terça-feira, 30 de julho de 2019

[Livro] Herdeiro Inesperado

Original: Crowned for the prince's heir
Autora: Sharon Kendrick
Gênero: Romance de amor
Ano: 2017
Páginas:160

Sinopse: O segredo que ela guardou... A estilista Lisa Bailey terminou a sua relação com Luc porque sabia que o seu caso com o príncipe não teria futuro. Mas um último encontro iria deixá-la cheia de paixão, de desejo e... grávida! Meses depois, o príncipe Luciano de Mardovia está prestes a concretizar o casamento político perfeito quando uma revista de bisbilhotices publica uma foto de Lisa claramente grávida! Ele tem a certeza de que o filho é seu. Agora, Luc terá de reclamar o seu herdeiro a qualquer custo, mesmo que Lisa seja uma noiva inconveniente. No final, ela tornar-se-á a sua rainha!

Ganhei esse livro da minha irmã em um dia comum que ela voltava do trabalho e passou nas Americanas e viu o livro lá, não estava muito caro então ela comprou para mim sabendo que gosto desses romances da Harlequim.

A história gira em torno do príncipe Luc de Mardóvia, um casanova que vive todas as aventuras sexuais que pode antes de se casar com Sophie, princesa de uma ilha vizinha a quem está prometido desde o nascimento. O problema encontra-se num ateliê que agora está situado em um bairro nobre de Londres onde Lisa Bailey é a estilista. Lisa foi a primeira mulher a dar um fora em Luc e aquilo não apenas feriu o orgulho do príncipe controlador como também serviu de gatilho para que não conseguisse tirar a mulher da cabeça. Dois anos haviam se passado desde a última vez que se viram e, se ele estava ali, era com o intuito de tê-la uma última vez para conseguir aniquilá-la para sempre de seus pensamentos.

Mas o tiro saiu pela culatra.

Lisa pensou que estava vacinada contra Luc até vê-lo parado em toda a sua glória no meio do seu ateliê. A atração entre os dois era explosiva e foi acesa de modo instantâneo, mas ela não estava disposta a ceder aos encantos do príncipe, sabia que Luc não estava interessado em amor e fora justamente por esse motivo que o deixara anos antes, porque começava a amá-lo e sentir aquilo só faria com que se machucasse no final. Mesmo que tentasse tratá-lo da maneira mais casual possível, lhe parecia cada vez mais difícil resistir ao magnetismo daquele homem quando todo seu corpo gritava pelo toque dele. O que culminou numa última noite juntos e na revelação fria do casamento dele com a princesa dali algumas semanas.

Porém, quando em um tabloide de moda Luc descobre que Lisa está grávida não há dúvidas que o filho é dele, o tão desejado herdeiro que sob nenhuma hipótese pode nascer longe da sua terra de direito. Assim, contrariando todos os costumes, ele põe um fim no seu noivado com Sophie e vai atrás de Lisa, contudo, como sabia que ela não cederia fácil ao seu pedido de casamento, decide usar de outros subterfúgios para ter ela e seu filho ao seu lado, não importa que o reino inteiro se posicione contra ela ou que seus instintos lhe digam que ela não é adequada para a realeza, Luc está mais que disposto a mantê-la ao seu lado, mesmo que ela não queira isso.

Não sou muito chegada nos romances contemporâneos, geralmente prefiro os históricos porque apesar de seguirem uma linha de raciocínio similar, elas sempre me proporcionam alguma surpresa e vêm ambientadas em lugares inusitados, algo que gosto muito. Os contemporâneos fica muito fácil a gente adivinhar o passo seguinte então meio que perde a graça. Com esse não foi muito diferente, a noveleta segue uma personagem que paga de dona de si, mas no fim não consegue pensar com a cabeça e é dominada pela libido, algo que acho insuportável. Luc é arrogante, controlador e meio infantil às vezes, o que me fez penar um pouco para terminar o livro.

Achei o final meio... nã. Ela desistiu do que queria fazer para ser princesa, sei lá, não casou muito com o que ela tentava passar o livro inteiro. Me irritava a forma como tudo não ia para frente simplesmente porque os dois não abriam as malditas bocas! Mas isso acontece em todas essas novelas, é impressionante. Enfim, não me agradou muito, de todos os que li desde a época da escola esse foi um dos que menos gostei.

Escrevendo Um Novo Começo (De Novo!)

Saudações, pessoal!

Capa da 1ª Edição
Tem um tempo que decidi reescrever Um Novo Começo, publicado em 2016 pela Editora Multifoco. Havia várias coisas na história que não estavam me agradando e, sempre que via o livro na estante, me dava uma sensação de angústia. 

Claro que eu sabia que não podia mexer na história pelo período de dois anos que era o tempo de contrato, então, só pude começar a trabalhar silenciosamente até ano passado quando comecei a publicação da segunda edição no Wattpad. Dessa vez tive tempo e liberdade para fazer pesquisas mais detalhadas tanto sobre coma como sobre oncologia, desenvolvi melhor as personagens e suas relações, tentei técnicas e ferramentas de narrativa que aprendi nos cursos que fiz e apliquei tudo ao livro que agora chega a finalização da segunda edição e me deu certo orgulhinho do trabalho feito até então.

A história ficou bem grande, 47 capítulos, em comparação as suas 232 páginas na primeira edição, a conclusão dessa nova, na formatação que estou usando, está com quase 600! Mas estou feliz com o resultado e as pessoas que acompanharam todo o processo aprovaram a história e as reviravoltas que aconteceram. Pude desenvolver melhor as personagens e seus contextos, criar uma linha cronológica com mais fundamento para os acontecimentos que cercavam as personagens, introduzi algumas personagens de transição e destaquei personagens que ficaram ofuscadas na primeira edição e mereciam melhor destaque. Além de uma série de surpresas e coisas não ditas que a primeira edição deixou passar. Ficou mais cheia de vida e mais fundamentada. Valeu muito a pena e essa é a sensação que deixa a consciência tranquila.

Um Novo Começo surgiu em 2009 nas páginas de um caderno que eu levava para cima e para baixo ainda quando estava no meu segundo ano do anormal médio após completar o ensino médio em 2007. Foi a primeira história em que consegui me expressar de modo desvinculado da minha realidade e abordar alguns temas que fugiam da minha zona de conforto como sexo, conflitos familiares e maternidade, mesmo que de um jeito bem amador para a minha cabeça de 19 anos sem qualquer embasamento do processo de narrativa.

Capa da Segunda Edição
Para a segunda edição, além dos temas que me propus a abordar no começo da minha juventude terem sido melhor desenvolvidos e embasados em algumas pesquisas, decidi abranger com outros temas como inserir meu primeiro personagem homossexual, um insight que me deu de última hora porque, até então, eu não fazia ideia que aquele personagem era gay, só quando o desenvolvi melhor e pude ouvir a voz dele. Atrair mais atenção e desenvolver melhor a recuperação de Geovana (porque ninguém acorda de um coma e vai direto pra casa!) e dar um pano de fundo maior para Brígida também que era uma personagem importante e foi deixada meio de lado.

Além da criação de personagens novas como Emily, Clark e Emmaline. A montagem da história foi feita de outra forma, os conflitos também foram abordados sob uma nova luz, enfim, foram muitas mudanças e espero de coração que todos vocês leiam aproveitem e gostem do resultado tanto quanto eu! De coração!

Vou deixá-la lá até fazer uma boa revisão e, com sorte, colocarei-a na Amazon onde, no momento, é o lugar em que planejo fazer minhas publicações. Inclusive, dia 15 de agosto tem novidade, mas isso é assunto para outro post. Queria convidar você que não me conhece a ler Um Novo Começo no wattpad e também descobrir minhas outras histórias, tem muita coisa bacana por lá. 

[Dorama] Perfect Crime

Original: パーフェクトクライム (RR:Pafekuto Kuraimu)
Direção: Takeshi Furusawa, Yusuke Taki, Osamu Minorikawa
Roteiro: Junpei Yamaoka
Episódios: 10
Ano: 2019
País: Japão
Elenco: Sakurada Dori, Reina Triendl, Hidekazu Mashima, Motoki Ochiai, Mariya Nagao e ICONIQ

Sinopse: Kaori é uma designer de interiores. Ela está mantendo um relacionamento secreto com seu chefe Fuyuki há anos. Fuyuki é um homem casado e mesmo sabendo que não poderá ter um futuro ao seu lado, ela ainda o ama e continua seu relacionamento. Um dia surge Haruto, um jovem designer que acaba de ser transferido de um escritório em Nova York. Kaori e Haruto começam a trabalhar juntos como parceiros no trabalho. Após conhecer Haruto, o destino de Kaori começa a mudar.

Baseado no mangá de Ririo e Aya Tsukisima.

Onde Encontrar: Mahal Dramas Fansub

Parece estar virando tendência no Japão os dramas no estilo Kuzu no Honkai com essa pegada mais sensual discutindo umas questões meio polêmicas em um país onde quase tudo ainda é tabu, sem contar na sociedade machista japonesa. Esse ano ainda teve, além de Perfec Crime, Kakafukaka (que eu não assisti) classificado como adulto e tratando do tema de disfunção erétil e um homem e uma mulher vivendo sob o mesmo teto sem ser casados, duas coisas impensáveis na mídia japonesa até uns vinte anos atrás. Particularmente não sei se acho isso bom ou não rsrsrs.

Bem, Perfect Crime vai tratar de duas personagens centrais, Maejima Kaori é uma talentosa planejadora que está tendo um caso com seu chefe, Fuyuki, mesmo sabendo que ele é casado. Ela acredita que é apaixonada por ele e, sobretudo, que ele um dia vai largar a esposa para ficar com ela. A coisa é que Kaori tem um desespero tão grande em ser amada e fugir da solidão que prefere se subjugar a um sentimento pela metade e se diminuir ao ponto de amante a esperar uma relação dela. Shinonome Haruto é um designer de interiores muito conhecido em sua área que trabalha numa filial em Nova Iorque, ele tem uma paixão obsessiva por Miwa, com quem trabalhou na empresa e que agora é esposa de Fuyuki que foi seu chefe antes de voltar para o Japão.

Quando ele descobre do sofrimento de Miwa com a traição do marido, decide voltar para o Japão com a intenção de se vingar de Kaori. Assim começa um verdadeiro jogo de gato e rato enquanto Haruto tenta de todas as formas conseguir a atenção da planejadora e afastá-la do chefe para que este volte para Miwa, porém, o que ele não contava é que no meio do plano de sedução seu coração caísse na própria armadilha.

Te contar que quando o drama começou eu não dei muito nele não e, verdade seja dita, só assisti por causa do Dori Sakurada porque gosto muito da forma como ele atua, contudo, o personagem de Haruto tem muito de Mugi do seu trabalho anterior Kuzu no Honkai, é um homem obsessivo e cego por um sentimento claramente não correspondido, o que me surpreendeu foi ele forçar Miwa a dormir com ele duas fucking vezes e ela não oferecer praticamente nenhuma resistência! Gente, qual é? E parece ser uma unanimidade das mulheres desse drama, além de não poder viver sem homem parece que elas não tem voz, não sabem apenas se impor quando não querem algo.

Kaori se dava tão pouco valor quando se envolvia com o chefe que me dava agonia, e pior que ela ainda era a Miwa naquele amor que aceita a infidelidade do marido porque o amor respeita as escolhas, a vá! Te dizer que não curti não, o que eu vi foi gente brincando com os sentimentos do outro, fazendo trapaças em nome de amor e proteção, enganando a si mesmos e insistindo em coisas que não tinham futuro. Apenas. Final foi quase previsível também, mas pelo menos "feliz" porque dá aquela sensação de que deu certo, mas não deu. Dizer que ultimamente os dramas japoneses já não estão chamando muito minha atenção e os poucos que eu arrisco assistir estão decepcionando.

Era, na verdade, pra eu ter assistido Ouroboros no lugar desse, mas só tinha em um fansub e as raws estavam praticamente todas com problema aí não deu. Fiz o pedido no Banzai e, com sorte, até o fim do ano eu consigo ver, mas acabei, ao procurar com legenda em inglês, pegando spoiler do sad ending. Mesmo assim ainda quero ver, vou abrir exceção pra ele porque parece ser mesmo muito bom. E esse drama encerra as resenhas de Julho que foi bem menos proveitoso do que imaginei. 

domingo, 28 de julho de 2019

[Livro] A Mulher na Janela

Original: The Woman in The Window
Ano: 2018
Páginas: 352
Autor: A.J. Finn
Gênero: Thriller, Suspense, Mistério

Sinopse: Anna Fox mora sozinha na bela casa que um dia abrigou sua família feliz. Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém reclusa, ela passa os dias bebendo (muito) vinho, assistindo a filmes antigos, conversando com estranhos na internet e... espionando os vizinhos. Quando os Russells – pai, mãe e o filho adolescente – se mudam para a casa do outro lado do parque, Anna fica obcecada por aquela família perfeita. Até que certa noite, bisbilhotando através de sua câmera, ela vê na casa deles algo que a deixa aterrorizada e faz seu mundo – e seus segredos chocantes – começar a ruir. Mas será que o que testemunhou aconteceu mesmo? O que é realidade? O que é imaginação? Existe realmente alguém em perigo? E quem está no controle? Neste thriller diabolicamente viciante, ninguém – e nada – é o que parece. "A Mulher Na Janela" é um suspense psicológico engenhoso e comovente que remete ao melhor de Hitchcock. (Via Skoob)

Esse foi escolhido no clube do livro para esse mês, eu tinha comprado esse livro nas Americanas meio às cegas porque não tinha sinopse atrás, então decidi dar uma chance até porque ele não estava muito caro na hora. 

Acompanhamos a história de Anna, uma mulher formada em psicologia infantil e com especialização na vida alheia (sim, isso mesmo!), ela sofre de agorafobia e seu passatempo é ver filmes antigos e olhar a vida dos vizinhos com uma câmera profissional. Num primeiro momento, sabemos que ela está separada do marido e da filha, com quem conversa esporadicamente, ela recebe seu psiquiatra em casa com regularidade e também uma fisioterapeuta, os assuntos externos que não podem ser resolvidos pela internet ou telefone são feitos por David, seu inquilino do porão. Toda a vida de Anna seguia na monotonia de sempre, olhando a vida dos outros ao invés de cuidar da própria (e ela bem que está precisando disso), tomar os remédios quando dá vontade (ou seja, nunca, com exceção do de dormir) e encher a cara de vinho (muitas vezes com os remédios junto, muito responsável!).

Até aquele halloween.

Como sabia que não conseguiria sair e da mesma forma não seria viável deixar os doces do lado de fora, ela decide fingir que não está em casa e, como pagamento, acaba sendo vítima da "travessura"das crianças que atiram ovos na sua casa. Quando tenta sair para reclamar ela acaba tendo um ataque de pânico e é ajudada por uma mulher que reconhece como Jane Russell, sua vizinha do outro lado da rua. Enquanto espiona a vida deles ela é surpreendida por Jane de novo e recebe uma nova visita da mulher, as duas passam uma tarde de jogos, confidências e muito álcool até que Jane vai embora e, alguns dias depois, Anna presencia seu assassinato. Ela vê o momento que a vizinha aparece na janela com algo espetado no peito e cai deixando um rastro de mão ensanguentada na janela.

Aterrorizada, Anna liga para a polícia crente que sua vizinha foi assassinada, mas seu testemunho é desacreditado pelo seu estado psicológico, o tanto de álcool que ela bebeu e o fato de não ter corpo ou qualquer coisa errada na casa dos Russells, exceto por Ethan, o filho do casal, que parece saber mais do que fala e ter medo demais para falar. Tudo piora quando outra Jane Russell aparece. Anna começa a investigar como pode o que aconteceu, mesmo quando todos dizem que ela imaginou tudo aquilo, o desespero começa a engoli-la a um ponto que ela começa a duvidar de si mesma, até um stalker começar a persegui-la.

Disposta a ir fundo naquilo em que acredita e provar a culpa de Alastair (que ela acredita ter matado a esposa), ela começa a desconfiar também do seu inquilino e se recusa a aceitar a verdade sobre si mesma. Em uma busca frenética para provar que diz a verdade, Anna vai enveredar no mistério de uma família cheia de segredos enquanto luta para não perder a própria sanidade.

O começo desse livro foi bem arrastado, acho que se tivesse lendo em e-livro eu teria ficado tentada a desistir. É a Anna que narra a história e aqui acontece o mesmo problema de A Garota no Trem, a gente tem uma personagem instável em quem não podemos confiar e o agravante é que ela não nos ajuda a ter empatia com ela agindo de modo irresponsável consigo mesma. Gente, tinha hora que eu queria sacudir essa mulher, na boa. Okay, em parte eu entendo a birra com os remédios, quando eu fazia tratamento não gostava do que as drogas faziam comigo, da maneira como elas pareciam inibir minhas emoções e, em parte, essa relutância da Anna em se medicar é compreensível, mas quando ela começa a encher a cara de vinho, mentir para os terapeutas e misturar vinho com remédio aí não dá pra defender não, principalmente porque ela é uma psicologa formada e ela sabe muito bem as consequências de fazer isso.

Por ser ela a narradora, de cara a gente já sabe que não pode e nem deve confiar em tudo que ela diz, na verdade eu só tinha certeza que havia algo errado acontecendo por causa do Ethan, muitas das coisas eu consegui prever e acertar, mas o acontecido sobre o qual a história gira, esse me pegou de jeito. Acho que era um plot twist que ninguém esperava e o autor soube usar a instabilidade psicológica da personagem para camuflar isso uma vez que é ela que conta a história e, caso estivesse mentalmente saudável, teria descoberto a verdade muito mais cedo. Então sim, vale a pena insistir no livro, ele demora um pouco a engatar, mas conforme o cerco vai se fechando os picos de adrenalina vão deixando a narrativa interessante. Recomendo (e recomendo muita paciência também hahaha).

A adaptação cinematográfica sai em outubro, assim que eu conseguir assistir (só não sei se esse ano ainda porque aqui não tem cinema) eu volto para contar o que achei!

sexta-feira, 26 de julho de 2019

[Relendo&Resenhando] Julieta Imortal

Original: Juliet Immortal
Autor: Stacey Jay
Ano: 2012
Páginas: 240
Gênero: Romance, Fantasia, Releitura

Sinopse: Julieta Capuleto não tirou a própria vida. Ela foi assassinada pela pessoa em quem mais confiava, seu marido, Romeu Montecchio, que fez o sacrifício para assegurar sua imortalidade. Mas Romeu não imaginou que Julieta também teria vida eterna e se tornaria uma agente dos Embaixadores da Luz. Por setecentos anos, Julieta lutou para preservar o amor e a vida de inocentes, enquanto Romeu tinha por fim destruir o coração humano. Mas agora que Julieta encontrou seu amor proibido, Romeu fará tudo que estiver ao seu alcance para destruir a felicidade dela. Segredos, mistérios e surpresas envolvem este poderoso romance em que o casal mais famoso da literatura mundial tem a chance de contar sua verdadeira história.

É com o trailer incrível que eu quero abrir a resenha desse livro, uma resenha decente dessa vez porque a primeira que eu fiz estava horrível graças a ressaca literária de A Hospedeira. E, percebo, não consegui aproveitar completamente a primeira leitura desse livro, ainda que tenha me apaixonado pela história. Então, foi uma alegria que não posso expressar relê-lo nesse projeto.

Julieta Imortal conta a história mais famosa de todos os tempos, imortalizada por Shakspeare na tragédia mais recontada do planeta, sob a perspectiva da própria Julieta, uma adolescente de quatorze anos que se entregou a um amor intenso e foi traída por aquele que mais amava quando Romeu lhe deixou com um punhal no peito sozinha naquela tumba para morrer. Foi assim que ela se juntou aos Embaixadores da Luz para lutar contra Romeu, agora um Mercenário, e curar o mundo através do amor, funcionando como uma espécie de cupido e protegendo almas gêmeas, unindo-as em um amor tão intenso que as armadilhas de Romeu não poderá separá-las.

Para cumprir seu propósito, Julieta sempre habita por um período de tempo o corpo de alguma garota viva enquanto Romeu rouba corpos dos mortos e os dois se reencontram, dessa vez, da maneira mais inusitada possível. Julieta habita Ariel Dragland uma adolescente sem autoestima que está no carro com Dylan Stroud, um playboy que a humilhou quando ela descobriu que ele apostou 500 dólares com os amigos para tirar a virgindade dela. Ao olhar para Dylan, Julieta sente repulsa por ele, mas logo esse sentimento se transforma em medo quando o garoto abre os olhos e ela descobre que ele morreu e agora é Romeu que habita aquele corpo.

Na luta desesperada para salvar sua vida — e a de Ariel — ela consegue fugir do carro acidentado de Dylan e subir o barranco para procurar ajuda. É quando surge Ben Luna, um garoto novo na cidade que acaba sendo forçado a dar carona para Ariel impedindo que Romeu/Dylan a matasse. A atração entre os dois é imediata, Julieta não entende como pode se sentir tão emocionalmente abalada com a presença daquele estranho em especial porque Ariel não o conhece e aquilo não acontece com ela, seu trabalho ignora suas emoções, as almas gêmeas são tudo que importa. Ela sente que há algo diferente naquela encarnação sua, não somente por seus sentimentos avassaladores por Ben, mas porque não conseguiu contactar a Enfermeira, a embaixatriz da luz responsável por ela.

Ela percebe que Ariel tem muitos problemas e Julieta prevê que terá dificuldade em arrumar tudo, não apenas com a mãe da garota, Melanie, que tem uma espécie de mágoa e ressentimento acumulados de anos, além de Gema, a suposta melhor amiga que Ariel não vê ha semanas. E não bastasse seus problemas todos, ela acaba descobrindo que Ben é a alma gêmea de Gema que não o merece, a aura dele brilha tanto com o sentimento de amor que Julieta não consegue se conformar em deixá-lo para Gema, ainda mais, que não pode amá-lo por que não tem um corpo, não pode contar a verdade porque ele nunca acreditaria e, a pior parte, não pode aceitar o amor que ele diz sentir por ela.

Romeu lhe oferece uma chance de salvar a ambos, não apenas lhe revelando segredos poderosos sobre o mundo que ambos conheceram, mas afirmando que Julieta não pode confiar nos embaixadores, pois estavam mentindo para ela o tempo todo. Mas a única forma de salvar sua vida é amando-o outra vez, coisa que ela sabe nunca ser capaz. Ao começar a questionar toda a verdade do que fez nos últimos trezentos anos, Julieta começa a desvendar segredos obscuros do mundo da Luz e da Escuridão, a vida de Ben e Gema corre perigo quando o cruel Mercenário que corrompeu a alma de Romeu reaparece com sede de sangue, os espectros sombrios dos corpos mortos de Romeu e Julieta também estão rondando-os em busca de descanso — um ameaçador descanso! — para salvar Ben das mãos do mercenário, Julieta arriscará tudo que lhe resta, seu coração, sua alma e até mesmo a vida de Ariel.

Eu amo esse livro, simplesmente. Não apenas pelo fato de termos uma visão mais realista do que aconteceria além da tragédia, se Romeu e Julieta não tivessem seu fim trágico, a vida que levariam não seria nada como o "felizes para sempre" sugere, em especial porque amor sozinho não sustenta tudo, principalmente um fugaz e sem base como o dos dois. É legal porque somos levados a avaliar a relação deles de modo mais crítico, além dos monólogos longos e do intenso amor instantâneo que os uniu e, através desse olhar analítico, vemos todas as lacunas na relação deles que, desde o início, estava fadada ao fracasso não apenas pela rivalidade de suas famílias. 

É certo que às vezes Julieta é bem irritante, mas a diferença dela para livros como Amada Imortal, por exemplo, é que há uma base sólida para seu comportamento, suas ações são movidas por uma desconfiança válida de uma pessoa que a assassinou de maneira cruel, ela não tem a visão de fora que, de alguma forma, nós temos ao avaliar o contexto, ela não pode prever o que vai acontecer e essa ignorância se torna uma atenuante para suas ações por vezes inescrupulosas que não nos faz detestá-la, mas entendê-la e mesmo pensar o que faríamos no seu lugar. 

Outro ponto que gosto imensamente na história é essa carga mais puxada para o terror, não apenas nas cenas violentas que são bem intensas e mesmo cruéis, mas na representação dos espectros e das ameaças dos mercenários. A mitologia criada por Stacey se torna um que a mais no meio da velha guerra entre luz e trevas que ganha uma roupagem moderna e traz uma crueza que beira a realidade. O final do livro nos dá aquele gosto agridoce de felicidade e tristeza, mas para mim não deixou nem um pouco a desejar. Super recomendo para todo mundo que procura um bom romance. Julieta Imortal é forte, provoca algumas reflexões muito boas acerca dos relacionamentos, da conduta humana e até mesmo da religião em si — nada me tira da cabeça que toda a história Embaixadores X Mercenários não tem aquele fundinho de crítica religiosa — além de dar uma roupagem fascinante a Romeu e Julieta trazendo verossimilhança e atração para a história.

segunda-feira, 22 de julho de 2019

[Dorama] Hello Monster (I Remember You)

Original: 너를 기억해; rr: Neoreul Gieokhae lit. Eu me lembro de você
Direção: Noh Sang-hoon, Kim Jin-won
Roteiro: Kwon Ki-young
Ano: 2015
Episódios: 16
Gênero: Romance,Suspense, Mistério
Elenco: Seo In-guk
Jang Na-ra
Lee Chun-hee
Choi Won-young
Park Bo-gum

Sinopse: Quando um assassino em série ataca mulheres que têm uma aparência semelhante, a Equipe Especial de Investigação Criminal do departamento de polícia enfrenta dificuldades. Enquanto a detetive de elite Cha Ji An (Jang Nara) e seus colegas examinam a cena do crime mais recente, o misterioso Lee Hyun (Seo In Guk) aparece e instantaneamente determina a marca registrada do assassino. Hyun é um gênio em perfis criminais com formação em psicologia criminal que recebeu um e-mail anônimo que o fez vir dos Estados Unidos para investigar a cena do crime. O assassino parece estar mandando um recado pessoal a Hyun com as pistas que deixa no caminho, e Hyun se pergunta se esse assassino estaria relacionado ao “monstro” criminoso de sua infância que matou o seu pai e foi responsável pelo desaparecimento do seu irmão mais novo. Ji An conhece Hyun desde a infância e está em êxtase de ver seu amor de infância novamente, mas Hyun parece não se lembrar dela.

Como "nasce" um psicopata? Essa parece ser a pergunta que o drama Hello Monster tenta responder em seu argumento de dezesseis episódios. 

Lee Joong-min é uma espécie de profiler e psicólogo da polícia coreana, seu trabalho mais recente consiste em entrevistas com o jovem assassino em série Lee Joon-young, mas o garoto, visto por todos como um monstro e mestre em manipular a mente das pessoas, lhe dá um tanto de pistas falsas junto com verdades (bem estilo 10 mentiras e 1 verdade), e quando ele decide confundir a cabeça de Joon Young para que ele comece a desconfiar do seu próprio filho mais velho, o professor acaba decidindo encerrar de uma vez por todas os trabalhos com ele.

Lee Hyun é um garotinho doce e quieto que, desde a morte da mãe, tomou para si os deveres da casa, mantendo-a sempre limpa, cuidando para que seu pai não esqueça nada antes de sair para o trabalho e que nada falte para seu irmãozinho Min. Apesar de amar seu irmão mais novo, Hyun sabe que há algo errado nele, na maneira como ele vê o mundo, em especial por causa dos desenhos sombrios que o garotinho faz assinando com uma espécie de olho tão ou mais sinistro que a sua obra. Contudo, ao ser questionado pelo pai se fora ele o autor dos desenhos, ele aponta para o irmão e o homem começa a indagar que seu filho mais velho pode ser um monstro.

Em uma ida com o pai ao centro de investigação, acontece de Lee Hyun e Lee Joon Young se encontrarem, o psicopata fica obcecado com a criança e o instiga a lhe contar um segredo. O pai de Lee Hyun, após o encontro, decide trancar o filho em um quarto secreto na casa para impedi-lo de se tornar um monstro e machucar outras pessoas. Contudo, após fugir da prisão, Lee Joon Young invade a casa de Lee Hyun e mata seu pai, Min acaba fugindo e se escondendo dentro de um carro sendo, posteriormente, sequestrado pelo assassino sem que Hyun consiga impedi-lo.

Anos se passam, Lee Hyun, que foi criado por uma policial aluna do seu pai, vai para os EUA e se torna um profiler e doutor em psicologia criminal, até receber um email estranho que pode ser do seu irmão ou de alguém que sabe onde ele está. Um assassino em série de mulheres está colocando a equipe de detetives de Cha Ji An em maus bocados. O pai dela foi acusado de ser cúmplice na fuga de Lee Joon Young anos atrás e a menina cresceu com o stigma de ser filha de um criminoso. Ela conhecia Lee Hyun desde a infância graças a esse incidente, mas todas as suas tentativas de se tornar amiga do garoto foram frustradas por ele. Mas em seu reencontro, Hyun não se lembra dela. Fingindo se passar pelo novo líder de equipe ele rapidamente traça um perfil do assassino e, em seguida foge.

Quando um dos quadros de Min, assinado por ele, aparece na cena de crime de uma das mulheres assassinadas pelo serial killer, Lee Hyun, com a ajuda de Cha Ji An, embarca em uma perseguição contra o tempo para entrar no jogo e descobrir quem é Lee Joon Young e onde Min se escondeu. Nessa investigação, segredos sombrios do passado vem a tona e eles precisarão arriscar tudo para proteger aquilo que lhes é importante.

Eu gostei do drama, achei muito bem montado e as personagens realmente são envolventes. Tem uma certa carga cômica que encaixa bem na trama dando uma aliviada no tema pesado que ela aborda. Já vi outros dramas do gênero abordando assassinos psicopatas, a trama de Lee Joon Young lembra um pouco a do assassino de Tunnel. O cerne do drama, entretanto, é Min. Desde criança ele apresentava um comportamento estranho, ao ser criado por Lee Joon Young ele aflora como um psicopata e a pergunta que fica é: poderia ter sido diferente? Uma pessoa que nasce com a mente como a dele, caso tivesse sido criado pelo irmão, teria tomado um rumo diferente ou a natureza dele se sobressairia de toda a forma? 

Quando estava lendo Precisamos falar sobre Kevin essa influência da família, em especial da mãe, me fez questionar em muitos aspectos a tal "formação" do psicopata, até que ponto isso é inerente do ser humano e até que ponto é construído? Claro, eu não sou psicóloga, de modo que posso apenas levantar conjecturas a respeito, mas essa discussão é muito interessante porque, apesar de todos os atos cruéis dos psicopatas, percebemos que todos nós temos uma natureza cruel inerente, arraigada e em nosso cerne. Uma sede de sangue. Outra questão que o drama levanta é sobre o "direito" de tirar a vida, uma questão que apesar de não discutida com profundidade é mostrada com profundidade, de modo sutil, através de Cha Ji An, Lee Joon Young e mesmo Lee Hyun.

O final do drama é bom até certo ponto. Num cômputo geral, é feliz, mas algumas coisas me deixaram um pouco incomodada, ainda assim dei um 9,0 por um certo personagem ter sobrevivido. Algumas coisas ficam apenas subtendidas e isso me frustrou um pouco porque eu esperava algo mais fechadinho, mas de uma forma geral é satisfatório sim. Para quem curte suspense e mistério com uma pitada de comédia, sem dúvida é o drama certo.

Elenco Principal


Lee Hyun (Seo In-guk) é um profiler e psicólogo criminal que perdeu o pai para um assassino juvenil quando era criança. Ele tem uma personalidade sagaz e sua mente trabalha em uma velocidade anormal, fazendo dele um verdadeiro gênio em todas as áreas, não apenas na decifração de códigos complexos como na amplitude de detalhes. Durante parte da sua vida, acreditou que seu irmão, Min, estava morto por causa da mulher que o criou, mas ao voltar para a Coréia passou a ter a certeza que ele estava vivo. 
Não esperava, entretanto, encontrar novamente com Cha Ji An, uma stalker que o seguia por todos os lados quando era criança. Ele não se lembra dela a princípio porque, desde o que acontecera com a sua mãe, parte de suas memórias foi bloqueada e outra boa parte se distorceu depois que ele bateu a cabeça ao sair correndo atrás de Lee Joon Young quando ele sequestrou seu irmão, Min.
É um pouco taciturno, mas apesar da fachada, esconde uma pessoa sensível e justa.


Cha Ji An (Jang Na Ra) detetive de uma equipe de investigação de crimes graves, Ji An tenta sobreviver ao stigma que seu pai deixou quando morreu e que ela nunca superou ou acreditou ser verdade. Tem por objetivo pegar Lee Joon Young e provar a inocência de seu pai.
Desde criança é apaixonada por Lee Hyun, mas ele não a reconhece de cara. Ainda assim, se esforça para driblar a certa arrogância que ele tem e ser parceira dele embora no início ela não confie nele totalmente. Com o passar do tempo os dois se aproximam mais.

Jeong Sun-ho / Lee Min (Park Bo Gun) Min é o irmão mais novo de Lee Hyun embora quando os dois se reencontre Hyun não o reconheça. Ele fugiu quando viu o pai brigando com Lee Joon Young, escondendo-se dentro de um carro parado perto da sua casa. Ele acaba adormecendo e, qual não é sua surpresa quando o assassino entra no carro e mente dizendo que fora seu irmão que o entregara para ele. Assim, ele sequestra Min e o torna no monstro que acredita ele ter nascido para ser. Durante toda a vida, Min busca vingança de Hyun por abandoná-lo.

Lee Joon Young (DO/Choi Won-young) Joon Young não era uma criança desejada. Fruto de um estupro, ele foi odiado pela mãe desde que nasceu. Cresceu trancado em um quarto sem contato com ninguém na família, sua única comunicação eram os livros que lia e a garota que levava sua comida. 
Quando encontra Hyun pela primeira vez, surpreende-se quando o garoto não lhe chama de monstro, mas de alguém diferente, a partir daí, fica obcecado com ele. Na sua cabeça, Joon Young está salvando crianças que foram, de alguma forma, abusadas pelos pais seja por negligência ou maus tratos, ele matava os pais e acolhia as crianças como "filhos", uma forma de compensar a própria história.

sábado, 20 de julho de 2019

[Anime] Coppelion

Original: コッペリオン, Kopperion
Ano: 2013
Episódios: 13
Direção: Shingo Suzuki
Gênero: Ficção científica, ação, drama, seinen

Sinopse: Em 2016, uma catástrofe ocorre numa usina nuclear, em Tóquio, forçando governo a evacuar a cidade. Tóquio torna-se uma cidade fantasma, devido aos elevados níveis de radiação. A história desenrola-se em 2036, 20 anos após um acidente nuclear que contaminou e isolou a cidade de Tokyo. Para socorrer um estranho pedido de socorro é formada uma unidade especial chamada “Coppelion” composta por três garotas que foram criadas geneticamente para resistir à radiação.

Nem sei por que eu coloquei esse anime na minha lista, não lembro onde peguei indicação dele, mas confesso que eu ando quase numa maré de azar noque diz respeito a animes e doramas ultimamente.

A história de Coppelion é, basicamente, sobre humanidade. Um grupo de adolescentes é geneticamente modificado para resistir a radiação, eles são divididos em grupos e enviados à Tóquio fantasma para resgatar sobreviventes e eliminar inimigos. Ibara, Aoi e Taeko são parte do grupo de resgate, elas chegam à cidade destruida e começam a procurar sobreviventes, durante sua jornada, não apenas vão precisando enfrentar inimigos da sua própria divisão, como são confrontadas com perdas e com o sentido de sua existência.

Esse é um daqueles animes criados com o claro propósito de fazer as pessoas refletirem. Os seres humanos tranformaram o planeta numa bomba radioativa, mas continuam cometendo erros que podem por em risco a ínfima parte do mundo que está a salvo. Há a divisão de próprios humanos que desejam destruir a humanidade, as coppelion não são consideradas humanas, são tidas como bonecas praticamente indestrutíveis, mas em muitos momentos demonstram mais sensatez e sentimento que os próprios humanos.

Toda a obra é cheia de metáforas intrínsecas e filosóficas nos forçando a reconsiderar nossa visão de humano, nossas atitudes para com o próximo e com o mundo que habitamos. Que prioridade estamos dando ao que realmente importa? Contudo, confesso que achei o anime um pouco maçante apesar de todas essas reflexões. Não apenas por ter achado injusto o destino das coppelion mesmo apesar de tudo que fizeram, como por ter achado meio nada a ver o final dos antagonistas. Acredito que no mangá as coisas devem ser melhor desenvolvidas, mas não curti muito não.

Se tem algo que realmente gostei foi a maneira que a narrativa foi montada. Os ganchos nos finais dos episódios, a maneira como as personagens se conectavam e o tom meio poético de alguns diálogos. Para mim esse foi o ponto mais legal do anime. Fiquei triste com a morte de alguns personagens, mas fazendo um balanço, posso dizer que o 7,0 que eu dei ao anime foi quase inteiramente pela reflexão e a montagem do que, propriamente o enredo e a execução em si. As cenas de ação não foram empolgantes e não fosse a verossimilhança das personagens, consideraria algumas delas um saco.

Não é um anime para distração, de fato. Ele é reflexivo e pede ao expectador que seja empático ao se envolver nas tramas, do contrário a experiência assistindo vai ser um pouco difícil.

terça-feira, 16 de julho de 2019

[Livro] Amores Infernais

Autores: Scott Westerfeld, Melissa Marr, Justine Larbalestier, Laurie Faria Stolarz
Ano:2011
Gênero: Sobrenatural, Romance, Antologia
Série: Infernais #2

Sinopse: AMAR PODE SER UM INFERNO, MAS SEMPRE VALE A PENA!

Histórias de amor sãos sempre cheias de romance, suspiros e finais felizes. Certo? Bom, nem sempre! Nesta coleção você vai encontrar cinco histórias surpreendentes que vão fazer você torcer, se emocionar, se apavorar e, principalmente, acreditar que tudo é possível quando se trata de uma paixão.

Dormindo com o Espírito

Brenda se mudou com os pais para uma casa em outra cidade após a perda de sua irmã mais nova, Emma. Ela ainda se culpa por isso. Desde que chegaram, constantemente a menina ouve uma voz e acorda com machucados no corpo, mas não consegue entender o que está acontecendo. Na escola sua vida social não está muito melhor, em especial porque ela ainda não fez nenhum amigo, é em uma aula de Francês que Raina e Craig mudam isso, o casal de amigos (que está sempre implicando um com o outro) se torna um alívio para Brenda que se sente sozinha e vazia sem saber com quem falar sobre o que está acontecendo.

É através deles que ela descobre o assassinato que aconteceu na sua casa onde Travis, um adolescente de 17 anos, morreu assassinado pelo padrasto que batia na sua mãe. Enquanto mergulha no passado e vai conhecendo melhor o fantasma de Travis, Brenda começa a repensar seus sentimentos com relação a morte de Emma ao mesmo tempo que se vê apaixonada pelo fantasma inteligente e doce do garoto morto em sua casa. Mas ela sabe que precisará ajudá-lo a seguir em frente.

Abominável Mundo Perfeito

Kieran e Maria vivem no futuro. Não existe mais doenças e tudo é perfeito. As emoções são controladas, pois não há mais o descontrole causado pelos hormônios e ninguém precisa mais dormir. A tecnologia deixou o mundo minúsculo e o mundo que conhecemos é um passado distante para eles. Contudo, esse passado nunca é esquecido graças a aula de escassez.

Nela, os alunos reaprendem a escrever à punho, estudam sobre o passado de doenças, perda, inconsistência e loucura do nosso mundo "normal". Em um trabalho passado pelo professor Solomon, responsável por esta aula, os alunos precisam escolher uma doença ou costume do mundo antigo para passar duas semanas desenvolvendo um relatório sobre as mudanças em seus corpos. Maria escolhe tirar os controladores de hormônios enquanto Kieran escolhe dormir diariamente.

A experiência, a princípio um desafio que ambos não estavam planejando levar muito a sério, acaba se tornando maior do que esperavam e não apenas revelando sentimentos e pensamentos que nunca imaginaram poder ser tão intensos, mas os fizeram repensar sobre seu abominável mundo perfeito.

Mais Ralo que Água

Na aldeia de Jeannie o mundo parou. Não existem sinais de modernidade e as jovens ainda se casam aos 16 anos, condenadas a ter filhos e viver das tradições o resto de suas vidas. Mas Jeannie não quer nada daquilo, ela odeia aquela vida.

Seus pais não permitiram que ela se formasse na escola, mas ela aprendera o suficiente sozinha e com a sua melhor amiga, Fiona, cujos pais não seguem as tradições da aldeia de verdade. Jeannie sonha em ser médica e quer mais que qualquer coisa fugir dali, mas é por causa de Robbie e seu pedido de casamento que ela decide ficar. 

Na aldeia supersticiosa, Robbie é visto como um demônio, todos o acusam de ser filhos de duendes porque ele foi adotado pelo moleiro e ninguém conhece seu passado. Mas Jean se casa com ele assim mesmo, apaixonada e disposta a ser feliz mesmo que precise ficar ali até convencê-lo a ir embora com ela. Mas seus pais têm outros planos para ela e a vida que conheceu ao lado de seu amado Robbie está prestes a se tornar um pesadelo.

Fan Fic

Paige não acredita no amor. Ela é a garota que ninguém nota e, mesmo que se sinta triste e sufocada com isso, aproveita o lado confortável que há. Até conhecer Aaron. O garoto novo e misterioso que aparece um dia na biblioteca e demonstra certo interesse nela. Paige sabe que não deve criar muitas expectativas e, no momento, só quer que a nova bibliotecária pare de empurrar para ela o livro Os Imortais que ela não está sequer interessada em ler.

Quanto mais se envolve com Aaron, mais parece que sua vida se tornou um dos romances que ela costuma ler. Porém, quando ele lhe revela sua verdadeira identidade, Paige começa a imergir em um caminho sem volta. Ela sabe que não pode contar a ninguém quem ele é, mas acaba, em uma discussão, contando para sua melhor amiga Polly e, no dia seguinte, Aaron desaparece.

Transtornada com a perda, ela descobre uma estranha ligação com o livro Os Imortais e vai atrás da autora, acreditando que ela é a mãe do seu namorado. Mas como discernir o que é ficção do que é realidade quando ambas parecem fundidas no seu universo?

Perdido de Amor

Essa tem alguma raiz ou é uma variação da lenda dos tennins do japão e toda aquela história do hagaramono roubado. 

Alana está em uma festa que já se tornou desinteressante há tempos. Ela é cética em relação ao amor por causa da sua mãe, uma aparente romântica incurável e Alana não quer ser como ela. Quando é abordada por um lindo garoto na praia que lhe oferece um estranho casaco para vestir, ela apenas recusa, dizendo em claras letras que não está interessada. Garotos bonitos são dor de cabeça e ela não quer isso para si. Mas a insistência dele começa a assustá-la e, assim, ela decide ir embora.

No caminho de casa, pela praia, ela acaba vendo um belo rapaz nas águas aparentemente nu. Ele tenta abordá-la e, na pressa de fugir, Alana acaba cortando o pé e limpando-o numa pele jogada na praia. Pele de foca. Olhando para o rapaz ela faz a conexão, ele é um selkie (criatura mitológica das Ilhas Faroé, Islândia, Irlanda e Escócia. Faz parte do reino das fadas, é um homem foca por assim dizer, semelhante a um boto, assume a forma humana quando vem à terra) e a pele que tem nas mãos é a sua ligação com ele.

Tudo que Alana quer é se livrar de Murrin, ela não entra em relacionamentos longos e certamente não quer se casar com ele. Mas conforme os dois inevitavelmente se aproximam, ela acaba se descobrindo apaixonada por ele, mas o irmão dele, Vic, tem outros planos para os dois.

Gostei bastante do livro, as histórias são bem envolventes apesar de três delas terem finais tristes o que já era meio que se esperar em um livro com tal título. Abominável Mundo Perfeito é a cara do Scott Westerfeld e seu universo de Feios (que não li ainda, mas pretendo), o segundo e o último conto foram os que mais gostei e os únicos com final feliz. Ainda assim, recomendo muito, gostei de conhecer novos autores e novas maneiras de contar histórias, foi uma experiência muito boa!

segunda-feira, 15 de julho de 2019

[Música] Mini Álbum do Baekhyun e música nova do Monsta X

City Lights - The 1st Mini Album
Artista: 백현 (BAEKHYUN)
Ano: 2019

Track List:
01. UN Village *Title
02. Stay Up (Feat. Beenzino)
03. Betcha
04. Ice Queen
05. Diamond
06. Psycho (Bonus Track)

Vocês sabem que tem um tempo desde que deixei de acompanhar o EXO, minhas frustrações começaram quando os membros do antigo EXO-M começaram a sair, depois do EXODUS as músicas da banda só foram me desagradando até o ponto que deixei de ouvir e fiquei só com as antigas mesmo, ainda tirei algumas músicas do EXACT e do álbum japonês que eles lançaram, mas nem a subunit CBX que acredito tenha dado uma pausa depois da entrada de Xiumin para o exército me agradou muito. 

Do mesmo modo, não é segredo para ninguém que meu membro favorito da banda sempre foi o Baekhyun do EXO-K e o Luhan da antiga EXO-M, a carreira do Luhan eu até que tenho acompanhado e gosto das músicas dele, embora as últimas lançadas não tenham me deixado desmaiada de amores, quando saiu o álbum do Baekyun (e agora que o DO entrou no exército a SM tem que achar um jeito de continuar fazendo dinheiro com o EXO de qualquer jeito) decidiram apostar no menino Baek como foco. Gosto da voz dele, sempre me arrepiava com os beltings que ele fazia nas músicas do EXO-K, acho o timbre dele muito agradável e por essa razão decidi dar uma chance ao album.

Em uma primeira ouvida, confesso que não me agradou muito não. Ele tem aquela pegada mais balada, tipo Soul e R&B que flerta com o pop, achei um pouco paradinho. Não estou, claro, dizendo que o álbum é ruim, só não me animou muito, a faixa 3 foi o mais perto que consegui gostar do CD, é a mais alegrinha. A voz dele está um pouco mais madura, mas continua bonita como sempre, só achei que, sei lá, se um dia a SM fosse apostar nele seria algo mais na linha do Seo In Guk, por exemplo, algo mais pop. Não caiu nas minhas graças para a lista de CD do ano, mas depois de escutar algumas vezes até consegui gostar um pouco mais de algumas faixas como a 2 e a bônus. 



X-Phenomenon
Artista: Monsta X
Lançamento: 15.07.2019

ESSE SIM É O MONSTA X QUE CONHECEMOS E AMAMOS!

Ontem foi lançanda X-Phenomenon o maravilhoso single de promoção do segundo álbum japonês do Monsta X previsto para lançar dia 21 de agosto! E só por essa música eu já estou animadíssima e ansiosa com o lançamento!

Depois de ficar com um pezinho atrás no lançamento de Who Do U Love, e já falei sobre ela aqui, o lançamento de X-Phenomenon renovou minhas forças no amor pelo Monsta X na certeza de que eles permanecem sendo a banda que aprendi a amar desde Trespass com toda a sua energia vibrante e beleza inigualável.

X-Phenomenon é um misto de êxtase e cores caleidoscópicas que obrigam nosso corpo a se mexer mesmo que não queiramos. A dualidade que "quebra" o ritmo pop da música transformando-o numa onda de HipHop/Rap é maravilhosa e só leva a gente a loucura completa. O vídeo é maravilhoso e vibrante como a música pede, tem coreografia e me deixou como sempre fico quando eles lançam vídeos novos: enlouquecida! Certeza que, mesmo com algumas repetições nas faixas (versões japonesas dos últimos dois albuns) o Phenomenon vai ser um álbum maravilhoso como meus meninos!

Faixas do Phenomenon:

1.X-Phenomenon
2.LIVIN' IT UP
3.MY BEAST
4.Alligator -Japanese ver.-
5.Shoot Out -Japanese ver.-
6.BLACK SWAN
7.FLASH BACK
8.SWISH
9.Carry on
10.Special track:CHAMPAGNE(作詞/I.M、YOONSEOK、WOOKI、ZERO(YVES&ADAMS)、作曲/I.M、YOONSEOK、WOOKI、編曲/I.M、YOONSEOK、WOOKI)

sábado, 13 de julho de 2019

[Livro] Tartarugas até lá embaixo

Original: Turtles All the Way Down
Autor: John Green
Gênero: Ficção juvenil
Páginas: 286
Ano: 2017

Sinopse: Aza Holmes tem 16 anos e lida diariamente com seu transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), que a lança em terríveis espirais de pensamentos que ameaçam aprisioná-la em sua própria mente.

Daisy Ramirez é a Melhor e Mais Destemida Amiga de Aza Holmes e tão fã de Star Wars que escreve fanfics sobre a vida amorosa do Chewbacca.

Davis Pickett é amigo de infância de Aza – por duas vezes seguidas, foram para o Camping da Depressão, um retiro exclusivo para crianças que perderam um dos pais. Davis é filho de um bilionário que está desaparecido.

Minha curiosidade em ler esse livro foi por causa do transtorno psicológico que ele retrata. Eu não fui diagnosticada com TOC, mas tenho ansiedade crônica e transtorno de ansiedade social, então em muitos aspectos entendia como a Aza se sentia com os pensamentos fora de controle e tive uma visão mais abrangente e analítica sobre como meu problema afeta as outras pessoas, as que precisam lidar comigo todos os dias.

"Eu estava começando a entender que a vida é uma história que contam sobre nós, não uma história que escolhemos contar." (p. 09)

Tudo começa quando o bilionário Russel Pickett desaparece sem deixar rastro após ser investigado novamente por fraude e corrupção. Seus dois filhos, Davis e Noah, ficam para trás, um deles é amigo de infância de Aza, os dois se conheceram em um acampamento para crianças que sofriam de algum tipo de trauma ou depressão. Aza perdera o pai para uma doença cardíaca e Davis perdera a mãe. A melhor amiga de Aza, Daisy, querendo pôr as mãos na recompensa de cem mil dólares oferecida por qualquer informação que leve à captura de Russel, arrasta Aza para uma investigação sobre o paradeiro do bilionário.

Essa investigação promove o reencontro entre Aza e Davis, ao entrar em contato com o garoto e o irmão, ela acaba percebendo a fragilidade no qual os dois estão imersos, sobretudo Noah, o mais novo. Além do mais, descobre também que, em caso de morte, toda a fortuna do pai dos garotos vai para uma Tuatara, uma espécie de réptil provavelmente pré-histórico ou descendente que vive até 150 anos e que Russel acreditava guardar o segredo da longevidade ou imortalidade.

Assim, a história desemboca nessa investigação, nos conflitos de Aza consigo mesma e com os pensamentos que parecem controlá-la na maior parte do tempo, além de sua relação com Daisy e Davis que, cada um ao seu modo, enxergam e lidam com o problema dela de maneira diferente. 


Não há muito que possa ser dito sem se tornar spoiler uma vez que o livro é bem pequeno. Achei a história legal e muito necessária, cada vez mais acredito ser importante conversar e discutir sobre problemas psicológicos, é algo que vem desde muito tempo, mas que ainda se transforma em tabu na boca das pessoas, Green tentou externar bem a cabeça de uma pessoa com TOC, mas, sobretudo, a cabeça de uma pessoa ansiosa, eu não tenho TOC, mas meus pensamentos funcionam de modo similar aos pensamentos de Aza, ainda que não sejam voltados à doenças em específico (embora isso aconteça com certa frequência), acontece em relação a tudo, uma simples viagem pode se tornar um pesadelo de meses cheio de angústia e preocupação.

As "espirais de pensamento" de Aza são muito comuns em pessoas ansiosas, com uma mente que não para, cheias dos mais diversos tipos de pensamento do passado e previsões assustadoras de um futuro incontrolável e que sequer alcançamos. O modo como isso afeta e angustia a mãe dela, a maneira como a amiga dela enxerga o problema (e que é como muita gente enxerga pessoas com qualquer transtorno psicológico) chegando inclusive a dizer que Aza era "exaustiva" é uma realidade de muitas pessoas que enfrentam esse problema e tantos outros. O modo como Aza odeia a si mesma e procura de modo desesperado entender quem ela é e como frear seu "demônio interno" reflete com verossimilhança a luta que travamos todos os dias contra nós mesmos.

Gostei, inclusive, do relacionamento de Aza e Davis que terminou de uma maneira bem realística dentro das possibilidades e das realidades dos dois. O que me deixou levemente incomodada foi novamente o grau de "nerdice" (Chamemos assim) das personagens de Green, não estou dizendo que adolescentes precisam necessariamente ser alienados e cabeça de vento, mas acho que as personagens dele sempre tendem a ser intelectualmente exageradas. São adolescentes de 16 anos discutindo o sentido da existência e comportamento humano como psicólogos de 50 anos com PhD. Aza, algumas vezes, parecia uma cientista de 35 com formação em epidemiologia enquanto Davis era quase um astrônomo. Contudo, isso é uma opinião minha e não afeta grandemente a história, ainda acho que é um bom livro e merece sim ser lido por todo mundo.

Finalizo com algumas das minhas passagens favoritas que externam muito minha forma de pensar e sentir.

"(...) Era muito esquisita e deprimente a ideia de que eu só seria uma pessoa normal se ingerisse determinadas substâncias capazes de mudar quem eu era." (p. 120)

"Como eu era boa em ser criança, e como era péssima em ser fosse lá o que eu fosse naquele momento." (p. 25)

"Tenho a sensação de que não sou o motorista do ônibus da minha consciência." (p.67)

"Eu não conseguia me fazer feliz, mas conseguia fazer as pessoas ao meu redor infelizes." (p. 115)

sexta-feira, 12 de julho de 2019

[Dorama] Angel's Last Mission: Love (POR QUÊ?!) ALERTA SPOILER!

Original: 단, 하나의 사랑 RR: Dan, Hanaui Sarang lit. único amor de Dan
Título de Lançamento Mundial: Angel's Last Mission: Love
Ano: 2019
Episódios: 32 (de 30min)
Direção: Lee Jung-Sub
Roteiro: Choi Yoon-Kyo
Elenco: 
Shin Hye-sun
Kim Myung-soo (L)
Lee Dong-gun
Kim Bo-mi
Do Ji-won
Kim In-kwon

Sinopse: Dan é um anjo. Ele também é um encrenqueiro e também otimista. Yeon-Seo é uma bailarina que não acredita no amor. Dan então recebe uma missão. Se ele conseguir fazê-la se apaixonar, ele pode voltar para o céu. Sua missão é encontrar o verdadeiro amor para Yeon-Seo, mas Dan logo se apaixona por ela.

Onde Encontrar: Dramafansubs e Kingdom Fansub

O QUE DIABOS HÁ DE ERRADO COM ESSES ROTEIRISTAS COREANOS?!

Angel's Last Mission tinha tudo para ser o drama do ano, o roteiro era instigante, engraçado na medida certa e fofo, tinha um elenco competente e nos deixava mais apaixonado a cada novo capítulo lançado, mesmo eu que odeio acompanhar dramas em andamento me rendi a ele desde o teaser de lançamento e esperei com avidez os primeiros episódios, mas o final do drama destruiu todo o processo de perfeição! 

Quando chegou ali pelo episódio 26 eu já fui pesquisar se a roteirista desse drama era a mesma de Goblin porque, se fosse, eu ia desistir logo antes de me decepcionar com o final, contudo, mesmo o pequeno fio de esperança renovado não foi suficiente para sustentar minha expectativa de um final feliz e a maldição de Goblin se repete aqui, temos um enredo incrível estragado por um final que tem cara de feliz e não é. Por isso, essa resenha vai ter spoiler adoidado to avisando logo, vou descarregar minhas frustrações porque preciso para não morrer. 

A trama segue Yeon Seo (Shin Hye-sun) uma bailarina cética quanto ao amor que perdeu os pais quando era criança e, desde então, cresceu atendida pelo senhor Jo que antes era motorista da família e se devotou a ela durante toda a vida, apoiando-a e defendendo-a. Yeon Seo ficou cega após um "acidente" no palco e, junto com tudo que já havia acontecido na sua vida até então, ela se tornou uma mulher fria, com péssimo gênio, mimada e egoísta que não se importa com nada nem com ninguém à sua volta, o que na verdade era apenas uma proteção pelo seu medo de se apegar novamente com alguém e ter essa pessoa tirada de você.

Dan (L) é um anjo em treinamento que vive arrumando confusão por salvar animais indefesos e interferir na vida de mortais que sofrem algum tipo de injustiça e intimidação o que lhe rende sempre broncas de Hu, seu supervisor. Um dia, ao ver Yeon Seo se defendendo de dois caras agressivos ele fica surpreso com a destreza e a força dela, que mesmo cega não se deixa intimidar. Para sua surpresa, entretanto, ela consegue senti-lo e ele não entende como é possível uma vez que os mortais não podem ver ou notar a presença dos anjos.

Quando a vida de Yeon Seo fica por um fio graças à armação da única família que lhe resta - dois tios e duas primas a quem ela odeia - ela roga pela sua vida e Dan fica chocado por ouvi-la com tanta nitidez. Sem saber o que fazer, ele decide salvar a vida dela e isso lhe rende uma punição dos céus, por ter interferido na vida dela, ele tem cem dias como humano para fazer a mimada e insuportável Yeon Seo acreditar no amor. Como o senhor Jo, que dirigia o carro no momento do acidente, morreu, ela recebeu os olhos dele e voltou a enxergar, mas acabou com uma limitação no seu andar causada por trauma psicológico.

Dan, forçado a se aproximar dela, acaba se candidatando a vaga que pertencia ao senhor Jo como secretário de Yeon Seo, mas no início a convivência dos dois é caótica pelo mau gênio dela. Ele acaba enfrentando-a, algo que a surpreende uma vez que ela não está acostumada a ser contrariada. Mas aos poucos, Dan acaba se tornando o braço direito e a única pessoa, fora a senhora Jung, em quem a bailarina confia. Na Fantasia, empresa de balé que pertenceu aos pais de Yeon Seo e agora é administrado pela gananciosa tia dela desde que ela ficara cega, aparece um misterioso e exigente diretor de balé que se vê obcecado em fazer Yeon Seo dançar outra vez, o que desperta a tristeza de Geum Ni Na, a prima da bailarina que se tornara a prima da Fantasia desde que a outra ficara cega (e antes disso era apenas a substituta de Yeon Seo no teatro) e de sua irmã Geum Ru Na que quer que a sua irmã continue encabeçando o corpo de balé da companhia.

Ajudada por Dan a recuperar sua autonomia no andar, Yeon Seo decide após muito custo voltar a dançar e destronar a tia gananciosa do poder da companhia dos seus pais. Mas para isso precisa não apenas provar que pode recuperar seus movimentos como tem de atestar sua sanidade diante de todo mundo, coisa que sua tia, em complô com a Ru Na está disposta a não permitir. Dan acaba descobrindo os planos delas em destruir a vida de Yeon Seo e se dispõe a protegê-la, mas quanto mais a proximidade e a preocupação dele aumenta, mais os sentimentos se veem bagunçados, especialmente quando Kang Woo, o diretor de balé, se mostra interessado na bailarina.

Ao contrário de todas as suas expectativas e vontades, Yeon Seo começa a olhar Dan de outro modo, mesmo que o anjo se empenhe em esconder seus sentimentos por saber não apenas que sua estada na terra tem prazo de validade, mas pela certeza de que é impossível um anjo e uma mortal se amarem. Contudo, conforme ele descobre a força dos sentimentos pela bailarina e se questiona acerca da existência e do sentido do amor, começa a se rebelar contra o paraíso e lutar pelo amor de Yeon Seo. Além disso, precisa lidar com as estranhas lembranças que se assomam como pesadelos na sua mente, assim, ele parte para buscar respostas sobre quem ele é e sobre a razão dos pesadelos e acaba descobrindo que, antes de se tornar um anjo, ele era um garotinho humano com uma vida sofrida que conheceu Yeon Seo antes de ela se mudar para a Rússia onde passou boa parte da vida estudando balé.

Na ausência de Dan, Kang Woo faz de tudo para se aproximar da bailarina sem qualquer sucesso, ele tenta mesmo contar a verdade sobre sua identidade e a razão pela qual é obcecado por ela, mas nunca tem a oportunidade. Dan acaba descobrindo sobre o passado do diretor e sabendo dos sentimentos de Yeon Seo e tendo certeza dos próprios, manda ele ficar longe dela e se decide a lutar para encontrar uma forma de se tornar humano, mas acaba descobrindo que, para isso acontecer, Yeon Seo precisa morrer (goblin, oi?) mais ainda, precisa dar a vida por ele. Recusando-se a aceitar aquele destino, ele começa não apenas a rezar para a divindade permitir que eles fiquem juntos, mas a pesquisar sobre formas de se tornar humano.

Os ataques à vida de Yeon Seo só pioram, Dan acaba contando a ela a verdade e os dois tem alguns desentendimentos, mas ela acaba aceitando a verdade sobre ele muito melhor do que se esperava e se empenha em descobrir todas as coisas envoltas no mistério do que ele é e nas formas que podem fazê-lo se tornar um humano. Ru Na, que Dan descobre estar possuída por um demônio, obcecada por tornar Ni Na a prima bailarina do Fantasia, se torna mais agressiva nos planos de matar Yeon Seo, a contagem regressiva do tempo de Dan se torna dolorosa e a certeza de que ele vai desaparecer por amá-la faz a bailarina recorrer a todos os métodos desesperados para não perdê-lo, mas a divindade não parece disposta a ceder um dos seus nem mesmo pelo amor verdadeiro.

Esse é um daqueles dramas que você não consegue parar de ver mesmo que queira, era um custo doloroso para minha ansiedade esperar até as quartas e quintas de cada semana para poder ver os episódios novos e, em determinado momento, comecei a duvidar que o rumo dos acontecimentos desencadeariam um final feliz. Tal como Goblin, a ideia do amor sacrificial e toda a mitologia do imortal vs. mortal me dava a certeza que ficaria frustrada com o final coisa que realmente aconteceu. Se prepara que lá vem SPOILER adoidado AGORA!

Ao contrário de Goblin cujo final, para quem entendeu a história, sabe que não foi nem um pouco feliz apesar de ele ter mascarado-se como tal, o problema com o final de Angel's Last Mission foi justamente a ambiguidade dos fatos, a falta de uma certeza sobre o fechamento da história. Quando é esfaqueada por Ru Na e completa a peça Giselle, Yeon Seo vai para o hospital e Dan se culpa por não ter conseguido protegê-la, ele sabe que vai desaparecer, pois seu prazo como humano acabou e deixa com Kang Woo o lenço que era sua marca de anjo, desaparecendo na frente dele. O quadro da bailarina se agrava e os médicos perdem a esperança que ela volte à vida, Dan é perdoado e recebe a chance de voltar ao paraíso, mas abdica disso querendo voltar para Yeon Seo, dando a ela seu último sopro de vida, assim ela acorda e a pena no lenço dele fica preta dando a entender que ele morreu. 

Como era de se esperar ela fica arrasada, imerge numa depressão semelhante ao do começo do drama com a diferença de que seu humor não estava tão insuportável. Ela tenta se fazer de forte e seguir em frente, mas passa a "alucinar" que vê Dan. O lenço dele, que ela guardava com ela, desaparece e então vemos que a divindade permitiu a Dan continuar ao lado de Yeon Seo mesmo que ela não soubesse disso e não pudesse vê-lo. Kang Woo decide voltar a Nova Iorque, Ru Na é condenada a prisão perpétua e Ni Na abandona o palco e se torna professora de balé. Nos minutos finais, no mesmo banco onde se encontraram a primeira vez, Yeon Seo volta a falar com Dan mesmo sem saber que ele estava ao lado dela, então, ele enxuga sua lágrima e ela sente. Quando ergue o rosto ela o vê e, em um primeiro momento, acha que está alucinando, mas então ela o toca e sente seu coração batendo, nesse momento o lenço no bolso dele, cuja pena estava prateada novamente, desaparece e ela o abraça.

Isso nos dá a entender que ele se tornou humano, ainda assim, visto que não sabemos se realmente só ela pode ver ele ou  outras pessoas também podem deixa essa ambiguidade pairando no ar. Isso me deixou muito chateada. Eu pensei muito por horas a respeito desse final, seria lógico imaginar que ele se tornou de fato humano, ainda que a divindade tenha se recusado a ouvi-lo diversas vezes, mas achei que o final poderia ter sido mais redondinho e fechado como realmente feliz. No momento que ele abnegasse da volta ao paraíso para ficar com ela e dado o fato que ela quase deu a vida para completar o espetáculo, a divindade podia simplesmente ter perdoado ele e dado a ele a humanidade para ficar com ela. Para mim faria muito mais sentido do que esse final ambíguo, ainda que eu admita que foi melhor que o de Goblin em vários aspectos.

Eu não gosto de finais abertos, não me serve de nada imaginar coisa, eu não quero imaginar, eu quero ver! Se fosse pra imaginar eu ia ler a sinopse e imaginar a história toda, não perdia meu tempo assistindo.Isso tem sido um problema muito frequente nos dramas coreanos e é quase uma unanimidade nos dramas chineses, finais abertos ou ruins. Recentemente tirei dois dramas chineses da minha lista por conta dos finais inconclusos ou ruins, agora parece que a Coréia decidiu imitar a China e apostar em ambos os finais isso se torna frustrante para mim enquanto expectadora. Mesmo tentando ver o final de Angel's Last Mission pelo possível lado bom, fiquei sim chateada e foi frustrante ver a história deles dois acabando dessa maneira quando poderia ter sido feita de uma forma realmente decente. O drama é realmente muito bom, as atuações foram impecáveis e a química dos dois atores principais foi maravilhosa. Me encantei com o enredo e, não fosse o final, teria sido perfeito.

PERSONAGENS CENTRAIS


Lee Yeon Seo (Shin Hye-sun) uma bailarina talentosa e reconhecida na Ásia e na Europa no começo do drama é absurdamente insuportável. Além de arrogante, Yeon Seo é intransigente, insensível e vive amargurada contaminado todos à sua volta. Contudo, toda essa fachada de herdeira mimada esconde uma garota frágil que quer se proteger da dor. 
Ela sabe que não pode confiar em ninguém além da sua secretária, a senhota Jung, e do senhor Jo que cuidou dela desde que era criança ao perder os pais, sempre acreditou nela e era quem mais lutava para ela conseguir o transplante de córnea que por alguma razão sempre dava errado no último momento, coisa que só tornava a bailarina mais descrente e amargurada.
Mesmo cega, ela continua apaixonada pela dança e ao encontrar Dan, que fura seu bloqueio contra o medo, ela passa a reaprender a vida e os sentimentos da sua maneira mais intensa, passando a confiar em si mesma sem se enaltecer e a se tornar generosa uma vez que começa a se preocupar com as outras pessoas. Apaixona-se por Dan sem mesmo saber que ele era o garotinho que ela conheceu quando criança e que fora sua primeira plateia quando seu sonho de se tornar bailarina ainda estava nos alicerces.

Kim Dan (L) quando criança, Dan viveu com um pai abusivo que batia nele sempre que chovia, ele acabou se tornando um anjo após morrer afogado. Fora ele a primeira plateia de Yeon Seo e igualmente seu primeiro amor. Ao se tornar um anjo, passou a defender e proteger todos aqueles que eram injustiçados e indefesos. Ao conhecer Yeon Seo passa a questionar a sua existência e a verdade sobre os sentimentos além do seu papel como uma criatura celestial, coisa que nunca tinha feito antes.
Dan é leal e luta pelas coisas que acredita, sem medir esforços. Procura sempre ir pelo lado certo e mesmo quando questiona seu criador ou se vê encurralado com a recusa às suas orações, não abandona sua crença e nem desiste de quem é. Ele aprende a amar em sua totalidade fazendo tudo ao seu alcance por Yeon Seo priorizando a felicidade dela sobre a sua própria.
Além de ser um dos elementos principais da comédia do drama, a evolução do personagem na trama é ainda mais linda de ver que a da própria Yeon Seo, impossível não se apaixonar pelo sorriso e pela doçura de Dan maravilhosamente interpretado por L que deu um banho de atuação e emoção.

Ji Kang Woo (Lee Dong-gun) é um exigente diretor de balé renomado que trabalhava em Nova Iorque e se muda para a Coréia com o intuito claro de trazer Yeon Seo de volta como prima bailarina do Fantasia. Para isso, ele enfrenta Ru Na e a tia de Yeon Seo se juntando, inclusive, a Dan para proteger a bailarina da maldade da família.
No passado, Kang Woo era um anjo encarregado de inspirar artistas, foi quando conheceu Seol Hee, uma bailarina coreana radicada nos EUA e se apaixonou por ela. Ele revelou sua identidade e pediu permissão a divindade para ficar com ela, chegando inclusive a se casar com ela. Seol Hee era identica a Yeon Seo. No dia de enfrentar sua punição por ter se voltado contra a divindade, ela recebeu a bala celestial por ele e morreu em seus braços, assim, Kang Woo se tornou humano, sem nunca morrer, vivendo em eterna dor.
Ele fica obcecado por Yeon Seo acreditando que o que sente por ela é genuino quando, na verdade, apenas está transportando para ela a imagem da sua amada morta. Por causa disso, Dan decide afastá-lo da bailarina.

Geum Ni Na (Kim Bo-mi) é prima de Yeon Seo e sua bailarina substituta. Apesar de ter estudado com Yeon Seo na Rússia desde criança, Ni Na sempre foi ofuscada pelo talento da prima coisa que sempre lhe frustrou, pois ela dava tudo de si na sua dança. Quando Yeon Seo ficou cega, Ni Na assumiu o posto de prima bailarina do Fantasia, mesmo que não se sentisse regozijada com a tragédia que abateu a prima.
Ela não é ruim. Mesmo sentindo inveja de Yeon Seo e por vezes desejando que ela não existisse, nunca pensou em fazer mal para a prima. É muito proxima da irmã mais velha, Ru Na, gerente do Fantasia que tem uma fixação anormal por ela.
Quando descobre que a sua irmã tentou matar Yeon Seo e que sua mãe chantageou um dos acionistas para não apenas boicotar todas as tentativas de transplante de córnea para a prima, como para fazê-la passar por louca na festa de aniversário da companhia, Ni Na se sente arrasada e procura ajudar Yeon Seo denunciando a irmã à polícia. Envergonhada pela postura da família, abandona os palcos e se aposenta como bailarina tornando-se professora.


A trilha sonora de Angel's Last Mission é maravilhosa, acho que a última vez que fiquei tão empolgada com uma OST foi com a de Goblin e deixo aqui Pray a melhor música da OST (equivalente a Round and Round de Goblin).





sexta-feira, 5 de julho de 2019

[Livro] Amada Imortal

Original: Immortal Beloved
Ano: 2013
Autora: Cate Tiernan
Gênero: Literatura fantástica
Série: Imortal #1

Sinopse: Nascida em 1551, acostumada a beber e sair para baladas cada vez mais loucas, ela perdeu o rumo. Suas conexões com outros imortais, interessados apenas em suas habilidades mágicas, a fazem partir em busca de um propósito. E o encontra em uma espécie de clínica de reabilitação para os de sua espécie, onde conhece um pouco mais sobre o próprio passado e cria importantes laços para o futuro.

Em parte, esse livro é tudo que aquela maldita série Imortais devia ter sido e não foi. Acompanhamos Natasya (que eu vou chamas de Nas porque facilita) uma imortal com passado sombrio que, há séculos, anda com um grupo de quatro outros imortais vivendo de festas, desperdício e despreocupação. Boz, Innocencio, Caty e a outra guria que esqueci o nome, são parte tão comum da vida de Nas que ela não para mais para pensar aonde eles vão ou o que fazem, apenas "segue o fluxo" e isso já tem muito tempo. Ela não se importa, não tem mais nada a perder.

Pelo menos até aquela noite.

Bêbados e vivendo na cidade de Londres, eles estavam em um táxi a caminho de uma boate quando os amigos decidem provocar o motorista que, irado, tira todos eles do carro sem muita gentileza o que desperta a fúria de Incy (Innocencio) provocando-o a usar magick (e não mágica, pelo que entendi, é toda uma tal ciência específica que não deve ser confundida com a mágica instantânea que conhecemos) para paralisá-lo. Furiosa com a atitude do melhor amigo, Nas manda ele desfazer o feitiço, mas aquilo só provoca o garoto ainda mais e ele quebra a coluna do homem sem qualquer espécie de piedade para horror de Nas.

Isso faz com que ela acorde e comece a se questionar desde quando ela parou de notar a mudança no comportamento dos amigos, desde quando ela começou a se tornar indiferente ao que faziam. Então se vê com medo, especialmente de Incy. Esse medo a leva a fugir, ela se lembra de River, uma mulher que conheceu há vários anos e lhe ofereceu uma nova vida, longe de Incy e do modo desregrado e sem propósito que ela vivia, na época, Nas recusou dizendo que ela não sabia nada sobre a vida dela, mas agora percebia quão tola fora. 

Escondido de todo mundo, ela junta peças de roupa em uma mala e parte para os EUA com um passaporte falso que os amigos não conheciam. Desde que descobrira do que a magick era capaz e o que fazia com a vida em volta, Nas decidira que nunca faria uso do seu poder, sempre que o acessava era para feitiços simples que causavam pouco dano e, mesmo assim, sempre se sentia muito mal quando o utilizava. Juntara-se aquele grupo porque acreditou que eles tivessem o mesmo propósito, não utilizar a magick, mas pelo visto estava errada.

No seu caminho para encontrar River's Edge, a residência indicada por River anos antes, ela acaba se perdendo e topando com um belo homem de ascendência nórdica taciturno e antipático, mas que ela decide de cara que é exatamente o seu tipo. Ele lhe indica, meio a contragosto, o caminho até a mansão e Nas segue até lá sendo recebida calorosamente por River, conhece os demais moradores, descobrindo que o lugar é uma espécie de escola para imortais que desejam reabilitação. 

Logo de cara Nas vê que aquele não é o seu lugar. Acostumada com luxo e uma vida de facilidades, ela tem certeza que nunca vai se acostumar com aquele lugar cheio de tarefas e regras rígidas, aulas e responsabilidades. Não parece com ela. E quando Reyn, o imortal antipático, manda ela ir embora para não atrapalhar a vida na casa, parece a gota d'água. Assim ela decide ir embora para outro canto nos EUA, onde reencontra algumas amigas e pede, com mentiras, que não contem a Incy e os outros que ela esteve ali, já planejando uma rota de fuga e sentindo um gelo na espinha ao descobrir que os amigos a estavam procurando ainda sem sucesso. Quando presencia uma das amigas usar magick de uma maneira horrenda, Nas percebe que nenhum dos imortais que já conheceu se encaixam com ela, em especial depois de conhecer uma vida como a que River lhe mostrou, por isso ela decide voltar.

Porém, não apenas a convivência problemática com Reyn se torna seu problema, sua natureza rebelde e a implicância de Nell (uma verdadeira fake ass bitch!) que é apaixonada por Reyn e se sente ameaçada pela química que parece explodir entre os dois. Não bastasse tudo isso, alguém dentro da casa está tentando matá-la, ela descobre que seu passado esconde muito mais segredos do que imaginava e que os amigos que ela achava conhecer são mais perigosos do que podiam imaginar e tinham um propósito sombrio para sua presença ao lado deles.

Confesso que achei a protagonista insuportável. Gente, como assim essa mulher tem fucking 450 anos, mas age como uma adolescente de 17? Ela não aprendeu nada esse tempo todo?! Tinha atitudes dela que não podiam ser consideradas nada além de infantis e o modo como a autora escolheu fazer a narração só deixava isso ainda mais claro. Não que eu me oponha a certos vícios de linguagem e expressões quando isso combina com a personagem, mas o negócio é que aqui ficou destoada, eu não acho que ela tinha que falar como alguém de 1551, mas sei lá, mesmo que ela estivesse "vestindo o personagem de uma época" isso não me convenceu mesmo.

O livro não é ruim, de modo algum, a história é até certo ponto interessante, há alguns mistérios que deixam a gente preso até o final, mas não são fortes o bastante para competir com a chatice irritante dessa protagonista. A escolha do clímax do livro foi, no mínimo, decepcionante. Okay que primeiros livros de trilogia são para apresentar personagens, mas usar a biscoiteira nojenta de clímax foi quase apelativo e me deixou com aquela sensação de final sem sal. Quer dizer, final não, né? O livro dá abertura para a continuação, mas eu fiquei sentindo um espaço não compensado na conclusão desse primeiro arco.

As personagens, no geral, são boas embora não possa dizer muita coisa sobre elas uma vez que todas são vista pela ótica da Nastasya e isso não nos dá muito espaço para julgá-las por si mesmas. Também não comprei essa de que ela não percebia que os amigos sociopatas dela eram encrenca, eu acho mais que ela não queria notar, não queria se importar. Logo nas primeiras páginas eu via que aquele povo era problema. O livro flerta com o terror, embora sempre volte para aquela cara de ficção adolescente, não fiquei lá muito empolgada para ler a continuação quando lembro que é narrado por essa mulher irritante. E é isso. Primeira leitura de julho. Espero ter mais sorte com as próximas.