quais não cabe falar neste post. Meus planos eram dormir o dia todo (ou pelo menos a maior parte dele) e passar o resto assistindo animes com a minha irmã. Contudo, esse ano ela foi além, me convenceu a sair com nossos dois melhores amigos uma vez que um deles, que mora fora, está passando férias aqui. Disse a ela que aceitava ir se não tivesse comemoração, fosse apenas um reencontro entre amigos para rir, bater fotos e jogar como sempre fazemos.


Ela insistiu em comprar um bolo, mesmo que não fosse nada convencional, compramos algumas besteiras para um "lanche entre amigos", marcamos na pracinha de sempre e durante todo o tempo eu olhava aquelas pessoas e pensava que aquele sim era meu presente, minha celebração, era por eles que continuava respirando todos os dias e, mesmo no meio da tempestade, a vida era boa. Eu cheguei aos 28 contrariando muitas, muitas coisas, por causa deles, por saber que eles existem.

Antes de dormir de madrugada hoje, ficava pensando apenas "nossa, 28... um passo dos 30", isso meio que estava me deprimindo por uma série de fatores que não convém explicar. Mas quando cheguei em casa, tomei banho e fui ver com a minha irmã os filmes de InuYasha, comecei a sorrir lembrando das risadas e brincadeiras que compartilhamos, das fotos que registraram esse momento, sobretudo, da amizade que nos une a mais tempo do que sou capaz de contar.

Aos 28 anos, pela primeira vez em meu aniversário, compreendi o verdadeiro sentido de celebrar a vida, por mais que isso vá de encontro a todos os pensamentos ruins e complicados que rondam sua mente. A gente celebra não os anos que foram vencidos e ficaram no passado, mas a gente celebra as pessoas que ficaram, que continuam ao nosso lado a despeito da distância, das desavenças, de tudo. Essas pessoas que nunca te esquecem e que você sabe, sempre pode correr para seu abraço quando o mundo fica sombrio.

Pela primeira vez, em 28 anos de vida, fiquei feliz de coração por comemorar meu aniversário, por passá-lo ao lado dessas pessoas que amo mais que a mim mesma, por cada segundinho do dia que veio com a idade nova e com todos os desafios e dores que ela traz consigo. Mas apesar de estar assustada pelo menos tenho a certeza que não estou sozinha...


terça-feira, 24 de julho de 2018

[Dorama] Scarlet Heart (original) - Parte I

Título Original: 步步惊心 (Passo a passo)
Gênero: Ficção histórica, romance, viagem no tempo
Ano: 2011
Episódios: 70 (35 em cada temporada)
Temporadas: 2
País: China
Direção: Lee Kwok-lap
Roteiro: Jo Yoon-young
Livro: Tong Hua
Elenco: 
Cecilia Liu
Nicky Wu
Kevin Cheng
Yuan Hong
Lin Gengxin

Sinopse: Zhang Xiao é uma garota moderna que foi atingida por um carro e acidentalmente retornou no tempo a época da dinastia Qing. Lá, ela vive como Maertai Ruoxi, uma menina étnica Manchu. Enquanto se esforça para voltar para sua casa no futuro, Zhang se envolve em confusões e em uma triangulo amoroso com o filho do Imperador Kangxi e do futuro imperador Yong Zheng.

Olá, gente, como vocês estão?

Então, vocês devem saber que eu estou assistindo esse drama ha um tempinho já, avisei em um dos posts que a resenha dele ia demorar porque dramas chineses costumam ser muito longos, principalmente os históricos e de fantasia como este. Contudo, para que o blog não fique desatualizado por muito tempo (porque o livro que estou lendo também é um monstrinho) decidi dividir a resenha de Scarlert Heart em duas partes, uma para a primeira temporada, esta, e outra para a segunda temporada que vou começar a assistir agora.

Vocês me acompanham e sabem que eu odeio finais ruins ou tristes, mas esse dorama foi visto por mim com todo o conhecimento prévio de que ia ter um final ruim e a promessa de que eu choraria muito haha, bem, esta última não se cumpriu. Tenho uma amiga que é muito louca por esse drama, ela recomendou tanto que acabei aceitando assistir, algo raro comigo principalmente se tratando de um dorama que tenho certeza do final ruim. O negócio é que estou numa fase de ver quantos doramas chineses e japoneses puder, por causa do listening mesmo.

步步惊心 ( Bu Bu Jin Xin) ou Scarlet Heart como é comumente conhecido aqui, é baseado em um livro da autora Tong Hua, a mulher que gosta de finais trágicos e que escreveu Starry Night, Starry Sea já furiosamente resenhado aqui no blog. O mais irônico é que o pinyin do pseudônimo dela, tong hua,  é o mesmo de 童话 (tóng huà) que em mandarim quer dizer conto de fadas, bem, essa tia aparentemente não é muito fã de contos de fadas felizes. O bom é que posso fazer a resenha desse drama sem muita raiva porque não fui pega de surpresa, sabia o que ia acontecer no final de modo que só precisava entender o como

4º Príncipe
A história começa com Zhang Xiao, uma jovem da era moderna que após pegar o namorado lhe traindo acaba sofrendo um acidente grave e, ao acordar, se encontra no corpo de Maertai Ruoxi uma jovem nobre da dinastia Qin, a última dinastia chinesa. Sua irmã mais velha, Maertai Ruolan, é casada com o oitavo príncipe do imperador Kangxi. Se vendo sem saída de onde está, resta a Ruoxi tentar se adaptar à sua nova vida até conseguir um meio de voltar para casa e esse meio aparece quando ela é quase pisoteada pelo cavalo de Yin Zhen, o quarto príncipe da dinastia e irmão mais velho de Yin Si, o oitavo príncipe e seu cunhado. Pelo seu bom conhecimento de história ela sabe que Yin Zhen será o próximo imperador da China, embora não saiba como isso vai acontecer, do mesmo modo sabe que o oitavo príncipe lutará pelo trono e terá um final ruim, mas como ainda não é apegada a ninguém ela não se importa muito com o fato.

O quarto príncipe a ajuda a voltar para casa e lhe argui o motivo de ela querer se matar, intimidada pela presença dele e pela sua futura posição, Ruoxi mente e pede que ele não conte nada a sua irmã ao que ele concorda e lhe diz que, por salvar sua vida, ela não pode morrer sem a permissão dele. Lentamente o tempo vai passando na casa do oitavo príncipe, Ruoxi ainda é intempestiva e não consegue se disciplinar facilmente, resquícios da sua liberdade moderna do século XXI. Ela se torna muito próxima do décimo príncipe e do décimo quarto príncipe, Yin'e e Yin Ti, chegando a ter uma leve inclinação pelo primeiro, coisa que atiça o ódio de Ming Yu, a irmã mais nova da esposa principal do oitavo príncipe, Ming Hui, uma mulher fria que vive importunando a irmã de Ruoxi por ciúmes do marido, mesmo que esta nunca demonstre qualquer afeto pelo príncipe.

Quando atinge certa idade, Ruoxi é mandada para a cidade proibida como serva até que cumpra a idade de se casar e seja libertada. Na tentativa de ajudá-la, tanto o décimo quarto quanto o oitavo príncipe requisitam as suas mães que lhe tire da lista de concubinas do imperador e lhe tome por serva, por causa disso, a imperatriz acaba mandando Ruoxi como serva do imperador para servir-lhe chá. Afeiçoado a ela (paternalmente falando) ele acaba lentamente concedendo-lhe mais e mais espaço dentro do palácio, por ser inteligente e prudente, além de se preocupar de verdade com ele, Ruoxi ganha aos olhos do homem que achou ser um tirano, o carinho de um pai. Porém, ser favorita do imperador lhe cobra mais caro do que ela imaginaria, principalmente quando seus sentimentos pelo oitavo príncipe começam a fluorescer, nesse ponto ela também está muito próxima do décimo terceiro príncipe, Yin Xiang, com quem além de compartilhar muitos pensamentos "modernos"para a época, compartilha uma amizade profunda e sincera (e o tanto que shippei ela com ele não tá no gibi).

Ruoxi tenta fazer o oitavo príncipe desistir do trono, inocente, ela acaba dando a ele um trunfo poderoso contra o quarto príncipe que, mais tarde, culminará em um ódio desmedido e uma guerra política infindável cercada de mortes. O oitavo príncipe tem ao seu lado o apoio do décimo príncipe, o tolo, nono príncipe, o cruel (escroto, cretino, cínico, esterco de porco, etc.) e do décimo quarto príncipe, o mais próximo de Ruoxi. Ao lado do quarto príncipe está o décimo terceiro príncipe como seu aliado e único amigo. Por se recusar a deixar a luta pelo trono uma vez que se sente injustiçado desde criança principalmente pelo tratamento duro que recebe do imperador, ela acaba rompendo o laço que fizera com o oitavo príncipe e lentamente vai deixando de lado os sentimentos por ele, embora ainda o estime com sinceridade. Seus sentimentos, então, voltam-se para o quarto príncipe, mas o caminho até ele não será nada fácil e ela enfrentará a fúria do imperador quando este decidir casá-la com o décimo quarto príncipe (eu sei que to repetindo "príncipe" adoidado, mas chamá-los por nome não rola porque vou me enrolar toda! kkkkkkk no drama eles raramente são chamados pelos nomes) e isso lhe custar uma punição severa e dez anos de maus tratos na lavanderia real.

13º Príncipe
Os príncipes a ajudam como podem, também Yutan, sua serva a princípio que ganhara seu afeto como uma irmã. Enquanto o tempo passa, a saúde do imperador piora muito e Ruoxi sabe que aquele é o ano em que ele vai morrer embora não saiba se da doença ou de algum mal externo causado por alguém. A essa altura ela já havia sido perdoada e ela voltara ao seu antigo posto como serva pessoal dele, ao morrer, ela descobre que ele deixara o trono para o décimo quarto príncipe a fim de evitar um conflito maior entre os irmãos que acabaria culminando na morte da sua prole, porém, com uma armação bem elaborada, o quarto príncipe assume o trono mentindo que o pai dissera verbalmente que ele seria o herdeiro e não seu irmão mais novo.

Com a subida dele ao trono, Ruoxi está ciente de que muitas coisas ruins virão pela frente para os príncipes que apoiam o oitavo príncipe. A primeira coisa a ser feita é libertar o décimo terceiro príncipe que, dez anos antes, fora condenado pelo pai a prisão domiciliar por um crime que não cometeu, tudo por causa de uma intriga causada pelo oitavo príncipe para incriminar o quarto. Graças a isso, na época, Ruoxi foi castigada por tentar ajudá-lo a ter a companhia de Luwu uma cortesã que era apaixonada por ele (e que graças ao décimo quarto príncipe foi concedido). Porém, ao contrário do que se pensava, os anos que passara na clausura foram muito prejudiciais à sua saúde física e psicológica, tornando-o um homem fraco, o antes talentoso décimo terceiro príncipe tornou-se um homem introvertido e frágil piorando drasticamente com o abandono de Luwu graças a uma intriga causada por uma de suas esposas (naquela época, ter muitas esposas era sinal de riqueza). Ruoxi, por causa de toda a vida "pisando em ovos" por assim dizer, acaba desenvolvendo doenças psicológicas graves e reumatismo que, mais tarde, agravam-se ao ponto de lhe drenar a vida.

Ainda ressentido pelo passado (e sem conhecimento da antiga relação de Ruoxi com o oitavo príncipe), o quarto príncipe começa a atacar os príncipes que apoiam seu irmão mandando-os para longe dele, tirando-lhes títulos ou confinando-os em prisões domiciliares. Tudo com o intuito de enfraquecer a influência do oitavo irmão na corte. Mesmo quando este desiste do trono o quarto príncipe continua tornando sua vida um inferno. Ruoxi torna-se uma de suas mulheres ainda que ele não lhe confira um título para poder vê-la todos os dias. Contudo, Ruoxi logo descobre que há uma grande diferença entre o quarto príncipe misterioso que caminhava soturno pela cidade proibida e o imperador Yin Zhen que governa com mãos de ferro o império e os irmãos que vão contra a sua vontade.

Confesso que no começo do drama achei a Zhang Xiao/Ruoxi bem chatinha, ela parecia ter uns 25 anos, mas na história tinha 19 e, ainda assim, no começo do drama parecia ter 10! Sério, gente, ela se comportava de modo tão imaturo as vezes que ficava com vontade de dar na cara dela. Achei a passagem de tempo nesse drama muito louca, gente, não assinalava e quando a gente menos esperava já tinha se passado dez, vinte anos e eu ficava tipo: espera, mas como assim? 

Sendo bem sincera, detestei o oitavo príncipe na maior parte do dorama, achei ele muito dissimulado e falso até as vezes, mas pelo menos ele foi bem construído, tinha uma motivação para agir como agia e mesmo que não concordasse com muitas de suas atitudes ele me fez só um pouco menos de raiva que o quarto. Meu Deus, esse quarto príncipe foi muito aaaarh! Não importa que shippem ele com a Ruoxi, não consegui. Primeiro que achei o romance deles muito "oi? Quando começou?", sério, não vi base, não consegui descobrir quando começou, na verdade, em um primeiro instante pareceu mais que a Ruoxi tinha virado a casaca "não quero morrer, vou ficar com quem ganha", e mesmo quando mostrou toda a relação dos dois, de alguma forma, não me senti convencida. Esse cara foi a minha maior decepção esse dorama todo, ele se transformou num monstro obsessivo e tirano totalmente cegado pelo ódio e usando o amor por ela como uma justificativa para tomar atitudes extremas e isso me leva a outro ponto que me chocou nesse drama: a violência.

14º Príncipe
Vocês sabem que eu sou fraca pra sangue, apesar de esperar que aparecesse uma tortura ou outra pra embrulhar meu estômago, esse dorama foi além, mostrou o esquartejamento de um homem sem cortes, ele cozinhou a empregada da Ruoxi no vapor gente! Eu fiquei tão chocada que nem terror em silent hill me pegou tão de surpresa pela violência gráfica escrota. 

Como disse lá em cima, apesar de a história ser muito trágica, não chorei, acho que porque meio que já sabia o que esperar no final, me bateu aquela tristeza na última cena da morte da Ruoxi na época Qin, foi uma cena muito bem feita e ficou bem triste, principalmente por causa do Lin Gengxin que deu um tom de desespero à cena que foi digno dos meus aplausos. Inclusive, se teve alguém por quem eu realmente fiquei mal nessa história toda foi pelo personagem dele e do Yuan Hong que interpretou o décimo terceiro príncipe. 

O décimo terceiro príncipe ficou sozinho (porque aquela altura não tinha mais disposição para as esposas) e se dedicou ao irmão tirano e á filha com Luwu que ele perdeu por causa de uma das esposas nojentas dela. Graças a Ruoxi pelo menos ele não chegou a sofrer por saber que ela se matou, mas foi uma vida muito triste a dele. O décimo quarto pelo menos ainda teve um pouco de felicidade de conseguir se casar com Ruoxi e proporcionar pra ela dias mais tranquilos, em muitos momentos eu shippei os dois ao longo do drama, mesmo que eles brigassem muito e ele tomasse o partido do oitavo príncipe, no fundo sabia que ele era apaixonado por ela e ficava muito triste por ele porque ela não retribuia esse sentimento. Esse coitado teve o trono roubado, foi impedido de estar presente quando a mãe estava morrendo, quando o pai estava morrendo, gente, ele foi basicamente usado o drama todo e foi muito injusto. Também fiquei triste pela irmã da Ruoxi, ela viveu amargurada até a morte por ter sido obrigada a se casar com o oitavo príncipe e, ainda por cima, o verdadeiro amor dela ter morrido indiretamente por causa dele. Esses sim me partiram o coração.

Até mesmo a mãe do décimo terceiro que também era mãe biológica do quarto, desprezou o quarto príncipe quando ele usurpou o trono do irmão e como ela eu o odiei por isso também. Uma das coisas, todavia, que gostei no drama foi o modo como a ambientação foi feita, a narração da vida crua na cidade proibida sem as fantasias bonitinhas e suavizadas das histórias de princesa, é mostrado o dia a dia de uma vida cercada pelo perigo que depende unicamente do humor de um homem que deve ser bajulado e nunca questionado. As tramas políticas que envolvem a luta pelo trono, as punições severas e cruéis da história monárquica chinesa, os avanços de uma civilização medieval em relação a outras na mesma época em outras partes do mundo e a fascinante cultura filosófica e relacional deles.

Não é um drama que recomendo para quem gosta de finais felizes, inclusive, se você é dos meus que gosta de finais felizes passe longe de qualquer drama que foi baseado em algum livro dessa tia, sério! Contudo, há a segunda temporada que vou começar a assistir agora, o final é feliz (eu espiei hehehe), mas ao que parece a história é totalmente diferente e não conta com os príncipes desse drama, apenas o décimo e o quarto aparecem, isso me desapontou um pouco porque eu queria que o décimo terceiro e o décimo quarto tivessem justiça nessa nova vida deles, mas vou assistir e tirar minhas próprias conclusões. Não vi, nem vou ver, a versão coreana desse dorama, sendo bem sincera com vocês, eu detesto quando a Coréia mexe com a história original de outro país porque eles tem a péssima mania de ferrar a história original, foi assim com Boys Over Flowers que foi um desserviço para Hana Yori Dango e com Playfull Kiss  que foi um desserviço duplo para Itazura na Kiss, sem contar que eu gosto muito do Hong Ki e não quero pegar ranço dele como aconteceu com Min Ho em BBF e com aquela guria de PK. 

Bem, isso ficou enorme hahaha. Mas vou deixando a parte I dessa resenha por aqui, quando terminar a segunda temporada volto com a parte II. Então, até a próxima! 

quinta-feira, 19 de julho de 2018

[Livro] Noiva Sem Passado - Terri Brisbin

Título Original: The Norman's Bride
Série: Dumont #2
Ano: 2016
Páginas: 284

Sinopse: Ela não tinha passado e ele não poderia oferecer um futuro.
William “Royce” DeSeverin não consegue controlar o desejo que sente toda vez que olha para Isabel. Apesar do sofrimento que ocasionou a perda de memória, o espírito dela continua inabalado, fazendo William sonhar com o impossível: uma vida longe de seu passado obscuro... e com Isabel a seu lado. Durante uma tempestade, eles se entregam a uma paixão febril. Mas será que este amor conseguirá perseverar quando os segredos de ambos forem revelados?

Ao contrário do romance anterior desse box que comprei, A Noiva do Cavaleiro, eu gostei bem mais desse livro! É o segundo da série Dumont e quando descobri fiquei meio preocupada em não entender direito o que aconteceria na história, mas não é problema algum não ter lido o primeiro livro, dá para não apenas entender, mas mergulhar de cabeça nesse livro delicioso de ler. Com umas pesquisas pequenas descobri que o primeiro livro trata de uma personagem do passado do protagonista deste livro, então, apenas alguns pequenos fatos do passado dele ficam obscuros se você não leu o primeiro livro, mas dá para entender super bem.

O livro começa com William/Royce temendo pela vida de uma jovem mulher que ele encontrou nas mediações da choupana onde morava no reino de Silloth, ela estava a beira da morte e seus machucados violentos lhe diziam que alguém tentara assassiná-la. Por alguma razão, algo nela lhe fazia implorar a Deus por sua vida, mesmo que não entendesse o motivo, William queria saber o que acontecera a ela e, sobretudo, por que tentaram matá-la. Todavia, quando algumas semanas depois ela finalmente recobra a consciência ele descobre que ela perdeu a memória. Não se lembra seu nome ou o que aconteceu para que acabasse naquele estado.

Enquanto ela se recupera da sua perna quebrada, ele insiste com lorde Orrick, o dono das terras para quem trabalha, que ela fique em sua casa. Contudo, a esposa do lorde, lady Margaret, insiste que a jovem se mude para o castelo quando se restabelecer, para que fique sob a proteção deles. Porém, quanto mais conhece sua hóspede misteriosa, mais se vê encantado por ela, mesmo sabendo que ele não pode lhe oferecer nada por causa do seu passado. Porém, Isabel - nome que foi escolhido por uma amiga - sente que não pode ignorar seu desejo por Royce, mesmo que ele não queira falar sobre seu passado enquanto ela está ávida para descobrir mais sobre o seu.

Vivendo no castelo de lorde Orrick, as coisas não saem tão bem quanto ela esperava, principalmente porque, sem o abraço protetor de Royce, os pesadelos começam a assombrá-la e o enigma do seu passado começa a avolumar-se diante de si, contudo, quanto mais tentam se afastar, mais o destino os aproxima, mas será que Isabel conseguirá aceitar Royce e seu passado obscuro, sobretudo, será que ela é capaz de lidar com seu próprio passado?

Achei o livro fantástico, aquela carga de drama maravilhoso que eu simplesmente amo e uma ambientação magnífica por parte da Terri que nos transporta para o passado com todas as suas nuances pitorescas e sua brutalidade crua. Personagens maravilhosamente construídos e um enredo digno de um romance histórico. Dá pra fazer umas previsões para o final, mas isso não tira nem um pouco o brilho do livro, espero que o último volume desse box seja tão incrível quanto esse. Com certeza essa é uma das autoras cujos livros vão entrar na minha lista quando procurar um novo romance da harlequim! Um diferencial interessante nessa história é a quebra da mocinha virginal, achei isso não apenas interessante, mas muito pertinente e gostei pra caramba, além dos vários aspectos da Inglaterra medieval que tornam o livro um pouco de aula de história também. Mais que recomendado!

sábado, 14 de julho de 2018

[Livro] O Mensageiro - Lois Lowry [COM SPOILER]

Série: Doador de Memórias #3
Autora: Lois Lowry
Gênero: Ficção científica
Ano: 2012
Páginas: 160

Sinopse: Há seis anos, Matty chegou ao pacato Vilarejo. Sob os cuidados de Vidente, um cego que tem uma visão especial, ele amadureceu e se adaptou à nova vida. Agora, espera receber seu nome verdadeiro, que determinará seu valor ali, como ocorre com todos os habitantes. Contudo, algo nefasto está se infiltrando no Vilarejo, e os moradores, antes orgulhosos de receber forasteiros, passam a exigir que as fronteiras sejam fechadas para se protegerem. Por ser um hábil mensageiro, Matty é encarregado de avisar os outros povoados sobre o bloqueio. Sua missão também tem outro grande objetivo: buscar Kira, a filha de Vidente, antes que seja tarde demais. Ele é o único capaz de viajar pela Floresta, que já provocou algumas mortes. O problema é que ela também está se tornando um lugar perigoso para o garoto. Mas muitos dependem de Matty. Então, armado apenas de um poder recém-descoberto, ainda incompreensível e incontrolável, ele se arriscará a fazer o que talvez seja sua última viagem.

Pois é, vou logo avisando que vou spoilar adoidado aqui porque estou com muita raiva.  Quando li o primeiro livro dessa série (porque eu queria ler antes de ver o filme, ainda bem), fiquei muito empolgada e, ao mesmo tempo, decepcionada porque não tinha final e eu sabia que o segundo livro era uma história totalmente diferente. Contudo, lá vai eu querendo dar continuidade a série porque é muito boa, gente e a mulher escreve de um jeito que faz você viajar nas páginas enquanto lê!

O negócio é que a série não é linear, são vários pontos do mesmo universo e nenhum deles se fecha. Contudo, nesse terceiro livro pelo menos em parte os dois primeiros se complementam, embora ainda aconteça muita lacuna. O protagonista de O Mensageiro é Matty, o garotinho ajudado por Kira no livro dois, claro que a gente só descobre isso mais pra frente. Ele foi levado para o vilarejo do pai de Kira, Vidente, e criado pelo homem, agora é um jovem educado que vive num vilarejo unido e próspero liderado por Jonas, do primeiro livro, que adotou o nome de Líder. A coisa que mais orgulha Matty é que ele é o único que pode atravessar a floresta que divide o vilarejo dos outros, uma vez que aqueles que se atrevem a atravessá-la nem sempre são permitidos retornar.

O pai de Kira não podia entrar ali de novo. Quando saíra para visitar a filha e retornara para casa com Matty, o homem recebera o aviso da floresta de que não poderia voltar outra vez, ou seria morto. Por alguma razão, Matty é o único para quem a floresta sempre se abre e, por isso, ele é o encarregado de levar mensagens no vilarejo, principalmente quando essas mensagens precisam alcançar além da floresta. Contudo, a paz do lugar parece estar ameaçada e Matty começa a sentir as pessoas à sua volta - gente que ele conheceu durante a vida quase inteira - se tornando estranha e tomando atitudes que vão contra ao ideal coletivo de comunidade, bem comum e democracia instaurados por Jonas.

A primeira coisa que me perguntei nessa parte foi, okay, o Líder é Jonas, onde foi parar o bebê que ele quase morreu tentando salvar no primeiro livro? Não explica isso. Nem se menciona essa criança! Dei até uma pesquisada no quarto e último livro da série e, pelo que entendi, ela vai voltar ao vilarejo de Jonas (ou a um muito parecido com ele) no primeiro livro e contar uma história totalmente diferente que nada tem a ver com essas três até agora com exceção de se passar no mesmo mundo distópico. 

Bem, voltando a história, uma petição chega ao Líder para fechar as fronteiras do vilarejo e impedir que novos "refugiados" de outros lugares entrem, muito triste com a decisão, Jonas acaba tendo que honrar sua liderança democrática e aceitar a decisão da maioria, cabe a Matty atravessar a floresta e colar cartazes sobre a restrição de entrada, mas sua principal missão é levar Kira, a filha de Vidente, para morar com o pai. Nesse entremeio, Matty descobre do dom que tem de curar, mas Jonas o adverte que não deve desperdiçá-lo, pois precisará dele mais tarde. Inclusive, o próprio dom de Jonas é revelado nesse livro, no primeiro a gente sabe que ele tem a função de receber as memórias do doador, suportá-las e quando atravessa a barreira do lugar onde morava todas essas memórias são libertadas, mas não se falava sobre seu dom de "ver além".

Quando realiza sua entrada na floresta, Matty descobre de cara que tem algo diferente, ela está se fechando a sua volta, repelindo-o, sair dela pode até não ser impossível, mas voltar para casa provavelmente será e isso o preocupa. Ele descobre um pouco mais do dom de Kira, de "bordar o futuro", e se oferece para curar a perna dela, mas a jovem recusa. Na empreitada de volta ao vilarejo, a floresta parece ainda pior do que estava quando Matty a atravessou para chegar à Kira, Jonas sabe que o lugar não vai permitir que eles atravessem e sai do vilarejo para salvá-los, porém a floresta também começa a repeli-lo, vendo-se prestes a morrer, ele consegue alcançar Kira com sua mente e pede que ela diga a Matty para usar seu dom.

O menino já sem forças coloca as mãos na lama e começa a curar a floresta e todas as pessoas no seu vilarejo, mas o esforço exige demais dele por ser um lugar muito grande e muitas pessoas e ele morre no processo. Jonas consegue chegar a Kira e ao cadáver do garoto e dá a ele o que ele tanto queria, seu verdadeiro nome. Ponto. Não explica o que rolou na floresta, porque ela era "mágica", não diz nada sobre o bebê que Jonas salvou, não diz o que tava rolando naquela feira de troca que o povo começou a agir feito louco, mostra só um pouco do que aconteceu com as pessoas no vilarejo e pronto. Fim do livro e da minha sanidade. Sabe a sensação que dá com o final? A de que não tem esperança mais, sabe? Que não importa o quanto a gente tente construir uma sociedade igualitária que vise o bem comum, isso sempre vai acabar errado, sempre vai resultar na morte de gente inocente.

A coisa bacana dessa série é que o mundo nela é um espelho do nosso, nos apresenta possibilidades e furos nessas possibilidades que a gente imagina do "mundo perfeito", uma vez que o problema não é o mundo, mas nós. Ela nos leva a refletir sobre o nosso papel na sociedade, na vida das outras pessoas, o significado real de coisas como liberdade, diversidade, democracia, entre tantos outros, mas o sentimento de desesperança desse livro me tirou até a vontade de ler o próximo.

quinta-feira, 12 de julho de 2018

[Chinês] Negação dos Verbos no Gerúndio

大家好!

A aulinha de hoje é rapidinha, na última a gente aprendeu a usar o gerúndio, agora vamos ver como negar o gerúndio, ou seja, a negação de 在/正在 que é 没在。

Assim, a estrutura para a frase fica:

SUJEITO + 没在 + VERBO +OBJETO/COMPLEMENTO

Ex: 我没在跑步。(wo3 mei2zai4 pao3bu4)

Eu não estou correndo.

Vale assinalar que a negação 没在 só funciona para 在 quando este tem função de marcador do gerúndio, como verbo estar sua negação continua sendo feita com 不. Ex: 我在家。Eu não estou em casa.

Vocabulário:

电话 (Diànhuà) - telefone
游戏 (yóuxì) - jogo
打 (dǎ) - telefonar/acertar
玩 (wán) - jogar

Ideogramas desta lição:


 huà - dialeto; palavras; falar

xì - jogar; drama; espetáculo

wán - brincar, jogar

Pratique!

Usando os conteúdos já aprendidos e o novo vocabulário, traduza as sentenças abaixo para fixar a gramática e exercitar o vocabulário!

  1. 他在打电话。Tā zài dǎ diànhuà.
  2. 我们没在玩游戏。Wǒmen méi zài wán yóuxì.
  3. 你在干什么?Nǐ zài gànshénme?
  4. 你在上网吗?Nǐ zài shàngwǎng ma?
  5. 现在你正在干什么?Xiànzài nǐ zhèngzài gànshénme?
  6. Eu não estou telefonando.
  7. Telefonar
  8. Não está chovendo lá fora agora.
  9. Nós não estamos conversando.
  10. O que você está fazendo agora?
11. - O que você está fazendo?
      - Estou telefonando.

As aulas de mandarim estão em um ritmo mais lento por causa das "férias", estou fazendo algumas revisões e colocando meu caderno em dia, por isso não tenho trazido conteúdo novo, mas não suspendi não ^^

[Livro] Fortaleza Impossível - Jason Rekulak

Título Original: The Impossible Fortress
Ano: 2017
Gênero: Ficção, romance
Sinopse: Até maio de 1987, Billy Marvin - um garoto de 14 anos que mora numa pequena cidade em Nova Jersey - é definitivamente um nerd feliz.

Ele e seus amigos inseparáveis, Alf e Clark, passam as noites se empanturrando de biscoitos e milk-shakes diante da TV, assistindo filmes e conversando sobre música, cinema e seriados. Com a mãe trabalhando no horário norturno e a casa toda para si, Billy vara a madrugada fazendo aquilo que mais ama: programando videogames em seu computador.

Mas então a Playboy publica as fotos escandalosas de Vanna White, a famosa apresentadora de TV por quem os três são fascinados. Como ainda não são maiores de idade para comprar a revista, eles planejam um ousado assalto para roubá-la. É quando Billy conhece a brilhante, enigmática e também nerd Mary Zelinsky, e tudo começa a mudar...

Então, assim como O Livro dos Espelhos já resenhado aqui, esse foi um daqueles livros que eu não fazia ideia da existência e que trouxe pra casa das Americanas numa tarde marota com a minha irmã. Não li nenhuma resenha desse livro antes de ler pra criar minhas próprias conclusões, principalmente por ser um autor que não conhecia ainda. E, sendo bem sincera, pra mim foi como um "livro neutro", nem gostei, nem desgostei.
Vanna White

Bem, a história é narrada por Will/Billy um garoto de 14 anos que sonha em ser programador de jogos. Ele e seus melhores amigos Clark e Alf ficam em polvorosa quando sai uma revista Playboy com fotos de Vanna White, uma apresentadora de um show de sucesso nos anos 80 (que eu tive que pesquisar sobre porque não conhecia), acontece que, mesmo querendo desesperadamente ver as fotos, eles não podem comprar a revista porque são menores de idade. O único lugar onde vende exemplares perto de onde moram é na loja do senhor Zelinsky que vende máquinas de escrever e artigos de escritório.

Em uma primeira empreitada para conseguir a revista, eles pagam para um carinha qualquer entrar e comprar a revista para eles, mas acabam calculando mal e sendo roubados. Contudo, o ladrãozinho dá a eles uma ideia até interessante, a de vender as fotos da revista para os outros alunos da escola e, assim, conseguir dinheiro. Alf, o "empreendedor" da turma acaba achando a ideia o máximo e, tendo em vista que ainda precisam pegar a revista, investem no plano 2 (que, sem me permitem, é bem idiota!) eles se vestem com roupas de "gente grande" e entram na loja para pegar coisas estúpidas que não precisam e, na hora de pagar, pedir a playboy despreocupadamente como quem pede chiclete (saudade dessa inocência haha), mas esse plano é frustrado por Mary, a filha do dono da loja.

Mary Zelinsky era uma garota genial e Will percebeu isso desde o primeiro momento que a viu. Os dois engataram em uma conversa interessante sobre programações e as coisas que ela conseguia fazer com as músicas do Phil Collins em um Commodore 64, ele lhe conta sobre o jogo que tentou fazer e ela acaba lhe mostrando uma grande oportunidade de participar de um concurso de programadores e conhecer o dono da Digital Artists, além de conseguir o prêmio de um computador "avançadíssimo" com vinte megabytes de memória! Isso coloca abaixo os planos dos três garotos de conseguir a revista, mas abre portas para um novo plano mais audacioso.

A tarefa de Will é seduzir Mary para conseguir o código do alarme da loja e, assim, conseguir roubar a revista, quem auxilia nesse plano genial é Tyler, um jovem problemático que, aparentemente, conhece Mary bem o bastante. Will sabe desde o início que o plano não vai dar certo então tenta ganhar tempo para trabalhar com Mary no jogo e enviá-lo a tempo ao concurso, mas o que fazer quando se quer ajudar seus amigos, mas acaba se apegando às pessoas que tem que enganar?

Commodore 64
O grande mérito de Fortaleza Impossível é ser aquele livro escrito de forma tão simples que a gente voa pelas páginas e nem percebe. Não é um livro que se destaca no seu gênero, mas ele é montado de uma maneira que consegue deixar a gente preso à história.

Não tive muita identificação com a história com exceção das fitas, eu sou da geração 90 e só vim pegar num computador no início dos anos 2000 na época do Windows XP, quando o word tinha aqueles assistentes fofos (saudades). Então não passei por essa fase de digitar comandos e não era muito de jogar, acho que só comecei a jogar no nintendo quando Mortal Kombat estava em auge.

Outra coisa foram as personagens. Me lembro bem pouco da minha adolescência (a maior parte eu deletei por motivos de autopreservação) então não consigo me lembrar muito como é agir como um idiota, coisa que Will se formou com louvor. Ele tomava cada decisão que era digna de uma estupidez por 25 anos e não 14, a pior parte é que em algumas delas ele tinha plena consciência que ia dar errado e fazia mesmo assim. Era irritante. Alf para mim foi o pior de todos, além de ser um puta de um bully babaca, nem vou entrar nas questões religiosas porque não quero me estender em discussões paralelas. Clark é aquele tipo "maria vai com as outras" por causa da sua baixa estima causada por uma deficiência física na mão. Mary foi a única que pareceu ser um pouco legal, mas ainda assim não convenceu muito, sabe?

Como disse, num cômputo geral, o livro nem foi bom e nem foi ruim, para mim a leitura fluiu quase que entorpecente, é uma história boa, ainda que não seja muito original, mas escrita de uma maneira realmente indutiva que não deixa a gente parar e nem perceber que as páginas estão passando depressa. O fato de os capítulos não serem longos também é outro fator que ajuda muito. É uma história sobre escolhas, amizade e sonhos, poder-se-ia dizer, meio como aqueles filmes americanos de sessão da tarde, sabe? Como história mesmo, não me cativou muito, achei bem simples, na verdade, ainda que simples não queira dizer raso. Mas como construção textual sim acho que tem muito a acrescer, a forma de induzir o leitor a ir para a próxima página, os ganchos entre um capítulo e outro, a montagem da história, acho que tudo isso agrega bastante em um estudo de narrativa. 3/5 é a minha nota final.

Um detalhe bem bacana é que o jogo que eles criam no livro realmente existe e dá para jogar de graça (e é mais difícil do que parece) no site do autor! Então é só entrar e boa sorte: The Impossible Fortress

sábado, 7 de julho de 2018

ATUALIZADO [Livro] Boneco de Neve - Jo Nesbø (+ Filme)

Título Original: Snømannen
Autor: Jo Nesbø
Gênero: Ficção policial
Ano: 2007 (original)
País: Noruega
Páginas: 420

Sinopse: No dia da primeira neve do ano, na fria cidade de Oslo, o inspetor Harry Hole se depara com um psicopata cruel, que cria suas próprias regras; O terror se espalha pela cidade, pois um boneco de neve no jardim pode ser um aviso de que haverá uma próxima vítima. No caso mais desafiador da sua carreira, Hole se envolve em uma trama complexa e mortal, com final surpreendente.


"Somos capazes de entender que alguém precisa soltar uma bomba atômica sobre uma cidade de civis inocentes, mas não que outros tenham que retalhar prostitutas que espalham doenças e decadência moral pelos bairros pobres de Londres. Dessa forma, chamamos a primeira situação de realismo, e a segunda, de loucura." 

Está aqui um livro que eu quis pegar antes de sonhar em ver o filme porque o trailer do filme me chamou muito a atenção, mesmo que eu não curta essa pegada grotesca de filme policial cheio de sangue. Contudo, depois que li o livro reconsiderei a ideia de ver o filme, não apenas por saber que ele vai ser muito mal feito, mas porque tenho medo de que pelo menos as mortes sejam sombriamente fiéis ao livro.

Boneco de Neve apresenta várias tramas distintas que são costuradas à trama principal de Harry Hole, um inspetor da Homicídios que tenta vencer o vício do álcool e é o único policial da Noruega que já prendeu um serial killer. Hole tem um passado meio obscuro podemos dizer e, pelo que pude entender, esse livro é o sétimo de uma série de dez, portanto, apesar de ser um caso totalmente diferente, esse personagem já foi construído nos livros anteriores da série o que torna nosso primeiro encontro - desvinculado dos demais - um pouco nublado. Sabemos que ele ainda é apaixonado pela ex, Rakel, que agora está em outra com um médico e pretende morar junto

Harry ainda é muito próximo de Oleg, o filho de Rakel, que considera tudo que ele diz e não parece ter a mesma proximidade com Mathias, o médico que promete ser seu futuro padrasto. Quando mulheres começam a desaparecer misteriosamente sem deixar qualquer vestígio, Harry se vê envolvido no que parece ser o assassinato perfeito, e apenas quando a cabeça de uma delas é encontrada sombriamente em um boneco de neve que as coisas começam a caminhar a passos lentos. Ao lado de Katrine Bratt, uma detetive obstinada e inteligente que esconde um passado sombrio, o caso das mulheres desaparecidas começam a se ligar ao sumiço de um ex-policial anos atrás, mas cada vez que Harry parece chegar perto do assassino este se esquiva das suas investidas e derrete como a neve com a chegada da primavera.

As investigações vão avançando e notei um padrão entre as mulheres que, a primeira vista, Harry deixou passar: todas elas eram infiéis aos seus maridos. Contudo, mais para frente ele consegue chegar a esse ponto ao determinar que tanto as gêmeas de uma das vítimas quanto o filho da outra não eram filhos de seus maridos, mas de um outro personagem da trama. Porém, as pistas que ligam esse personagem aos crimes também se mostram falsas e o verdadeiro assassino continua a matança brincando com Harry de gato e rato.

O livro é um verdadeiro quebra-cabeças cheio de personagens complexos que se interligam em algum ponto para formar um desfecho realmente inesperado e toda essa colcha de retalhos é tão bem costurada por Nesbø que nos vemos roendo as unhas em cada gancho que ele deixa de um pulo para outro no enredo. Sempre que pensamos ter pego o boneco de neve, sentimos a frustração de ter nossas especulações dissolvidas pela genialidade da trama criada pelo autor e, confesso, fui pega totalmente de surpresa no plot twist porque em nenhum momento desconfiamos desse personagem. Até mesmo o prólogo do livro parece inocente a primeira vista e somente quando o revisitamos é que conseguimos entender o tom sombrio que se esconde nas entrelinhas.

As personagens de Nesbø são bem atuais, gente com uma personalidade que se encaixa no vizinho do lado, no amigo de fim de semana, no criminoso do jornal. Além de trazer muitos planos de fundo históricos e curiosidades verdadeiramente interessantes (como o fato de apenas uma em cada cem pessoas ter sangue B negativo), ele cria um assassino serial inteligente, meticuloso, com um nível de habilidade digno do light de death note! E que, não fosse um insight de Harry em determinada situação, teria saído ileso dos seus crimes. Sem contar que tem muitas questões sociais implícitas que são secundariamente pré-debatidas no enredo como o abandono paterno e o aborto, além do liberalismo sexual feminino.

Em certos momentos achava a trama um pouco "seca", como se a história estivesse sendo contada por um apresentador de telejornal, mas já percebi que isso é muito recorrente comigo quando leio livros narrados por homens e escritos por homens (não sei a razão ainda), em algumas situações a narrativa é bem crua, mas o modo como a história é montado mantem o leitor preso nas páginas até o desfecho que, mesmo surpreendente e fechadinho, não supriu totalmente as minhas expectativas, todavia, do mesmo modo de Reconstruindo Amélia, Boneco de Neve é uma verdadeira aula de como escrever uma ficção policial magistral, bem montada e com personagens tão bem desenvolvidos que chegam a ser palpáveis. Mais que recomendado.

Título Original:  The Snowman
Data de lançamento: 23 de novembro de 2017 (Brasil)
Direção: Tomas Alfredson
Roteiro: Hossein Amini, Søren Sveistrup, Peter Straughan
Elenco: Michael Fassbender, Rebecca Ferguson, Charlotte Gainsbourg

Da mesma forma que os coreanos não deviam adaptar obras chinesas e japonesas, os americanos deviam parar de adaptar livros que fogem da sua ossada hollywoodiana estereotipada, porque eles simplesmente não conseguem e acaba saindo isso. Gente, que filme é esse? Estou até agora tentando entender como essas 4 pessoas aí de cima conseguiram destruir uma coisa arduamente construída em 420 páginas de puro suspense e pesquisa extensiva.

Boneco de Neve não é apenas ruim, acho que o que descreve melhor o filme é realmente mal feito. Houve um desleixo tão grande na construção desse filme que a impressão que eu tive é que os roteiristas leram um resumo mal feito na internet para saber do que o livro se tratava e criaram o resto. Nada aqui faz sentido ou tem um mínimo da originalidade, do trabalho de montagem ou da genialidade do livro, é só um monte de cenas jogadas loucamente na tela de modo a preencher quase duas horas de um roteiro raso que não aproveita o potencial de nenhum dos personagens da obra que pensou adaptar.

A primeira coisa é que o trailer vende um filme que não existe, metade daquelas cenas (que realmente estavam no livro) nem existe no filme, foi cortada ou refilmada de uma maneira muito mais tosca. Gênero e profissão de personagens foram trocados, abortos que não existiam aconteceram, gente que não morria, morreu, personagens que no livro são brilhantes, no filme se tornam medíocres e rasos, coisas que no livro não acontecem e no filme mostram como normais, tudo isso piorado com uma montagem que não te explica nada e ainda confunde o pouco que você entendeu com o decorrer do longa. Já no prólogo do filme eu me perguntava o que é que estava vendo, porque Boneco de Neve não era.

Uma das mudanças mais bruscas no meu ponto de vista foi o assassino. Não apenas a sua motivação foi idiotamente mudada, mas a explicação que nunca veio também, o roteiro desse filme foi tão cagado que a gente termina de ver com doze mil perguntas que nem o livro responde porque um não tem nada a ver com o outro. Até minha irmã que não leu o livro detestou o filme. E sinceramente, usar esse filme pra promover o livro é um desfavor enorme porque além de ser uma péssima adaptação, muita gente pode não querer ler por achar que o livro é tão sem pé nem cabeça quanto o filme.

Gente, eu não sei nada sobre roteiro, sou leiguíssima do assunto (com a licença do neologismo), entendo que a construção de um filme depende de diversas coisas como tempo de filmagem, produção, pré-produção, pós-produção, orçamento, entendo que tem coisas que realmente não dá para levar pra tela, okay, mas sério, lendo esse livro e comparando com o filme você percebe que dava sim para fazer um trabalho com mais fidelidade ainda que não total, mas pelo menos quase total porque o livro fornece subsídios mais que suficientes pra isso, são personagens bem construídos, uma trama mais que bem montada e uma história intrigante que ficou totalmente perdida nessa adaptação estapafúrdia. Se não conhece a obra, não recomendo o filme e se conhece e ainda não viu, não assista.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

[Anime] Strike the Blood

Título Original: ストライク・ザ・ブラッド, RR: Sutoraiku za Buraddo
Gênero Ação, shounen, ecchi, sobrenatural
Autor: Gakuto Mikumo
Direção: Hideyo Yamamoto
Episódios: 24 (+ 8 OVAs)
Ano: 2013-2014

Sinopse: A história de fantasia e ação escolar de Strike the Blood gira em torno de Akatsuki Kojou, um garoto considerado o vampiro mais perigoso do mundo (que pensavam existir apenas em mitos e lendas), e Himeragi Yukina, uma garota que recebeu a missão de ficar de olho no vampiro e, se preciso, eliminá-lo.

Assim como aconteceu com o último anime que vi, no começo não estava dando muito em Strike the blood não, mas com o passar dos episódios me via mais curiosa e mais ávida por novos episódios.

Com a descoberta de demônios e seres sobrenaturais vivendo entre os humanos, como medida preventiva foi criado uma ilha totalmente projetada com magia para abrigar, pacificamente, essas criaturas. Um tratado criado por três criaturas chamadas progenitores, possibilitou a harmonia entre humanos e seres mágicos que coabitam na ilha. Akatsuki Kojou é o quarto progenitor, um humano que conseguiu absorver uma vampira chamada Avrora, se tornando assim um vampiro poderosíssimo que, tecnicamente, não deveria existir. É por isso que Himragi Yukina é enviada da organização Leão - aparentemente uma organização de deuses - para vigiá-lo e, caso ele se mostre perigoso, matá-lo.

Todavia, a única coisa que Kojou quer é viver no anonimato quanto à sua identidade, principalmente porque sua irmã mais nova, Nagisa, tem fobia de demônios e vampiros depois de um acidente que sofreu na infância no qual quase foi morta. Por isso fora Yaze Motoki, seu melhor amigo, ninguém mais sabe que ele é um vampiro, embora o próprio Kojou também não saiba que seu melhor amigo não é humano como ele pensa. Com a chegada de Yukina, vários inimigos aparecem ameaçando a paz na ilha e, sobretudo, almejando destruir o quarto progenitor para ganhar seu poder. Yukina ao descobrir a verdadeira natureza de Kojou, torna-se sua aliada e principal parceira na luta contra as forças demoníacas que surgem cada vez mais fortes.

O anime tem um ritmo muito bacana, algumas coisas no final ficaram um pouco meio explicadas, mas no geral é um anime bem fechadinho o que é uma surpresa uma vez que nem a light novel nem o mangá estão finalizados. Percebi que tenho visto muitos animes seinen ultimamente haha! Strike The Blood segue aquela mesma linha de anime cujo protagonista vai se desenvolvendo com o passar dos episódios, mas acho que o principal diferencial é como esses personagens são apresentados pra gente. Apesar de ser um vampiro, Kojou nunca experimentou sangue humano, até conhecer Yukina e, em uma situação de risco, precisa beber o sangue dela para ser capaz de controlar seu primeiro familiar. Não tinha prestado atenção antes que era um anime de ecchi, mas apesar disso, não achei que foi uma coisa realmente incômoda, sabem? Tirando alguns closes meio sem noção em poucos episódios, quase não dá para sentir que tem esse gênero.

Mais que as cenas de ação muito empolgantes, o anime também tem um timing cômico muito bom! Kojou passa por pervertido mesmo quando não está sendo pervertido, embora algumas vezes isso soe um pouco apelativo, nem sempre acontece e funciona muito bem na trama. Gostei muito não apenas do desenvolvimento, mas da animação em si, o enredo é interessante e, mesmo com o harém típico de animes ecchi, os dois protagonistas principais ficam "juntos", pus entre aspas porque é mais um dar a entender do que um mostrar como nós gostaríamos, contudo, até por causa do gênero mesmo, romance não é o foco. Então fica a minha recomendação.

O dorama que vou começar a assitir agora é bem grande, então pode ser que a tag dorama e anime demore pra aparecer de novo, mas vou tentar voltar com as outras assim que possível, é que as coisas estão meio bagunçadas aqui (de novo!). Quase finalizando o livro da vez, em breve tem resenha! Ainda não escolhi nenhum mangá, então por enquanto essa tag vai ficar um pouco quieta. A tag chinês volta em breve também.