sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

[Dorama] Love Waves Through a Millennium

Original: 相爱穿梭千年
Ano: 2015
Gênero: Romance, Viagem no Tempo, Fantasia, Ficção Histórica
Direção: Jang Young-woo
Episódios: 24
Elenco: Zheng Shuang, Jing Boran

Baseado no Drama coreano Queen in Hyun's Man

Onde encontrar: Their Doramas

Sinopse: O erudito imperial Gong Ming (Jing Boran) luta para restabelecer a Ex- Imperatriz Xu que foi acusada de bruxaria. Ele não hesitaria em lutar contra o seu próprio amigo Wang Mang (Chen Sean) para que a lealdade e a justiça sempre prevaleçam. Inesperadamente a família Wang manda assassina-lo, porém por causa de um pingente de Jade que fora lhe dado pela sua fiel aluna Ying Yue, ele viaja 2.000 mil anos a sua frente, encontrando Lin Xiang Xiang (Zhen Shuang) uma jovem que sonha em se tornar atriz. Ela passa a ajudá-lo para que ele encontre a solução que necessita, mas o que eles não imaginavam era que iriam começar a ter sentimentos um pelo outro. Será que Gong Ming de 2.000 atrás poderia viver no futuro com Lin Xiang Xiang? O amor deles poderá superar tudo?

Na época que baixei esse drama foi por causa do Jing Boran já que eu tinha uma péssima impressão da Zheng Shuang e sua atuação de parede em Love 020. Mas bem, vamos por partes. No ano 16 a.C. o erudito Gong Ming está em uma luta contra seu melhor amigo Wang Mang pelo futuro do trono de imperatriz da China. Enquanto Gong Ming apoia a imperatriz deposta Xu que foi injustamente acusada, Wang Mang quer colocar no poder Zhao Fei Yen uma mulher ardilosa de sua própria casa para atender aos interesses do seu clã. Os amigos então se tornam inimigos e o clã Wang vê o erudito como uma ameaça ordenando que ele seja executado.

Gong Ming conta com o apoio de Ying Yue, uma jovem que cresceu com ele e Wang Mang e agora age como sua guarda-costas, ele não percebe que Ying Yue tem sentimentos por ele, pois só a vê como uma irmã. Ela lhe presenteia com um pingente de jade que diz ter sido abençoado pelo reino celestial, com o intuito de protegê-lo. Quando a vida de Gong Min corre perigo graças aos assassinos enviados pelo clã Wang, o pingente lhe transporta dois mil anos no futuro onde ele conhece Lin Xiang Xiang, uma atriz fracassada em busca de uma oportunidade que aparece quando ela recebe o papel de Imperatriz Xu em um drama ao lado do ex-namorado Han Yu Fei.

Com a ajuda de Xiang Xiang, Gong Ming descobre o futuro da sua época e pode voltar no tempo para impedir que as atrocidades de Wang Mang se concretizem e a Imperatriz Xu seja acusada de bruxaria e morta. Porém, as intrigas da cidade proibida e a luta feroz pelos clãs está longe de facilitar a vida dele e Gong Ming se vê cada vez mais fascinado e curioso pelo mundo moderno e por Xiang Xiang de quem se vê cada vez mais próximo. Contudo, ele sempre coloca seu dever acima do seu coração e não descansará enquanto não salvar a vida da Imperatriz. Mas mudar o passado tem um preço. 

Enquanto se apaixona por Xiang Xiang, Gong Ming precisa fazer a difícil escolha de abdicar de sua posição e deveres no período Han e viver com a mulher que ama no futuro ou voltar outra vez no tempo e continuar a luta pelo futuro da dinastia. Mas que preço isso poderá ter para ele e Xiang Xiang presa no futuro?

Me apaixonei por esse drama, conforme ia assistindo ia cada vez mais ávida para o próximo capítulo e torcendo hard pelo Gong Ming e a Xiang Xiang, confesso que tinha horas que eu queria bater com a cabeça do Gong Ming na parede kkkk. Eu não sabia que era um remake do drama coreano Queen in Hyun's Man, como não vi a versão coreana pude aproveitar melhor a história sem fazer comparações. A atuação da Zheng Shuang está melhor nesse drama do que no ano seguinte quando ela protagonizou Love O2O ao lado de Yang Yang, ainda assim, apesar do Jing Boran (essa criatura irresistível) conseguir tirar um beijo mais decente dessa guria ela era presa no modo parede desde o início da carreira ao que parece!

E por falar em beijo, esse drama tem muitos! É uma história muito fora que dá aquele calorzinho no coração e deixa a gente todo duro na cadeira nos momentos de tensão. Vale muito a pena ver, de verdade, talvez depois eu dê uma conferida na versão coreana para ver o que acho. 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

[Relendo&Resenhando] A Intuitiva

Original: If He's Wild
Ano: 2011
Autor: Hannah Howell
Gênero: histórico, romance, fantasia
Páginas: 224

Sinopse: Inglaterra, século XVIII. Assim como a maioria de seus familiares, Alethea Vaughn Channing possui dons especiais. Desde pequena ela tem visões recorrentes de um homem desconhecido. Passados 15 anos desde a primeira visão, ela prevê um risco de morte. Ela precisa encontrá-lo, contar sobre sua visão e convencê-lo de que corre perigo. Mas quem acreditaria numa estranha com uma conversa dessas? Ainda sob um ceticismo inicial, ele percebe sinceridade na desconhecida e, agindo emocionalmente, decide acreditar na estranha para tentar novamente descobrir o paradeiro de seus dois sobrinhos, que desapareceram após a trágica morte de sua irmã e do esposo. Durante essa busca, começa então a florescer uma forte admiração entre os dois, até surgir a perigosa Claudete, uma antiga amante de Hartley, e que Alethea descobrirá estar entre as pessoas mais ameaçadoras da alta sociedade de Londres. Então, a sua vida também passa a correr perigo e ela precisará mais do que nunca de seus poderes para garantir a sua segurança.

Alethea Vaughn tem visões com um estranho homem desde os cinco anos de idade. Ela já passeou pelos mais diversos momentos da vida desse homem através de suas visões, vivendo uma vida reclusa em sua propriedade rural de Colstruth ela é uma viúva jovem de um homem que nunca a tocou e por quem não nutria qualquer sentimento. Quando, uma noite, ela tem uma aterradora visão do assassinato do homem, decide ir à Londres hospedar-se com seu tio, Iago, para salvar o marquês do seu cruel e injusto destino.

Hartley, o marquês de Headgrave, é conhecido pelas rodas da sociedade por ser um libertino. A verdade é que, como um agente do governo, ele coloca o dever acima do próprio prazer, de modo que a má fama o ajuda a manter longe as mães casamenteiras. Ele está na missão de seduzir a francesa Claudette, de quem suspeita estar em um esquema de espionagem para o país inimigo bem no meio dos conflitos. Contudo, suas tentativas são frustradas quando ele avista Alethea pela primeira vez e ela demonstra saber bem mais sobre ele e seu plano do que os próprios envolvidos. Inicialmente, ele se mantêm cético, mas a autopreservação sobrepõem-se e ele decide aceitar a ajuda que ela lhe oferece.

Com a ajuda de Iago, Aldus e Gifford, Hartley descobre que Claudette está longe de ser uma vadia comum, mas carrega sob o rosto bonito uma assassina fria e orgulhosa que não aceita ser diminuída ou passada para trás e que pode estar envolvida no assassinato de seu cunhado e a última esposa além do desaparecimento de seus sobrinhos. Além disso, sua proximidade com Alethea e o claro interesse que o marquês tem por ela não agrada nem um pouco a cruel mulher que torna a jovem Vaughn um alvo. Usando o dom de Alethea, ele consegue uma pista de onde as crianças podem estar e contam com o apoio de Leopold Werlocke e Benned para encontrá-los.

Entretanto, condenar Claudette por seus crimes pode ser muito mais difícil do que o marquês ou seus companheiros possam imaginar e na luta pra aceitar seus sentimentos pela jovem esposa intuitiva, ele vai precisar de todas as cartas na manga para mantê-la segura junto aos seus sobrinhos e, sobretudo, manter-se vivo para garantir que nada de mal lhes aconteça.

A primeira vez que li A Intuitiva foi em 2013 junto dos outros dois primeiros livros da série, consolidando minha paixão por romances históricos, tinha ouvido falar que este era o melhor livro da série, apesar de ter gostado mais do anterior, A Sensitiva, concordo que este tem mais ação e é de longe o mais engraçado dos três tendo umas tiradas cômicas muito boas. O primeiro marido de Alethea, desconfio, era assexuado e com alguma tendência a psico ou sociopatia, pelo que ela descreve sobre ele foi a impressão que tive coisa que, na primeira leitura, não levei em consideração. Alethea, como as demais personagens femininas de Howell, é uma mulher a frente do seu tempo, determinada, inteligente, com certo ar feminista e ciente das suas fraquezas.

Quando resenhei A Esposa do Rei tive a impressão que a autora queria fazer algo parecido, contudo a Everlin dela se tornava apenas meio forçada nesse aspecto, Alethea em contrapartida é aquele tipo de personagem que tem uma personalidade bem definida, é forte e ao mesmo tempo que escapa do esterótipo da mocinha indefesa em perigo, não deixa de cumprir seu papel com a fragilidade inerente a sua posição e ao seu tempo. E veja que eu disse frágil, não passiva. Hartley é o típico homem "não acredito no amor" e blábláblá, mas pelo menos tenho que louvar que ele não é estúpido, mais que isso, sabe usar sua inteligência de modo muito útil.

Mas se há uma coisa que eu amo nesse livro é que Modred aparece um pouco mais! Ainda não me conformo que em toda a série lançada ela não escreveu um único livro sobre ele. De longe, para mim, ele é o personagem mais fascinante de toda a família Wherlocke Vaughn! A pitada de pimenta também é um pouco maior nesse livro (embora pelo que me lembre o de Argus não é muito diferente). Foi realmente maravilhoso revisitar essa história com um enredo intricado, personagens bem construídos e tiradas cômicas muito boas! Mais que recomendado!

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

[Dorama] Revolutionary Love

Original: 변혁의 사랑 Byeonhyeogui Sarang lit. O amor de Byun Hyuk
Ano: 2017
País: Coréia do Sul
Gênero: Drama, Romance, Comédia
Episódios: 16
Direção: Song Hyun-wook
Roteiro: Joo Hyun
Elenco: 
Choi Si-won
Kang So-ra
Gong Myung

Sinopse: Byun Hyuk (Choi Si Won) é o filho de uma família rica, dona de uma empresa gigantesca, ele nunca teve nenhum objetivo específico na vida e apesar de parecer confiante com mulheres à primeira vista, na verdade é extremamente inocente e coração mole. Cansado dos privilégios, resolve alugar um apartamento pequeno em uma área pobre da cidade, escondendo sua identidade. Baek Joon (Kang So Ra) mora no mesmo prédio, ela é a rainha dos trabalhos de meio período e se esforça muito para pagar as contas no fim do mês. Apesar de ter se formado em uma boa faculdade, não consegue encontrar emprego em nenhuma empresa grande, porém nunca deixa de tentar, a vida dela muda quando o novo vizinho aparece.

Comecei a ver esse drama por causa de Siwon, ele é bom com comédia e esse drama prometia bem a vibe cômica que eu precisava para desestressar de Martial Universe. Porém, a coisa não foi bem como eu imaginava e de repente eu estava vendo um puta dramalhão familiar.

A trama segue um chaebol de terceira geração que não faz outra coisa além de arrumar confusão, Byun Hyuk foi chutado por outra das suas namoradas e, bêbado, acaba causando problemas no voo em que está, agredindo por acidente dois funcionários do voo, a coisa repercute porque alguém no avião grava tudo e coloca na rede, isso enfurece seu pai e um empregado é enviado para resolver a situação, esse empregado é Jae Hoon, amigo de Byun Hyuk desde a adolescencia, o pai de Jae Hoon é motorista dos pais de Byun Hyuk e desde um incidente envolvendo os dois filhos do rico casal ele tem desprezo não apenas por Byun Hyuk como pelo próprio pai que é cego e subserviente.

Diante do escândalo que o video causa, o violento pai de Byun Hyuk o expulsa de casa completamente pelado e é ajudado por Baek Joon, uma jovem cheia de vida que ele conhecera dias antes, com ela Byun Hyuk vai descobrir como é de verdade a vida do outro lado do luxo onde as pessoas trabalham e dão o sangue para conseguir um espaço, quão difícil é a disputa por um emprego na sociedade coreana, sobretudo, será que a almejada vaga em uma grande empresa é realmente a melhor coisa?

Através de Baek Joon e seus amigos, Byun Hyuk começa a perceber que a fortuna que sempre desfrutou foi construída em cima de mentiras e do suor de pessoas que não são valorizadas para empresa onde trabalham. Começando de baixo ele vai lutar pelos direitos daqueles que fazem parte da corporação fundada por seu pai e dar a Baek Joon, Jae Hoon e seus amigos um futuro digno da capacidade de cada um e o reconhecimento que merecem. Mas para isso, Byun Hyuk vai ter que fazer escolhas difíceis como enfrentar seu violento e inflexível pai ou a natureza cruel do seu irmão mais velho.

No começo achei o drama levinho, deu pra dar umas risadas e o Siwon é muito bom com comédia, de cara ele parecia mais aquele riquinho inútil que não sabe de nada, mas a evolução dele desde que conheceu Joon foi muito gostosa de acompanhar, contudo, a história acabou enveredando por caminho mais dramático não só com as brigas familiares, mas com os relacionamentos interpessoais dos personagens. Byun Hyuk é inocente, às vezes até bobo, mas dá tudo de si por aqueles com quem se importa, ele evolui de forma muito fofa e bonita durante todo o drama, é realmente incrível acompanhar. Jae Hoon é um cara que me deixava fora do sério, ele faz o tipo tsundere, sabe? Sente uma coisa e diz outra? Pois é. Tinha hora que eu só queria dar na cara dele, contudo, conforme a gente vai conhecendo o histórico do personagem esse comportamento vai esclarecendo.

Baek Joon foi uma personagem que eu curti muito, ela é engraçada e esforçada, às vezes tendia a ser intransigente e isso incomodava, mas do drama todo ela era a que eu mais gostava. Entretanto, o romance dela não engatou como todo mundo esperava, essa parte ficou bem fora do padrão, em parte eu gostei. Apesar de haver claro envolvimento entre os dois, a relação nunca avançava mais que a amizade e mesmo no final ficou apenas subtendida. Na verdade, achei o final desse drama meio corrido, sendo bem sincera. Ele levanta umas questões importantes e nos leva a refletir sobre outras, achei válido, mas estar longe de ser um drama que eu assistiria até cansar, contudo recomendo, é uma história boa e o final é feliz. 

[Livro] A Esposa do Rei

Autor: Mirian Okuno
Ano: 2018
Páginas: 312
Gênero: Fantasia, Romance

Sinopse: Ela não queria nem um príncipe, muito menos um Rei. Mas por ironia do destino, ou pela Lei de Murphy, um soberano, para lá de irresistível, cruzará o seu caminho.

Já imaginou ser levado por um buraco de minhoca para outro planeta? Pois é. Everlin também não. No entanto, após um grave acidente de avião, o que era para ser o fim de sua história, se transformou no início de uma grande aventura. Em outro planeta, Everlin se tornará “A Esposa do Rei” e descobrirá que a Terra e este estranho mundo estão mais conectados do que imaginava. E que a disputa pela ponte “Einsten-Rosen” poderá significar o fim dos dois mundos. Durante essa jornada inesquecível, descobrirá um mundo maravilhoso, pelo qual dará tudo de si para proteger e entenderá que, mesmo constantemente se afastando do amor, o amor jamais se afastará dela. Apaixone-se por essa história de amor que transcende o tempo e o espaço.

Quando Everlin conheceu Dáian nas férias no sítio de seus pais, ela achou que ele era estrangeiro. Conforme os dois foram se conhecendo e ela ia apresentando a ele seu mundo, o coração que não estava pronto para se apaixonar aos quatorze anos rendeu-se ao avassalador sentimento que o estranho garoto despertou dentro dela. Claro que ainda havia coisas que ela queria fazer, ainda precisava crescer, se formar e abrir sua clínica veterinária, mas era válida sua promessa de que, um dia, se casaria com Dáian. Até ele ir embora.

Everlin não imaginava que seu coração pudesse ser mais ferido do que estava, não entendia porque sequer Dáian fora embora sem se despedir. Assim, mesmo com aquele buraco no coração, ela seguiu sua vida sem nunca esquecê-lo, mas determinada a não permitir que a dor dominasse seus sentidos e impedisse de alcançar aquilo que se determinou.

Dez anos se passam e ela, agora com 24 anos, está na tão sonhada viagem para Londres. Após meses de muito sacrifício e economia, finalmente conseguiu alcançar sua primeira realização e está prestes a se formar no curso de veterinária. Quando está voltando para casa, o avião acaba sofrendo um acidente e caindo no atlântico, lutando por sua vida, Everlin acaba atravessando um estranho portal dentro do oceano e acordado em um planeta diferente.

É desse modo que se inicia sua jornada em um mundo desconhecido e inicialmente hostil onde as pessoas são divididas por raça. Ela se esforça para compreender aquele universo e como foi parar ali e se liga a um único propósito: encontrar uma maneira de voltar para casa. Ela acaba se tornando amiga de Joen, uma camponesa nômade que cuida dela quando a salvam de mercadores de escravo. Por um tempo, ela fica no acampamento deles acompanhando o progresso lento do relacionamento da amiga com Jerrá, o rapaz que ela ama. E descobre nesse interím que a pulseira que Dáian lhe dera antes de ir embora era, naquele mundo, uma joia de compromisso.

Quando militares vem ao acampamento buscar Joen como pagamento de uma alta dívida que seu avô tem com o rei, Everlin acaba se entregando no lugar da garota e partindo para o palácio como uma esposa do rei. Uma no harém de setecentas e onze mulheres! É claro que ela não gosta nada disso, e sua personalidade acaba atraindo a atenção do rei Sete, que a destaca entre as demais e jura que vai conquistá-la. Nesse meio tempo, Everlin aproveita sua liberdade para buscar informações que a levem de volta para casa, ela sabe que provavelmente vai acabar voltando para o oceano e morrer, mas prefere fazer isso no próprio planeta.

Sete, entretanto, está mais que disposto a tentar fazê-la mudar de ideia e conforme os dois vão convivendo Everlin luta contra os sentimentos que não "pode" manter por ele por causa de Dáian, além disso, o soldado Lui também parece disposto a entrar na luta pelo seu coração porém o rei tem uma carta na manga que pode mudar drasticamente o futuro e o coração de sua esposa.

Peguei esse livro por duas razões: primeira porque ele estava de graça na Amazon, segunda porque eu necessito ler mais autores nacionais (infelizmente eles continuam mais caros que os estrangeiros e isso tem restringido meu contato). No começo confesso que não estava dando muito no livro não, primeiro porque ele é narrado em primeira pessoa e, na minha opinião, o personagem tem que ser construído com muito cuidado para amarrar o leitor logo de cara em narrativas assim, segundo porque a história começou com cara de fanfic (e antes que você desista da resenha eu não estou aqui para meter o pau no livro não, relaxe).

A autora usou vários recursos narrativos que não me agradaram muito, especialmente o emprego dos pronomes relativos "o qual, a qual", acho que para evitar o "queísmo" ela acabou exagerando muito na dose desses pronomes e isso deixava minha leitura meio travada. Falando particularmente da Everlin eu não simpatizei muito com a personagem, ela parece ter sido criada para fugir do estereótipo de princesinha indefesa, mas ela deixa isso tão claro que às vezes fica superficial e ela apenas se torna chata. Sete é... bem, no começo eu achava ele bem controlador, algumas vezes dava para entender outras não dava para perdoar não. Lui era irrelevante, estava na cara que ele não ia ficar com ela desde a primeira vez, se existe alguma criatura que shippou os dois preciso estudar esses seres humanos porque não há como.

Entretanto, fora essas pequenas questões, achei a história bem construída, fluída até certo ponto, os capítulos passavam bem rápido e a gente nem percebia, os ganchos que ela usou foram muito bons, senti falta de descrições mais específicas, às vezes ela descrevia uma coisa irrelevante e deixava as coisas relevantes sem descrição. A história me lembrou muito o drama Faith, o livro Perdida e A História de Ester, pareceu uma mistura dos três haha. Tem suas partes divertidas, o progresso da história é condizente com a adaptação da personagem, as personagens tem seu carisma, mas no que me diz respeito não me apeguei a nenhuma. Acontece.

Se você viu (ou leu) e gostou dos que citei acima, muito provável que vai curtir esse livro. Se ele vale o investimento? Sim, vale sim. É uma história levinha, divertida, tem um desenrolar interessante e apesar da intenção do plot twist eu matei a charada no capítulo 3, mas okay. Sem contar que é um livro de leitura rapidinha, então essencial para quem não dispõe de muito tempo, recomendo.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

[Livro] Quem era ela

Original: The Girl Before
Autor: JP Delaney
Gêneros: Suspense, Romance psicológico
Ano: 2016

Sinopse: É preciso responder a uma série de perguntas, passar por um criterioso processo de seleção e se comprometer a seguir inúmeras regras para morar no nº 1 da Folgate Street, uma casa linda e minimalista, obra-prima da arquitetura em Londres. Mas há um preço a se pagar para viver no lugar perfeito. Mesmo em condições tão peculiares, a casa atrai inúmeros interessados, entre eles Jane, uma mulher que, depois de uma terrível perda, busca um ponto de recomeço.
Jane é incapaz de resistir aos encantos da casa, mas pouco depois de se mudar descobre a morte trágica da inquilina anterior. Há muitos segredos por trás daquelas paredes claras e imaculadas. Com tantas regras a cumprir, tantos fatos estranhos acontecendo ao seu redor e uma sensação constante de estar sendo observada, o que parecia um ambiente tranquilo na verdade se mostra ameaçador.
Enquanto tenta descobrir quem era aquela mulher que habitou o mesmo espaço que o seu, Jane vê sua vida se entrelaçar à da outra garota e sente que precisa se apressar para descobrir a verdade ou corre o risco de ter o mesmo destino. Com um suspense de tirar o fôlego e um clima de tensão do início ao fim, JP Delaney constrói um thriller brilhante repleto de reviravoltas até a última página. Uma história de duplicidade, morte e mentiras.

Peguei esse livro ano passado por indicação de um colega de skoob (obrigada, Victor!), não tinha ouvido falar dele o que é uma pena, teria lido antes se tivesse, mas acho que é um daqueles casos de livros muito bons que passam longe do hype e a gente acaba sem ouvir falar de tanto bombardeio que sofremos com o "último best seller" do momento. Foi a minha indicação para a leitura do Clube do Livro em Janeiro e acabei tendo a sorte de ser sorteada!

A história segue duas mulheres em dois períodos distintos, no passado Emma e seu namorado Simon estão na companhia de um corretor de imóveis em busca de um apartamento, de primeira impressão, vemos que Emma é uma mulher voluntariosa e meio mimada e de cara já não gostei muito dela. O apartamento em que eles moravam foi invadido por bandidos e ela foi assaltada, desde então sofre com TEPT (transtorno de estresse pós-traumático) e faz terapia com Carol para superar o trauma. No presente, Jane também está na companhia de uma corretora em busca de um novo apartamento após passar pela dor de ter dado à luz a uma criança morta, ela busca um lugar onde possa recomeçar, livre das memórias dolorosas da perda da filha.

As duas mulheres são apresentadas por seus corretores a um estranho apartamento projetado por um famoso arquiteto excêntrico chamado Edward Monkford que está para alugar, mas cujos requisitos do contrato são de tal forma exigentes (e alguns bizarros) que até então ninguém aceitou ou foi aprovado pelo dono do lugar para habitar. Ambas as mulheres aceitam visitar o local e ficam impressionadas com a austeridade de Folgate Street nº1 à primeira vista, decidindo se candidatar para viver ali. Simon, namorado de Emma, fica relutante não apenas por não gostar do lugar, mas por uma das exigências ser a completa organização, total oposto da parceira que é uma bagunceira nata. Esse não é o problema para Jane que até certo ponto é organizada.

Enquanto no presente Jane se envolve aos poucos com Edward Monkford, no passado Emma e Simon enfrentam problemas no relacionamento quando ela descobre que na noite em que foi assaltada, Simon estava em um bar de strippers. Para piorar ainda mais, ele se sente impotente com ela quando descobre que ela foi violentada no assalto, assim a relação dos dois termina e Edward Monkford entra em cena deixando claro com todas as letras que quer levá-la para a cama. Em paralelo, Jane descobre a existência de Emma quando Simon deixa flores em frente à sua casa, é assim que ela toma conhecimento do fato de que, anos atrás, Emma Matthews morreu no apartamento em que agora ela mora sob circunstâncias suspeitas, não se sabe se fora suicídio ou assassinato e a autópsia fora inconclusiva.

Assim, a relação das duas mulheres com o arquiteto é narrada sob a ótica delas e, cada uma a seu modo, vão descrevendo as excentricidades da personalidade perfeccionista e dominadora de Edward conscientes total ou parcialmente de viverem um relacionamento abusivo. Fatos estranhos acerca das moradoras anteriores da casa, incluindo a própria esposa morta do arquiteto começam a levantar suspeita tanto em Emma quanto em Jane que começam a perceber que o perfeito Edward Monkford pode não ser tão perfeito assim, ainda que Jane se recuse a enxergar esse fato e tente de todas as formas provar que está errada. Emma, entretanto, não liga que ele seja abusivo e até mesmo gosta. Contudo, verdades obscuras podem acabar com o relacionamento que as duas mulheres tem com o arquiteto e um final trágico iminente parece ser o único desfecho disponível para todas que residem em Folgate Street nº1.

Esse livro foi uma mistura interessante de Harlan Coben com Agatha Christie, a narrativa é construída de forma gradual, mas sem nunca se tornar lenta ou monótona, os capítulos são fluidos e expressam tão bem o caráter de suas narradoras que ao passo que detestamos uma passamos a sentir certa simpatia pela outra, um thriller psicológico tão bem construído que todo mundo é suspeito até mesmo o moderno apartamento, deixando-nos paranoicos e tão confusos quanto Jane. Igualmente, somos pegos de surpresa ao descobrir o que, de fato, provocou a morte de Emma Matthews e confesso que não esperava mesmo por aquilo. O final do livro é bem agridoce, ainda que não seja ruim de nenhum modo, mas dá aquela sensação de ciclo, sabe?

Tendo como cenário a aristocrática Londres, o livro traz discussões sobre autoimagem, relações abusivas, transtornos mentais e luto, nos fazendo refletir acerca de várias questões e ainda provocando uma pequena discussão sobre o aborto e síndrome de Dawn. As personagens são vívidas e saltam das páginas, Edward é controlador, beira ao TOC e concordo com a terapeuta quando diz que ele tem tendências sociopatas. Emma é manipuladora, falsa, mentirosa compulsiva e narcisista. Simon é bajulador, fraco e obsessivo. Jane é uma mulher forte até certo ponto, independente e dona de si mesma, sabe o que quer e lida com o luto como acredito que qualquer mulher na situação dela faria, contudo em alguns momentos a cegueira dela em relação a Edward me irritava. É o tipo de situação que você sabe que está errado, mas fica se dado pretextos para fingir que está certo. Quem curte o gênero, fica aqui minha recomendação de uma história muito boa bem estilo A Mulher na Janela, Não Conte a Ninguém e A Casa no Penhasco.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

[Livro] Audácia

Original: Impulse
Autor: Candace Camp
Páginas: 320
Gênero: Romance histórico
Ano: 1997

Sinopse: Ela ousava amar de verdade...

Angela Stanhope acreditava no amor. Após ser arrancada dos braços de Cameron Monroe,
o homem a quem confiara seu coração, ela foi jogada às garras do cruel e impiedoso lorde Dunstan, o escolhido de seu avô para desposá-la. Decidida a fazer valer seus sentimentos e não os desejos insanos do patriarca dos Stanhope, ela o desafiou, mas cedeu a uma ardilosa chantagem para proteger seu amado.

 Ele estava decidido a duelar com o destino...

Cameron jamais se esqueceu da humilhação que sofreu. Após 13 anos, ele retorna à propriedade
dos Stanhope para um ajuste de contas. Afinal, tornou-se um homem rico e poderoso, com recursos ilimitados para destruir a família que o renegou. E ele tem somente uma exigência: que Angela se torne sua esposa.

Mas será que a paixão de Angela e Cameron resistirá a terríveis revelações?

Segunda resenha literária de 2020!

Não me recordo onde vi Audácia, acho que foi enquanto pesquisava sobre algum livro e ele veio como um relacionado, a coisa é que me chamou a atenção (não era essa capa que eu postei, era outra que eu vou colocar mais embaixo) e acabei me interessando e pegando para ler. Como a maioria dos livros que pus na meta de leitura eram livros digitais que estavam mofando no meu tablet e no kindle há eras, acabei ficando só com ebooks para janeiro e ao que parece vai ser assim o ano todo!

Audácia acompanha o romance entre Angela Stanhope, uma nobre inglesa neta de um conde e Cameron Monroe um cavalariço que trabalha para a família de Angela e a conhece desde que ela tinha oito anos. Ela é apaixonada por ele desde criança, perdendo o pai cedo e com uma mãe hipocondríaca, Angela cresceu criada pelos rigorosos avós que pouco faziam para lhe dar afeição e deixavam-lhe a cargo da inflexível governanta. Ela amara Cam desde que o vira pela primeira vez, não apenas por ser o único que lhe dava atenção, mas por ser o único que a entendia de verdade.

Quando Cam finalmente admitiu seus sentimentos por Angela, esta estava no auge de sua juventude, mas prometida ao cruel Lorde Dunstan por quem não nutria qualquer sentimento além de indiferença. Ela planejava fugir com Cam para a América onde poderiam se casar sem a pressão da diferença de classes ou as imposições da família, mas o avô dela acaba flagrando os dois em um momento íntimo e tranca Angela no quarto, dando uma surra em Cam e expulsando-o das suas terras. Como os Stanhope passavam por um momento de muitas dívidas, ele força Angela a casar com Dunstan para salvar a família ameaçando que, caso ela recusasse, ele acusaria Cam de roubo e faria com que ele passasse o resto da vida na prisão.

Desesperada para salvar o amado, Angela aceita o casamento forçado sem nem fazer ideia do pesadelo que sua vida se tornaria por esta escolha. Cam, acreditando que ela se casara por dinheiro, fora embora sozinho da Inglaterra odiando-a sem permitir que ela mesmo lhe desse uma explicação da sua atitude, desse modo, ela vive seu pesadelo solitária com a única consolação de que o amado, mesmo odiando-a, pelo menos teve a chance de construir para si um futuro.

Treze anos se passam e Angela mora sob a proteção do irmão Jeremy, agora Conde Stanhope no lugar do avô, ela fugira de casa com a ajuda de sua criada Kate e pedira o divórcio a Dunstan, contudo, o infame lorde conseguiu virar o jogo contra ela acusando-a de adultério, tirando todo o seu dinheiro, mas apesar de estar dependente do irmão, a paz de estar longe do ex-marido era tudo para Angela que vivia sob a sombra do medo e jurara nunca mais se casar. Porém, por um jogo cruel do destino, Jeremy aparece em Bridbury com um estranho homem e afirma estar com a corda no pescoço.

Aparentemente um estranho comprou mais da metade da mina que subsistia a família e todas as dívidas de Jeremy deixando-o entre a cruz e a espada. Para sair da situação, o estranho exige que Angela se case com ela para salvar a família. Claro que ela se recusa, afirmando ao irmão que não pode se submeter ao horror que passou em seu último casamento, mas mesmo que o irmão compreenda, pede que ela dê pelo menos a chance de conhecer o misterioso pretendente antes de recusar uma vez que o futuro de todos eles depende disso.

Para a surpresa dela (e não a nossa porque acredito que qualquer pessoa versada nesses livros já adivinharia isso) o homem que quer se casar com ela é Cam, agora sob o sobrenome de Moroc, é um homem de enorme fortuna e dono de tudo que a família de Angela tem. Ele deixa claro desde o início que o casamento é uma forma de vingança e Angela, que se recusa a submeter-se a um homem novamente, expressa seu desprezo e sua recusa convicta em casar-se com ele, mas Jeremy acaba se vendo com um escândalo pronto para arruinar de vez sua vida e a de toda a família o que deixa Angela entre a cruz e a espada. Tudo piora quando Dunstan reaparece para atormentá-la jurando trazê-la de volta para sua casa.

Desesperada, ela faz um acordo com Cam, aceitará se casar com ele se ele prometer que não a tocará. Pensando ser por causa do desprezo que agora os une, ele aceita dando sua palavra que não encostará um dedo nela. Porém, a química entre eles é explosiva e os velhos sentimentos ameaçam toda hora bater de novo à sua porta. Ambos são incapazes de esquecer o amor que os manteve vivos durante todos os anos de separação, mas Angela está ferida demais para se abrir novamente ao amor e Cam, desconhecendo os sacrifícios dela, imerso demais no ódio para enxergar os próprios sentimentos.

É Kate, a criada de Angela, que revela para Cam o motivo de ela ter se casado com Dunstan e, arrependido, ele tenta se reaproximar dela jurando que conquistará não apenas seu perdão, mas sua afeição novamente. Assim, os dois imergem em uma amizade profunda, mas mesmo que Angela demonstre reagir às investidas sensuais de Cam, ela não consegue se entregar a ele e Cam começa a pensar que é algo de errado com ele próprio e o fato de sua origem.

Aterrorizada, Angela se recusa a contar os horrores que ocorreram em seu casamento, a dor da vergonha e a culpa lhe corroem a alma. Cabe a Cam descobrir o que se esconde atrás do medo que ela sente de abrir outra vez o coração enquanto tenta, ao mesmo tempo, desenterrar suas origens e conhecer o passado que sua mãe se empenhou em esconder até sua morte.

Esse foi um daqueles livros que eu não estava dando muito quando comecei, pensei que era só mais "um harlequim histórico", contudo acabei tendo uma boa surpresa. Não apenas as personagens são bem interessantes quanto o contexto histórico abordado no livro reflete um passado cruel com as mulheres que eram tratadas como objetos ao bel prazer de seus maridos inescrupulosos e cruéis. E o livro vai além, mostrando um pouco da homossexualidade em uma rígida sociedade inglesa moldada nos padrões religiosos que ditavam as regras. Ainda que este último tema não seja desenvolvido como deveria na história, o que é uma pena, foi muito interessante e acrescentou à narrativa. 

O que mais gostei, contudo, foi o método de Cam para "destravar" a esposa com medo irracional da intimidade hahaha. Em uma época onde a psicologia não tinha voz, ele soube contornar a situação de uma maneira inteligente usando de recursos práticos que mostraram funcionar, entendendo o problema de Angela e aceitando o seu tempo de lidar com a situação, permitindo que ela alcançasse autonomia para superar o próprio problema com o apoio dele sem nunca pressioná-la. Foi muito fofo. Para quem gosta, o livro ainda conta com uma dose de erotismo bem... apimentada para meus padrões, mas que couberam na narrativa sem deixá-la apelativa e funcionando como um recurso de desenvolvimento do relacionamento das personagens e não como um padrão de livro erótico.

Achei que Dunstan teve um final muito fácil. Particularmente queria vê-lo sofrer mais, pagar pelos seus crimes talvez, ainda assim, como a autora deixou para resolver tudo no último capítulo, compreendi a escolha de resolução e não ficou de todo má também. É um livro fofo, quente na dose certa, bem ambientado e que traz à tona com fidelidade um passado que infelizmente ainda se repete muito nos dias atuais. Mais que recomendado!

domingo, 12 de janeiro de 2020

[Livro] Pássaros Viajantes

Original: Birds of Passage
Autor: Elizabeth Lane
Ano: 1992
Gênero: Romance histórico

Sinopse: Inglaterra, 1702

Angustiada, Mavis Whitney firmou a mão com dificuldade e assinou o contrato de servidão que o capitão James Forrester lhe entregava. Quando o navio zarpasse rumo à América, deixaria para trás os problemas que a obrigavam a fugir do país.

A passagem custara caro: sua liberdade. Nos próximos 5 anos, seia considerada apenas um objeto, uma escrava! A idéia era exasperante. Como criada de Célia Pomeroy, a noiva do capitão, seria testemunha silenciosa da intimidade, das risadas, da felicidade de Célia e James. Agora só restavam poucos dias de liberdade a bordo do navio. Dias em que Mavis iria sonhar que era um pássaro viajante, livre para ir aonde quisesse, livre para amar um homem poderoso como James Forrester.

Retrato de uma época dramática, em que pessoas livres sujeitavam-se à escravidão para conseguir sobreviver!

Se bem me lembro, Pássaros Viajantes foi o primeiro romance histórico que li, ainda na escola, quando descobri (em uma estante bem escondida) os livros de banca Bianca, Sabrina e Júlia. Não me recordo a idade na época, mas o livro me impactou ao ponto de nunca esquecê-lo e foi com uma alegria enorme que consegui encontrá-lo em PDF para ler muitos anos depois da primeira vez. Acho super interessante como as histórias nos impactam de maneiras diferentes quando as pegamos em momentos distintos da nossa trajetória, mais experiência, mais conhecimento e uma cabeça diferente daquela com que os lemos pela primeira vez, o projeto de releitura tem me mostrado isso com ainda mais força.

A história segue Mavis Withney, a filha de um guarda-caça que cresceu como um espírito livre até a morte de seu pai quando ela se viu criada de Lorde Dunsmoore, para quem seu pai trabalhara, e vítima do assédio do filho deste que herdara a posição do pai. Para escapar de um estupro, Mavis deforma o rosto do homem com chá quente e foge em busca de um navio que possa levá-la de Londres para a América onde, no novo mundo, ela será serva de alguém pelo tempo que durar seu contrato e então encontrará a liberdade em uma terra onde ninguém mais poderá machucá-la.

É no Pégasos que ela encontra sua esperança, o capitão James Forrester apesar de não ser o mais gentil dos homens lhe oferece um contrato de servidão de cinco anos para sua noiva, Célia Pomeroy, que procura uma pessoa para cuidar da contabilidade e de convites sociais para seus assuntos. Por saber ler e fazer contas, mesmo não sendo o homem que James procurava, ele a contrata quando vê o desespero da jovem para fugir de Lorde Dunsmoore e, mesmo um homem brusco do mar, tem horror a tipos devassos como Percy Dunsmoore.

James se encarrega da proteção de Mavis, tentando negar para si mesmo o encanto que a garota exerce sobre ele. A postura altiva e a força da garota mexem com ele, além de sua beleza despertar nele desejos tão fortes que mal consegue se conter perto dela. Ainda assim, tanto ele quanto ela reprimem seus sentimentos em nome do compromisso dele com Célia, mesmo com o coração partido, Mavis sabe que só lhe resta aceitar que será uma testemunha da felicidade do homem que ama com outra mulher. Ela aproveita bem seus últimos dias de liberdade a bordo do navio, enquanto vai conhecendo melhor o taciturno capitão e seu passado tortuoso.

Na Virgínia (e quem lembrou da música de Pocahontas dá um salve kkkk) ela se vê a mercê de Célia, uma mulher frívola, vingativa, fútil e cruel. A pior parte, entretanto, é suportar as visitas de James à noiva, mesmo quando ele visivelmente não está apaixonado por Célia, mas por ela. James tenta de todas as formas comprar o contrato de Mavis para libertá-la, mas a vingativa Célia não pretende entregar os pontos tão facilmente e vai fazer tudo ao seu alcance para destruir Mavis e garantir que a vida de James seja um inferno mesmo que isso signifique se aliar aos piores tipos de gente como Percy Dunsmoore.

Eu ainda me lembrava de boa parte da história, mas muito estava nublado na minha mente e pude reviver cada momento dessa narrativa sofrida e o retrato de uma época cruel. Por incrível que possa parecer, Mavis foi uma das poucas personagens femininas que não me encheu o saco, ela se manteve forte e inteligente o livro todo, James, longe de ser o personagem perfeito, me deu um pouco mais de dor de cabeça com algumas decisões, mas pelo menos dava para entender pelo contexto no qual ele estava inserido. Pássaros Viajantes é uma história forte, que marca a gente e me causou, ainda que de forma mais branda, as mesmas sensações da primeira vez que li. Recomendo.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

[Anime] The Ancient Magus' Bride

Original: 魔法使いの嫁, ''Mahōtsukai no Yome''
Autora: Kore Yamazaki
Gêneros: Fantasia sombria, Mistério, Ficção sobrenatural
Roteiro: Aya Takaha
Direção: Norihiro Naganuma
Ano: 2017-2018
Episódios: 24 (+4 OVA)

Sinopse: Chise Hatori tem apenas 16 anos, mas ela já perdeu muito mais do que a maioria. Parece que todas as portas estão fechadas para ela, que não tem mais família ou esperança. Mas um encontro casual fez girar novamente as rodas enferrujadas do destino. Elias Ainsworth, um mago misterioso, aparece para Chise e oferece a ela a chance de ser sua aprendiz em um mundo de fadas e dragões. Antes que Chise se acostume com essa ideia, ela descobre que seu destino é ser mais do que a aprendiz de Elias, mas sim ser sua noiva. Este mago, que parece mais com um demônio do que um humano, pode trazê-la à luz que ela procura desesperadamente ou afogá-la nas sombras cada vez mais profundas.

Eu tinha visto esse anime sem querer no banco de séries há uns anos, acho que foi no começo de 2017, mas ainda faltava muito pra ele lançar então eu acabei esquecendo e me lembrei dele ano passado, mas como já estava com a meta fechada, acabei deixando pra esse ano. Tinha gostado da sinopse, parecia prometer muito e, até certo ponto, não estava errada.

A história acompanha Hatori Chise, uma adolescente que assina um contrato de escravidão, no início, pelo que podemos entender, tudo que Chise deseja é um lar, alguém que a acolha e goste dela pelo menos um pouco, mesmo que isso signifique ser uma escrava. Porém, o "leilão" no qual ela é vendida não é comum, mas aparentemente um leilão sobrenatural e ela é comprada por um estranho mago com cabeça de osso. O que mais a surpreende, entretanto, é o fato dele não a tratar como uma escrava, mas uma aprendiz e logo ela descobre que ele também pretende fazer dela sua noiva.

Chise se descobre como uma rara espécie de maga chamada sleying Begy (pelo que me lembro, não sei se escreve assim mesmo, mas é um nome estranho assim mesmo), dando uma explicação por alto porque é um troço meio complexo, ela é altamente poderosa e capaz de transformar magia de qualquer coisa, porém seu corpo é fraco demais para seu poder, o que quer dizer que ela vai morrer muito cedo. Elias, o mago que a comprou, diz que não permitirá que aconteça e se compromete a encontrar uma maneira de impedir que a vida de Chise se abrevie.

Na casa dele ela conhece Silky (fofaaaaaa! *U*) uma banshee que cuida da casa e cozinha. Conforme vai aprendendo mais sobre Elias ela se vê acolhida como membro de uma nova família e tem a chance de recomeçar e se reconstruir, mas para isso precisa enfrentar as "maldições" que atormentam sua mente e fazem parte de dores do passado que ela carrega consigo. Chise não tem força própria, é totalmente dependente de Elias e teme mais que qualquer coisa ser abandonada. 

Ela começa a estudar magia e vai conhecendo pessoas que estão à volta de Elias. O reverendo da cidade que tem de ficar de olho nele, mas que mais o ajuda que qualquer outra coisa, Angélica, uma maga que trabalha como "mecânica mágica" para outros magos, o rei e a rainha das fadas, Linder o guardião dos dragões e mentor de Elias,  além de outros personagens que aparecem conforme Chise ajuda o mago a resolver questões. Porém, quando um inimigo poderoso, o feiticeiro Cataphilus, aparece colocando muitas vidas em xeque, Chise pode acabar abreviando ainda mais a sua existência no desejo desmedido de salvar Elias e os amigos que conquistou.

Gostei muito do anime, não supriu totalmente as minhas expectativas, quando eu li a sinopse imaginei uma coisa totalmente diferente, mas foi uma surpresa boa em sua maior parte. Gostei da OST que é linda, a animação também é muito boa embora tenha CGI em algumas partes é tão sutil que não atrapalha. Uma das coisas que me chamou atenção foi o fato de Elias não ser o mocinho e, ao mesmo tempo, não ser o vilão. Como uma existência inumana (ou metade humana, não fica muito clara a origem dele) ele não tem qualquer tipo de discernimento acerca das sensações humanas, embora conforme vá se aproximando de Chise comece a desenvolver sentimentos como inveja, ciúmes, solidão, carinho, preocupação, medo, etc. 

Chise, como toda adolescente, comete umas estupidezes conforme vai ganhando mais confiança e umas a gente até perdoa e tenta entender dado o histórico da guria. Mas tem outras que dava vontade de afundar o crânio dela com tanto cascudo pra ver se ela acordava pra vida (u.u). Das demais personagens eu curti muito o Linder e a Angélica foram meus favoritos. Recomendo demais o anime, é uma dark fantasy muito interessante e bem diferente, apesar de ter umas cenas meio gore que me deixaram desconfortáveis, não é nada nível Another, e quando há momentos de "tortura" por assim dizer, são sempre com câmeras em outros ângulos, de modo que não tem nada realmente impactante coisa ótima para gente de estômago fraco como eu.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Esperanças para 2020


大家好,新年快乐!

Se você está lendo isso é com a maior alegria que eu te desejo um ano cheio de paz, saúde e realizações. 2019 não foi um ano fácil em nenhum sentido, muitas perdas, dificuldades e tristezas, são tão poucas as coisas boas que posso contabilizar daquele ano que mesmo que tentasse focar apenas nelas talvez não fosse suficiente para aplacar dentro de mim a vontade de que ele acabasse logo (e pareceu levar uma eternidade até o dia 31!).

2020 começou, temos novos 365 dias para recomeçar, para tentar algo diferente, para ser diferente, porque nada muda se nós não mudarmos. No início dos anos é sempre aquela empolgação que vai morrendo conforme os dias passam, mas esse ano eu realmente desejo que possamos manter esse fogo da mudança aceso ao longo de todos os dias porque é esse fogo que nos dará coragem para realmente fazer algo em prol de nós mesmo e, a partir disso, das pessoas à nossa volta.

Em novembro passado eu fui hospitalizada com uma dor muito forte, só naquele momento me dei conta de que estava ficando velha e que minha saúde não ia pedir socorro por muito tempo. Isso me fez entender que às vezes a gente precisa passar por um sofrimento grande para acordar e mudar. 2019, creio, foi um sofrimento para a maioria das pessoas, seja no âmbito político, social, pessoal... mas ele serviu para nos fazer refletir acerca de nossas escolhas e estabelecer novos rumos para esse 2020, me tornei mais consciente de que preciso mudar hábitos com ainda mais afinco e me propus a manter uma rotina mais firme este ano.

Muitas das metas que me estabeleci ano passado, infelizmente, por algum motivo não consegui cumprir. Os projetos Hanadan e Itazura na Kiss não foram para frente porque não consegui encontrar todas as versões disponíveis, talvez não fosse para ser. Contudo, em contrapartida, o projeto de releitura foi muito bem e continuará esse ano que contemplará as sagas Fallen  e Hush Hush. Talvez eu não seja tão ativa no blog quanto gostaria, estou com uma rotina bem apertada graças aos novos hábitos, preciso regular o meu sono acima de qualquer outra coisa, então espero que compreendam.

Vou tentar usar o famoso caderno de leituras, já fiz minha modesta lista de livros deste ano e espero que consiga levá-la adiante e adicionar mais leituras. As resenhas literárias permanecerão. Minha lista de doramas também foi feita, o que não acho que vá aparecer muito são animes, não consegui fazer uma seleção deles para ver, no momento só tenho um em mente. Como tenho me dedicado mais à música clássica, talvez os posts sobre música não aconteçam, não sei ao certo, mas é uma possibilidade.

Quero agradecer a todos que me acompanharam em 2019 e espero continuar com vocês ao longo deste 2020! Vão surgir novas histórias, se Deus quiser, e tentarei manter atualizada todas as novidades. Um grande abraço e os votos de um ano realmente diferente e maravilhoso!