terça-feira, 29 de março de 2016

Jane Eyre - Charlotte Brontë


Data da primeira publicação: 16 de outubro de 1847
Autora: Charlotte Brontë
Editora: Smith, Elder & Co.
Gênero: Literatura gótica, Crítica social
Páginas: 527

Sinopse: Conta como Jane, órfã de pai e mãe, vive infeliz na casa de uma tia que a detesta. Após um confronto com esta, Jane é enviada para uma escola, onde conhece os primeiros momentos de felicidade. Após seis anos como aluna e mais dois como professora, decide procurar uma nova posição. Encontra-a em Thornfield Hall, como preceptora da jovem Adèle, a pupila de Edward Rochester.

O que eu achei: 
Eu deveria ter postado essa resenha a mais de duas semanas, quando finalmente terminei o livro, mas acabei procrastinando e não levei para frente. Mas, finalmente, aqui está.
Órfã, Jane Eyre é deixada aos cuidados da família Reed, cujo tio era irmão de sua mãe, mas infelizmente falecera antes que ela pudesse lembrar-se dele, deixando-a sob a proteção de sua tia Reed que a detestava. Desde criança, Jane era tratada com indiferença pela tia, as primas e as criadas — com exceção de Bessie que lhe tinha certo apreço — e maltratada pelo primo mais velho, John Reed que sempre lhe batia e fazia com que ela mesma fosse culpada causando-lhe castigos severos por coisas que ela não fez, já que sua mãe o protegia. Depois de uma briga na qual ele lhe batera ao ponto de lhe escoriar a cabeça, tomada pela fúria Jane revidou, derrubando-o no chão.
Ignorando o machucado da menina e surda às suas explicações, a tia mandou que lhe trancassem em um quarto da casa conhecido como quarto vermelho que tinha a fama de ser amaldiçoado uma vez que os últimos dias de vida do senhor Reed se passaram lá. Magoada, machucada, assustada e injustiçada, Jane implora por uma piedade que não chega ao ponto de ser escorraçada pela tia e passar mal devido ao susto que sofreu no quarto. Atendida pelo médico ela finalmente sente um pouco de carinho e conta-lhe sua triste história, ele orienta a senhora Reed que envie a menina para uma escola, pois ela necessita de uma mudança de ares.
A senhora Reed, então, manda chamar um pastor detestável que é responsável por um colégio interno de caridade chamado Lowood, lar para crianças órfãs. Conhecido por ter um regimento muito rígido, ela assegura que Jane terá uma disciplina muito mais rigorosa do que merece e será tão solitária quanto é em casa, pois é uma menina falsa e mentirosa. Tentado a acreditar na respeitável mulher, o pastor interroga Jane e lhe garante que na escola tirarão dela “o mal que carrega em si”. Apesar do medo de ser tão rejeitada e solitária quanto é em Gateshead, Jane se sente feliz por finalmente sair da casa odiosa onde vive e por nunca mais ter de ver a tia ou os primos que sempre foram incapazes de ver que tudo que ela queria era ser amada e fazer parte de uma família.
Vai, então, sozinha em uma carruagem para Lowood onde é imediatamente bem recebida por uma boa mulher, mas também onde descobre o rígido tratamento e as péssimas condições a que as alunas eram submetidas como castigos físicos humilhantes, pouca nutrição — e às vezes mal feita — e a caminhada tortuosa aos domingos até a igreja para ouvir o interminável sermão do pastor. Na escola, Jane se torna amiga de Helen, uma garotinha ruiva que parece dócil e centrada, ela fica indignada ao ver os constantes castigos a que a menina é imposta pela professora, mas, ao questioná-la, vê como ela é submissa e sempre procura nas escrituras e na passividade uma razão para merecer as punições.
Quando o pastor vai à escola, expõe Jane como a tia ordenara: uma garota falsa e mentirosa, alertando as professoras e as outras alunas que não se aproximem dela, que lhe tratem com frieza. Mas como ela já havia conquistado a afeição da maioria das pessoas e mostrado seu jeito interessado, dedicado e carinhoso, as alegações falsas do pastor caem por terra e ela tem, dentro do possível, uma estada feliz em Lowood. As péssimas condições da escola logo dissemina uma epidemia de tifo entre as alunas colocando o lugar em quarentena e suspendendo as aulas. Helen, a única amiga de Jane, fica gravemente doente — por já ter uma saúde delicada — e acaba falecendo, um golpe muito duro para a pequena menina.
As mortes em massa das meninas na escola, acaba virando notícia e fazendo vir à tona as condições lamentáveis às quais elas eram expostas na escola, o que provocou o rebaixamento do pastor para tesoureiro e uma era de calmaria e tratamento justo para as alunas. Jane se dedicara com afinco aos estudos tornando-se uma brilhante aluna e, mais tarde, professora na escola.
Ansiosa por algo mais da vida, ela coloca um anúncio no jornal em busca de um emprego como preceptora e acaba recebendo uma resposta para ensinar uma criança chamada Adèle Varrens em uma rica propriedade da Inglaterra chamada Thornfield Hall. Extasiada com a oportunidade e o salário muito além das expectativas, Jane abandona seu posto em Lowood e parte para sua nova casa.
A cansativa viagem se mostra recompensadora quando ela conhece a senhora Fairfax, de gentileza e hospitalidade encantadores que fazem com que Jane se sinta acolhida e querida, logo descobre que a casa não pertence à doce senhora, mas sim a Edward Rochester, que ela vem a conhecer semanas depois, um homem rude, temperamental e cheio de segredos. A convivência na casa é tranquila, ensinar a Adèle se mostra mais que uma obrigação, mas um prazer para Jane, a aproximação com seu patrão é gradual e logo desperta na jovem de dezoito anos um carinho e admiração profundos. Tal qual sua felicidade, é o mistério que envolve a mansão Thornfield, cujos barulhos noturnos e risadas histéricas no terceiro andar moldam a imaginação de Jane que anseia desvendar seus segredos, principalmente quando a vida de seu patrão parece correr perigo.
Suas suspeitas recaem sobre Grace Poole, uma criada que tranca-se no terceiro andar e que tem uma conduta muito suspeita e hábitos tal qual estranhos. As coisas se tornam ainda mais estranhas quando o senhor Rochester traz para casa amigos das redondezas, entre eles Blanche Ingram, uma jovem belíssima e de boa família, embora sem fortuna. Um visitante inesperado aparece em Thornfield Hall e ela percebe o estranho comportamento do seu patrão com relação a ele. No meio da noite, gritos e barulhos de luta acordam Jane e os demais convidados da casa, que o senhor Rochester manda de volta para seus quartos sob o pretexto que nada aconteceu, ele leva, então, Jane para o terceiro andar onde o visitante inesperado estava gravemente ferido. Jane não consegue entender o que está acontecendo e, principalmente, as ordens severas de seu patrão para que o estranho não lhe dirigisse a palavra enquanto ele estivesse fora. A senhora Fairfax assegura a Jane que seu patrão pedirá a socialite em casamento, nesse momento a jovem percebe que os sentimentos que nutre por seu patrão vão muito além de apenas admiração e carinho, mas desenvolveram-se para algo além, um sentimento ao qual ela não tem coragem de dar ouvidos diante da sua baixa posição social, origens ainda mais simples e da grandeza da noiva do seu patrão.
Sozinha na melancolia de seu ciúme e sua tristeza, ela se vê sem perspectivas quanto ao que fará no futuro, pois está certa de que Adèle será mandada para um colégio — uma vez que a noiva de seu patrão, tanto quanto ele, não a suporta — e que ela mesma precisará procurar outro emprego. É quando lhe chega a revelação diretamente do senhor Rochester: seus sentimentos são recíprocos. Jane não pode se conter de felicidade ao ver a vida lhe sorrir daquela forma, saber que é amada por Edward Rochester é, para ela, a amostra terrena do paraíso. Nesse ínterim, vem a notícia, através de Bessie, que sua tia está gravemente doente após a morte de John e solicita sua presença. Ela pede então permissão para sua viagem e tenta reconciliar-se com a tia em seus últimos momentos de vida, mas vê que em seu coração frio não há nenhum arrependimento sincero, e descobre ainda que há um parente vivo que, três anos antes, escreveu à senhora procurando por ela, mas Reed dissera que ela havia morrido na escola.
Mesmo indignada, Jane perdoa a mulher que morre alguns dias depois, fica ainda um tempo em companhia das primas e, ao retornar para casa, é pedida em casamento por seu patrão. Extasiada ela aceita e escreve ao tio informando que está viva e prestes a casar-se com seu patrão. No dia da cerimônia, vem a tona a verdade que Edward Rochester tem uma esposa viva em sua casa, e o duro golpe do destino recai mais uma vez sobre o coração de Jane Eyre. A mulher, louca e trancafiada, é apresentada e os segredos de Thornfield Hall são revelados através dela, de sua insanidade que tem cercado Jane e os demais habitantes desavisados do casarão durante todo o tempo.
Sem saber o que fazer e ardendo de amor pelo patrão, Jane acaba fugindo de casa e pega uma carruagem em direção ignorada. Chegando à terras distantes e ermas da Inglaterra, ela se depara com a fome e a falta de solidariedade dos homens até que acaba na porta de St. John Rivers em uma noite chuvosa e é acolhida por ele e suas irmãs, Diana e Mary que cuidam dela até que sua saúde seja reestabelecida. Jane passa então a conviver com os irmãos a quem nutre um carinho imenso e divide gostos e opiniões. St. John, apesar de reservado, frio e inexorável, se mostra digno com ela arrumando-lhe um emprego de professora em uma escola pública — emprego esse que Jane passa a sentir prazer em executar — e uma casa pequena e própria dando à jovem a sensação de independência tão almejada.
Apesar da sorte que tivera de não morrer na tempestade e de ter conquistado o carinho dos Rivers, Jane não consegue se desfazer dos sentimentos que a prendem ao seu antigo patrão. Descobre então, meses depois, que recebeu uma soma de vinte mil libras do seu falecido tio e que tem um grau próximo de parentesco com os Rivers. As notícias não podiam deixa-la mais feliz, ela manda repartir sua fortuna em quatro partes iguais e faz dos três tão ricos quanto ela, os irmãos voltam a viver juntos — as duas irmãs eram preceptoras em Londres —  e Jane passa a morar com eles, como se fossem irmãos.
St. John, que ela vem a descobrir ser apaixonado pela jovem mais rica da região, propõe a Jane casamento determinado a leva-la com ele para a Índia, mas a jovem declina da proposta por saber que ele não nutre por ela um sentimento suficientemente forte como amor e por não sentir por ele nada mais que um amor fraterno. A insistência do primo começa a sufocar-lhe ao ponto de ela começar a cogitar ceder no meio de todo o discurso religioso e ao choque dos seus ideais a respeito do certo e do errado. Mas ela não poderia tomar nenhuma decisão sem antes rever e assegurar-se do bem estar de seu estimado patrão.

O livro é bem amarrado, apesar de Charlotte ser menos tórrida que sua irmã, Emily, seus personagens são igualmente fascinantes cheios de vida e com uma personalidade intensa. Jane Eyre, protagonista da trama, é uma jovem focada, as vezes incompreendida e com um passado rodeado de tristezas. Para sua época, é uma mulher forte que busca acima de tudo a independência, o livro tem traços de fortes críticas sociais e é um bom retrato da sociedade rural de sua época. Encantador.

Tag #Escrita: Programas Úteis

Oie, pessoas!

Como estão? Espero que bem. Hoje, volto com mais um post da tag Escrita, feita especialmente para ajudar um pouco pessoas que gostam do universo e querem um norte por onde começar, dúvidas a serem sanadas e conselhos que eu posso dar de acordo com a minha própria experiência. Hoje a gente vai conversar um pouco sobre a rotina de trabalho e eu vou dar alguns programas úteis que ajudam muito na hora de escrever. 

ROTINA DE TRABALHO
É mais que importante ter uma rotina de trabalho. Como eu disse no outro post, grande parte do tal "bloqueio criativo" que tanta gente fala nada mais é que a falta de um bom planejamento e uma rotina de trabalho rígida. Muita gente trabalha fora, mas isso não quer dizer que você não vai tirar um tempinho para trabalhar nos seus projetos. Estipule uma meta de palavras ou capítulos por dia e cumpra-as rigorosamente. mesmo que precise reescrever tudo depois, mas isso fará com que escrever se torne algo prazeroso, habitual e realmente levado a sério. É como exercício físico, de início é muito difícil, mas com o tempo se torna natural. É preciso ter em mente que, uma vez que você pretende levar o processo de escrever a sério, além de um simples hobby, você se compromete a cumprir prazos, dedicar-se inteiramente ao processo mesmo que isso te faça sacrificar algumas coisas às vezes. Portanto, nada de moleza e nem preguiça, trabalho é todo dia.
Eu, particularmente, escrevo todos os dias por uma a duas horas dependendo do que eu tenho para fazer. Mas me comprometo a escrever, pelo menos, duas mil palavras por dia.

PROGRAMAS ÚTEIS
Outra coisa muito legal que eu quero falar nesse post são programas muito legais que podem auxiliar na hora de trabalhar. Todo mundo conhece o word, é a ferramenta queridinha da maioria das pessoas que eu conheço, eu mesma só consigo usar ele para trabalhar, mas há muitos programas bons para organizar as histórias e até mesmo para escrever e vale a pena apresentá-los se não como uma ferramenta para escrever toda a história, mas pelo menos para organizá-la. Lembrando que é sempre bom manter um registro escrito da sua organização e do seu planejamento - nunca se sabe, né?- então, vamos lá.

SCRIVENER: Há quem diga que o srivener é a melhor ferramenta para se trabalhar, o programa mais completo para autores. Infelizmente ele não tem uma free version, você pode baixar o trial de 30 dias para teste ou pagar uma taxa (se não me engano é 90 ou 120 reais) e tê-lo para sempre. Eu baixei a versão trial para ver como era já que muita gente recomendava o programa e, particularmente, ele não funcionou comigo. Achei a ferramenta complicada de mexer e, além de tudo, pesado. Embora realmente seja um programa bem completo e se você tem um espaço sobrando muito no pc ou se tem um processador realmente rápido talvez valha a pena - os doramas não me permitem hehehe - não funcionou comigo, mas não significa que seja um programa ruim, a minha experiência com ele não foi boa, mas a sua pode ser diferente. O jeito é baixar e testar.

LIBRE OFFICE: Eu uso o libre office para converter os documentos em PDF, ao contrário de outros conversores online ele mantem a formatação que você colocar no word, como letras capitulares elaboradas, imagens e fontes mais exigentes. Apesar de ser bem parecido com o word, infelizmente no meu computador ele pesa um pouquinho, tornando meio devagar para carregar, mas é um pacote muito bom para se ter no pc, não conflitua com o office e é muito útil e fácil para converter os documentos para PDF.
Há uma amiga minha que só consegue trabalhar com ele, eu particularmente já estou tão acostumada com o word que realmente não consigo escrever em outro programa que não ele.

YWRITER: Eu descobri o ywriter em uma discussão no grupo do Nyah no facebook, ele foi muito bem recomendado e eu baixei para testar. O programa é bem leve, um excelente organizador para cenas, sinopses, personagens, realmente vale muito a pena baixar. O único contra que eu achei nele é que além de criar uma pasta para cada história você tem pouca liberdade para manipular e formatar. Então, eu o uso mais como um suporte organizador do que propriamente como uma ferramenta para trabalhar, embora haja quem prefira trabalhar com a dinâmica de deixar os capítulos divididos por cenas e tals. Não funciona comigo, mas é realmente excelente para organizar!

CALIBRE: Ao contrário dos anteriores, o Calibre não é para escrever, ele é um conversor completíssimo para documentos. Uso ele para converter meus arquivos em epub, mobi ou qualquer outro formato que eu precise. Ele é leve, rápido, fácil de usar e muito prático quando você precisa colocar livros no celular ou no tablet, eu realmente adoro esse programinha. Só não aconselho muito a conversão de word para PDF porque perde a formatação, mas para os outros formatos ele é ótimo!

Então é isso, pessoinhas! No próximo post a gente vai conversar um pouco sobre Trilogias e uma introdução ao Enredo!
Mata ne!

terça-feira, 22 de março de 2016

[Tag #Escrita] Prática X Inspiração

Hey, pessoas!
No meio do meu artigo, dos trabalhos da faculdade e agora dos estágios (sim, vão começar, iupi...) acho que vou ficar vindo cada vez menos no blog por um tempo, é uma maratona séria de leituras e pesquisas, resumos e reescritas para que esse artigo saia perfeito. Então, me perdoem. No meio disso, a tag Japonês vai sair de área também porque não tenho estudado ultimamente. Mas ela volta.
Bem, vamos agora para o post atrasado da tag escrita, que eu não tive como postar ontem...
Hoje a gente vai conversar sobre a diferença entre prática e inspiração, também falarei sobre o conhecido - e temido - bloqueio criativo. Quem nunca, não é? Para começar, escrever, como alguém já disse "Escrever é 1% inspiração e 99% transpiração", não adianta usar aquela desculpa de "não tenho ânimo", "fugiram as ideias" ou "estou com bloqueio". A primeira coisa que você precisa ter em mente é que bloqueio criativo não existe. Tá, eu sei que isso é maluco, calma, vou explicar. O vencedor do prêmio Jabuti Sidney Rocha, o pernambucano Cícero Belmar e o grande Stephen King são defensores dessa teoria, o que falta para o autor é PLANEJAMENTO e PRÁTICA, essa é a causa do bloqueio criativo, a frustração de não saber como continuar que acarreta a preguiça de escrever.
Stephen King e seu discípulo Neil Gaiman são a favor do "parágrafo diário", mesmo que você ache que fez uma total porcaria, deixe lá, o que vale realmente no exercício é você estabelecer uma meta de palavras diárias e cumpri-las todos os dias, estando ou não com vontade de escrever depois você vai lá e arruma, refaz. O mês nacional de escrever novela ou nanowrimo (National Novel Writing Month) é um desafio anual competente - e muito difícil - de escrever 50 mil palavras por mês, o equivalente a 1667 palavras por dia. O objetivo desse desafio é propor disciplina nos autores e você vai ver que essa disciplina  acaba de vez com essa desculpa do bloqueio criativo. Para abrilhantar ainda mais esse post, leia NESSE LINK o post que eu fiz com as dicas de escrita desses autores pernambucanos premiados que são valiosíssimas e, se postas em prática, vão mudar totalmente o seu jeito de escrever! Vocês vão ver coisas que eu já disse aqui, mas que não custa revisar ;)

Nessa tag nós ainda vamos fazer atividades, vou falar sobre editoras, programas para escrita, construção de enredo e muito mais. Só me deixem recuperar meu tempo livre rsrsrs
Então até a próxima \o/

quarta-feira, 16 de março de 2016

[#Japonês] Primeiro Texto!

こんにちはみなさん!

Primeiro, peço desculpas pela ausência da tag no blog, eu ando tão ocupada e ultimamente tenho tido muita coisa para fazer principalmente porque comecei a tirar uma hora do dia para fazer exercício - por motivos de saúde, não de estética.
Então, ultimamente, meus estudos tem ficado um pouco de lado, ainda não consegui fazer um dia com 34 horas para dar tempo eu fazer tudo, não consigo por nenhum dinheiro acordar às sete da manhã, e preciso realmente dormir minhas oito horas diárias pelo bem da minha saúde. Então, as coisas tem andado meio malucas por causa do outro artigo e dos trabalhos quilométricos que eu tenho que fazer para as aulas de literatura. Leva muito tempo para escrever essas tags (japones e escrita), eu tenho que me dedicar muito escrevendo as sentenças, tentando explicar o que eu aprendi de maneira clara e ainda selecionando o que dizer em cada post. Por isso, desculpem.
No último post nós conhecemos as pessoas do discurso em Japonês e alguns cumprimentos. Assistindo a semana do japonês, um dos principais conselhos do professor Luis Rafael é, antes de tudo, aprender a ler em Japonês e depois a escrever. Eu sou ansiosa demais para não escrever, adoro escrever em Japonês, é muito legal! Mas a dica dele é mais que válida então, eu vou deixar aqui um textinho todo em hiragana para praticar a leitura. Eu separei um caderninho para textos, é muito útil porque dá para andar com ele e você pode, em algum momento vago, ir revendo a leitura para ir ganhando velocidade. Outra dica legal é ir tentando traduzir, isso vai ajudar a conhecer algumas palavras.
É um texto infantil, então não vai ser tão difícil, embora não menos desafiador.

ももたろう


むかし むかし あるとこるに おじいさんと おがあさんが すんでいました。

あるひがあさんが かわて せんたくを しいてると おおきな ももが とんふらこと ながれてきました。

゛もってかえつて おじいさんと いただきまよう。゛

おじいさんが ももをきろうとすろと ぽーんと おとこのこが とひだしました。

゛ももから うまれたので ももたろうと よぼう゛

おじいさんと おばあさんはよろこんで ももたろうを そだてろことにしました。

゛おじいさん おばさん みんなの たからものを とたわるい おにをたいじしきます。゛
 
ももたろうはきびだんごをもつておにがしまへでかけていきました。しばらくするといぬがおいかけてきました。

゛けらいになるからきびだんごをくださいな。゛

つきにさるにでいました。

゛けらいになるから きびだんごを くださいな゛

こんどはきじがとんできました。

゛けらいになるから きびだんごを くださいな。゛

゛ようし みんなで おにをたいじすろそ。゛

ももたろうはいぬとるときじをつれて おにがしまへ むかいました。

゛それ やあい。 どうたまいつたか。゛

゛ももたろうさん ごめんなさい。みんなの たからもの ぜんぶ おかえしします。゛

ももたろうは おにを ゆるしてあげました。


Os diálogos estão separados por aspas porque eu não consegui achar o separador deles no teclado. Apesar de ser considerado um texto bem simples eu ainda não consegui reconhecer todas as palavras, acho que, ao todo, foram duas ou três.
Continuando nosso post, vamos aprender a fazer perguntas e dar respostas em Japonês.
Na língua japonesa, não existe interrogação enquanto sinal (?) para isso, é usada a sílaba か como uma partícula, no final da sentença, para indicar que estamos fazendo uma pergunta. Então, se você quer perguntar, por exemplo, qual é o  meu nome, ficaria assim:

あなたの名前です

anata no namae wa nan desu ka?

Veja que, na frase em Japonês, a interrogação foi omitida. Eu coloquei também dois kanjis, namae e nan, o nan é muito frequente, então é bom memorizá-lo! Nesse caso, a resposta seria.


名前カタリニです。

watashi no namae wa Katarini desu.

Temos então o kanji watashi () que vimos no post passado ser "eu" para mulheres. E novamente namae (名前) acompanhado de desu que é a forma de formar predicados no japonês. Meu nome, como viram, foi escrito usando o katakana, porque para os japoneses, nossos nomes são estrangeiros, ou seja, não há kanjis para eles e são escritos no katakana porque é usado para nomes estrangeiros.
Para fazer sentenças afirmativas, usamos geralmente はい (sim) seguido do que queremos afirmar e です no final.


はい、私はカタリニです
hai, watashi wa Katarini desu.

Sim, eu sou Katarini. Do mesmo modo, para negar a afirmação, usamos  いいえ (não) e a forma negativa de です que, na fala é じゃありません (Ja arimasen) e, para escrita, como é mais formal, usa-se でわありません (dewa arimasen). No caso do exemplo acima, negando seria:

いいえ、私はカタリニでわありません
iie, watashi wa Katarini dewa arimasen.

Entendido essa lógica, vamos ver umas perguntas básicas e suas respectivas respostas.. Tentem ler e responder dando as respostas de vocês.

P. 何さいですか。=> Qual a sua idade?

R. 25さいです. => Tenho 25 anos.

Número+ さい = idade


P. おくにはどこですか。=> Qual o seu país?

R. ブラジルです。 => Brasil.

Veja que, nesse exemplo, Brasil foi escrito no katakana adaptado para o japonês burajiru. A resposta dessa pergunta é o país junto com desu. Vamos conhecer alguns países.

スペン => Espanha (supein)
アメリカ => América (amerika)
イギリス => Inglaterra (igirisu)
Para formar a nacionalidade, basta acrescentar じん ao nome do país. Assim:

スペンじん = Espanhol
アメリカじん = Americano
イギリスじん = Inglês

Agora, vamos ver essa pequena apresentação e ver se conseguimos reproduzir uma nossa.

みなさんはじめまして。 はマリアカタリニです。
ブラジルじんでう。といしは25さいです。
どうぞよろしくおねがいします。

Olá, pessoal. Eu sou a Katarini.
Sou brasileira. Tenho 25 anos.
Muito prazer em conhecê-los.

Por essa semana é só!

またね!






segunda-feira, 14 de março de 2016

Fatal Frame - O Filme


Título Original: 劇場版 零〜ゼロ〜
Direção: Mari Asato
Roteiro: Mari Asato
Elenco: Aoi Morikawa, Ayami Nakajô e Kôdai Asaka 
Origem: Japão
Sinopse: conta a história de Aya Tsukimori, uma estudante que foi amaldiçoada no dormitório de seu colégio, e sua amiga Michi Kazato que tenta ajudar, mas conta apenas com sua câmera para lutar contra os espíritos.

Vocês sabem que com o TCC e o monte de coisas da faculdade eu não tenho tido tempo de assistir nenhum dorama ou anime, estou com um monte no computador, mas não tenho tido tempo para ver. Então, venho com um filme agora só pra TAG não ficar às moscas. Assim que eu puder finalizar algum ou escrever a resenha de algum eu volto!
Baseado no livro "Fatal Frame: A Curse Affecting Only Girls", que por sua vez é baseado na franquia de jogos. O filme possui uma narrativa bastante lenta, mas um clima envolvente, embora tenha momentos cansativos. O que prende a atenção são as várias reviravoltas que acontecem durante seus 100 minutos. Quem não souber desse detalhe vai odiar o filme seriamente. Vocês sabem que eu sou maluca pela série Fatal Frame, mesmo sem saber jogar, vi todos os detonados, conferi as histórias com spoilers e é um jogo que me chama muito a atenção tanto é que planejei Dragão Azul baseado neles. Dá para imaginar a minha euforia quando o Fighting Fansub legendou não é? Ontem mesmo já baixei e fui conferir.
O filme conta a história de Aya, uma garota que vive em um colégio interno para meninas, detalhe: é um colégio católico, o que por si só já é um detalhe importante considerando que o Japão é budista. Eu não encarei esse detalhe como "liberalista" porque a religião católica é contra a homossexualidade, então não faria sentido. Mas, deixando isso de lado, por seu talento e beleza, Aya conquista todas as meninas do colégio (sim, desse jeito mesmo) a ponto de deixar todas apaixonadas por ela, até que um dia, após um pesadelo muito estranho, ela acaba se trancando no quarto e surge na escola uma foto sua que passa a circular entre as meninas, cheias de saudade.
Um antiga lenda na escola fala de um ritual que pode ser feito à meia noite onde você beija uma foto da pessoa que você ama. Algumas meninas fazem o ritual com a foto de Aya e acabam desaparecendo misteriosamente, o clima na escola começa a piorar quando um grupo de amigas começa a ver o espírito de Aya vagando na escola e pedindo que elas lhe libertem da maldição. Michi é uma das últimas a ser afetada pelas visões dela, como também é apaixonada por Aya ela decide ir atrás da história por trás de tudo aquilo e chega a uma série de descobertas bem sinistras.
Inicialmente o filme pode parecer bem parado se formos comparar aos jogos que são basicamente uma sucessão de sustos. Mas explica-se pelo fato de ser baseado no livro, eu não consegui deduzir o final de maneira nenhuma! Me pegou de surpresa. Não é um filme que te deixa sem dormir, como é o caso dos jogos, mas dá pra ver sim. Tem referência principalmente a Fatal Frame II. 
Nota 3,5



[#Escrita] Pesquisa e Pseudônimo + Exercício

Olá, pessoas!

A tag escrita volta devidamente em seu dia e hoje a gente vai conversar um pouco sobre a pesquisa, o pseudônimo e vamos fazer um pequeno exercício de escrita criativa. Então, relaxa aí que o post de hoje vai ser bem light!

PESQUISA

Esse é um ponto importante para quem está escrevendo, principalmente se você vai falar de alguma coisa que não domina muito bem ou que domina parcialmente. Quando eu vou escrever, normalmente minhas histórias são situadas em lugares que eu nunca fui, como por exemplo Folhas Mortas que se passa em Albuquerque, no novo México e em São Francisco, a maior parte nesta última. Eu precisei me desdobrar com muita pesquisa sobre a cidade para poder escrever com o máximo de fidelidade possível, além de pesquisar um pouco sobre os costumes americanos (o que nos filmes procede e o que não), clima, enfim. Quando eu estava escrevendo Dear Diary tive que assistir algumas aulas de química na internet, porque eu sempre fui péssima em química e a Ellen adorava a matéria. Então, a pesquisa é um ponto muito importante porque traz fidelidade à historia, claro que você tem a liberdade de inventar, mas certas coisas carecem sim de fontes seguras sem contar que conhecimento nunca é demais! A gente acaba se inteirando de um monte de curiosidades legais! Pesquise lugares diferentes, atrações turísticas que renderiam uma boa cena, descubra a cultura interessante de outro país e imagine seus personagens nele. É uma ferramenta excelente!

PSEUDÔNIMO

Ao contrário da pesquisa, eu não considero o pseudônimo indispensável. Acho que isso varia de autor para autor e do que você pretende quando cria um. Abreviar um nome grande para tornar mais comerciável, tipo a L.J.Smith que só fez abreviar seu nome porque a abreviação seria mais viável que escrever Lisa Jane Smith na capa. Mas tem aqueles que usam seu nome mesmo, tipo a Paula Pimenta que usa o próprio nome sem abreviações. 
Há casos em que os autores usam pseudônimo quando escrevem sobre outro gênero como a Meg Cabot, conhecida por livros juvenis que usou um pseudônimo para escrever A Rosa do Inverno que tem uma pegada mais YA.  É uma escolha do autor, não é obrigatório a menos em alguns concursos literários, como o do SESC, por exemplo, no qual é exigido um pseudônimo, mas apenas para que a obra seja tratada com impessoalidade. 
Eu, por exemplo, uso Katharynny Gabriella como pseudônimo (meu nome é Katharynny Maria), mas isso aconteceu mais pelo acaso do que propriamente porque eu sentei um dia e disse Ah, esse vai ser meu pseudônimo! E, por incrível que pareça, há quem acredite que esse seja mesmo meu nome rsrsrsrs. Eu sempre fui muito fã do High School Musical, principalmente da personagem Gabriella Montez que era minha favorita, então, ainda na época do orkut, eu comecei a usar Gabriella como meu segundo nome nas redes sociais, nas contas e quando me inscrevi no Nyah a primeira história que postei lá foi com esse nome. Assim, sem querer, esse acabou virando o que eu chamo de meu "nome virtual" e foi como eu comecei a assinar os livros. Mas não acho que isso seja indispensável, acho que vai mundo do tipo de imagem que você quer passar e do que combina mais com o tipo de história que você escreve. Às vezes, um pseudônimo é indispensável e, em outras, é desnecessário.

VAMOS PRATICAR!

Agora, vamos fazer um pequeno exercício de escrita criativa. Esse eu tirei do site dicas de escrita.

Olá, você!
Escreva uma carta para você mesmo no futuro. O que você quer dizer?

Interessante, não? Então, mãos à obra!

Minha resposta:
Pensei em me mandar uma carta daqui a trinta anos, eu estou com 26, então ela seria escrita para quando eu tivesse 56 em 2045 se eu não estiver enganada (sou horrível em matemática), isso é, se eu estiver viva até lá kkk.

Katharynny,

Aqui é você mesma, falando trinta anos antes. Você sobreviveu a metade de um século, garota, isso aí! Certamente você está se lamentando da juventude perdida a essa altura que eu me conheço, mas não fique, provavelmente você está muito melhor do que eu agora, sem depressão, sem medo de tudo, vivendo sua própria vida e do jeito que você sempre quis. Não sei se o mundo melhorou alguma coisa ou se piorou e eu realmente espero que seu único filho seja um cachorro, não traia meus ideais, ouviu? Continue fazendo exercício físico, eu estou sofrendo pra caramba para perder peso agora, não consigo fazer nem um minuto de prancha! Então, nem sonhe em ficar comendo a cada dois minutos e se mexa! Já foi a algum show do EXO ou do BTS? Espero que você ainda aprecie boa música, isso não muda só porque você cresce, boa música é boa música independente da idade! Uma coisa importante, não se culpe ou se arrependa de nada, ficar olhando pra trás só vai fazer você bater em um poste - e se lembre como isso dói! - então olhe para frente e contemple o que você já conquistou. E quando ler isso, lembre que você ainda é a mesma, só que em uma versão melhorada.
P.S.: Vá agora na casa de Karynny e diga Katyrosca é a mãe!

terça-feira, 8 de março de 2016

[TAG #Escrita - atrasada] - Sinopse e Título

Olá, pessoas, em primeiro lugar desculpem por não ter postado a tag ontem, meu computador precisou ser formatado aí demorou mais que o previsto para que eu o tivesse de volta e não deu para postar ontem. Mas agora ele está bonitinho aqui de volta e eu já vou retomar com a postagem. Hoje eu falar um pouco da construção do título, da sinopse, dos diálogos e da adequação da linguagem mais ou menos como eu construo. Então, sem mais delongas, vamos nessa.

TÍTULO
Há quem diga que o título é a última coisa que o autor escolhe para a história, bem, eu sou o contrário disso, sem um título eu não consigo escrever, não consigo visualizar nada, então, o título é uma das primeiras coisas que eu escolho, mesmo que eu vá mudar depois, mas eu preciso ter alguma coisa em que me pegar para decidir o rumo dos acontecimentos e o tipo de história com a qual estou mexendo. Isso pode parecer uma bobagem, mas é uma das partes que me dá mais trabalho de escolher, acho que é por isso também que eu penso primeiro, porque é complicado você escolher um título que se encaixe perfeitamente com a história que você mentalizou, tenha em mente que o título é a primeira mensagem que o leitor vai ter da sua história, aquilo que vai chamar atenção primeiro e fazer com que ele tire o exemplar da estante para ler a sinopse.
Dependendo do tipo de história  eu escolho um título que enquadre o enredo todo, parcialmente ou que metaforize alguma coisa da história. Deixe-me exemplificar para que fique mais claro:
Sombras ao Sol e Avalanche são títulos metafóricos, eles não representam algo que acontece literalmente na história, é preciso ler e entender a metáfora por trás do título que pode ou não ser explicada no enredo.
Conto de Falhas e Um Novo Começo por exemplo já são títulos que cobrem todo o enredo, eles são parte constante das histórias que representam, no primeiro deixo claro que vou tratar de uma história cujos acontecimentos não vão ser dos mais felizes para sempre e no segundo uma história onde os personagens vão passar por provações e vão conseguir superar. São o que eu chamo de títulos chave.
Claro que cada um trabalha de uma forma, há autores que deixam para "batizar" o livro depois que termina, isso é de cada um, se eu posso dar alguma dica para a escolha do título eu digo que escolha, de preferência, uma palavra ou uma pequena frase que passe a mensagem do seu enredo, do seu personagem principal ou que metaforize de alguma forma sua mensagem. A saga Crepúsculo é um exemplo ótimo de títulos metafóricos.

SINOPSE
Assim como o título dá ao leitor a primeira mensagem do livro, a sinopse se encarrega de terminar o trabalho, é ela que vai seduzir o leitor ao ponto de ele abrir o livro para descobrir o que acontece. e tal qual o título não é nada simples de fazer, pode ser tão desafiador quanto. Ao contrário do que eu faço com o título, eu só me preocupo com a sinopse se eu for postar a história em algum lugar, geralmente para livros eu deixo para escrevê-la quando está terminada. E às vezes levo horas fazendo, porque precisa ser sucinta, misteriosa, comovente e atraente o que não é mole de escrever. O objetivo principal da sinopse é resumir a sua história de uma forma atraente e para isso quase todo recurso é válido, usar uma parte do livro, mesclar uma frase do livro com um resumo, mas sobretudo, dizer POR QUE o leitor tem que levar aquele livro com ele.

Exemplos:
"O que movia os reinos do mundo não era a maldade da magia, embora ela existisse mascarada em mulheres como Martha, era a crueldade da Inveja."
Nessa releitura do famoso conto dos Grimm, você conhecerá uma princesa forte, corajosa e cheia de atitude, mas com o mesmo coração bom e a mesma dose de amor. Em Sleeping Beauty: A História por trás dos Olhos Fechados você vai conhecer o que aconteceu com Aurora enquanto ela dormia e como, realmente, as coisas procederam!

Julieta Capuleto não tirou a própria vida. Ela foi assassinada pela pessoa em quem mais confiava, seu marido, Romeu Montecchio, que fez o sacrifício para assegurar sua imortalidade. Mas Romeu não imaginou que Julieta também teria vida eterna e se tornaria uma agente dos Embaixadores da Luz.
Por setecentos anos, Julieta lutou para preservar o amor e as vidas de inocentes, enquanto Romeu tinha por fim destruir o coração humano. (Julieta Imortal - Stacey Jay)

DIÁLOGOS
Bem, chegamos ao ponto crítico do post. Escrever diálogos é uma coisa complicada que faz com que sinopse e título pareçam brincadeira, isso porque não apenas precisamos inseri-los de maneira cabível no texto, mas como no tempo e na forma certa. Eu não me considero apta a falar disso, vou dizer aqui apenas o que eu acho e o que eu faço com eles.
A primeira coisa a fazer é saber como assinalar os parágrafos. Tem gente, principalmente em fanfic, que faz uma verdadeira rebelião! O correto é usar aspas /""/ ou travessão /—/ e essa coisa de usar aspas no diálogo é muito "estrangeira", li um livro da Paula Pimenta assim e detestei essa separação. Mas em alguns pontos ela é válida dependendo do contexto em que é encaixada e de qual voz é dada ao narrador da história.
Basicamente, o diálogo cumpre o objetivo de promover a interação entre as personagens, refletir sua personalidade e acrescentar aquilo que a narração não dá conta de acrescentar sozinha. Se você alguma vez já leu algum diálogo de Platão sabe que é muito estranho ler um texto só formado por diálogos sem nenhum tipo de acréscimo, isso porque o diálogo é uma parte extra do enredo, mas cada autor é um autor. Basicamente há 3 tipos de diálogo, vamos conhecê-los:

Discurso direto: Esse é o que eu frequentemente uso, acho que é o mais comum, aquele cuja interação entre as personagens ocorre de forma prática e sem muitos rodeios;

— Ouça, não é o momento de revelar a verdade, apenas precisa confiar em mim, Anelliese.
— Confiar em você? Ora, não seja ridículo! 
— É a sua única chance.
— De que? Se eu gritar agora meu pai virá até aqui e antes mesmo do que pensa você estará morto!
— Vá por mim, não será a primeira vez.
— O que? — Ela ficou chocada.
— Vamos, não seja teimosa e me deixe leva-la para casa em segurança.
— Eu não preciso de você para nada, mantenha distancia de mim ou eu mesma mato você!

Discurso indireto: é definido como o registro da fala da personagem sob influência por parte do narrador. Nesse tipo de discurso, os tempos verbais são modificados para que haja entendimento quanto à pessoa que fala. Além disso, costuma-se citar o nome de quem proferiu a fala ou fazer algum tipo de referência. Neste tipo de discurso narrativo o narrador interfere na fala da personagem. Este conta aos leitores o que a personagem disse, no entanto o faz na 3ª pessoa. As palavras da personagem não são reproduzidas, e sim "traduzidas" na linguagem do narrador. Também é sem travessão. No fundo são apenas a junção dos dois modos verbais. A pessoa não pergunta de verdade, é o narrador que faz a pergunta com o nome do personagem.

"Dona Abigail sentou-se na cama, sobressaltada, acordou o marido e disse que havia sonhado que iria faltar feijão. Não era a primeira vez que esta cena ocorria. Dona Abigail consciente de seus afazeres de dona-de-casa vivia constantemente atormentada por pesadelos desse gênero. E de outros gêneros, quase todos alimentícios." (O sonho do feijão), Carlos Eduardo Novaes.

Discurso indireto livre: é uma modalidade de técnica narrativa, resultante da mistura dos discursos direto e indireto, sendo um processo de grande efeito estilístico.
Por meio dele, o narrador pode não apenas reproduzir indiretamente as falas dos personagens, mas também o que eles não dizem como pensamentos e sentimentos, além de poder incluir ideias do próprio narrador, trazendo ambiguidade e riqueza de sentido ao texto. Assim, o discurso indireto livre corresponde à fala ou ao monólogo interior dos personagens, porém expresso pelo narrador (característica do discurso indireto) e reproduzidos na forma como os personagens diriam (característica do discurso direto), podendo ou não conter juízo do narrador. Ocorre quando a fala do personagem se confunde com a narração, tanto no conteúdo, quanto na forma. Por isso, o comentário do personagem surge sem secção, isto é, sem estar claramente separado das palavras do narrador, ao contrário do que ocorre no discurso direto, por exemplo, no qual se utilizam travessão, dois pontos, aspas etc. Comumente, o discurso indireto livre aparece entremeado com o discurso indireto.
As orações do discurso indireto livre são, em regra, independentes, podendo ter ou não verbos bonitos de elocução (também chamados de verbos dicendi). Quando os possui, fica mais nítido que a frase não é do narrador, mas sim do personagem. Em geral, ele ocorre com foco narrativo em terceira pessoa, mas é possível o uso da primeira. Esse discurso é muito empregado na narrativa moderna, pela fluência e ritmo que confere ao texto

"Aperto o copo na mão. Quando Lorena sacode a bola de vidro a neve sobe tão leve. Rodopia flutuante e depois vai caindo no telhado, na cerca e na menininha de capuz vermelho. Então ela sacode de novo. 'Assim tenho neve o ano inteiro'. Mas por que neve o ano inteiro? Onde é que tem neve aqui? Acha lindo a neve. Uma enjoada. Trinco a pedra de gelo nos dentes." (As Meninas), Lygia Fagundes Telles.

Se o enredo for bem trabalhado, os diálogos serão postos apenas como um adicional específico do enredo, para promover a interação dos personagens, para acentuar a personalidade ou vivificar uma determinada cena. Eu normalmente opto pelo discurso direto, isso varia bastante do tipo de narrador que você usa, um narrador em primeira pessoa - dependendo de quem seja - dificilmente saberá o que se passa na mente da outra personagem, ela pode deduzir apenas. É algo a que se deve estar bem atento. Para mim, é meio natural, eu sei quando devo colocar determinada parte na fala da personagem e determinada parte na narrativa. Há o cuidado de não colocar diálogos inúteis, deixar o personagem falar o que ele realmente precisa falar e não obrigatoriamente precisar falar alguma coisa sem necessidade.

— Por que você falou comigo? — Perguntou antes de ir embora.
— Você é minha parceira de química. — Sorri, mas vi uma tristeza em seu olhar que me fez sentir um imbecil. — E porque sempre te achei interessante. — Emendei imediatamente.
— Sempre? — Ela me lançou um olhar incrédulo. — Não achei que alguém me notasse.
— Pensei que você me odiava.
— Por que eu odiaria você? — Ela parecia confusa. — Você nunca me fez nada.
— Não sei, soa meio estranho… mas achava que você pensava que eu era um idiota.
— Bem, se te consola, não sou inteligente como você pensa. E sei que você é ótimo em matemática, o que já é muito para um capitão de futebol.

Esse é um diálogo de Dear Diary, é comum quando eu estou escrevendo colocar na fala da personagem aquilo que é pertinente dela e alguma observação do narrador depois, geralmente isso é uma emoção, um pensamento, um sentimento, algo do tipo. Como no caso acima a narração é em primeira pessoa, o narrador em questão só podia deduzir o que acontecia com a companheira de conversa como é vísível nesse trecho: — Por que eu odiaria você? — Ela parecia confusa. — Você nunca me fez nada. Michael não tem certeza se ela está confusa, é uma dedução através da expressão facial dela. Ele só pode fazer conclusões sobre si mesmo.

— Ei, seu amigo de meia tigela! Fica fazendo sala para sua convidada e se esquece de mim não é?
— Oi Hay! — Ele riu dando um beijo no seu rosto e tentando evitar a decepção pela partida de Nicole. — Desculpe... Eu tive que intervir antes de ela sair correndo. E no fim de tudo ela foi do mesmo jeito.
— Qual é a dela hein? Parecia um animalzinho assustado, tão bonitinha! — Hayla falou em tom doce e animado.
— Não é? — Bella concordou lembrando-se do jeito retraído da amiga de Adam.
— Ela só... É muito tímida... Mas não existe pessoa mais incrível que a Nicole... Ela é... Fantástica!
— Hum... Tem alguém apaixonado! — Hayla riu dando uma leve cotovelada no amigo, mas com um pensamento de preocupação escondido no fundo da mente.
— Tá, fiquei enciumada agora! Eu era a pessoa mais incrível que você conhecia! — Bella falou em tom de brincadeira, fingindo indignação.
— O Alex não tem noção da sorte que tem! E fica magoando a Nic com aquele ciúme doentio que ele tem.
— Pelo visto, se o ciúme é de você ele tem sérias razões para se preocupar não é? — Hayla riu. — Lindo, charmoso, cavalheiro e perdidamente apaixonado por ela. Não sei quem tem mais sorte ele ou ela!
Isso é um diálogo de Avalanche. Nesse caso, a gente vê que a narração em terceira pessoa permite que o narrador diga não apenas o que os personagens falam, mas o que eles pensam. Nenhum deles fala mais que o necessário para a interação e para montar a cena. Essa coisa de diálogo é difícil, se algo não ficou claro perguntem.
ADEQUAÇÃO DA LINGUAGEM
Chegamos ao último tópico da tag e não menos importantes, é um tópico chave, pelo menos pra mim. Adequar a linguagem dos personagens é algo que eu julgo como muito pertinente em cada livro. Não que isso se use muito, mas eu acho uma jogada muito interessante não apenas para dar um quê na história, mas para gerar aquele clima de intimidade e ainda ajudar a melhorar nosso vocabulário.
Acho que a personagem precisa se adaptar a época em que vive, e isso deve ser explicitado não somente na narração, mas nos diálogos também. Sempre que me deparo com uma ficção histórica em que as personagens falam como se estivessem no centro da cidade fico me perguntando que estranha fusão de séculos é aquela. Ninguém no século XVI falava "vamos dar uma voltinha". Isso é só um exemplo, okay?
Admito que exagerei um pouco quando escrevi Sleeping Beauty, a linguagem ficou um pouco inacessível e eu só senti isso quando minha mãe leu e não conseguia entender metade dos diálogos (rsrsrs) ou quando a filha de uma amiga da minha irmã disse que lia com um dicionário do lado. Claro que as palavras podem variar conforme são empregadas, mas eu costumo usar um dicionário para averiguar sempre as palavras "novas" antes de empregá-las.

- Princesa Aurora. – Ele se curvou.
- Príncipe Felipe. – Fiz uma reverência pronunciando as palavras com impessoalidade.
- Como tem passado?
- Bem, quanto a vós?
- Igualmente bem. É bom revê-la.
- Não há necessidade em forçar uma cortesia que não sente, alteza. – Esperei que minha voz não tivesse soado tão fria quanto eu senti que soou.
- A que se refere? – Ele me fitou um pouco constrangido.
- Achas que sou tola? – Inquiri, um tanto irritada. - Posso ser demasiado jovem, mas sei muito bem quando me são indiferentes.
- Peço perdão se a ofendi, princesa. – Ele desculpou-se, mas senti pouca sinceridade em sua voz.
- Não há necessidade de desculpar-se, tampouco precisa redimir-se. Apenas una-se a quem de fato deseja sua companhia.

Esse é um dos diálogos mais simples do livro, mas vê como as palavras se adequam à época. Não pesquisei a fundo sobre isso, era mais pela leitura e pelos filmes mesmo, as pessoas dessa época tinham apreço pela leitura, eram de uma cultura superior, e até mesmo  os menos favorecidos que eram próximos às elites, como serventes, tinham por tendência copiar os hábitos de fala dos mais cultos mesmo que não soubessem ler. O diálogo dos personagens, quando se adequa à época em que estão inseridos faz uma comunhão maior com quem lê porque torna mais fácil imergir naquele mundo, é o que eu sinto quando leio Jane Austen, consigo me transportar para o século XVI, para o meio daquelas pessoas suaves e cujos conflitos ocultos eram limitados aos solilóquios e corações agitados. 

Como o post já ficou bem maior do que eu pensei, vou terminá-lo por aqui. A Tag Japonês vai ficar para amanhã.
Até a próxima!

Bibliografia:
http://www.todamateria.com.br/discurso-direto-indireto-e-indireto-livre/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Di%C3%A1logo

sábado, 5 de março de 2016

Contos de H.C.Crisostomo

Oi, pessoas!
Como vocês sabem eu ando às voltas com o TCC, mesmo ele já estando praticamente pronto, eu não escapei do projeto então, são leituras e mais leituras sobre partes específicas e ainda terei que reler dois livros para fazer o outro projeto que eu tinha em mente antes do Morro dos Ventos Uivantes e das Noites Sangrentas (sim, é o meu TCC), vou escrever um artigo sobre Jane Austen e Charlotte Brontë então, como avisei, as resenhas vão demorar um pouco para sair (assim como a minha meta de leitura vai demorar pra andar!)
Mas estou adora trazendo - pela primeira vez no blog - a resenha de contos do wattpad, da leitora e autora Helaina fofíssima dona do blog Mente Hipercriativa, que por sinal é muito a carinha dela que tem uma mente fantástica! Então, para não atrasar mais a Tag #Livro eu decidi postar a resenha de três dos cinco contos dela no wattpad, vamos conhecer?


Imagine poder viver em um lugar onde você é livre para ler sem que fiquem reclamando que você não tem vida social. Um lugar onde você possa ter amigos que compartilham desse mesmo gosto por livros e filmes — e que ainda ouçam música boa de verdade!
Foi exatamente o que Sophie encontrou. No conto My Particular Wonderland somos levados à um breve diálogo entre ela e a mãe que, ignorando os sentimentos da filha, insiste que ela volte para casa, para o mundo de pressões e pessoas que vivem em função de uma alienação intelectual e em favor de uma sociedade fútil e sem perspectivas.
O conto pode ainda ter uma segunda interpretação — isso sob o meu ponto de vista. — quando encontramos um lugar bem dentro da nossa mente em que só nós temos permissão para entrar, e nos trancamos dentro daquele mundo, poderia ser que Sophie fosse uma garota que criasse a própria realidade, para fugir do mundo vazio que odiava. Normalmente pessoas que passam por esse tipo de situação são incompreendidas pelas pessoas, principalmente as próximas, que são incapazes de entender que a realidade machuca ao ponto de o indivíduo buscar uma fuga.
A história é pequena e muito bem escrita. Vale muito a pena.



Mariana odeia infocentros (lan houses). Mas havia ficado sem internet e precisava fazer uma pesquisa, assim, meio a contra gosto, ela vai até um infocentro próximo de casa.
Lá, ela continua abismada com a falta de civilidade das pessoas com o bem comum, quando finalmente vaga uma máquina, Mariana senta-se para fazer sua pesquisa, mas acaba se distraindo com as redes sociais e, quando percebe, está rodeada por estranhos, um que veste um casaco escuro com capuz impedindo de ver seu rosto, um homem que vê na internet fotos de animais sendo torturados e uma mulher que olha um site com imagens de rapazes seminus.
Assustada, Mariana sai do infocentro para casa e é quando somos totalmente surpreendidos pelo conto da Helaina com uma reviravolta de mestre que nos prova o que estamos cansados de saber, mas insistimos em esquecer: os olhos mentem. Há muito mais por trás das pessoas do que podemos imaginar, mas estamos sempre olhando tudo pelo ângulo negativo, insistindo em ignorar que por trás de todas as atitudes existe uma origem, uma razão.
O conto não é só muito bem escrito, é de uma profundidade surpreendente! Fiquei não apenas surpresa ao chegar aos últimos parágrafos, mas pega pelo pensamento de que também sou uma das pessoas que se deixa levar pela primeira impressão. Não deixe de ler.


Nesse conto somos levados à mente de uma mulher que acorda em um quarto estranho sem lembrar de nada que aconteceu, levantando-se da cama onde acordara, ela começa a percorrer os corredores do lugar sem avistar ninguém.
Conforme vai passando pelas portas, ela para para observar as pessoas dentro dos quartos através dos pequenos visores de vidro e surpreende-se ao perceber que parecem sempre a mesma pessoa perambulando incansável pelo cômodo, isso até chegar a um dos quartos e ter uma descoberta arrebatadora.
Contado com uma maestria pouco encontrada, No Limite da Sanidade é uma viagem pela nossa própria mente, quando somos controlados pelo nosso pensamento ao invés de controla-lo, o que é um ato muito perigoso. A história tem não apenas um enredo interessante, mas uma profundidade latente passível de várias interpretações.





sexta-feira, 4 de março de 2016

PRÉ-VENDA: O Morro dos Ventos Uivantes e das Noites Sangrentas


こんにちわ みなさん!

Como estão? Espero que bem! As minhas aulas começaram, último período não esperem que as coisas fiquem mais fáceis, ao contrário, pioram! De cara eu já tenho um projeto para escrever, então por aí vocês imaginam.
Mas estou aqui para falar de novidade! Em maio deste ano estarei lançando meu mais novo trabalho em parceria com meu professor e orientador o doutor em letras Edmilson José de Sá! Trata-se de um mashup do clássico inglês de Emily Brontë O Morro dos Ventos Uivantes com uma pegada sobrenatural e sombria, mas igualmente tórrida e romântica. Muita gente que eu conheço nunca terminou o livro de Emily por achar chato, por não entender ou não se identificar com a história, outros leram por causa de Crepúsculo, mas ou não gostaram ou não conseguiram terminar, a proposta desse masup é aproximar a obra dos leitores trazendo uma carga extra de fantasia, um pouco de mistério, romance e o diferencial da carga sobrenatural que foi inserida na história!
Atualmente o livro está em pré-venda, então os interessados não podem perder porque são só 30 exemplares! 

Sinopse: 
"O ódio em seu coração grita, forasteiro, clamando por saciedade. Eu posso saciá-lo. — havia um quê de crueldade naquela voz inumana, rouca e ecoada. Um quê que chamava Heathcliff. Ele não podia deixar de se perguntar se chegara a tal ponto de solidão que estava inventando agora uma voz com quem poderia conversar."

No Morro dos Ventos Uivantes, nasce uma paixão proibida entre Catherine e Heathcliff, amor este tolhido pelo rancor, ódio, egoísmo e ambição. O lugar parece guardar um segredo sombrio, assim como seus habitantes, que vivem reclusos, tem hábitos estranhos e modos pouco corteses. Tudo isso, aliado ao desaparecimento de pessoas na região, causa uma aura de apreensão nos moradores do vilarejo. 
Um viajante em busca de paz, uma garota em busca de justiça, um rapaz dividido entre o amor e a honra vão buscar juntos descobrir e destruir o mal escondido na taciturna propriedade cujos ventos uivam e a sombra do predador deixa um rastro de sangue por onde passa. Passado e presente se encontram nesta revisita ao grande clássico inglês de Emily Brontë. Trazendo um toque sobrenatural O Morro dos Ventos Uivantes e das Noites Sangrentas mostra a trajetória de dois romances em duas diferentes gerações que se encontram unidas pelo o amor preso à morte, e que precisarão lutar por suas vidas e por seus destinos se quiserem ter a chance do felizes para sempre.

terça-feira, 1 de março de 2016

[TAG #Japonês] Mão na massa!


みなさんこんにちわ!

Hoje é terça feira dia da tag Japonês! Hoje a gente vai falar um pouco sobre rotina de estudo, vou mostrar umas primeiras palavras básicas que já aprendi e ainda uma dica do professor Luis Rafael para memorizar a Hiragana e Katakana, ele diz que com esse método dá para fazer em uma semana, eu não consegui, mas não deixa de ser um excelente exercício e muito divertido. Então, sem mais delongas, vamos começar!

ROTINA DE ESTUDO

Não apenas o Japonês, mas qualquer outro idioma que você se proponha a aprender precisa de disciplina e dedicação. Eu nunca avancei no Inglês porque sou a pessoa mais indisciplinada do universo e não estou exagerando. Preciso arrumar um professor militar! Não apenas estudar, mas revisar sempre é importante. Eu separei três dias na semana para estudar Japonês, nos outros dois dias eu tento estar sempre revisando as sílabas que tenho mais dificuldade e revendo as frases que já aprendi nas aulas anteriores. Em geral, cada aula eu passo de quarenta minutos a uma hora dependendo do tipo de atividade que eu estiver vendo. É bom você arrumar uma rotina de estudo que se encaixe no seu tempo, separar os materiais próprios para isso e sempre que puder ir revisando.

MATERIAIS DE ESTUDO

Para começar o óbvio é um caderno. Mas eu separei também uma caderneta de palavras e frases, vou escrevendo nela (exclusivamente em Hiragana e/ou kanji) as palavras e frases que vou aprendendo, tenho sempre em mãos principalmente quando estou vendo algum anime ou J-drama. Também imprimi uma planilha de treino quando estava aprendendo a Hiragana, as sílabas em Japonês seguem uma ordem de traço então a planilha ajuda muito não apenas a treinar as sílabas como a aprender a ordem dos traços, você pode baixar essa planilha gratuitamente nesse site: Aprendendo Japonês.
As letras japonesas são muito delicadas e curvilíneas, principalmente a Hiragana, alguns Kanjis têm traços muito pequenos e são muito difíceis de escrever, então eu aconselho a usar uma caneta de ponta porosa a coleção Stabilo point 88 ponta 0,4 é muito boa, eu também uso caneta em gel com ponta de 1mm. 

JAPONÊS COM MÚSICA

Essa é a dica do professor Luis Rafael do programa Japonês online (que eu ainda não consegui fazer porque é caro), é uma maneira lúdica, prática e muito boa de aprender Japonês enquanto ouve uma boa música. A maior parte das palavras de Inglês que eu aprendi foram graças as músicas que eu sempre gostei de ouvir. O único problema que eu vi com o método dele foi que as músicas escolhidas e disponibilizadas no site do programa são um pouco rápidas para quem tá bem no início ainda. Então, eu vou pôr o vídeo do método para que vocês vejam como funciona, mas para quem quiser tentar, eu vou disponibilizar aqui umas músicas mais lentas em hiragana em que a pronúncia é um pouco mais pausada e dá para ouvir melhor e acompanhar. Eu comecei com a música do anime D-Grey Man cantada pela Senae Kobayashi, a segunda que aprendi foi a do Tsubasa Chronicles da diva Yuiki Kajiura, mas essa é um pouco rápida demais, veremos ela mais pra frente. Vou disponibilizar hoje a do D-Grey Man porque é a melhor pra começar e a letra é bonitinha.



Não sei quanto a memória de vocês, mas eu não consegui aprender a Hiragana em uma semana nem a  pau, ainda tem umas sílabas que eu engancho muito. Prevejo que vou demorar um século até aprender a Katakana também. Mas ainda assim o método é muito válido. No final do post eu vou deixar a letra da música em Hiragana, a letra original com os kanjis por enquanto é melhor não ver até que os dois silabários estejam bem memorizados, pelo menos é o que eu acho.

PRIMEIRAS PALAVRAS

Aqui eu vou deixar algumas primeiras palavrinhas que eu aprendi um pouco antes de começar a estudar sério, vendo animes, e outras que eu já vi quando comecei a estudar. Para fins de estudo vou colocá-las na hiragana mesmo que é para que se habituem a ler. 

As pessoas do discurso:

私 (わたし) = Eu.
Esse é o primeiro Kanji que a gente aprende, então memorize-o porque ele é muito útil. Por enquanto é o único Kanji que vou colocar aqui (até porque é o único que eu realmente aprendi.). 私 é usado para mulheres segundo minha professora de Japonês (daquele curso do youtube que pus no primeiro post), os homens usam ぼく, já que 私 é considerado feminino e mal visto quando usado por homens.
あなた = Você
かれ = Ele (também usado para namorado.)
かのじょ = Ela (também usado para namorada.)

Para formar as pessoas do plural você simplesmente acrescenta たち ao final das primeiras pessoas do singular.
私たち = nós
ぼくたち = nós (homens)
あなた'たち = vocês
かれたち = eles
かのじょたち = elas

Outras palavrinhas úteis para começar

おはよう = Bom dia
こんにちは = Boa Tarde (também usado como olá)
おやすみなさい  = Boa noite
がんばて = Se esforce (também para dizer boa sorte)
ごんめなさい = Sinto muito, me desculpe
すみませ = com licença (também usado como desculpe)

Por enquanto está bom, já é um bom começo. Espero que esteja ajudando um pouco. Qualquer pergunta ou dúvida só pôr nos comentários. Agora vou deixar a letra da música e o vídeo para que comecem a fazer o exercício de Hiragana. Se conseguirem aprender em uma semana me digam! As palavras em negrito na música estão na Katakana, ok?

がんばてください!


つないだてにキッス
Senae Kobayashi

そして ぼうや は ねむりについた
いきずくはいの なかの ほの を
ひとつ, ふたつと,うかぶ ふくらみ いとしいよこがを
だいちに たるる いくせんの ゆめ ゆめ

ぎんのひとみの ゆらぐ よる に
うまれ おちた かがやく おまえ
いくおく の としつき が
いくつ いのり を つち え かえしても

私 は いのり つずける
どうか このこ に あい を
つないだ て に キッス

(Repete)