sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

[Drama] Romance with the blind master

Original:  盲少爷的小女仆

Ano: 2023

País: China

Episódios: 15 (12min)

Gêneros: Romance , Drama

Sinopse: Ren Hao Ming é o respeitado filho mais velho da Família Ren. Ele tem a vida que todos invejam até ser atropelado por um carro e perder a visão. Agora cego, Hao Ming precisa de ajuda nas tarefas mais simples, como comer e tomar banho. Ele se casa com Ruan Qing Tian, ​​mas o relacionamento deles é mais de mestre e servo. Mas o que um homem pode fazer quando sua "empregada" que deveria cuidar dele não pode nem ajudá-lo a comer ou tomar banho? Bem, ele se apaixona por ela, claro... (Via: Mydramalist)

Onde encontrar: Wei Fansub

Quando seu pai fica doente, Ruan Qing Tian é forçada por sua mãe a tomar o lugar da sua irmã gêmea, Ruan Xin Xin, no casamento com o herdeiro da família Ren, Ren Hao Ming. Acontece que, após um acidente, o jovem ficou cego e, por causa disso, a mimada garota não quer mais se casar. Para salvar a vida do pai, que está nas mãos da mãe, Qing Tian acaba aceitando usurpar o lugar da irmã.

De início, sua relação com Hao Ming não é boa. Ele a força a cumprir tarefas domésticas sob um contrato, assinado por Xin Xin no noivado, que lhe penaliza com uma multa milionária caso ela quebre. Mas graças ao seu gênio doce e determinado, além de seu bom coração, Qing Tian começa a conquistar a confiança do frio herdeiro, assim como percebe a animosidade entre ele e seu irmão que se aproveita da condição de Hao Ming para tomar a gerência da empresa do pai.

Junto ao assistente de seu marido, Qing Tian vai precisar proteger Hao Ming das intrigas do irmão e tentar salvar o pai das garras da mãe. Mas o que pode acontecer quando, por causa disso, ela acaba não só se apaixonando pelo homem que devia ser da sua irmã e, ainda mais, se tornando o alvo das maldades do cunhado?

Confesso que fui ver esse drama com um pé atrás. Depois do que aconteceu em Maid's Revenge fiquei meio traumatizada com esses mini dramas chineses. Todavia, para minha sorte, o final desse não foi bad. Assistir mini dramas é como ler contos, a gente tem uma visão bem parcial da história toda e das personagens e ele sempre acaba na melhor parte haha. Então nem dá para falar muita coisa sem soltar spoiler.

Para 12 minutos de episódio a história se desenrolou até bem, a gente torcia pelo casal, que foi fofinho, e tentava ignorar alguns recursos bem absurdos que o roteiro utilizava como a alergia a dinheiro de um dos sequestradores de Qing Tian (tipo, sério? hahahaha) como um recurso para ela conseguir escapar. Tenho que tirar o chapéu para a atriz, ela levou muito bem o papel das duas personagens com personalidades distintas, bem Paola e Paulina, com a diferença que Paulina não era tão besta.

O mocinho não me passou muita confiança, sendo quase ofuscado pela protagonista, mas cumpriu bem seu papel, só por não ser tão ingênuo e cego já ajudou a dar um voto. No geral, recomendo muito o drama, é um romancinho açucarado para passar o tempo e dá para ver numa sentada só, como um conto. Só do final ter sido feliz já vale o tempo.

sábado, 21 de janeiro de 2023

[Livro] Condeados à Vida - Por que abandonei?

 Vocês que estão por aqui há um tempinho sabem que eu não dou de deixar livros difíceis, já passei por umas leituras bem pesadas, a coisa é que existe uma diferença entre o propósito daquilo que estou lendo. Quando comecei As Boas Mulheres da China não esperava aquele soco no estômago que foi a leitura, mas tinha em mente que era situada em um contexto histórico real e queria passar uma mensagem, um silencioso grito de socorro dentro de um país que até hoje oprime sua população mascarando uma ditadura de democracia.

O mesmo, contudo, não aconteceu com Condenados à Vida. Já havia lido outro livro do Carrero anos atrás, tem resenha aqui no blog, e lembro que havia gostado bastante da maneira como ele retratou o nordeste e suas falsidades políticas, além de abordar uma vibe meio Macbeth, notei quando li a peça ano passado, tornando seu personagem principal um homem subvertido pelo poder que conquista. Novamente, entra o propósito. Nem sempre ele fica claro para o leitor, já dei de cara com leituras que não consegui identificar o motivo da cadeia de causas e consequências, mas ao menos isso ficava coerente dentro da narrativa que tinha alguma lógica por trás. 

Comprei esse livro numa feira literária aqui na cidade em novembro do ano passado. Pela sinopse (e ela engana, viu?) e meu contato anterior com a escrita crua do autor tinha em mente que seria uma leitura difícil, talvez um pouco indigesta, mas nada podia me preparar para o que estava nas páginas desse compilado de quatro romances. Condenados à vida reúne o que se considera as quatro melhores obras de Raimundo Carrero: Maçã Agreste (1989), Somos Pedras que se Consomem (1995), O Amor não tem Bons Sentimentos (2008) e Tangolomango (2013), parei de ler pouco mais do segundo livro. Antes disso ainda tive que aguentar aquele ensaio de um tal José Castello que eu nunca ouvi falar, mas conversa por páginas intermináveis sobre a obra do autor em questão e o número de "literatura" inferior que se divulga na modernidade. Ou seja, outro autor que só considera literatura a "nata" dos clássicos.

Quem leu a resenha do primeiro livro sabe que eu não gostei. Já começou que ele parecia não fazer sentido nenhum, pesquisando a respeito vi até mesmo referências de Crime e Castigo que acharam dentro do livro! E só ficava me perguntando "onde cabógis estava isso?!"li esse romance fantástico de Dostoiévski e não vi nenhum mínimo sinal dele naquela história que me soou muito sem pé e cabeça. Mas até aí tudo bem, fui engolindo e tentei avançar para o segundo livro só que, gente, deu não. 

Okay, talvez o propósito daquele livro tenha sido criticar a sociedade hipócrita, a insensibilidade e falta de empatia, a corrupção política e policial, enfim, talvez seja algo muito mais profundo que isso e eu sou apenas burra demais para me dar conta, mas o que eu vi muito ali foi um personagem neonazista atacando pessoas de graça e levando outros a fazer o mesmo. Inclusive, quero deixar um adendo aqui, as editoras precisam começar a colocar avisos de gatilhos nos livros! Esse segundo romance tinha praticamente um estupro por capítulo! Além dos assassinatos. Uma pessoa despreparada ou com trauma anterior simplesmente pode passar mal se vendo dentro de um pesadelo desses. É um absurdo que não veja discriminado em algum lugar da capa ou contracapa que há gatilhos dentro do romance.

A leitura se tornou indigesta a um ponto que eu estava dividida entre vomitar e chorar. Além disso, voltou aqueles diálogos sem separação que me davam uma agonia sem fim, os parágrafos enormes que davam a sensação que a história não andava, a mistura de violência com personagens que não tinham o menor carisma, você só sentia por eles raiva, nojo, pena ou indiferença. E se isso é retratar a sociedade tal e qual ela é, sinceramente, acredito que haja maneiras menos chatas de fazer isso. Ao menos coloque no papel um personagem por quem o leitor possa torcer. 

As histórias se cruzam em algum ponto, li resenhas dos outros livros e notei que os personagens se entrelaçam em diversas formas ao longo dos quatro romances que abordam incesto, pedofilia e algumas outras questões. Mas esses dois primeiros são mostrados de forma impessoal, praticamente irrelevante, como se ler sobre dois irmãos ou um filho e uma mãe transando fosse "normal". Ou mesmo ler a descrição de uma criança sendo queimada viva fosse corriqueiro e isso é amostra grátis perto do que tem nas páginas que li e provavelmente teriam nas próximas que não quero descobrir. Aquele tipo de narrativa meio jornalística, seca e sem nenhum lirismo, cujo intuito parece ser chocar e só. Isso, claro, é impressão minha

E aqui se encerra minha saga com esse livro que, confesso, não foi nada do que eu esperava e findou por me decepcionar muito. Uma pena, queria ter conseguido gostar ou me animar para continuar. Mas, como disse, talvez meu intelecto não esteja à altura da prosa de Carrero e tudo bem, ninguém é menos leitor por não entender Platão ou não cair de amores por Machado de Assis.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

[Livro] Otelo

Autor: William Shakespeare

Ano: 1604

Gênero: Tragédia

Sinopse: Em Veneza, Otelo, um general mouro a serviço do Estado, conquista Desdêmona, uma jovem, filha de um nobre local. Após enfrentar a ira do pai e defender-se com sucesso contra a acusação de tê-la "enfeitiçado", ele parte a Chipre em companhia da esposa para combater o inimigo turco?otomano. Lá, seu alferes, o manipulador Iago, consegue paulatinamente instilar na mente do mouro a suspeita de que Desdêmona o traiu.

Depois de explorar a vingança em Hamlet e a cegueira do poder em Macbeth, Shakespeare explora outro lado da psique humana ao externalizar, através de Otelo, o ciúme incitado pelo ódio de um dos seus homens de confiança: Iago.

A peça começa com o "honesto Iago" maldizendo seu general por ter preterido Micael Cassio como tenente ao invés dele, deixando-o no posto de alferes que tanto odeia. Ele trama juntamente com Rodrigo contra o mouro, aproveitando-se da paixão deste por Desdêmona, a filha única do senador Brabâncio que se casara secretamente com Otelo. Incitando o senador contra o general, este o leva à juízo afirmando que ele havia enfeitiçado sua filha, até então moça recatada que dispensara todos os pretendentes que a cortejaram (se eu senti um pouco de preconceito aqui? Senti, mas impressão minha) e jamais aceitaria a corte do mouro.

Nisso, o dodge convoca a própria para dar seu depoimento e ela conta que as palavras de Otelo são verdadeiras, os dois se casaram secretamente porque ela se apaixonou por ele, pelas histórias de suas aventuras nas diversas batalhas que enfrentou. Assim, não resta a Brabâncio outra alternativa além de engolir o casamento da filha contra sua vontade e sob ordem do dodge. Com a ameaça do ataque otomano, Otelo é enviado à Chipre para combater as forças inimigas e envia a esposa com Iago, seguindo na frente com Cassio.

Iago, vendo que seu primeiro plano falhou, começa a arquitetar outro usando ainda Rodrigo como muleta, decide incitar em Otelo a desconfiança de que sua esposa é amante de seu tenente. Enquanto maquina isso, começa a arrancar dinheiro de Rodrigo sob o pretexto de presentear Desdêmona e conseguir-lhe favores para ele. Chega ao cúmulo de usar a própria esposa, sem que esta saiba, para seus propósitos uma vez que ela é a dama de companhia de Desdêmona na viagem.

Cada vez mais desconfiado e cegado pelo ciúme doentio, Otelo começa a destratar a esposa sem que esta nada entenda, enquanto Iago aprecia os frutos da sua crueldade. Mas uma pequena parte do seu plano acaba falhando, infelizmente não impedindo o desfecho trágico dos personagens.

Essa peça é o verdadeiro manual do intrigante e percebi como Shakespeare era irônico ao salientar, diversas vezes, nas falas dos personagens sobre como Iago era "honesto" enquanto este tramava com sordidez nas costas de todo mundo, inclusive da própria mulher, a quem só tratava mal. Também percebia como a mulher era representada como um objeto descartável e cuja palavra não tinha muito valor se não fosse autorizada ou comprovada por um homem (infelizmente, uma realidade da idade média).

Achei interessante a representação de Otelo como um personagem negro em posição de destaque e alta patente, especialmente considerando a época e o racismo na Europa. Mas, não é possível deixar de lado como ele é retratado com uma natural tendência à bestialidade, algo que não me agradou. Ainda assim, a maneira como Shakespeare encadeia causa e consequência até culminar no desfecho cruel, é de uma magistralidade ímpar. 

Todavia, a meu ver, embora seja uma peça magnífica, ainda não se compara a Hamlet, para mim seu Magnum opus. Contudo, ainda gostei mais de Otelo que de Macbeth. Pretendo ler mais peças de Shakespeare, estou gostando muito.

domingo, 15 de janeiro de 2023

[Anime] Min Diao Ju Yi Wen Lu

Original: 民调局异闻录

Ano: 2020

País: China

Episódios: 12

Status: Na bolha

Sinopse: Na tarefa de capturar os traficantes de drogas na fronteira de Yunnan, uma equipe de forças especiais acidentalmente entra nas antigas cavernas do antigo Shu e se intromete em antigos rituais. O time foi quase completamente aniquilado. Apenas Shen Shuang e a polícia antidrogas Sun Desheng sobreviveram, sendo resgatados por um misterioso homem de cabelos brancos chamado Wu Hao. Após este incidente, os dois homens entraram acidentalmente no "Gabinete de Investigação e Investigação de Assuntos Civis" e gradualmente tornaram-se enredados em eventos mais sobrenaturais, revelando o véu de outro mundo.

Fazia tanto tempo que não assistia um anime, estava meio desanimada com as produções atuais e nada me soava interessante. Também é difícil assistir bons donghuas porque a maioria usa 3D não sei pra que e eu não consigo assistir porque fica parecendo que estou vendo uma cutscene de MMORPG ou de jogo do nintendo wii. Escolhi esse por dois motivos: o primeiro foi a sinopse interessante, o segundo foi o personagem de cabelo branco, sempre que tem um personagem de cabelo branco na história ele é muito foda.

A história conta sobre Shen La, um militar de alta patente que está com seu comandante e um esquadrão investigando um cartel de drogas. Eles acabam em uma misteriosa caverna onde são atacados por criaturas estranhas e descobrem que seu guia é na verdade um ser de outro mundo. Quando todos estão praticamente mortos, são salvos por um homem poderoso de cabelos brancos chamado Wu Mian que derrota o velho sem muita dificuldade, mas a energia maligna do velho acaba entrando no corpo de Shen La que apaga. Ele acorda dias depois em um lugar estranho e descobre que foi recrutado para o Escritório de Investigação Paranormal.

De início tudo soa estranho e sem sentido para ele, mas sem alternativa, acaba aceitando o emprego e é treinado por Bai Lu, uma sênior do grupo 1. Lá ele conhece outros integrantes e entra em missões que colocam em xeque sua crença na realidade enquanto luta contra o monstro que lentamente se apossa do seu corpo.

No começo eu estava amando o donghua, mas as notas foram decaindo no decorrer dos episódios, contudo não invalida minha experiência, gostei muito da história, a coreografia das lutas e os cenários eram lindos demais. Apesar de soar um pouco confuso pra quem não leu a novel, como eu, dá sim pra ter um bom tempo assistindo e espero mesmo que façam a segunda temporada continuando a história. 

[Livro] Condenados à vida I - Maçã Agreste

 Autor: Raimundo Carrero

Ano: 1989

Sinopse: Para Raimundo Carrero não há grande obra literária, por melhor que seja, sem que o autor apresente uma ampla visão do mundo, capaz de gerar discussões, debates e conflitos de idéias. Maçã agreste" reflete, com o estilo original e seco de Carrero, sua preocupação visceral com os problemas sociais e espirituais do homem, gerando um conflito de idéias que o autor entende como essenciais a toda obra literária.

Como muito bem colocou Paulo Freire: “... um dos princípios fundamentais para ler é aceitar que não se entendeu o que se leu.” Acho que poucas vezes na minha vida eu pude dizer que essa frase se encaixou com perfeição na minha situação, pois foi justamente o que aconteceu com Maça Agreste, o primeiro livro dessa tetralogia compilada em Condenados à Vida. Confesso para vocês, terminei esse livro me sentindo a pessoa mais burra e sem cultura do planeta. Juro. 

Eu levei uma semana lendo esse livro, tudo que eu sentia era sono e a sensação que a história não ia para canto nenhum. Palavra. Ela começa sem fazer o menor sentido, mas tudo bem, alguns livros são assim mesmo, leva um tempo até a história fazer sentido, o negócio é que aqui não faz, vai avançando e você entende menos que na página anterior. O romance é dividido em partes, a primeira narra Jeremias andando sem sentido enquanto, aqui e ali, faz uma crítica social mordaz. Essa personagem parece perdida, tentando entender a razão da sua existência, até aí okay. Aí ele encontra um pastor pregando numa praça e, no meio está uma guria e ele cospe na cara dela, literalmente, levando um tapão depois. Então os dois começam a rir e conversar como se nada tivesse acontecido. E eu fiquei bem "Gente, oi?"

Jeremias então descobre que a guria se chama Sofia e diz que ela tem que adivinhar o nome dele (???), os dois entram numa conversa que eu não entendi se era para ser filosófica, niilista ou política, mas eles acabam indo pra casa dele (ou pelo menos assim entendi) e ele começa a ler Quincas Borba para ela porque a personagem do livro tem o mesmo nome. E ela começa a se insinuar pra ele assim, do nada, enquanto ele lê e ele fica lá, lendo numa boa como se fosse de madeira. Até aí okay. Começa então a segunda parte chamada "história" que vai contar a história de Ernesto Cavalcante do Rego, no começo a gente pensa que não tem nada a ver com o resto da história até descobrir que se trata do pai de Jeremias.

Essa parte do livro foi a mais "normal" no quesito de coerência entre as cenas e do espaço-tempo. Mas compensou tudo isso com um ritmo indigesto e um personagem detestável e, tal como o romance que habita, maluco. Ele era o filho único de um senhor de engenho (e escravos) que idolatrava o pai. Mesmo com a criação rígida do homem, tinha todas as suas vontades atendidas de pronto sem questionamento. Colocou na cabeça que lagartixas eram descendentes dos dinossauros (???) através de uma história contada pelo pai e criou ainda criança uma seita reunindo os filhos dos escravos. Já jovem, começou a dormir com as escravas, cursava direito, mas comprava os trabalhos e subornava ou coagia os professores para obter boas notas. Descobriu também que não conseguia "funcionar" com mulheres brancas.

Ele tinha um amigo chamado Conrado, fascinado pela morte (mais a ideia romântica dela que o fato em si) e cheio de manias bizarras. Este, por sua vez, o apresentou à Rita Beatriz e Dolores, esta última viria a ser sua esposa mais por conveniência e falta de saída que por qualquer outra coisa. E ela casou sei lá pra que, juro. A mulher mais apática que já vi na vida. No casamento, ele sai para copular com uma escrava, deixando a noiva na festa sozinha, e como resultado na hora de consumar o casamento ele apenas não funciona. Não sei como esse homem fez dois filhos nessa mulher, palavra. A única coisa de proveito que eu tirei dessa parte foi esse macho escroto baixar a crina na frente da mulher, porque de resto, sendo sincera, foi bem indigesto. 

Aí vem a terceira parte do livro e a história se torna caótica. Gente, os diálogos às vezes vinham num parágrafo só, por Deus! Tinha hora que não dava para saber quem tava falando o que ou mesmo o que cabógis estava acontecendo ali. Jeremias uma hora decide montar uma seita pseudo-religiosa para ludibriar as pessoas, noutra está pelado numa cela após ter levado uma surra depois de surta num bar por causa do saxofone que foi possivelmente roubado, aí entra Sofia conversando umas coisas nada a ver também, e eles estão de volta na rua, fazendo os preparativos para a seita. E tem a irmã dele também que decidiu ser prostituta por profissão e ele revela que é porque ela foi violentada pelo próprio pai. E esse final de livro vira uma maluquice só.

Claro que eu fui atrás de quem entende das coisas melhor que eu e acabei no blog do Homoliteratus que fez uma análise do romance: 

"Uma maçã de pecados, desejos e sacrifícios, onde se vê verso e reverso dos personagens, tudo em torno da história original de um pai e seu declínio frente ao avanço do tempo. Um romance com fortíssimo senso de unidade e com importantes aspectos psicológicos e simbólicos.

A decadência de Dom Ernesto é, ao mesmo tempo, a derrocada do patriarcalismo rural. Sofia evoca a personagem de Machado de Assis no romance Quincas Borba, a que também se faz referência através do personagem Rubião, amante de Raquel – irmã de Jeremias. A prostituição de Raquel encarada como vocação, dom, predestinação, caridade ou mesmo amor aos homens. Jeremias, desde a infância aficionado por música, vem a abandoná-la pela arte de conduzir o povo, regê-lo, dominá-lo. Tanto Jeremias quanto seus seguidores foram seduzidos pelo poder, cada qual a sua maneira.

Todos esses aspectos das vivências sociais e da psique humana abordados pelo romance nos tiram das prisões dos pensamentos corriqueiros e trazem à mente estranheza e questionamentos múltiplos."

[Fonte: https://homoliteratus.com/maca-agreste-de-raimundo-carrero-fruto-de-um-talento-impar/] 

 A partir disso, me senti ainda mais burra porque eu não fiz nenhuma dessas conexões, mas pelo menos consegui me situar melhor nessa doideira que foi esse livro, embora muita coisa ainda me soe sem pé e nem cabeça. A coisa é que ler ele direto, como eu pretendia, não vai rolar. Para não abandonar, vou intercalar a leitura dos outros 3 livros com outras coisas. E é isso. 

domingo, 8 de janeiro de 2023

[Drama] Falling in Love

Título original: 谈恋爱前先吃饭

Gêneros: Comida, Comédia, Romance, Juventude

País: China

Episódios: 12

Sinopse: Chi Xiao Nian é talentosa na arte de cozinhar, mas com passava o dia todo cozinhando, seu namorado a considerava chata e medíocre. No aniversário deles, ela preparou uma refeição especialmente para ele, mas quando foi entregar seu coração se partiu ao vê-lo com outra garota. 

Enquanto isso Yan Yu, um antigo amigo da Chi Xiao Nian, é um garoto de palavras ácidas e coração gentil. Quando ela está passando por essa situação horrível, ele a ajuda e diz que fingirá ser seu namorado para que ela se vingue do canalha. Aos poucos, Xiao Nian, vai recuperando sua autoconfiança enquanto aprimora seu talento fazendo refeições de dar água na boca. 

Onde Achar: Wei Fansub

Quis assistir esse minidrama por causa da sinopse, amo esse plot de amigos que se apaixonam, mas não foi bem o que eu esperava quando finalmente terminei, embora seja bem fofinho. Como ele não é muito grande e os episódios são muito pequenos, coisa de uns dez minutos, não vou falar muito pra não dar spoiler.

Chi Xiao Nian e Yan Yu se conhecem desde criança. Por causa do trabalho, os pais de Yan Yu sempre deixavam o filho na casa dos pais de Xiao Nian o que fez com que crescessem juntos. Enquanto ele é inteligente e estudioso, a maior qualidade dela é ser muito otimista, porque Xiao Nian não leva o menor talento para estudar. Contudo, é uma cozinheira de primeira linha.

Ao descobrir que seu namorado a traiu, ela bola um plano para se vingar dele arrumando um namorado falso, e Yan Yu, que sempre fez sua vida ser impossível, se oferece para cumprir esse papel. Inicialmente, achando que é uma pegadinha, ela rejeita a ideia. Mas quando ele a "salva" de uma situação desconfortável, aceita fazer um contrato com ele.

Contudo, conforme levam a farsa adiante, os sentimentos dos dois começam a mudar. Poderá um amor surgir de uma amizade já problemática?

A história é fofinha e tals, mas não consegui me apegar aos personagens como esperava, o drama não foi bem a historinha que eu fiz na minha cabeça quando escolhi para assistir, mas não foi desastroso, é legal para maratonar se tem pouco tempo e oferece uma historia até legal.

[Livro] A Canção da Órfã

Original: The Orphan's Song

Autora: Lauren Kate

Gêneros: Ficção, Romance histórico

Ano: 2020

Páginas: 322

Sinopse: Veneza do século XVIII. Época em que os amantes erguiam seus disfarces sob pontes para trocar um beijo e quando a música era a maior de todas as artes. Em uma era de excessos, duas crianças abandonadas no Incuráveis, um hospital convertido em orfanato, cujo conservatório se dedica a ensinar música aos órfãos, sonham em ter uma família e um lugar que possam chamar de lar.

A rigidez dentro dos muros do Incuráveis não é capaz de aprisionar o coração da sonhadora Violetta. À medida que a corista cresce, arde dentro dela o anseio de desbravar o mundo que avista apenas do telhado do orfanato. É ali que seu caminho se cruza com o de Mino, um talentoso violinista também sedento por escapar do claustro e viver a vida que lhe foi negada até então. A conexão entre eles é imediata. Uma amizade nasce sem qualquer esforço… assim como algo mais.

Uma vez do lado de fora dos portões do Incuráveis – e longe do olhar férreo da abadessa -, não tarda para que Violetta e Mino descubram que a realidade é muito menos brilhante que os sonhos. E muito mais cruel, já que o destino se encarrega de conduzi-los para direções contrárias. Letta e Mino se perdem um do outro… e de si próprios.

Um par de cenas não descritivas de sexo e um bocado de lágrimas e já chamam isso de "romance adulto"? Não. É um par de jovens que não sabe o que querem de verdade e ficam se embrenhando em pseudo-felicidades e mentindo para si mesmos. Dizer, a série Fallen até começou bem, cenário instigante, conflito com potencial e personagens que, sob uma primeira impressão, geravam curiosidade. Mas o desenvolvimento começou a lentear, lembro que das duas vezes que me propus a ler sempre ficava "empacada" no quarto livro e achei o desfecho tão insosso que fechei o volume com a sensação de perda do meu tempo. O aguardado Livro de Cam também se mostrou uma senhora decepção para os fãs (pelo menos uma boa parcela deles).

Ainda assim, decidi dar outra chance para a autora com sua segunda aposta no mercado, Teardrop e, confessar, o primeiro volume nem é tão horrível, a ideia era boa, tinha potencial, mas parece que ela esqueceu como se escrevia e a sequência ficou risível de tão ruim, difícil de ler e com um final esdrúxulo para dizer o mínimo! Poucas vezes eu li um livro tão ruim. Mas, como nem só de livros bons vive o homem, ainda dei uma outra chance para ela, ano passado li seu primeiro romance, A Traição de Natalie Hargrove, que era para ser inspirado em Macbeth de Shakespeare o que eu achei um insulto, porque as personagens fracas e superficiais de Kate não chegam aos pés da genialidade e construção do bardo. O resultado é uma trama adolescente sem sal, com um conflito patético e um desfecho ainda mais ridículo. Quem foi que disse a ela ser uma boa ideia pegar uma peça tão sombria e transformar num romanceco adolescente sobre baile de ricos? Meu Deus!

Em 2021 eu já tinha tentado ler A Canção da Órfã, na verdade, quando esse livro foi anunciado pela editora eu fiquei maluca porque a sinopse prometia muito! A capa era até bonitinha, mas depois de passar pela experiêcia pavorosa de Teardrop achei que a autora finalmente ia se redimir. Bem, pelo menos comigo não foi o que aconteceu. Eu acabei abandonando o livro em pouco mais de sessenta páginas que não conseguiram driblar minha falta de paciência para o enredo maçante. Todavia, achei que era apenas o momento errado para ler o livro, às vezes acontece já que as histórias têm seu próprio momento para nos encontrar, deixei ele no livreiro enquanto amadurecia a ideia de lê-lo novamente. E o que aconteceu foi a descoberta de que, talvez, eu seja um tanto masoquista por me forçar a finalizar um livro que eu não estava gostando. Mas, a gente não pode e nem deve "falar mal" de coisas que não conhece.

Certo, A Canção da Órfã não é um livro ruim no sentido literal da palavra, pelo menos comparado com Waterfall o livro é digno de um prêmio! Mas gente, que livro lento. Jesus! A história se passa em Veneza, ali pelos anos 1500, conta sobre um orfanato onde, apesar das restrições, uma soprano e um violinista se apaixonam.

Quando criança, em uma noite insone, Violetta vê o momento em que uma mãe, abrigada pelas sombras, abandona seu filho de cinco anos no orfanato onde ela morava. A mulher cantou uma música que nunca saiu da mente da menina, e fora ela que colocara o pequeno garoto na cozinha para ser encontrado pela copeira. Anos depois, sob a tensão de ser ou não admitida no coro da igreja, ela se refugia em seu esconderijo no telhado e acaba conhecendo Mino, um garoto que, contrariando as regras do orfanato, aprendeu a tocar violino. O fascínio dela por ele é quase imediato, tal como o dele por ela e os dois começam a se encontrar escondidos e até mesmo compõem uma música juntos.

Contudo, o destino se encarrega de colocá-los em caminhos diferentes quando Violetta não aceita o pedido de casamento de Mino por saber que nunca poderia cantar fora da igreja graças à proibição que todas as coristas eram forçadas a aceitar e por não se achar capaz de ser mãe e dar a ele a família que tanto almejava. Assim, ele vai embora e começa a viver nas ruas enquanto ela é admitida como soprano principal do coro e começa a trabalhar para a igreja. Ainda assim, mesmo conseguindo o que tanto queria, não era feliz. Mino, por sua vez, começa a viver como um mendigo até conhecer Ana, com quem se envolve e, posteriormente, se casa formando sua própria família.

Mesmo separados, os dois continuam se gostando. Violetta começa a se aventurar além dos muros do orfanato em busca de uma vida sem leis, mas seu caminho e o de Mino vão acabar se encontrando outra vez quando os fantasmas do passado começarem a assombrá-los e os perigos do presente espreitarem a primeira oportunidade para destruí-los para sempre. 

Eu tentei arduamente, a cada página, me conectar com esses personagens, mas realmente não deu. Violetta era chata, mimada, intragável e parecia viver com "fogo sob as saias". Mino não sabia o que queria da vida, não tinha nada e se lamentava, conseguiu tudo e continuava se lamentando. Nada nunca tava bom. Era frustrante.  Além disso, o recurso usado para juntar o casal principal me soou tão forçado que se eu já não shippava os dois no começo foi aí que não shippei mesmo! E o final do livro é a cereja do bolo, não bastasse todo o clima pesado que a história teve ela achou mesmo que aquele final ficou com cara de feliz? Sério, não vou ler mais nada dessa mulher, eu e ela não nos entendemos. A quem gostou do livro, minhas felicitações, comigo não funcionou. Chato demais.