quinta-feira, 31 de maio de 2018

[Escrita] Planejamento de enredo I - Ferramental Simbólico - História de Base

Saudações!

Recentemente comecei a fazer um minicurso de escrita criativa, quem disser a vocês que escritores não precisam estudar está mentindo, escutem o que eu digo! Nós que queremos viver de palavras estudamos como médicos e professores, sempre e para sempre. Agradeçam a volta dessa tag ao blog Leitor Beta onde eu estou fazendo essas postagens, inclusive se você é um autor iniciante e quer uma crítica sobre a sua história, o Leitor Beta é o lugar certo para você! Vou deixar o link no fim da postagem.

Hoje a gente vai começar a ver uma ferramenta de representação para o enredo do livro. Quem ministrou esse curso foi o professor Gilberto Sendtko, o curso de criação literária deste senhor custa nada menos que R$ 3.270,12 dinheiros! Então, obviamente, eu não perderia a chance de ouvir as dicas dele nesse minicurso ainda que não tenha todas as ferramentas que o curso completo oferece, ele é bem dinâmico no que diz respeito a ensinar alguns passos que orientam os autores iniciantes a organizar suas obras e eu vou passar para você tudo que aprender nessas aulinhas.

Bom, iniciando, esse ferramental simbólico serve para que a gente represente todo o planejamento que nós estamos desenvolvendo para a obra que vamos escrever. Serve para que represente-se simbolicamente a história que queremos produzir, os movimentos existentes, encontros, desencontros, etc. Em outras palavras, é a representação simbólica do enredo. Uma das maiores dificuldades para autores inciantes (e aqui eu me coloco entre eles) normalmente é o planejamento de enredo, gente, esse negócio não é de Deus não! E ainda tem gente que tem a audácia de dizer que escrever um livro é fácil!

Eu já falei sobre isso antes, o planejamento de enredo serve para que você tenha um norte da obra que vai criar, permite que ela seja homogênea e linear, o maior problema em se escrever ao bel prazer da imaginação - e o professor deixa isso bem claro - é que os personagens e o próprio enredo em si acabam se tornando reféns do humor e da inspiração do escritor coisa que fica visível durante a leitura e acaba tendo-se um resultado cheio de inconsistências. E muitos autores desistem da obra no meio do caminho por simplesmente não saberem para onde ir com aquela história, grande parte dessa dificuldade de planejamento dá-se pela falta de uma ferramenta que proporcione uma visão completa, de totalidade da história que permita que o autor visualize os acontecimentos que serão narrados em uma ordem temporal e em movimento.

Então, nessa aula vamos ver como representar simbolicamente esse enredo e dar início ao planejamento do nosso projeto literário. Para exemplificar isso vou usar o mesmo exemplo do professor Gilberto, suponha que você quer contar a história de um personagem X,  ou seja, escrever um livro que vá abarcar parte do percurso histórico desse personagem e aí vem a questão: Como vou representar simbolicamente essa parte da história desse personagem? Esse enredo que é praticamente o movimento desse personagem do ponto A ao ponto B do meu livro? E mais: como fazer isso de uma forma simples que me permita ter uma visão completa da minha obra e fazer consultas sempre que eu precisar fazer consultas para me encontrar.

Difícil pensar nisso, não é? A prática da ferramenta que vamos utilizar é teoricamente bem simples, mas vai te custar um pouco de tempo então, preste atenção em cada passo. 

Essa é a linha do tempo do nosso personagem X! Vejam que ela é como uma linha do tempo daquelas que a gente aprende nas aulas de história, ela inicia no ponto 0 que é onde nosso personagem nasce e termina aos 81 anos que, à escolha de exemplo do professor, ele decidiu pelo fim do livro e da vida da personagem, mas você pode simplesmente deixar em aberto e colocar apenas até onde conta a sua historia. Notem também que ela se divide em duas partes, até os 36 anos que é onde o livro começa, e a partir dos 36 aos 81 que é o que se contará na história.

É então que nós entramos no cerne da nossa aula de hoje que focará nessa primeira parte que é chamada Trajetória Histórica de Base, ela serve para nortear toda a construção do enredo, esse é o percurso histórico desse personagem do momento que ele nasce até o início da história. E sim, é preciso planejar esse percurso antecedente ao início da obra e a gente vai ver logo porque é tão importante. Isso faz uma diferença sem precedentes na hora da escrita do livro, da construção da personagem, dos contextos e da relação dos personagens e esses contextos. É preciso entender que a história dos nossos personagens começa muito antes do início do livro, se você, por exemplo, escreve sobre um personagem de 16 anos descobrindo poderes, precisa ter em mente que ele teve uma vida inteira até os 16 anos, uma trajetória histórica que o moldou até chegar no ponto que a sua história se inicia. Então, por mais difícil e não habitual que pareça, não desmereçam a história de base, ela é uma das etapas mais importantes dentro da produção literária.

Então, antes de partir para o enredo em si, notem essas siglas que há na linha do tempo: D.D., essa é a sigla para Dado Divisório, são marcações que definem o fim de uma fase, uma etapa, um período da vida do personagem ou do enredo e o início de outra, o que muda dentro de cada período e como o personagem evolui ou regride dentro de cada uma dessas fases e contextos que envolvem esses dados divisórios. A gente vai ver esses D.D. em detalhes posteriormente, voltando para a história de base, o grande problema dos escritores iniciantes quando produzem (e volto a me incluir nisso) começam a escrever uma história com um personagem em idade X e ignoram completamente o percurso histórico daquele personagem, como se ele surgisse do nada naquela idade e literalmente caísse de paraquedas naquele contexto.
Isso acaba gerando uma história sem profundidade, sem densidade, onde eu não compreendo a dinâmica que envolve as escolhas e o pensamento daquele personagem. E esse problema acaba causando uma impressão, em determinado ponto da história, que não estamos mais no mesmo livro lidando com o mesmo personagem. Entendam que não é que seu personagem não evolua, a questão aqui é que o seu personagem evolua sendo ele mesmo e não virando outra pessoa, o leitor precisa da sensação de linearidade, de consistência de verossimilhança. Essa base vai alicerçar a construção do nosso personagem, como ele pensa, como ele age, como ele vê o mundo e como interage com ele. Mas sobretudo: Por que? Essa situação de causalidade só pode ser compreendida quando conhecemos quem é nosso personagem, de onde ele veio e o que fez ele ser como é, assim evita-se um problema muito comum de multiplas personalidades quando muitas vezes no segundo capítulo o personagem já não é mais o mesmo ou todos os personagens parecem iguais. 

Outra coisa que o professor recomenda além de sempre, antes de escrever, construir uma história de base, é começar escrevendo contos. Segundo ele "É muito mais fácil começar tentando construir algo digno em 5, 10, 15, 20 páginas e fazer um livro de contos do que iniciar uma obra com as suas 120,  200, 400 páginas. 99% dos escritores que iniciam produzindo suas obras com mais de 50 páginas simplesmente desistem no meio do caminho ou muito antes da metade do caminho." 

Do mesmo modo se aplica ao que eu chamo de "maldição da trilogia", conheço escritores iniciantes que mal conseguem trabalhar em um livro só e já planejam começar escrevendo uma saga de 3 livros! Vocês estão vendo aqui como dá trabalho fazer um só livro, e a gente não tá nem no meio do processo, viu? Esse é o começo do planejamento, gente. O começo! Então comecem pequeno, comecem prezando a qualidade, comecem focando em algo bem feito e não se preocupem com o tamanho disso. Não queiram imitar escritores famosos, sejam vocês mesmos!

Então a primeira etapa é criar um Contexto de Base, lá no marco 0, onde o personagem nasceu, a gente vai escrever o contexto em que esse personagem existe. Em que mundo esse personagem nasceu? Como era essa família? Como era a condição sócio-econômica? Como era a relação dessa família com o mundo? É a relação do personagem com esse contexto que vai moldar a caracterização dele. Depois defina cada um dos Dados Divisórios da vida desse personagem, cada DD desse representa uma mudança na vida desse personagem, uma marca nele, o fim de uma fase e o início de novas coisas. Para exemplificar isso, vamos continuar com a ideia daquele personagem X lá de cima.


Então a gente tem aí o contexto base desse personagem, nós definimos um momento histórico, um local, uma situação familiar que vai embasar a vida dele até o início do livro.


E então, a gente tem aqui as pontuações dos D.D. cada acontecimento primordial que marcou a vida desse personagem até o início do livro. Quando concluímos isso, nós já temos uma pequena base de dados sobre nosso personagem, eu já sei por onde esse personagem passou, pelo que ele passou, o modo de ele ser no mundo eu já sei como lidar com isso, esse personagem já não nasceu do nada, ele já tem uma identidade própria.

Essa é só uma representação básica. Eu vou continuar o curso e, conforme for avançando, vou dividindo com vocês o que vou aprendendo! Então vejo vocês na próxima aula! 

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quarta-feira, 30 de maio de 2018

[Livro] O Livro dos Espelhos - E. O. Chirovici

Título original: The Book of Mirrors
Páginas: 322
Gênero: Thriller, suspense, mistério
Ano: 2017

Sinopse: A verdade de um é a mentira de outro. Um livro com uma trama tão perturbadora que bota o leitor num jogo de espelhos Quando o agente literário Peter Katz recebe por e-mail um manuscrito parcial intitulado O livro dos espelhos, ele fica intrigado. O autor, Richard Flynn, descreve seus dias em Princeton, e documenta sua relação com Joseph Wieder, um renomado psicólogo, pesquisador e professor. Convencido de que o manuscrito completo vai revelar quem assassinou Wieder em sua casa, em 1987 — um crime noticiado em todos os jornais mas que jamais foi solucionado —, Peter Katz vê aí sua chance de fechar um negócio de um milhão de dólares com uma grande editora. O único inconveniente: quando Peter vai atrás de Richard, ele o encontra à beira da morte num leito de hospital, inconsciente, e ninguém mais sabe onde está o restante do original. Determinado a ir até o fim neste projeto, Peter contrata um repórter investigativo para desenterrar o caso e reconstituir o crime. Mas o que ele desenterra é um jogo de espelhos, uma teia de verdades e mentiras, e uma trama mais complexa e elaborada que a do primeiro lugar na lista de mais vendidos dos livros de ficção.

Enquanto eu não termino de ver o dorama de Erased (que vai entrar na resenha do anime), vou postar então a resenha do livro que terminei hoje. Não tinha conhecimento algum da existência desse livro até vê-lo na prateleira das Americanas num dia que a minha irmã tinha dinheiro extra na carteira. Confesso que trouxe ele pra casa por causa do nome e da sinopse, mas nunca havia ouvido falar do autor romeno/alemão/outra nacionalidade que esqueci.

O livro é narrado sob três perspectivas diferentes, começando com Peter Katz, um agente literário que recebe um original parcial de um homem chamado Richard Flynn e nós somos apresentados a esse manuscrito através da leitura dele, com esse fragmento descobrimos um pouco sobre a vida de Richard e sua relação com Laura Bines a pupila de um conceituado professor de psicologia da época que fora assassinado brutalmente, em seu livro, Flynn narra os meses que antecederam o acontecimento e promete revelar quem é o verdadeiro assassino nunca pego pela polícia.

O problema é que o documento não está completo e quando Peter entra em contato para conseguir o restante descobre que o autor está hospitalizado morrendo de câncer e não se sabe o paradeiro do manuscrito.  Sua parceira, Danna, se propõe a procurá-lo para Peter, mas não obtêm sucesso e é assim que somos lançados no mundo de loucura do Livro dos Espelhos onde nada é o que parece e cada nova informação pode conter uma armadilha. Vendo-se prestes a perder a chance de publicar o provável livro dos ovos de ouro, ele pede ajuda ao seu amigo de longa data, o jornalista John Keller para investigar os fatos apresentados no manuscrito e finalizá-lo ele mesmo ou contratar um ghostwriter.

É quando começa a segunda parte do livro, Keller vai atrás das informações do manuscrito, indo em busca das pessoas mencionadas por Flynn e reconstituindo os passos de Wieder, o professor assassinado, até o dia de sua morte, mas o que ele acaba conseguindo - além de perder a namorada - é enterrar-se em um emaranhado de mentiras e contradições que a princípio não se encaixam. Segundo sua linha investigativa, Laura Baines pode ter sido a mente por trás da morte de Wieder, tudo porque ela estaria obcecada pelo manuscrito no qual o professor estava trabalhando e que prometia revolucionar o mundo da psicologia. 

Cansado de não chegar em lugar nenhum, ele passa a vez para Roy Freeman, um policial aposentado que trabalhou como detetive no caso do assassinato de Wieder anos antes, intrigado com as novas descobertas do amigo principalmente quando um antigo desafeto do professor acaba de confessar que o havia matado. Sentindo a consciência pesada por não ter dado tudo de si no caso quando teve a chance e sem acreditar que o indivíduo que confessou de fato havia matado o professor, Freeman vai atrás da verdade comparando cada pequeno detalhe da investigação de anos atrás com as novas descobertas feitas por Keller até chegar no mais improvável dos assassinos.

O Livro dos Espelhos é uma narrativa tão bem armada que você se vê refém das páginas até descobrir quem finalmente é o maldito assassino, ele não apenas tem ganchos bem colocados dignos de qualquer livro de Agatha Christie ou Arthur Conan Doyle, como te apresenta um quebra-cabeças que vai se emaranhando ainda mais conforme as páginas avançam, a história tenta te jogar numa direção dando todas as ferramentas causais para aquela realidade ser plausível apenas para um segundo depois mostrar que você estava errado.

Como dito pelo próprio autor em suas notas finais, o livro é sobre o poder da nossa memória em maquiar os acontecimentos de acordo com a nossa necessidade emocional, algo que recentemente pude ver no final da série Sherlock da BBC, que por sinal recomendo muitíssimo caso ainda não tenha visto. Porém, senti que a do meio da segunda parte para a terceira parte o livro parece se perder um pouco, não estou reclamando de ser sido trollada de certa forma, mas é que, para mim, a resolução do crime não fez sentido, entende? Foi como se o autor quisesse dar aquele up no plot twist e acabou fazendo algo que não casou com o resto do enredo. Pelo menos foi como me senti.

O livro é realmente bom, tem uma trama envolvente, é escrito de maneira envolvente que prende você, mas esse problema do final meio que abala um pouquinho a nossa experiência. A avidez com que você avança as páginas procurando pelo assassino e o motivo do crime enquanto seus neurônios dão um nó com as várias versões dos vários suspeitos, o topo da montanha não supre suas expectativas e o pôr do sol que você ansiou ver acaba sendo um céu nublado. Mesmo assim, por motivos didáticos da construção de um bom suspense recomendo este livro.

[Chinês] Verbo Auxiliar 可以 | Ajudar - 帮

可以 (Ke3yi3) é um verbo auxiliar. Assim como 能, visto na última aula, significa "poder", seu uso é parecido com o português, deve estar situado depois do sujeito, sua estrutura é:

SUJEITO + 可以 + VERBO + OBJETO

Ex: 我们可以聊天。
wo3 men ke3yi3 liao2tian1 
Nós podemos começar

*Esses números são os tons das sílabas, é que meu teclado não tem os acentos e eu não quis abrir o dicionário só pra pegar o pinyin.

帮 (bang1) significa "ajudar", seu uso é como no português, a estrutura é SUJEITO + 帮 + ALGUÉM + (AÇÃO). Por exemplo:

我帮你。(wo3 bang1 ni3)
Eu ajudo você.

A diferença entre os dois verbos é que carrega o sentido de poder no sentido de ter permissão para executar determinada ação, como em Posso usar o celular agora.可以 carrega o sentido de conceder permissão para algo como em Podemos conversar ou Posso te ajudar a fazer isso.

Vocabulário:

门 (mén) porta
帮 (bāng) ajudar
开 (kāi) abrir, ligar
关 (guān) fechar, desligar
用 (yòng) usar

Ideogramas da lição:
bang1

men2

kai1

Exercício

  1. 我可以用信用卡。Wǒ kěyǐ yòng xìnyòngkǎ.
  2. 我可以帮你。Wǒ kěyǐ bāng nǐ.
  3. 我可以帮你学汉语。Wǒ kěyǐ bāng nǐ xué hànyǔ.
  4. 他可以帮我开门。Tā kěyǐ bāng wǒ kāimén.
  5. 我可以帮你关门。Wǒ kěyǐ bāng nǐ guānmén.
  6. 你可以帮我关灯吗?Nǐ kěyǐ bāng wǒ guān dēng ma?
  7. 我不可以帮你关电脑。Wǒ bù kěyǐ bāng nǐ guān diànnǎo.
  8. Eu não posso ajudar você a fechar a porta.
  9. 开灯Kāi dēng
  10. 你可以帮我开电视吗? (不)nǐ kěyǐ bāng wǒ kāi diànshì ma? (Bù)
  11. 你可以帮我关门吗? (是)nǐ kěyǐ bāng wǒ guānmén ma? (Shì)
  12. Posicione(帮)no espaço correto na frase: 我不_____可以帮你_____关灯 wǒ bù—kěyǐ bāng nǐ——guān dēng.

terça-feira, 29 de maio de 2018

Era uma vez... Um pesadelo

"Find yourself dreaming your life
Do you truly feel alive?
Comprehend the sacred code
That makes your universe implodes"


O silêncio grita. O mundo desaparece. O universo explode, a realidade descarrega, os sonhos desaparecem. Mas eu permaneço aqui, quieta e letárgica, buscando no vazio dentro de mim uma razão mínima que seja para continuar respirando, para não desistir. 

Ainda há liberdade, mas me vejo cativa do medo que impera em minha mente, dos fantasmas sombrios que me perseguem na eterna noite do meu passado, das sombras que nublam o futuro que temo. E nada é imediato, nada é plausível, nada é real.

Dentro de mim impera a tempestade, varrendo qualquer sinal de coragem, de oportunidade, de vida. Como um vampiro sugando a vitalidade de um corpo, me vejo refém de mim mesma lutando por uma vida que não parece me pertencer, sonhando e prevendo um destino incerto, ansiando aquilo que mais temo.

A noite avança, não durmo, não me sinto viva, não me sinto humana. Mal percebo as lágrimas que caem num ímpeto de desespero em que minha alma fragmentada se agarra para continuar sobrevivendo aos dias negros, e o sonho desfaz-se no Armagedom da dor, demônios gritam do lado de fora, o vento uiva na janela, palpita no peito o coração quebrado e já não mais dói, já não mais sinto... 

Há um inverno congelante dentro de mim, cujas árvores mortas cobertas com o manto de gelo cintila na bruma do alvorecer, enquanto minhas lágrimas solidificam em fractais que se dissipam ao tocar o solo traiçoeiro, como os sonhos que na minha tenra idade infante, tão inocente mantinha, um tesouro precioso guardado no baú das ilusões de meus olhos inócuos, agora manchados pelo sangue da realidade.

Era uma vez uma garotinha cujo coração foi contaminado com a realidade, manchado com a impureza de um mundo afundando em desespero, gritando em dores partais e dissolvendo-se no arco da ignorância. Era uma vez um coração de carne que pertificou-se em gelo para se proteger do monstro do mundo que o engolia.

Era uma vez... Um pesadelo.


segunda-feira, 28 de maio de 2018

Sinceras desculpas...

Oi, gente...

Faz um bom tempo que não faço posts desse tipo, mas como estou a um tempo relevante sem postar nada no blog decidi que era mais do que hora de dar uma satisfação para vocês acerca do que está acontecendo.

Primeiramente sinto muito... eu estou numa daquelas fases de não querer e nem ter motivação para fazer nada, presa numa letargia tal que se pudesse dormir ininterruptamente eu o faria só para evitar pensar, para evitar interagir com o mundo que me cerca, assim sendo, tudo está sendo difícil de fazer: ler, escrever, até mesmo assistir as séries e os animes. Contudo venho tentando, acreditem, eu tenho muito! Não falta muito para completar O livro dos Espelhos e estou quase terminando de ver o anime, contudo a resenha deste último pode demorar um pouco porque, dependendo do final, quero comparar com o dorama.

Estou lutando com afinco para encontrar motivação para estudar, mas não está vindo também, tenho dormido muito tarde esses últimos dias e acordado mais tarde ainda, sem contar que passo o dia quase inteiro dormindo porque a noite durmo muito mal. Minha cabeça está cheia de minhocas novamente e as paranoias estão voltando de uma maneira preocupante. O problema maior de pessoas como eu é pensar demais, tudo para nós é motivo para pensar muito e, normalmente, nada de bom. Nós encasquetamos as coisas e nossa mente aumenta suas proporções em tamanhos absurdos.

Por essa razão o blog andou meio parado... no caso específico dos mangás é que ainda não consegui achar um que realmente me chamasse a atenção e não quero mesmo me meter em outra enrascada como foi com o yoru made matenai, sério. Vou ver o que faço em relação a isso. Por enquanto, só peço um pouco de paciência para vocês, voltarei com as resenhas assim que puder, e obrigada de coração por acompanhar o meu blog!

quarta-feira, 23 de maio de 2018

[Dorama] Akuryo Byoto

Título Original: 悪霊病棟 RR: Akuryo Byoutou lit. custódia do demônio / enfermaria demoníaca
Ano: 2013
Direção: Norio Tsuruta, Hajime Takezono, Eisuke Naito
Roteiro: Norio Tsuruta, Kenichi Suzuki
Episódios: 10
País: Japão
Gênero: Suspense
Onde Encontrar: Banzai Dramas, meteor dramas, Fightin Fansub

Sinopse: No hospital Kumagawa, que está localizado na periferia da cidade, Ogami Runa se juntou à equipe de enfermagem há duas semanas. Uma noite, Runa vai para a antiga ala hospitalar em busca de alguns materiais e ela ouve uma voz chamando seu nome. Extasiada, ela segue o som e vai até o último andar. Ela bate na parede no fim do corredor e o som parece vir de dentro. Perplexa, Runa fica lá contemplando a parede, quando, de repente, a porta aparece diante de seus olhos... Logo após isso, outros incidentes começam a acontecer. Pacientes e enfermeiros juram ver fantasmas em várias partes do hospital. Todos, então, começam a relacionar Runa aos misteriosos incidentes.

Confesso que fui ver esse dorama com as expectativas um pouco altas e acabei me frustrando. Vocês sabem que eu não sou a fã de filmes de terror principalmente considerando que o Japão é a casa mãe de O Chamado e O Grito. Ainda assim, tomei coragem para ver esse dorama de terror que, por sinal, nunca tinha nem ouvido falar, achei por acaso enquanto fuçava os fansubs um ano atrás.

Akuryo Byoto ou Custódia do demônio gira em torno de Runa, uma enfermeira recém transferida para um hospital, mas que acaba encontrando rejeição por parte dos pacientes e, posteriormente, da própria equipe com quem trabalha. A única pessoa que parece apoiá-la de verdade é Asahi, o filho do dono do hospital, mas cujo poder dentro é muito pouco uma vez que o pai, rígido, lhe tira boa parte da autoridade.

Runa se mudou para a cidade após ter sido meio que dispensada pelo pai. Desde a morte da mãe dela - que ela acredita ter morrido de câncer - coisas estranhas começaram a acontecer com ela e as pessoas à sua volta, ela só pode contar com Manami, que não a despreza pela sua habilidade. Ela tenta de todos os modos fazer seu melhor como enfermeira no hospital, mas as dificuldades aumentam gradualmente, principalmente depois que ela é mandada para a ala antiga do lugar buscar um sensor de movimento e é aterrorizada por um fantasma hostil.

Após o encontro com a sinistra mulher, coisas estranhas começam a acontecer com os pacientes, o hospital em que Runa trabalha tem fama de ser assombrado e, por isso, quando fantasmas começam a ser vistos por pacientes e enfermeiras, móveis começam a mover-se sozinhos e a mídia se interessa pelo caso, o diretor, que nega veementemente todos os rumores, decide ser mais cauteloso.

Contudo, pacientes começam a morrer, a melhor amiga de Runa, Manami, se suicida e as coisas se tornam hostis para ela mesma que passa a ser encurralada pelas demais enfermeiras. Asahi começa a investigar o caso junto do chefe de Manami e acaba descobrindo um pouco mais sobre a estranha entidade que assombra o lugar, para pará-la Runa terá de ser sacrificada, mas ele está disposto a qualquer coisa para impedir isso.

Talvez por ser um dorama bem pequeno não somente no número de capítulos, mas também na duração, cada um tem 25 min, a história não foi tão bem desenvolvida quanto merecia, achei os efeitos bem ruins também e mesmo a maquiagem foi fraquinha para um dorama de 2013. O enredo tem uma premissa boa, mas não foi explorada como devia, assim como o desenvolvimento de personagens que tem muito pouco espaço para nos apegarmos a eles. O romance entre a Runa e o Asahi foi tão súbito que eu cheguei a ficar surpresa porque não havia qualquer indício que eles estavam envolvidos ou que gostavam um do outro. Enfim, é um dorama com uma ideia boa que não foi aproveitado. 

terça-feira, 22 de maio de 2018

[Livro] A Noiva do Cavaleiro - Margaret Moore

Título Original: Bride for a Knight
Série: The Knight's Prizes, 2
Ano: 2016
Páginas: 288
Autor: Margaret Moore

Sinopse: Ao ver o lado sensível do severo sir Roland de Dunborough, Mavis de DeLac se enche de esperança de que seu casamento arranjado será bem-sucedido. Quando a noite de núpcias é incendiada pelo desejo que sentem, ela ousa sonhar que a alegria durará para sempre. Contudo, Roland está convencido de que não poderia fazê-la feliz. E volta a ser o homem frio e distante de sempre. Porém, Mavis está determinada a provar que o marido não é uma pessoa amarga. E durante a viagem para proteger a herança de Roland, ela irá libertar o amor que esse nobre cavaleiro enterrou tão profundamente dentro de si.

Eu gosto muito desses romances históricos porque, apesar de o final ser totalmente previsível, o desenrolar não é, e quase sempre somos envolvidos nas tramas e nos lugares onde elas se passam de modo que nem nos importamos com a mesmice. Ainda assim, A Noiva do Cavaleiro não me despertou esse prazer todo de descobrir o que viria na próxima página.

A história gira em torno de Mavis, a filha de um lorde beberrão e sovina que perdeu a esposa cedo e, desde então, trata a filha muito mal indo desde maus tratos físicos a psicológicos. Ainda assim, ela estava decidida a nunca se dobrar diante dele e aceitar um casamento que não quisesse seguindo o exemplo da sua prima Tamsin que fugira para não ser forçada a casar com o terrível lorde de Dunborough chegando, inclusive, a matar seu filho mais velho para proteger aquele que escolhera como marido, irando assim seu tio que cuidara dela desde a morte da mãe. Mavis é muito próxima da prima tendo-a como uma irmã.

Do outro lado, temos Roland, o herdeiro de Dunborough que, tudo que deseja desesperadamente, é provar que não é tirano como seu pai e seu irmão foram. Agora que ambos estão mortos depois de uma visita a DeLack onde o pai deveria negociar o casamento da sobrinha do velho lorde, ele só precisa conseguir lidar com seu irmão gêmeo, Gerrard, que o odeia intensamente por acreditar que deveria ser o herdeiro do pai ao invés do irmão, mesmo o pai tendo dito em seu leito de morte que Roland era o filho mais velho. Assim, a animosidade se instala no condado de York onde a família de Dunborough é temida e odiada por causa dos maus modos dos falecidos pai e irmão mais velho de Roland e Gerrard, conhecidos por serem cruéis e desrespeitosos com as mulheres.

Quando vai tirar satisfações pela morte de seus parentes em DeLac, Roland não pode ignorar o fascínio que sente pela filha do problemático lorde, assim, aceita a proposta de casamento que ele faz e fica surpreso quando Mavis aceita seu pedido de ser sua esposa. Contudo, uma série de desentendidos tornará a jornada desse casal apaixonado muito mais complicada do que parece, se por um lado Mavis apaixonou-se pelo marido desde a primeira vez que o viu, não consegue entender porque ele age de maneira tão fria e distante como se receasse sua afeição. Enquanto que Roland, apesar de desejar fazer a esposa feliz não acredita que ela seja capaz de amá-lo pelo que ele é. Para piorar a situação, a nova lady de Dunborough precisará enfrentar as dificuldades de se casar com um homem odiado pelo seu povo e toda a região graças a crueldade do seu pai.

Apesar de não ter me despertado aquela paixão sem precedentes como geralmente acontece quando leio narrativas históricas, A Noiva do Cavaleiro tem sim seus muitos méritos ao colocar um protagonista que luta contra complexos e traumas psicológicos resultantes de uma criação violenta e sem afeto, mas cheia de humilhações. Em contrapartida, apesar da protagonista ser frágil, não faz o estereótipo de mulher boba e procriadora, Mavis é inteligente, determinada e não se permite intimidar nem mesmo pela parede que o marido ergueu entre eles. Contudo, mesmo apesar da boa construção de personagens, a história não me cativou, o desenrolar, para mim, não foi emocionante apesar de ser um livro realmente muito bom.

domingo, 20 de maio de 2018

[Música] BTS (방탄소년단) – LOVE YOURSELF 轉 'TEAR'

Lançamento: 18.05.2018
Track List:
01. Intro: Singularity (Ft. V (BTS))
02. FAKE LOVE *Title
03. 전하지 못한 진심 (The Truth Untold) (Ft. Steve Aoki)
04. 134340
05. 낙원 (Paradise)
06. Love Maze
07. Magic Shop
08. Airplane Pt. 2
09. Anpanman
10. So What
11. Outro: Tear

Quem apareceu com cd novo também foi o BTS, confesso que meu interesse pela banda diminuiu drasticamente desde o lançamento de DNA, o sentimento que eu tenho é que, desde que eles mudaram de "conceito" eles estão atirando para todos os lados em busca da nova identidade e a gente fica naquela oscilação entre redescobrir quem eles são e a saudade dos meninos "a prova de balas" de antes, cheios de energia e carisma. Agora, quando eu olho pra banda, eu só vejo jovens lutando para serem adultos e explorando uma sensualidade que já pertencia a eles naturalmente.

O Álbum Tear tem uma pegada parecida com o Wings, contudo pra mim faltou mais energia. O Wings era um album mais intimista de certa forma, cada música representava um membro e, ao mesmo tempo englobava todos eles, o que foi totalmente cortado com o lançamento de "her" que, quando ouvi pela primeira vez, quase tive a impressão de ser o Got7 em parceria com o Day6. Pra ser bem sincera, a última música que eles lançaram e me fez vibrar e viciar de verdade, excluindo Not Today, foi Come back home, nem mesmo Mic Drop me impactou tanto apesar de ter gostado muito da música.

A série Love Yourself, para mim, é uma versão inferior a série The Clan do Monsta X, enquanto esta última mostra a identidade da banda desde o seu debut, aquela primeira fica pairando no ar entre a busca de uma identidade nova e o resgate do cerne inicial da banda. O álbum é calmo demais, não senti energia, parece mais uma coisa um pouco vacilante entre o pop e o R&B flertando com o Soul e outros estilos (certo, eu não sou nenhuma especialista em música), mas não senti aquela energia de Not Today, de BST ou mesmo de We are Bulletproof, não consegui reconhecer o BTS nessa série, entende? Mas essa é uma opinião minha. Tanto essa banda como o EXO ha muito não estão nas prioridades das minhas playlists.


sábado, 19 de maio de 2018

[Anime] Yamato Nadeshiko Shichi Henge (+ Live Action)

Título Original: ヤマトナデシコ七変化 (lit. Evolução da garota perfeita)
Autor: Tomoko Hayakawa (mangá)
Ano: 2000 -2015 (mangá) 2003-2007 (anime) 2010 (live action)
Episódios: 25 (anime) 10 (live action)
Volumes do mangá: 36
Gênero: Comédia

Sinopse: Kyouhei, Ranmaru, Takenaga e Yukinojou são belos homens que vivem em uma mansão. Um dia, sua senhoria, a quem chamam de "Tia", pede a eles um favor: fazer de sua sobrinha, Sunako, que vai viver com eles, uma dama de respeito. Ela concorda em isentá-los das despesas de moradia caso eles conseguissem, mas se falhassem, triplicaria o aluguel. Graças à confiança em saber como lidar com mulheres, eles concordaram, mas assim que conheceram Sukano, começaram a perceber que talvez tivessem um caso impossível.

Esse anime me surpreendeu muito, confesso que quando o coloquei na grade eu não estava dando muito nele não. Nem me lembro, inclusive, como cheguei a conhecê-lo, mas depois que comecei a assistir não parei mais. Posso dizer que ele tem o melhor de Kimi ni Todoke com Hana Yori Dango e uma pitadinha de Kichou wa maid sama. 

A premissa é bem simples, quatro garotos, cada um por seu motivo particular, se hospedam na mansão de uma famosa socialite japonesa, apesar de dois deles serem bem ricos, os pais não vão bancar sua estadia e, por isso, eles precisam de um meio para cuidar do aluguel e manter a casa abastecida. A proprietária oferece a eles uma chance de permanecer na casa sem aluguel desde que eles consigam transformar sua sobrinha, Sunako, em uma dama. Acontece que a garota é uma perfeita lady das trevas graças a um complexo de inferioridade que desenvolveu quando o garoto do qual gostava deu um fora nela chamando-a de feia.

Sunako "chibi"
Dessa forma, os quatro rapazes se empenham não apenas em transformar a garota numa dama, mas a restaurar sua autoestima, principalmente pelo fato de que Sunako não é, de nenhum modo, feia. A sua mania de ser sombria e gostar de coisas sinistras é que a tona intimidadora, por não seguir o estereótipo de garota delicada e feminina do Japão (e de boa parte do planeta). Um dos poréns enfrentados por ela - além de todos os mencionados - é que os quatro meninos são extremamente populares, principalmente Kyouhei Takano, que tem uma legião infinita de fãs ardorosas e dispostas a todas as loucuras para colocar as mãos nele. Ainda assim, o anime mostra muito pouco a beleza dela, talvez como uma forma de enaltecer sua personalidade sombria, desse modo, a maior parte do anime ela é mostrada num modelo de chibi que não destaca seu rosto, e essa desconstrução da sua aparência acaba surtindo o efeito dual na trama, primeiro porque somos levados a amá-la e odiá-la pela pessoa dela, mas ainda assim essa descaracterização ainda que some para a carga cômica da obra acaba fazendo a gente não ter uma visualização real da personagem.

Os cinco se metem então em todo tipo de confusão enquanto tentam trazer Sunako para a luz e ela tem sangramentos nasais toda vez que chega perto deles, principalmente de Kyouhei o mais brilhante de todos por sua beleza única e que parece escolhido do destino para ficar ao lado dela. Conforme eles vão avançando nas tentativas, a gente vai notando como se apegam a ela e, sobretudo, passam a gostar dela do jeito que ela é aceitando suas esquisitices e até mesmo gostando delas. Isso vai trazendo a Sunako um pouco mais de confiança e mesmo que ela fique oscilando muito entre a introspecção e a coragem de enfrentar seus problemas, a última parte acaba prevalecendo.

Sunako
A premissa do anime é muito interessante justamente por mexer com um tipo de garota sinistra que apesar de não ser incomum, convenhamos que é um pouco rara hahaha, sem contar no bom uso da comédia que isso gera com os demais personagens, mas sem dúvida uma das coisas que mais gostei foi a ideia de "opostos que se atraem" usada de forma tão sutil e inteligente aqui, de um lado a sombria Sunako que se cansou de tentar ser linda para agradar pessoas e decidiu optar pela escuridão, onde poderia ser ela mesma livre de estereótipos ou de imposições, sem se preocupar com nada que não fosse seu conforto. De outro Kyouhei cuja beleza brilhante desperta desejo em todas as pessoas sejam homens ou mulheres, alguém cuja aparência tornou-se uma maldição. Esse contraste entre os dois é muito bacana principalmente quando um começa, sutilmente, a entrar no universo do outro.

Contudo, essa ultima premissa se perde uma vez que, por mais que o anime tente nos vender essa ideia, os sangramentos nasais da Sunako nunca deixam com que ela amadureça ou evolua de fato, mas apenas alimenta a nossa esperança de que isso pode vir a acontecer no futuro, sem uma certeza o que pode acabar desanimando os fãs assíduos de romance como eu. Porém, a história conta com um humor inteligente e um desenvolvimento de personagens maravilhoso, tem aquele traço de animes antigos como Sailor Moon e Hana Yori Dango que, para os que estão acostumados com os traços mais atuais, pode gerar um certo estranhamento, mas o desenvolvimento da história acaba tornando isso muito secundário. Fica minha super recomendação! Não li o mangá ainda, é um pouquinho grande demais, mas num futuro não muito distante pretendo sim.

Em 2010 então, foi lançado um dorama live action dessa obra protagonizada por Kazuya Kamenashi (Second Love) e Aya Ōmasa nos papéis de Kyouhei e Sunako. Como já era de se esperar, houve várias modificações na história de forma bem drástica e o apelo cômico diminuiu consideravelmente.

Em alguns pontos é super compreensível, não daria para reproduzir de verdade tudo que estava no anime, principalmente levando em conta a época em que o live action foi lançado, os recursos especiais eram um pouco inferiores aos de hoje, ainda assim muitas das coisas ficaram meio ridículas como o fato de que Sunako ao invés de ter sangramentos nasais quando os caras brilham ela simplesmente dá cabeçadas na cara deles (tipo, oi?), apesar de ser um dorama de comédia assim como o anime, algumas das cenas ficaram muito forçadas, principalmente por parte da Aya, que ao invés de dar uma caracterização realmente sombria à sua personagem parecia uma versão dark da chapeuzinho vermelho sem contar que ela sempre fala de uma maneira forçada que fica parecendo mais estranho que sombrio e digo forçada porque no ep que ela vira uma "dama" dá para ver que a voz normal dela não é daquele jeito.

A carga cômica do dorama, apesar de presente, diminuiu muito se comparado ao anime e, por um lado, isso foi bom uma vez que o drama focou naquilo que a gente realmente queria ver no anime: a relação da Sunako com o Kyouhei assim como mantem um foco na vida dos outros garotos também, coisa que o anime não mostra muito, o que é um diferencial muito bacana. A amizade dos quatro é muito Hana Yori Dango também o que só aumenta nossa nostalgia e o amor pela história. Ainda assim, percebo que é um pouco injusto comparar o dorama e o anime uma vez que eles parecem quase polos opostos de um mesmo imã, ambos têm focos diferentes e abordam esses focos de maneiras diferentes, contudo, acabam se complementando de um jeito muito bom, o anime mais voltado para a parte cômica e o dorama para a parte romântica.

Fazendo um balanço geral de tudo que vi, tanto um quanto outro são igualmente muito bons, mas meu lado romântico me obriga a gostar mais do dorama justamente por abordar melhor o desenvolvimento da relação de Kyohei e Sunako, além de mostrar coisas da vida dos outros personagens que a gente não vê no anime. Além de tudo isso, o final do dorama é muito mais fofo (sério, eu to vomitando arco-íris até agora *-*) e o apelo emocional que ele faz também é maior, não apenas pelo acréscimo de personagens e o desenvolvimento dos dramas pessoais de cada um, mas pelo relacionamento interno entre eles que, como eu disse, é muito F4 mesmo! Embora alguns personagens tenham sido acrescentados e outros retirados, a história do dorama não se perde, tornando-se, inclusive, bem mais crível que o anime, as situações que ele nos apresenta tem um impacto um pouquinho maior e, mesmo com os probleminhas de composição da Sunako, as atuações são realmente muito boas! Sem contar que ele tem um tema musical muito legal mesmo! (Viciei!) Ah, sim, antes que me esqueça, o desenvolvimento de personagem aqui também é melhor que no anime, pelo menos foi a impressão que eu tive, principalmente por parte da Sunako que, conforme acompanhamos, vai ganhando mais confiança conforme o dorama segue e sendo mais honesta com seus sentimentos em relação a si mesma e aos demais.

Super recomendado!

quinta-feira, 17 de maio de 2018

A tempestade em mim...

Eu costumava amar dias chuvosos... O reconfortante som das grossas gotas esparsas agredindo furiosas o solo e o telhado das casas,a suave música da água tocada pelo vento forte que uivava nas janelas de casa como fantasmas anunciando sua desesperança e procura por uma paz que nunca vinha...

Sim, eu amava esses dias. Quando minhas preocupações se resumiam em fantasias infantis e cada novo ruído era uma aventura e não um conto de terror, quando meu mundo era cheio de vida e luz.

E como esses mesmos dias chuvosos têm uma denotação diferente agora. Como soam iguais aos gritos silenciosos que ecoam na tormenta da minha mente... Quem é, pois, capaz de enxergar a tempestade que destrói tudo dentro de mim? Quem é capaz de compreender o modo como me sinto?

Olhando para fora, para o céu cinza chumbo que preenche o espaço além vista, para a espessa cortina de água que despenca do rasgar doloroso dos céus, eu imagino que a natureza compartilha da minha tristeza, que ela ecoa os gritos presos na minha alma, gritos aos quais não posso dar voz... E as lágrimas desesperadas da chuva são aquelas que sou forçada a reprimir dentro de mim.

Mesmo as palavras nas quais tanto confiei para me manter de pé estão me virando as costas, compactuando com a ilusão imposta a mim por aqueles que me cercam, elas fazem parte da fachada de realidade na qual me prendem para que eu permaneça estável, para que meu equilíbrio frágil não desmorone.

Diante desses dias, me sinto como um paciente terminal, sobrevivendo aos dias enquanto espera a morte iminente dentro de horas, minutos, dias, semanas, meses... Ah, quanto tempo resta? A tão temida e tão almejada... O quando e o como que assombram a vida dos mortais desde os primórdios de sua existência.

Então fico imóvel. Nublada e silenciosa como a natureza que me cerca, enquanto por dentro meu mundo tempestuoso se desfaz em ruínas. As gotas de chuva cantam uma música triste... Uma música sem letra que acompanha as palavras embaralhadas na minha mente, palavras sem sentido, sem coerência, tão mal feitas quanto todas as quais tenho me enganado sob a pífia mentira autopiedosa do "bom trabalho". E essas mesmas palavras outrora confortantes e refugiosas hoje me empalam na lança da escuridão ao me trairem.

Mas logo tudo termina... E elas ficarão perdidas em algum lugar. Ou talvez, quando eu finalmente desaparecer, alguém encontre nelas um sentido, quando eu mesma não tiver mais sentido, quando ele não mais importar, porque é o que fazem as pessoas, e é por isso que as odeio, que odeio ser uma delas.

Rejeito-me mais que a qualquer um, sobretudo. Odeio-me com a mesma energia que um dia fui capaz de amar as palavras que hoje me viraram as costas, moatrando-se tão traiçoeiras quanto qualquer pessoa que antes me ferira... E não rezo mais, pois não há diante de mim qualquer esperança de luz, qualquer sentido para continuar, que direito tenho eu a salvação? Abrigar-me-ei no silêncio sombrio dos dias que seguem a espera do fim... Do momento em que me consolidarei como o nada que sempre fui.

Katharynny Gabriella.
17.05.2018 às 15:53

quarta-feira, 16 de maio de 2018

[Música] Monsta X - Piece

Lançamento: 25.04.2018
Gênero: Dance
Idioma: Japanese

Track List:
01. Killin’ Me
02. SHINE FOREVER (Japanese ver.)
03. STUCK (Japanese ver.)
04. Ready or Not (Japanese ver.)
05. HERO (Japanese ver.)
06. SPOTLIGHT
07. Aura
08. Beautiful (Japanese ver.)
09. Puzzle
10. #GFYL

A alegria de meus bebezinhos terem lançado um album japonês novo *U* sim, pessoas, estou surtante! Vocês sabem que o Monsta X se tornou minha banda favorita de todo o gênero KPOP bem juntinho com o B.A.P desbancando completamente o EXO e o BTS no meu coração de apaixonada por pop coreano. Apenas.

O disco conta com faixas dos albuns anteriores nas versões em japonês e quatro inéditas que me deixaram em surto já na abertura. Killin'Me é realmente um tiro que deixa a gente no chão. Que.Música.Foda. O Monsta X desde seu álbum de debut ainda não me decepcionou nenhuma vez, cada cd que eles lançam só me deixa mais e mais apaixonada por essa banda maravilhosa cheia de lindos e talentosos artistas! Eles mantêm a identidade da banda sem deixar de inovar no seu som, é uma das coisas que mais gosto deles sem dúvida. 

segunda-feira, 14 de maio de 2018

[Especial] Obras japonesas de Incesto

Vocês que me acompanham aqui no blog sabem que eu sou a louca dos incestos, mas calma, não sou dessas que super apoia incesto na vida real ou mesmo que tem complexo de irmão (cruzes, meu irmão é super irritante!), mas a forma que os japoneses tratam esse tema em suas obras é muito fofa na maioria das vezes e, infelizmente, eu acho muito pouca coisa sobre o assunto na internet todas as vezes que procurei.

Vale salientar que eu só gosto dos romances envolvendo irmãos, não sou chegada naquelas obras com pais ou coisa assim, eu acho fofinho as que envolvem irmãos e é sobre elas que vou tratar aqui. Esse post vai eleger as melhores obras de incesto que eu já vi e porque. 


1. 兄に愛されすぎて困ってます - Yagami Rina

Encabeçando essa lista não podia deixar de estar a obra com o irmão mais ciumento já criado nos shoujos de incesto japonês! Ani ni Aisaresugite Komattemasu conta a história de Setoka Tachibana, uma garota que levara mais foras que jogador ruim no baseball, tudo porque seu irmão mais velho, Haruka, tem um ciúmes quase louco dela e não suporta a ideia de um garoto partir seu coração, isso porque ele é profunda e secretamente apaixonado por ela, mas sabe que é impossível uma vez que são da mesma família. Tudo se complica quando seu principal rival, Takane, volta do exterior determinado a tirar sua preciosa irmãzinha dele.

A obra de Yagami Rina foi lançada em 2015 e ganhou um mini drama em 2016 tendo o filme que conclui o dorama lançado em junho de 2017. Cheia de comédia e drama, a adaptação conta com Ryota Katayose em seu primeiro papel principal dando um banho de atuação. Outros nomes como Yudai Chiba e Tao Tsuchiya formam o elenco principal da trama. Infelizmente, o mangá só está disponível completo no otakumole.ch ao que ouvi, mas o site não abre registro há anos! Destruindo qualquer chance de eu ler os 8 volumes da obra (choremos). Ambas as adaptações, drama e filme, vocês podem encontrar no fórum do Mahal Fansub. E se alguém tiver conta no otakumole e quiser dividir comigo, estou super aceitando porque na internet, todos os sites que se propuseram a traduzir o mangá para inglês estacionaram no capítulo 3.

2. True Love - Miwako Sugiyama


True Love é de longe um dos melhores mangás do gênero que existe no planeta terra! Nele nós acompanhamos a história de Ai, que é totalmente apegada a seu irmão mais velho Yuzuru, mas em decorrência do divórcio deles quando os dois ainda são crianças, eles acabam se separando e Yuzuru é levado pelo pai para morar no exterior. Quando ganha idade, ele viaja para o Japão na tentativa de reencontrar sua irmãzinha, mas não imaginava que a doce Ai estaria tão diferente - e linda - do que sua memória infantil se lembrava. Tudo muda quando seus pais decidem se casar novamente um com o outro e Yuzuru e Ai precisam esconder seus sentimentos deles e do mundo.

Eu li esse mangá duas vezes, gente, é muito fofo mesmo, o modo como a autora lida com o tema e desenvolve o casal de irmãos em seu sentimento proibido é algo que mexe muito com a gente. É uma história toda fechadinha que se amarra de uma maneira deliciosa de ler e quando acaba dá aquela sensação de que poderia ser maior porque a sua vontade é continuar acompanhando a história desses irmãos pra sempre! E está aí uma obra que mais do que merecia um doraminha e um filme! Uma real pena True Love ser uma obra tão pouco conhecida.

3. Kiken Junai D.N.A

Esse mangá me causou estranheza a primeira vez que vi hahaha. Primeiro porque o menino se veste de menina e eu não curto muito a temática, mas acabei sendo bem surpreendida. O mangá é bem curtinho, só tem 3 volumes, e conta a história de Ami, uma garota que sempre foi deixada de lado por causa da beleza extraordinária de seu irmão Chihiro que é um modelo de roupas femininas muito famoso e usa a fama para sair de casa vestido assim também tirando qualquer possibilidade de Ami em encontrar um namorado porque todos os homens caem aos pés de seu irmão. Contudo, ela logo vem a descobrir que a raiva que sente por Chihiro pode ser bem mais que a impossibilidade de conseguir um crush, mas sim porque seus sentimentos são outros.

Apesar da relação entre Ami e Chihiro não ser das mais fofas do mundo, é bonitinho acompanhar o desenvolvimento da história e a gente acaba torcendo pelos dois no fim das contas. Se por um lado é meio difícil imaginar um garoto que se veste de menina, tudo fica muito melhor quando descobrimos as razões que se escondem atrás dessa sua atitude. Vale muito a pena acompanhar essa história e é tão pequenininha que é como ler um livrinho de cem páginas.

4. 僕わ妹に恋をする - Kotomi Aoki

Eu conheci essa obra pelo filme. Sim. E foi graças a ele que eu descobri que achava esse tema fofo. O mangá foi lançado de 2003 a 2005, mas eu não cheguei a lê-lo, conta com 10 volumes e, pelo que pesquisei a respeito, parece muito com o enredo de True Love com a diferença básica de que aqui, os protagonistas são irmãos gêmeos. O final do mangá, que eu sei qual é, não foi satisfatório para mim por ser um pouco inconcluso, ainda assim, é pelo menos um final feliz.

A história gira em torno de Yori, o gêmeo mais velho que tem muito ciúmes de sua irmã Yiku porque é secretamente apaixonado por ela, mas faz de tudo para esconder seus sentimentos. Ciente do que ele sente, Yano, seu melhor amigo, tenta fazer de tudo para que o amigo admita seus sentimentos e tente se confessar para a irmã. Contudo, pelo fato de serem irmãos legítimos não apenas a família, mas o mundo vai ficar contra o relacionamento e eles vão precisar de muita força de vontade e paciência pra poderem ficar juntos.

Apesar de ambos os finais, das OVAS e do filme, não serem considerados felizes, a esperança que fica é que os dois vão conseguir ficar juntos afinal porque o final do mangá é bom. A adaptação live action foi lançada em 2007 e conta com Matsumoto Jun no elenco em uma atuação magnífica como Yori, o que não se pode dizer o mesmo da Nana Eikura no papel de Yiku que, na minha opinião, não convenceu nem um pouco principalmente nas cenas mais dramáticas em que eu era que ficava querendo chorar de tão ruim que era o choro falso dela. Aí eu me pergunto, onde estava a Mao Inoue nesse momento?

5. 夜まで待てない - Saki Oota

E se o número 3 dessa listinha soou estranho pra mim, esse mangá aqui foi quase um choque! Yoru Made Matenai gira em torno de Haruka, uma garota inocente e meio cabeça de vento que está animada com a chegada de seu novo irmão mais novo Tsukasa, filho da nova esposa de seu pai que vive mais no exterior que em casa.

Contudo, apesar de ser deslumbrantemente lindo, Tsukasa não é nada do que Haruka esperava, começando pelo fato de ele deixar bem claro que quer dormir com ela. Durante todo o mangá ele não apenas deixa essa ideia bem clara entre os dois quanto tenta convencê-la e manipulá-la a ficar com ele. Não sei se pela pressão ou por ir vendo um lado dele que nós que lemos não prestamos atenção, mas Haruka acaba se apaixonando de verdade pelo irmão mais novo.

O motivo de ele estar no último lugar da lista é que além de não ter curtido muito o desenvolvimento da história, os dois personagens são... não sei... irritantes. Enquanto Tsukasa é manipulador, mentiroso e muitas vezes joga sujo para conseguir o que quer, Haruka é tão ativa quanto aquele pudim quente do Diabolick Lovers, ela não tem atitude, finge que se impõe e logo em seguida se rende de novo na menor provação. O desenvolvimento da história não mexeu comigo e mesmo a relação deles, se comparada aos outros mangás dessa lista, é muito fraquinha. Mas por se tratar de incesto, e por ter tão poucas obras do gênero disponíveis, achei por bem trazê-lo para cá.

Todas essas obras já tem resenha aqui no blog, só ativar ali na barra lateral os marcadores anime, dorama, filme e mangá. Quanto a animes do gênero, infelizmente a maioria que tem se trata de ecchi (a quase pornografia) ou os hentais propriamente. Há poucas obras disponíveis que eu ainda não li ou assisti seja porque não rolou uma oportunidade válida ou por escolha própria mesmo. Ainda assim, vou listar aqui embaixo as que conheço do gênero para vocês, porém, estou excluindo os hentais (também não é como se tivesse muitos do gênero), mas os ecchis permanecem.

ヴァンパイア騎士 - Hino Matsuri

E não podia deixar de falar desse que na época foi um dos animes que mais me deixou maluca e ávida por mais uma temporada. Se eu não li o mangá de Vampire Knight foi simplesmente por ter procurado um spoiler e descoberto que SPOILER ALERT no fim das contas meu shipp não se concretiza de fato uma vez que o final dá a entender que a lerda da Yuuki acaba tendo um filho de cada um. Aff! 

Mas bem, a história gira em torno de uma escola dividida em dois turnos no qual, o noturno, é composto apenas por vampiros. Yuuki é uma aluna do turno diário que cuida, junto com Zero, do turno noturno para que os vampiros não ataquem os alunos da turma do dia uma vez que a escola é um internato. Se ele está na lista é porque tem incesto, mas se eu disser de quem ela é irmã pode acabar dando um spoiler meio brabo e acabar com a magia da obra.

Vampire Knight une bem o universo de fantasia nipônica dos vampiros com um suspense para deixar a gente roendo as unhas. O anime foi lançado em 2008 e conta com 13 episódios. O mangá foi lançado em 2005 e conta com 19 volumes. 


恋風 - Yoshida Motoi

Eu conheço essa obra há muito tempo, muito antes, inclusive, de saber que gostava de obras desse gênero, mas nunca consegui continuar vendo. Só vi o primeiro episódio do anime, mas por alguma razão a grande diferença de idade entre eles me deixou um pouco incomodada, nessas obras lá em cima, acho que a diferença de idade mais gritante está em Yoru Made Matenai, pelo que me lembro Haruka é três anos mais velha que o irmão, eu acho, mas é coisa assim, só que em Koi Kaze estamos falando de uma diferença de 12 anos.

A linha é mais ou menos parecida com a de True Love, os dois são irmãos, mas foram separados há muito tempo, contudo, a menina vai se mudar para a casa dele com o pai porque se transferiu para uma escola próxima à casa dele. Os dois se conhecem por acaso antes de descobrirem que são irmãos e se apaixonam, até descobrirem sua relação familiar e as coisas se complicarem muito. Não sei quando vai chegar o momento, mas sei que vou acabar me arriscando nessa obra também, porém não agora. O mangá conta com 5 volumes e há um anime de 13 episódios.

ヨスガノソラ - Takashi Mikaze

Essa obra é um diferencial porque a ideia dela surgiu a partir de uma web novel, sabe aqueles jogos de namoro que as japonesas amam e aparece em boa parte de animes e doramas? Pois é, esses jogos se chamam web novels, são jogos para PC que posteriormente são vendidos em DVD, esse, por sinal, além de um anime de arcos com 12 episódios dirigido por Takeo Takahashi, também ganhou um mangá de 2 volumes.

A história não é linear e nem é desenvolvida com centro em um único casal como as outras obras apresentadas nesse post. Por ser baseada em um jogo, o anime se foca em arcos distintos direcionando o protagonista, Haru, para cada uma das personagens disponíveis, ele está na lista porque, no último arco, ele se relaciona com Sora, sua irmã gêmea. E é nesse arco que eu vou me deter.

Quando crianças, Sora ficou muito doente e passou a maior parte do tempo no hospital onde os pais se revezavam para cuidar dela, a convivência com Haru foi quase totalmente anulada uma vez que eles eram muito pequenos quando foram afastados. Mesmo sendo gêmeos, Haru é alguns minutos mais velho e consequentemente teve uma saúde melhor que a irmã cuja condição frágil lhe rendeu uma vida de muita reclusão e, consequentemente, um problema de se relacionar com outras pessoas.

Em decorrência da morte dos pais, os irmãos agora sozinhos no mundo se refugiam em uma cidadezinha de interior onde moraram com os pais quando criança, mas desde que Sora voltara para casa anos antes quando ambos tinham mais ou menos sete ou oito anos, a relação deles não era mais a mesma, ele sentia que a irmã o olhava diferente e ele mesmo não conseguia vê-la de outra forma que não fosse como um interesse amoroso.  Nessa cidade, vivendo sozinhos e dependendo um do outro para quase tudo, não apenas seus sentimentos serão postos a prova, mas a rejeição de todos diante de sua relação não natural vai complicar muito as coisas para ambos.

Do mesmo jeito que acontece com 僕わ妹に恋をする, aqui nós temos uma relação entre gêmeos que é muito dificultada pela não aceitação social, apesar de a vertente das coisas serem distintas, por ser um arco muito pequeno para desenvolver o relacionamento de ambos, essa obra se foca no ecchi, ou seja, nós somos mais direcionados para o relacionamento sexual dos personagens que pela relação sentimental deles em si. Na obra inteira há cenas sensuais meio pesadas, mesmo que não seja considerado um hentai você verá esse anime com certeza na lista de ecchis que mais chegaram próximos disso, assim como o próximo da nossa lista!

あきそら - Masahiro Itosugi

Esse é outro que eu não li o mangá (e depois de ver aquelas benditas OVAs não sei se vou querer ler não, viu!). Aki Sora foi originalmente publicado em 2007 e conta com 6 volumes. Em 2010 foram lançadas 2 OVAs roteirizadas por Jukki Hanada. 

A história é centrada na família Aoi, especificamente na relação dos três irmãos Aki, a mais velha, Sora e Nami os gêmeos mais novos. Esse, de todos da lista, é provavelmente o mais erótico não apenas em termos de narrativa, mas visualmente falando. Não chega a ser um hentai, mas chega muito mais perto inclusive que o anterior. Na verdade, eu fui trollada para assistir Aki Sora enquanto procurava outras obras de incesto logo depois de ter terminado Boku wa imouto ni koi wo suru, eu confesso que fiquei um pouco chocada quando vi o anime a primeira vez hahaha.

Aki nutre sentimentos nada puros por Sora, seu irmão mais novo, desde que ambos eram crianças, o que ela não sabia é que Sora retribuía seus sentimentos apesar de ser bem mais controlado que ela de alguma forma. Dos gêmeos, poderíamos dizer que Sora é a menina dos dois, delicado, passivo e com isso não quero dizer que as meninas são todas assim, mas é o estereótipo da maioria das obras japonesas e Nami é a prova disso, ela é atlética, cheia de atitude e muito mal humorada. No fundo ela desconfia que Aki e Sora tem uma relação, mas nunca conseguiu pegá-los no flagra para confirmar.

Provavelmente a história é muito melhor desenvolvida no mangá, o que mais fica no anime além do impacto da maioria das cenas, logicamente, é a questão do incesto em si, colocado na indecisão e postura inicial de Sora (que desaba quando Aki tira a roupa, por sinal u.u) e o interessante caso de Nami e a homossexualidade uma vez que ela é apaixonada por sua melhor amiga Kana que, por sinal, gosta de Sora. Não dá para imergir muito na história em si, as duas OVAs como o gênero no qual se enquadra foca muito mais na relação sexual dos personagens.

キス×シス - Bow Ditama

Esse não vi nem o anime nem o mangá pelo simples fato de o enredo não parecer nada fofo. Eu faço o tipo romântica incurável quando se trata de livros, mangás, filmes e dramas, vocês sabem, o apelo de KissX Sis é mais puxado para ecchi e comédia o que tira totalmente a graça da obra na minha opinião. Basicamente temos duas irmãs gêmeas disputando para ver quem consegue dormir com o irmão primeiro e o mais louco é que os pais não dão a mínima e até apoiam isso o que na prática seria absurdo de se imaginar. Ou seja, é uma obra cuja verossimilhança é tão superficial que não me desperta o interesse. Não  há realmente um conflito ou um sentimento sincero envolvendo os personagens além do amor fraterno e meio sacana por parte do irmão e o absurdo desejo sexual por parte das gêmeas.

O mangá conta com 14 volumes  e tem um anime de 12 episódios lançado em 2010.

A lista abaixo conta com animes e mangás que eu desconheço totalmente o conteúdo, mas que foram tirados de listas sobre o gênero incesto nos animes. Então, caso conheçam alguma e indiquem bastante, deixa um comentário aí!

  • Pupa
  • Baby Princess 3D Paradise
  • Grisaia No Meikyuu
  • Junjou Romantica
  • Kure-nai
  • To Love-Ru -Trouble- Darkness
  • Tsumi ni Nureta Futari
  • Angel Sanctuary (esse eu até vi as 3 OVAs, mas não entendi quase nada. Precisa ler o mangá pra entender, aviso logo)
  • Yuuhi Romance (mangá)
  • Brother Conflict 
  • Onechan ga kita 
  • Mahoka Koko no Rettosei 
  • Ore no Imouto ga Konna ni Kawaii Wake ga Nai.
  • Mawaru Penguindrum 
  • Hitsuji no Uta 
  • Onegai Twins
Espero que tenham curtido o post e mesmo que não curta o gênero, aconselho a dar uma chance a essas histórias que indiquei, provavelmente depois disso você pode acabar mudando de ideia.  Até a próxima postagem, galerinha!

sábado, 12 de maio de 2018

[Dorama] Blood (QUE PORRA DE FINAL FOI ESSE?!) Spoiler alert! TEM SPOILER, AVISEI!

Titulo: 블러드 / Beulleodeu
Gênero: Médico, fantasia, romance
Episódios: 20
Ano: 2015
Criador: Park Jae-bum
Direção: Ki Min-soo, Lee Jae-hoon
País: Coréia do Sul
Elenco: Ahn Jae Hyun como Park Ji Sang
Koo Hye Sun como Yoo Ri Ta
Jung Hae-in como Joo Hyun-woo
Ji Jin Hee como Lee Jae Wook

Sinopse: Park Ji Sang ( Ahn Jae Hyun ) é um médico especializado em cirurgia "hepato-pancreo-biliar" no melhor hospital de pesquisas de câncer no país. Ele também é um vampiro. Apesar de parecer frio e insensível, Ji Sang tem um coração suave e uma dor interior, pois anseia pela proximidade com os humanos. Ele acredita fortemente na santidade da vida humana, e suprime a sua sede de sangue para tratar pacientes com doenças terminais e salvar vidas. 

Entre seus colegas, Yoo Ri Ta ( Koo Hye Sun ), uma médica que entrou na faculdade com 17 anos e é também sobrinha do presidente do grupo Chaebol que é dono do hospital. Ri Ta é altamente capaz, mas altiva e orgulhosa, Ji Sang se apaixona por ela. 

Ele também é atraído para um conflito entre o bem e o mal quando encontra Lee Jae Wook ( Ji Jin Hee ), um chefe do hospital, duas caras, que ganha a confiança de todos com o seu comportamento gentil, mas interiormente abriga uma ambição perigosa pelo poder e um talento para crueldade.


Só passei aqui para desabafar minha frustração com essas 20 horas perdidas da minha vida. Obrigada.

Quando comecei a assistir Blood eu tinha dois intuitos: o primeiro era tirar a péssima impressão que eu tinha com a atriz Koo Hye Sun do Boys Over Flowers, sério, eu queria ver se ela era uma boa atriz num papel ruim ou se eu só não ia com a cara dela mesmo. Segundo eu queria ver o drama em que ela conheceu o marido dela. O primeiro intuito foi alcançado, ela é uma boa atriz que teve um papel ruim. O segundo intuito também, eles tiveram uma química boa no dorama. 

Logo no primeiro capítulo somos tragados pela mitologia coreana dos vampiros que eu acho muito interessante, eles tem uma própria lenda sobre esses seres com particularidades que outros vampiros não têm, sem contar nas maravilhosas sequências de ação logo de cara que nos deixam mais que empolgados para descobrir mais a respeito do médico vampiro que, por mais irônico que pareça, não é de um todo estranho desde o Dr. Carlisle.

A trama gira em torno de Park Ji Sang, um médico mundialmente conhecido e o melhor em cirurgia "hepato-pancreo-biliar" (e não me perguntem mesmo o que é isso), o drama conta a atual situação dele, um médico militar trabalhando na Kochenia que é um país fictício e mostra em seguida um flashback do que houve com seus pais e sua vida reclusa com a mãe até o assassinato dela. Desde então, Ji Sang se une a um inteligentíssimo médico e bioquímico chamado Joo Hyun-woo que se torna seu parceiro na busca pelo soro que será capaz de torná-lo humano finalmente. Em uma de suas andanças após um incidente, na adolescência, Ji Sang encontra uma garotinha perdida e ferida prestes a ser devorada por cachorros selvagens. Ele salva a garota e vai embora.

Enquanto busca por pistas para não apenas sua origem, mas para os assassinos dos seus pais, ele é direcionado para a Coréia do Sul e parte para lá sendo contratado pelo Taemin um dos maiores hospitais do país. Lá ele conhece a doutora Yoo Ri Ta, uma mulher arrogante e geniosa, sobrinha do diretor do hospital, logo de cara os dois não se dão bem, a postura de Ji Sang é fria e imparcial enquanto não apenas a doutora Yoo, mas os demais, são empáticos com os pacientes. O diretor recém chegado, Lee Jae Wook, também é um desafeto, não apenas por parte da doutora, mas do próprio Ji Sang que começa a desconfiar da sua "gentileza".

Conforme a convivência dos dois no hospital vai se dando, segredos vão vindo à tona como a verdadeira identidade de Ri Ta e, sobretudo o segredo de que Ji Sang não é humano como todos pensam e ela é uma das primeiras a desconfiar disso. As coisas passam a se complicar ainda mais quando o remédio que Ji Sang toma para controlar sua sede de sangue para de fazer efeito e sua lista de cirurgias está cada vez mais longa. Além disso, o assassino dos seus pais estão colocando todos à sua volta em risco, como ele conseguirá salvar a si mesmo e seus pacientes de um monstro que é igual a si mesmo?

Depois do primeiro capítulo a coisa começa a desandar um pouco, começando não só pelo presidente do hospital, o tio de Ri Ta, mas o diretor FDP que a gente sabe de cara que não presta. Nesse caso em específico, os vampiros de Blood são infectados com um vírus contagioso pelo contato do sangue deles com o de um humano normal. O drama é mais uma guerra científica que qualquer outra coisa, apesar de parecer, eles não parecem ser super velocidade ou super força como estamos acostumados, mas apenas são uma versão melhorada do ser humano fisicamente falando.  A coisa é que, apesar de ambos serem inteligentes o bastante, a guerrinha de gato e rato de Ji Sang com Jae Wook é cansativa e frustrante de acompanhar, enquanto o primeiro tenta seguir o caminho moralmente aceito o segundo atira para todos os lados pouco se lixando com as consequências e dá raiva ver que muitas vezes o Ji Sang simplesmente se deixa levar por ele.

O nível de burrice que o protagonista chega em algumas situações é desesperador e frustrante como aconteceu no episódio da morte do Hyun Woo que, vou dizer, eu fiquei com tanta raiva que mal consigo colocar em palavras! Gente, que é isso? Até que o dorama tem seus pontos positivos como as discussões muito válidas que ele levanta a respeito da luta ciência x religião, das convicções do que é viver e do modo como lidamos com a morte. Além de fazer uma reflexão sobre a natureza do ser humano em si, coisa que já vimos em outras obras, mas que é sempre uma reflexão muito válida. Porém, tudo isso se perde com a montanha de acontecimentos catastróficos que se sucedem e colocam ladeira a baixo qualquer esperança de um final descente para a história.

E aí nós chegamos ao final. Ah, amiguinhos, eu tava tão furiosa com o final dessa bagaça que nem consegui expressar minha raiva, só fiquei quieta com dor de cabeça! O Hyun Woo finalmente descobriu uma maneira de salvar todos os pacientes que foram cobaias do infame do Jae Wook, okay, a gente já tinha uma ideia mais ou menos nessa altura de que o motivo de ele ter ficado todo melancólico daquele jeito era porque o Ji Sang ia ter que morrer para isso acontecer, aí o diretor é desmascarado e resolve tocar o terror, o último episódio já vai quase na metade e você está com a raiva causando uma úlcera no estômago a essa altura, então o Ji Sang morre, simplesmente. Certo, até aí nada do que a gente não tivesse previsto. Não conta o que acontece com os pacientes e nem mostra se o diretor fdp morreu tudo fica subtendido e, bem na última cena, o Ji Sang ressurge dos mortos sem qualquer explicação. NADA. De onde ele veio? COMO? POR QUÊ?

Além de ficar cheio de furos, esse final foi muita sacanagem. Não adianta dizer que ele era uma espécie única e uma mutação do vírus, pessoal, ele morreu, simples assim. Se algo realmente mudou por que não mostraram pra gente como aconteceu? Foi mais ou menos como no final de Rooftop Prince, a diferença é que nesse último a gente pôde tirar uma conclusão lógica da coisa toda, Blood simplesmente joga as coisas na nossa cara e pede pra gente aceitar. Foi frustrante para dizer o mínimo. Não convence, não encaixa. Não satisfaz. Eu realmente odiei tanto quanto o final merda de Black Knight e Black.