sexta-feira, 31 de agosto de 2018

[Escrita] Oficina de criação literária com Ricardo Ramos - Dicas de escrita

Olá, pessoas! Como estão?

Tem um tempinho que não venho por aqui, não é? Desculpem, as tribulações andam grandes e, para completar, tem um concurso público perto então preciso estudar também. Bom, no dia 22 desse mês eu participei de uma oficina literária com o autor e roteirista Ricardo Ramos, neto de Graciliano Ramos um dos expoentes da nossa literatura brasileira. Quem organizou essa oficina foi meu admirável mestre Edmilson Sá, também foi ele que gentilmente me convidou a participar.

Para quem não conhece, falando rapidamente, é escritor, com livros editados no Brasil e no exterior, publicados em Portugal e nos Estados Unidos. Mestre em Letras no Programa de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Desenvolve pesquisa na área de literatura infantil e juvenil, onde vem trabalhando academicamente Graciliano Ramos, privilegiando o olhar sobre seus textos escritos para crianças e jovens. Ministra diversos cursos e oficinas literárias: como aprimorar o texto, literatura infantil, roteiro de cinema, poesia, conto,  crônica, romance. É roteirista de cinema com roteiros premiados. Atua como coach literário, orientando clientes na elaboração de seus livros. É cronista do Escritablog , publicando no espaço Palavra de Cronista. Participa como jurado de concursos literários: Proac, Portugal Telecom, Prêmio São Paulo de Literatura.  É vice-presidente da União Brasileira dos Escritores (UBE), São Paulo. Como sócio-proprietário da Ricardo Ramos Filho Eventos Literários cria e produz eventos culturais. Possui graduação em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1986).

E gente, esse homem é um amor de pessoa! Super humilde, bem gente como a gente, sabe? Ele ministrou uma oficina maravilhosa em que nos colocou para trabalhar e auxiliou um por um em seus textos, saímos de lá com o primeiro capítulo do nosso livro prontinho! A primeira parte da oficina foi a parte teórica, o Ricardo explanou pra gente os passos da construção do romance (e muita gente acha que romance tem a ver com histórias de amor, não é, gente, é romance gênero mesmo, narrativa longa, tá?) e deu algumas dicas sobre o processo, pode soar meio repetido com algumas coisas que já postei por aqui nessa tag, mas é sempre bom ter as valiosas dicas de um mestre na arte de contar histórias, não concordam?

Então, primeiramente vou começar dando as indicações de leitura:
  • Representação do Intelectual - Edward Said
  • Entre facas, algodão - João Almino
  • Por que ler os clássicos - Ítalo Calvino
  • Nunca houve tanto fim como agora - Evandro Affonso de Carvalho
  • A personagem de ficção - Antônio Cândido
Dito isso, a primeira coisa que ele conversou com a gente foi sobre a relação escrita-autor-leitor. O processo de escrita é parcialmente consciente, quando estamos escrevendo nos desligamos da realidade e o nosso inconsciente entra em ação, produzindo assim algo muitas vezes alheio à nossa vivência ou desconectado do momento em que estamos. Por isso, para Ricardo o processo de escrita acontece, realmente, quando vamos reler e reescrever o que esse inconsciente escreveu. Já teve a sensação de que as palavras estavam saindo sozinhas? Que enquanto você escrevia as ideias e as suas mãos trabalhavam por vontade própria? Bem, é exatamente disso que ele está falando.

Nas relações que envolvem o desenvolvimento de uma obra, da sua concepção à publicação, os elementos envolvidos giram em torno do produtor, aquele que cria, o receptor a quem se destina o texto, a obra, o produto em si e o transmissor, aquele que media o contato entre a obra e o leitor. A isso, podemos chamar literatura. Vale salientar que Ricardo é um árduo defensor da ausência de inspiração. Ele não acredita em inspiração ou em dom, para ele a escrita é um trabalho como qualquer outro podendo ser desenvolvida por qualquer pessoa desde que essa se submeta a atingir as exigências da profissão, coisa da qual falaremos mais para frente. O leitor, nesse processo, ocupa o espaço de maior importância uma vez que é aquele que dará a obra interpretação e significância.

Continuando, como já dissemos aqui anteriormente, o enredo de um romance passa por dois processos metodológicos.
O primeiro processo é a relação personagem e contexto, esse contexto, aqui, refere-se a um personagem X localizado em um espaço Y em um tempo N. Essa relação precisa ser lógica durante todo o percurso narrativo. Ainda dentro desse processo metodológico, Ricardo nos diz que é preferível criar um espaço imaginário a escrever sobre um que você nunca visitou uma vez que a falta de "tato" (mesmo que se faça inúmeras e cansativas pesquisas) dará ao leitor a certeza de que você nunca visitou aquele lugar.

É preferível criar um mundo a partir de outro que ambientar sem conhecimento.

O segundo processo acontece dentro do enredo, há o núcleo que corresponde a trama central e ao problema enfrentado pelos personagens. A tensão que desencadeia-se no clímax do conflito ou é permanente durante a trama e a expectativa que pode ser quebrada com o plot twist. Dentro dessa metodologia, é necessário estar atento ao contraste, muito importante principalmente nas personagens que compõem a trama.

Esses componentes intrínsecos são facilmente organizados com perguntas chave:
  • Enredo (Como?)
  • Personagem (Quem?)
  • Tempo (Quando?)
  • Espaço (Onde?)
Quem também merece atenção específica é o conflito ou problema central da trama. Nesse gráfico nós temos o desenvolvimento do conflito, desde a sua primeira aparição, no início do enredo, até o seu desfecho que pode ser a resolução ou o plot twist (reviravolta) e, todas essas etapas devem ser respeitadas para a construção de um enredo sólido. Tal qual o antagonismo das personagens deve desenvolver-se de maneira gradual e efetiva.

O Que é Necessário?

Nesse ponto da oficina, Ricardo nos diz que "Escrever é, basicamente, reler o que a gente escreve", dentro desse ponto, elenca os requisitos necessários para aqueles que desejam ingressar no ardoroso e exigente mundo das palavras:
  • Ler
  • Disciplina
  • Dedicação
  • Persistência ( Não desista!)
  • Tempo
  • Paciência
  • Esforço pessoal
  • Vontade de fazer bem feito
  • Olhar o cotidiano
Dentre esses pontos, gostaria de destacar alguns que acho primordial e nos quais ele mais se estendeu. O primeiro é ler. Já batemos nessa tecla milhões de vezes gente e não há como fugir. Não existe autor que não lê. Disciplina e dedicação andam lado a lado, é preciso escrever todo dia, mesmo que seja um parágrafo, independente de estar ou não inspirado, de sentir ou não vontade. Ricardo é muito insistente nessa questão:
Não acredito em inspiração. Escrever é trabalho que exige esforço e dedicação. - Ricardo Ramos Filho.
A vontade de fazer bem feito, se você se propõe a escrever uma história ou qualquer que seja a atividade, o mínimo que se espera é que se dedique a isso, que faça-o da melhor maneira possível. Para isso é preciso paciência. E, quanto ao olhar o cotidiano, um bom autor sabe usar a realidade à sua volta para construir coisas, sejam cenas ou livros inteiros. É importante estar conectado com o mundo que te cerca de alguma forma, ele vai moldar o mundo que tu imaginas.

Sobre a construção das obras, ele elenca algumas dicas valiosas que envolvem desde a dedicação pessoal até a revisão:
  • Deve ter começo, meio e fim.
  • Escolher o melhor horário - todos nós temos aquele horário que rendemos mais, alguns de manhã, outros de noite, há quem goste da madrugada. Veja em que horário você se concentra mais no trabalho e escreva religiosamente nesse horário todos os dias!
  • Seja sintético - diga o necessário e tire o excesso.
  • Evite repetir palavras (eco) - esse talvez seja o ponto mais difícil. Segundo Ricardo, o ideal seria que não houvesse nenhuma palavra repetida por lauda. Use dicionários de sinônimos, dicionários, retire sentenças, mas tente evitar esse problema a menos que seja proposital ou necessário.
  • Não abuse das gírias. - Elas são marcas de um determinado tempo histórico. Ou seja, se você usar muitas gírias de hoje, elas não vão fazer sentido a daqui vinte anos, por exemplo. Mesmo nas falas das personagens, seria bacana evitar a menos que seja realmente preciso.
  • Cuidado com as exclamações.
  • Prefira definir do que indefinir - controle o uso de artigos indefinidos (um, uma, etc.)
  • Se o texto for longo faça um rascunho - principalmente se for sua primeira história! Faça um resumo geral do enredo, resumo dos capítulos, ficha de personagens, tudo que te auxilie a não fugir do foco da história.
  • Use dicionário - sério, use mesmo. Principalmente quando for usar sinônimos, as vezes as palavras bonitas e complicadas não cabem no contexto que você as usou.
  •  utilize palavras conhecidas - isso vale para a regra anterior. Usar palavras conhecidas diminui a incidência de equívocos e facilita a leitura. Contudo, não quer dizer que você vá restringir seu vocabulário, por isso o dicionário!
  • Evite os clichês
  • Seja parcimonioso com os "que"s. - Eu ainda tenho esse problema, o queísmo me assombra.
  • LEIA E RELEIA O QUE PRODUZIU - essa é a regra de ouro da boa escrita!
E é isso, gente! Claro que ele falou bem mais coisas na oficina, além de fazer a gente pôr a mão na massa hahaha, mas isso aí é o cerne do que foi dito. Então, agarra essas dicas e mãos à obra!

Fotinhos da oficina ^^
Nós e essa grande pessoa que é o Ricardo Ramos, ao lado dele, o grande mestre Edmilson Sá!

Grande mestre esse que me pegou desprevenida enquanto eu trabalhava hahaha,
ótimo relembrar os tempos de caderno!


quarta-feira, 29 de agosto de 2018

[Livro] Quiçá - Luisa Geisler

Ano: 2012
Páginas: 240

Sinopse: Arthur aparece na casa de Clarissa como um parente do interior, quase desconhecido. Jovem problemático, tentou suicidar-se, foi internado e, agora, irá passar um ano letivo com seus tios e com a prima de 11 anos. O primo desajustado vai mostrando, no seu tom monocórdio uma crescente humanidade em relação à Clarissa. Compartem da mesma solidão, num medo, talvez, de perder-se, de diluir-se, sem que ninguém os veja.

Como uma aspirante a autora nacional (mesmo que saiba que o Brasil não dá o menor crédito para os próprios autores) decidi ler um pouco mais do que é consumido dentro de casa, comecei com Raimundo Carrero, um autor que ha muito queria ler e, em minha segunda visita à biblioteca do SESC, acabei me deparando com Quiçá, segundo livro dessa mulher a ganhar o Prêmio SESC de Literatura que eu participo todo ano e agora finalmente entendi porque nunca ganhei.

Não sou das entendidas de literatura, mas posso afirmar que Quiçá foi escrito com o principal intuito de incomodar o leitor e, não necessariamente, de uma maneira "boa". Já vou dar a entender o motivo, antes, falemos um pouco do enredo central do livro, digo central porque, por vezes, a autora foge completamente do texto para contar um momento aleatório em alguma parte do mundo. A história vai girar em torno de Clarissa e Arthur, a primeira faz aquele estilo de "pobre menina rica" cujos pais workaholic não dão atenção, mas compensam a ausência com luxo. Ela tem onze anos, é solitária, vive para os estudos e o gato de estimação. Porém, sua vida está prestes a mudar quando Arthur, o primo do interior, vem morar em seu apartamento pelo período de um ano. Garoto problemático, tentou se suicidar e falhou, estava em uma clínica psiquiátrica, era filho da tia Cristina, que não estava preparada para ser mãe. O pai, bem, ninguém sabia.

Clarissa não gosta da presença de Arthur. Ele cheira a suor e cigarro e escruta música alta todas as noites sem deixar ela dormir. Ele tem tatuagens e fala palavrões. Mas Arthur gosta de Clarissa e se preocupa com ela, com a vida que ela não vive, com os amigos que não tem, com a atenção que não recebe. Ele, que já tentou pôr fim à própria vida sabe a importância de aproveitar o que não tem volta.A convivência aproxima os dois, é Arthur que está nos recitais de piano, nas reuniões de pais, nas consultas médicas, nas idas ao veterinário com o gato, nas aulas que ele ensina Clarissa a matar. Parafraseando a autora: "Clarissa não gostava, mas gostava."

E é isso gente. Esse é o enredo do livro todo. Contudo, apesar de parecer até bonitinho e tudo mais, na prática não é bem assim, sem contar que mesmo sendo um enredo bem simples ele não é raso, há profundidade nos temas que são abordados, ainda que não haja muita lírica na forma como são apresentados para nós. Uma das primeiras coisas que quero dizer desse livro é que a autora usa muitos recursos estilísticos juntos o que acaba cansando um pouco a gente como, por exemplo, escolher uma palavra ou expressão e repeti-la a cada começo da sentença seguinte "o carro vibra, os pais conversam, barulho da estrada...O carro vibra, barulho da estrada", ou colocar um monte de complemento em sequência  "[...] levava Clarissa para a casa de amigos, que falavam palavrões, que jogavam videogames violentos, que ensinavam Clarissa a jogar videogames violentos, que comiam salgadinhos, que bebiam álcool, que..., que..., que..."; e outro é colocar hífen entre as palavras de uma frase para que ela reproduza o modo como falamos "cada vez mais onde-é-que-tá-minha-bolsa". Esses são só alguns exemplos! O mais irritante, contudo, foi a televisão. Sempre que ela se referia ao aparelho usava  Full HD, conexão à Internet, com 3D, 52 polegadas, se a palavra Televisão for repetida 1150 vezes no texto, ela terá 1150 vezes essa expressão entre parênteses.

Okay, a ideia é passar o nível de consumismo dos pais de Clarissa, que é reforçada em outros trechos semelhantes como o tapete, a mesa de centro, a poltrona de panda ou outro detalhe do apartamento de luxo deles. Mas cansa. Muito! Acho muito válida a forma de demonstrar o descaso real com a depressão e o suicídio que ocorrem nas sociedades do mundo inteiro, as desigualdades e o exacerbado consumismo vazio que visa erroneamente preencher lacunas existenciais dentro das pessoas que, verdade seja dita, não sabem viver. Entretanto, o modo como esses temas são escritos na narrativa mostram-se muito crus (para não usar ocos porque não cabe), na verdade a narrativa dela é muito crua, seca, fria, coisa que pode não agradar a leitores que preferem livros mais poéticos ou com uma linguagem mais lapidada.

O tempo no livro também não é linear, o que pode se tornar muito confuso para separar o presente do passado uma vez que não há qualquer divisão entre um e outro, é tudo junto no mesmo texto para, talvez, exigir maior atenção do leitor em divisar o que está acontecendo no almoço em família (presente) com o que aconteceu desde que Arthur foi morar na casa de Clarissa (passado) e mesmo esse passado é contado de modo não cronológico o que nos obriga a montar a história por nós mesmos. Entre os capítulos há passagens, citações ou minicontos que refletem a decadência social e humana ou propõem uma reflexão sobre a morte. Contudo, há também algumas coisas totalmente deslocadas do contexto central, como, por exemplo "Precisa-se de chapista." (???). Com o perdão da ignorância, mas tanto esse quanto aquele número de telefone nos entre capítulos não soaram nem um pouco lógicos para mim. 

A impressão que tive quando terminei de ler foi que ela se empenhou tanto em abarcar tudo de errado no mundo que acabou construindo algo "moderno demais", daquele tipo de literatura que poucos entendem e quase ninguém gosta até virar moda entre todos os autores de ficção contemporânea. Além de que, a insistência em tornar os personagens verossímeis acabou culminando em personagens que não cativam e não conversam com o leitor, pelo menos foi o que aconteceu comigo. A narrativa em si não gerou impacto, a história não me cativou, Arthur é o estereótipo do adolescente rebelde que, pela ausência de afetividade, não liga para a vida, para os estudos, carpen dien. Clarissa foi um pouco melhor construída, mas tinha atitudes, postura e linguagem, muitas vezes, maduras demais para uma menina de onze anos.

Entenda, não estou dizendo que o livro é ruim. Não é. Estou apontando o que não funcionou pra mim enquanto leitora. Ela tem sim o mérito de ter construído algo que, apesar de talvez não ter sido bem compreendido por mim, foi louvado pelos renomados críticos avaliadores de um prêmio como o SESC, de modo que é sim, uma leitura válida, tanto que ela é considerada uma das autoras contemporâneas brasileiras mais "brilhantes". Quem sabe seja um livro para leitores mais experientes, quiçá eu o tenha pego em um momento errado. Não sei, apenas não funcionou comigo. Não me despertou o desejo de conhecer outros livros dessa autora.

Ando bem sem sorte nas escolhas nacionais esse período. O primeiro livro que peguei após O Senhor dos Sonhos foi "O preço de uma lição" que acabei abandonando por simplesmente não conseguir engolir as personagens rasas e o enredo desinteressante. Voltarei a ele em outro momento para ver se desce. Agora, vou me enveredar pelo comentadíssimo Nova Jaguaruara e ver por mim mesma se é merecedor do hype que o cerca. E continuarei buscando outros autores nacionais para ler e ver o que está sendo criado aqui, tem muita coisa interessante sendo feita em casa, gente, vamos procurar mais, valorizar mais, ajudar mais.

Então, vou ficando por aqui, até o próximo post!

[Chinês] O Tempo Futuro

Foi, não foi, será ou ainda vai ser?

Cuidado para não confundir os usos de 了,会,要。。。了。Não é porque leva a partícula 了que necessariamente esta ação já foi concluída, em outros tópicos e lições será possível ver de forma mais profunda quão versátil é esta partícula.

Quando 了é combinada a uma estrutura também pode ser usada para expressar ações futuras. 要。。。了expressa a ideia de algo que está a ponto de acontecer. Para ter esse efeito é necessário agregar 要 antes do verbo e 了 ao final da oração. Apesar da estrutura 要。。。了 referir-se a uma ação que está no futuro é importante  salientar que esta ação está a ponto de ser realizada, ou seja, se refere a um futuro próximo, por isso não confunda este tempo verbal com o tempo expresso com 会。

Além de carregar o sentido de "aprender uma habilidade", 会 também serve para expressar ações futuras que, comparado a estrutura 要。。。了, refere-se a um futuro que está mais distante. Veja essa comparação no quadro a seguir:

AÇÃO CONCLUÍDA
FUTURO PRÓXIMO
FUTURO DISTANTE
我吃晚饭。
吃晚饭
吃晚饭。
Wǒ chīle wǎnfàn.
Wǒ yào chī wǎnfànle.
Wǒ huì chī wǎnfàn.
Eu jantei.
Estou prestes a jantar.
Eu vou jantar.

Tempo futuro com 会

Afirmativo
SUJEITO + + VERBO + OBJETO
我会打电话。
Eu vou telefonar.
Negativo
SUJEITO + + + VERBO + OBJETO
明天我不会唱歌。
Eu não vou cantar amanhã.

"A ponto de"— 要。。。了


Afirmativo
SUJEITO + + VERBO + OBJETO +
我要开灯了。
Eu estou prestes a acender a luz.
Interrogativo
SUJEITO + + VERBO + OBJETO + + 吗?
你要开门了吗?
Você não vai abrir a porta?

Ideogramas

Huì - verbo auxiliar

Mò - fim

Jié - nó, atar, unir

Dào - até; a (lugar e tempo)

Pratique!

  1. 我会等你。Wǒ huì děng nǐ
  2. 明天我会用信用卡。Míngtiān wǒ huì yòng xìnyòngkǎ.
  3. 下午我会玩游戏。Xiàwǔ wǒ huì wán yóuxì.
  4. 我会找你。Wǒ huì zhǎo nǐ.
  5. 明天你会打电话吗?(不)Míngtiān nǐ huì dǎ diànhuà ma?(Bù)
  6. 下班以后,你会等我吗?xiàbān yǐhòu, nǐ huì děng wǒ ma?
  7. 周末你会干什么?Zhōumò nǐ huì gànshénme?
  8. Eu vou brincar com os jogos no fim de semana.
  9. Você tomará banho a noite? (não)
  10. 我要关门了。Wǒ yào guānménle.
  11. 电影要开始了。Diànyǐng yào kāishǐle.
  12. 秋天要结束了。Qiūtiān yào jiéshùle.
  13. O inverno está prestes a começar.
  14. Este final de semana está prestes a terminar.
  15. Começar
  16. O final de semana está prestes a começar.
  17. Estou prestes a me atrasar.
  18. Atrasar
  19. O filme está prestes a começar? (sim)


        quinta-feira, 23 de agosto de 2018

        [Livro] O senhor dos Sonhos

        Autor: Raimundo Carrero
        Páginas: 130
        Ano: 1986

        Sinopse: Domingos de Oliveira, o personagem central da história, carrega nos ombros a cruz da humildade, em solidariedade permanente com os pobres. Para compor o personagem, Carrero recorreu à figura de um cidadão tradicional de Salgueiro, cidade-cenário do livro, encravada no alto sertão de Pernambuco sobretudo na visão do mundo e na maneira de se vestir. Daí a recorrência a um enredo que se desenvolve durante um período eleitoral, com a disputa pela prefeitura entre Anselmo Cruz e o cego Tomé.

        "SE QUISER PÔR A PROVA O CARÁTER DE UM HOMEM, DÊ-LHE PODER." — Abraham Lincoln

        O que esta frase tem a ver com o livro? Tudo. Ontem fiz uma oficina maravilhosa com o neto de Graciliano Ramos, o autor e roteirista Ricardo Ramos Filho, e, entre outras coisas das quais tratarei em outro post, conversamos sobre o papel do leitor na dialética com a obra. É o leitor que torna a obra real, pois é ele que conversa com a história e tira dela variadas leituras a cada nova visita. Assim, quando peguei O Senhor dos Sonhos na biblioteca com o intuito de ser apresentada à obra de Carrero, passando pelas orelhas do livro, percebi que a história era uma espécie de metáfora religiosa.

        Apesar disso, seja pela minha pouca leitura da bíblia (lembro que li boa parte do antigo testamento e alguns livros do novo) seja pela minha leitura de mundo mesmo, não tirei do texto essas inferências religiosas muito além do nome de algumas personagens como Herodes, José de Arimatéia, Verônica, o próprio Domingo de Oliveira que, penso eu, é um nome analógico refletindo o domingo, primeiro dia da semana em que Cristo ressuscitou e Oliveira referindo-se a noite de angústia de Cristo antes de sua morte na cruz. As coisas que inferi desse texto foram relacionadas a uma realidade política e social muito presente, acredito, não só no sertão, mas em todo o Brasil.

        A história gira em torno de Domingos de Oliveira, um senhor de idade que, apesar de ter muitas posses, vive numa casinha modesta com a esposa Verônica. É período de eleições em Salgueiro e o atual prefeito, Anselmo Cruz, está fazendo o impossível para ser reeleito, principalmente porque um dos oponentes é seu irmão. Contudo, outro candidato ao cargo é cego Tomé, amigo de Domingos e dono de uma farmácia. 

        Sempre preocupado com os pobres e indignado com a soberba e a ganância daqueles que tem muito e não compartilham, Domingos se compadece de senhoras em idade muito avançada que vivem em um casebre caindo aos pedaços que a prefeitura da cidade chama de "abrigo", decidido a fazer algo por ela, promete-lhes construir em um terreno que possui uma casa boa e segura para que possam viver com dignidade. É graças a esse gesto que ele atrairá a fúria do corrupto prefeito que fará o possível para impedir a obra de ser concretizada e isso inclui os métodos mais sujos e covardes.

        Esse ano, sabemos, tem eleição no Brasil e por aqui onde moro é sempre igual nesses períodos, o povo emburrece mais que o normal, os políticos começam a espalhar mentiras e passar na cara coisas que é da obrigação do cargo fazer e não favor. As pessoas precisam começar a tomar consciência de que os políticos estão no poder para servir ao povo, eles não são "bons" ou fazem favor a gente, é a obrigação deles. A situação fica mais crítica porque não se cobra que eles trabalhem e, a política no Brasil, é um meio de conseguir dinheiro através da extorsão do povo, infelizmente.

        Durante a leitura vi muito ali (com exceção da tortura e de alguns tipos de ameaça) muita coisa dos períodos eleitorais aqui na cidade e em cidades próximas também. O descaso com a população mais pobre, o desemprego, a corrupção, os cargos públicos usados como garantias nas eleições de candidato X ou Y, além de não ser realmente público. Foi um texto breve que me fez refletir sobre a natureza humana, sobre o modo como o poder cega as pessoas e isso é retratado na figura de cego Tomé que, antes de ser prefeito, pensava no próximo e, uma vez eleito, agiu contra seus próprios amigos. Uma cidade que metaforiza um país regido pelo dinheiro e a fome cega de poder que passa por cima de inocentes sem qualquer espécie de consideração.

        Uma luta que nunca acaba é a mensagem que o final nos deixa. Minhas expectativas com Carrero foram mais que alcançadas e espero brevemente conhecer mais de sua obra. Uma leitura muito válida não apenas para quem é nordestino, mas para quem é brasileiro. Recomendo.

        [Chinês] Forma negativa para ações passadas | Advérbio 刚才

        A forma negativa de 了como uma ação já realizada leva o advérbio de negação 没 antes do verbo:

        SUJEITO + 没 + VERBO + OBJETO

        É importante lembrar que 了 não deve ser usada em uma oração negativa.

        我没用手机。
        wo3 mei2 yong4 shou3ji1
        Eu não usei o celular.

        刚才(gang1cai2) é como dizer em português "há pouco; agora a pouco; acabei de..." Pode ser usado antes ou depois do sujeito da oração.

        SUJEITO + 刚才 + VERBO + OBJETO

        ou

        刚才 + SUJEITO + VERBO + OBJETO

        我刚才关了门。
        Eu fechei a porta agora a pouco.

        刚才我没玩游戏。
        Eu não brinquei com o jogo agora a pouco.

        Vocabulário
        刚才 [gang1cai2] - há pouco; agora a pouco
        遇到 [yùdào] - encontrar com alguém.

        Ideogramas:
        gang1 - difícil, firme, forte, justo

        cái - habilidade, talento, justo, ha pouco tempo

        péng - amigo

        Pratique!

        • 昨天我骑了自行车。Zuótiān wǒ qíle zìxíngchē.
        • 我_____遇到我的朋友。Wǒ ______ yù dào wǒ de péngyǒu.
        • a) 没
        • b)很
        • c)是
        • d)有

        • 我刚才没骑自行车。Wǒ gāngcái méi qí zìxíngchē.
        • 昨天我没用信用卡。Zuótiān wǒ méi yòng xìnyòngkǎ.
        • 昨天早上我没打电话。Zuótiān zǎoshang wǒ méi dǎ diànhuà.
        • Você já jogou.
        • Eu não topei com ele.
        • Eu não topei com você agora a pouco.
        • Eu não joguei volei agora a pouco. Eu joguei basquete.
        • Eu não o ajudei a apagar a luz agora a pouco.
        • Eu não topei com vocês.
        • Você usou o celular?
        • Eu não usei o celular.


        terça-feira, 21 de agosto de 2018

        [Livro] A Casa do Penhasco

        Autor: Agatha Christie
        Título Original: Peril at End House
        Ano: 1940
        Páginas: 191

        Sinopse: Uma semana de férias no ensolarado litoral da Cornualha, esse parecia ser o cenário perfeito para coroar o fim da carreira do detetive Poirot, ao lado de seu inseparável companheiro, o capitão Hastings. No entanto, o clima de tranquilidade é quebrado quando eles conhecem a srta. Buckley, uma jovem de ar rebelde e herdeira da Casa do Penhasco, que diz ter escapado da morte diversas vezes nos últimos dias. Seriam meros acidentes? Ou haveria alguma explicação sinistra por trás disso? Empolgado, Poirot decide abandonar os planos de aposentadoria e volta à ativa para mais um caso que testará todas as suas habilidades.

        Mais um magistral caso de Poirot escrito pela maravilhosa Agatha Christie. Nessa pequena novela acompanhamos nosso adorável detetive belga de férias na Cornuália com seu inseparável escudeiro o capitão Hastings. Poirot está decidido a se aposentar uma vez que sua performance está mais lenta com a idade e, desse modo, deve deixar vaga para os detetives mais jovens. 

        Todavia, ao presenciar uma tentativa de homicídio bem diante dos seus olhos, ele embarca na aventura de mais um enigma desafiador que promete pedir o máximo de suas células cinzentas. Nick Backley é a proprietária da sombria casa do penhasco, uma jovem extravagante e agitada que parece não ter medo de nada. Ela conta a Poirot que já sofreu três "acidentes" nos últimos dias e saíra ilesa de todos eles, o detetive está convencido de que alguém está tentando matá-la, mas antes que possa pensar em ajudar, precisa convencer sua possível cliente de que sua vida corre risco.

        Ele persuade Nick a convidar uma amiga próxima para ficar com ela na casa. Ela decide chamar sua prima Maggie e, numa noite, a moça é assassinada a tiros durante uma queima de fogos. Sentindo-se profundamente culpado e humilhado, Poirot fica ainda mais determinado a proteger Nick e descobrir quem está por trás do assassinato da jovem Maggie, sua lista de suspeitos se resume aos amigos mais próximos da moça e seus locatários, além do primo dela, senhor Charles Vyse. 

        Quando a morte de um piloto inglês famoso e uma fortuna entram em jogo, a vida de Nick Backley chega em um impasse e a inteligência de Poirot é testada cada minuto conta para descobrir a mente por trás dos crimes que estão cada vez mais audaciosos.

        Assim como O assassinato de Roger Ackroyd, achei A Casa do Penhasco fascinante, não importava o quanto lesse, assim como Poirot me via totalmente no escuro com suposições que não se encaixavam e suspeitos equivocados. Sobretudo, não esperava de modo algum aquela resolução e a surpresa, um dos maiores méritos nos livros da Agatha, me chocou um pouco ainda que a sensação não tenha sido tão eufórica como aconteceu com Roger Ackroyd em que soltei uma bela exclamação e fiquei rindo por ter sido tão magistralmente "trolada".

        Mesmo sendo um livro curto, não se engane, a leitura é exigente e acaba se tornando muito maior do que parece. Por alguma razão, achei a narração muito breve e concisa não sei se pelo tempo que não leio Agatha ou se pelo fato de meu último contato com Hastings ter sido há muito tempo. Ainda assim, é uma leitura mais que válida e obrigatória para os amantes de romances policiais e os fãs de um bom e bem elaborado mistério!

        Ano de Lançamento: 1990
        Gênero: Drama/Mistério/Crime
        País de Origem: UK
        Duração: 97 minutos
        Direção: Renny Rye

        A adaptação deste livro encontra-se no primeiro episódio da segunda temporada na série Agatha Christie's Poirot (1989-2012), pelo tamanho dos episódios podem ser considerados filmes dos casos do famoso detetive belga e, a melhor parte, são independentes de modo que você pode assistir na ordem que preferir.

        Tenho visto os filmes dos livros que já li e posso dizer que a adaptação é bem fiel, muda-se pouquíssimas coisas do livro, acredito que por questão orçamentária mesmo ou por gosto do diretor como aconteceu no final de The Murder of Roger Ackroyd que o final ficou bem divergente do livro pelo que me lembro.

        David Suchet está maravilhoso como Poirot, o ator conseguiu não apenas interpretar brilhantemente nosso adorável detetive belga como incorporou os ínfimos detalhes de sua personalidade singular, dando uma atuação tão verossímil ao personagem que fica impossível colocar-lhe quaisquer defeitos na construção e caracterização do papel. Gostei da condução do caso e do modo como os detalhes ganharam vida na produção. É uma excelente retratação do livro, ainda que alguns episódios dos mais antigos deixem um pouco a desejar na atuação dos demais personagens da trama, como aconteceu com Murder in Mews na primeira temporada.

        Recomendo fortemente essa série de filmes para os fãs de Agatha e principalmente para quem leu os livros, todos os casos de Poirot, ao que me parece, foram adaptados até sua triste morte em Cai o Pano seu último caso em Styles retratado no episódio Curtain na décima terceira temporada. Você encontra todos os filmes para download na UK séries neste link.

        quarta-feira, 15 de agosto de 2018

        [Livro] A Desonra de Lady Rowena

        Autor: Carol Townend
        Ano: 2015
        Gênero: Romance histórico

        Sinopse: Sequestrada por um homem mascarado, lady Rowena desaparece. Ela sabia que sua vida reclusa no convento estava acabada e sua reputação, em ruínas. Até descobrir que o homem que a abduzira era o cavaleiro preferido de seu pai. Leal e honrado, sir Eric de Monfort fizera o que seu lorde ordenara. E, por mais que seu corpo deseje Rowena, ele não a deixará cair em desgraça. Contudo, o perigo está cada vez mais próximo. E o único jeito de protegê-la é tomá-la como sua... em todos os sentidos.

        Lady Rowena estava disposta a desistir da sua liberdade em nome da autopreservação, mas, na realidade, algo dentro dela lhe gritava que só desejava contrariar Lorde Faramus, seu pai. A afilhada do rei se aproveitara da religiosidade do padrinho para obrigar o pai a concordar que ela fosse para o convento ao invés de se casar com o conde Gawain, isso porque ela é incapaz de esquecer seu amado Matieu, morto a dois anos.

        Enquanto isso, Eric de Monfort só quer comprar alguns cavalos e pensar em como melhorar a terra que ganhou em um torneio como cavaleiro tornando-o finalmente livre de ser um subordinado o que já era muito considerado seu passado obscuro para os demais. Por isso, quando é convocado a Jugnity por seu ex mestre Lorde Faramus, mesmo sendo um homem livre, ele não consegue imaginar o assunto, ainda que se sinta na obrigação de atender qualquer que seja o pedido uma vez que deve muitíssimo aos de Saint Colombe. Qual não é sua surpresa quando lorde Faramus e sua esposa, lady Barbara, lhe pedem que rapte sua filha do convento e, ainda mais, a violente como forma de obrigá-la a se casar com ele. 

        Chocado com tal pedido e pela sua honra, Eric se vê forçado a aceitar o pedido absurdo quando lorde Faramus garante que, caso ele não aceite, enviará sir Breon em seu lugar. Por ser este um cavaleiro sem honra nenhuma, Eric sabe que Rowena não terá qualquer chance uma vez que ele terá prazer em cumprir o cruel trato do conde de Saint Colombe, assim, ele parte para o convento com a certeza que nunca forçará Rowena a nada e muito menos lhe machucará, confiante de que logo o conde tornará à razão e a enviará de volta para cumprir seus votos. Não obstante, ao ver a bela mulher que a futura condessa se tornou, ele não pode negar o desejo que sente de possuí-la, não apenas em nome da luxúria, mas em nome do carinho que nutria por ela quando ambos eram crianças.

        Rowena não poderia agradecer mais sua sorte, precisava encarar os fatos de que não queria ser uma freira e, diante dos fatos expostos por Eric, aceitá-lo como marido não parecia uma solução nada ruim, ainda que ela relutasse pelo fato de não conhecê-lo tão bem como quando eram crianças, muitas coisas haviam mudado nos dois, muito tempo havia se passado. Contudo, ela sabia que podia confiar nele e, desse modo, aceita ir para Monfort. Todavia, as coisas mudam de quando um atentado à vida de Rowena apressa o casamento de ambos levando-os de volta para Jugnity, sob a proteção de lorde Faramus muito satisfeito com o elance dos dois.

        Eric desconfia que o primo de Rowena, sir Armand, está por trás dos atentados à sua vida, uma vez que, caso ela morra, ele será o herdeiro de suas terras. Conforme investiga mais a respeito do primo da esposa, Eric se convence cada vez mais que enquanto o homem estiver livre a condessa nunca terá paz, mas não é apenas sua vida em risco que preocupa o cavaleiro, mas o fato de Rowena desejar que ele a ame quando, em seu coração, ele não acredita no amor. Contudo, prestes a perder a mulher para sempre seus sentimentos serão testados.

        Não vou dizer que desgostei do livro, achei até bom, mas no começo as coisas foram um pouco apressadas demais, pelo menos na minha opinião. A história segue um ritmo muito irregular que hora parece frenético e hora é devagar demais, isso meio que quebrou a magia e me fez demorar mais pra terminar. Não fiquei tão presa aos personagens como aconteceu com outros livros do gênero, o final inconclusivo também não agradou, sei que todos os finais desse livros costumam ser abertos, mas no geral os conflitos são resolvidos o que não acontece de forma total nesse livro. Se comparado ao anterior que li, esse parece bem fraquinho ainda que tenha me rendido uma boa distração.

        Bom gente, esse foi o último livro da meta que tinha estipulado no começo do ano, vou adicionar mais alguns já que ainda tenho meses pela frente! Viram que o programa da vez mudou? Pois é, enquanto não resolver esse problema da Viki não vou poder terminar Scarlet Heart já que não tem em nenhum fansub, então decidi terminar Zero no Tsukaima, que estou na temporada 3 de 4, então podem esperar a resenha do anime pra breve! Vejo vocês na próxima resenha! ^^

        domingo, 12 de agosto de 2018

        [Chinês] Tempo Passado - Ação realizada | Advérbio 已经

        Ação realizada com o uso de 了

        Um dos usos da partícula 了é justamente para expressar uma ação que foi concluída. É usado depois do verbo:

        SUJEITO + VERBO + 了 + COMPLEMENTO

        明天我骑了自行车。
        Míngtiān wǒ qíle zìxíngchē.
        Eu andei de bicicleta ontem.

        Vocabulário

        已经 (Yǐjīng)- já
        了 (le) - partícula usada quando se completa uma ação

        Nota:
        Mesmo que seja muito parecido ao “tempo passado” em português, não é 100% igual. pode ser presente e futuro, sua função é indicar a conclusão de uma ação.

        Ideogramas

        Zhōu - semana; semanal

        yǐ - já; parar; assim; depois

        yīn - som; ruído; tom; sílaba

        了pode ser usado em orações de presente, passado e futuro, se usarmos a frase 我吃了方便面 que significa "eu comi macarrão instantâneo" a função de 了nessa frase é declarar uma ação que foi concretizada por isso se assemelha ao tempo passado.

        Por outro lado, esta estrutura também é usada no final de uma oração para expressar uma mudança de estado, por exemplo 下雨了。que significa "(agora) está chovendo" o uso de 了nessa oração implica que não estava chovendo antes do presente momento.


        CARACTERE
        PINYIN
        TRADUÇÃO
        AÇÃO CONCLUÍDA
        我吃方便面。
        Wǒ chī le fangbianmian.
        Eu comi miojo.
        MUDANÇA DE ESTADO
        我吃方便面
        Wǒ chī fangbianmian le.
        Estou comendo miojo.

        Advérbio 已经

        已经 (yǐjīng) é usado para expressar o advérbio "já". Geralmente usando antes do verbo e sempre vai acompanhado de 了no final da oração. Sua estrutura é:

        SUJEITO + 已经 + VERBO + 

        我已经去了中国。
        Eu já fui à China.

        Vou deixar para colocar o exercício dessa aula no post da aula seguinte que encerra o tempo passado, okay? Aí vocês aproveitam pra revisar. Essa semana agora vou tentar colocar minha rotina nos eixos de novo, então me desejem sorte! 

        sábado, 11 de agosto de 2018

        [Dorama] Miss Sherlock

        Título Original: ミス・シャーロック (Misu Sharok)
        Diretor: Junichi Mori, Yusuke Taki, Takashi Matsuo

        Roteiro: Amane Marumo, Nobuaki Kotani, Yosuke Masaike, Mami Oikawa, Junichi Mori
        Episódios: 8
        Ano: 2018
        País: Japão
        Elenco: Yuko Takeuchi, Shihori Kanjiya, Kenichi Takito, Tomoya Nakamura,

        Sinopse: Sherlock tem uma falha peculiar: ela não abre seu coração para estranhos. Apesar de ter nascido na Grã-Bretanha, é japonesa e agora trabalha como detetive consultora para o departamento da polícia. Já Wato Tachibana é uma excelente cirurgiã que retornou recentemente de uma missão médica voluntária na Síria, e é guiada pelo princípio da justiça. 
        Na Tóquio atual, as duas se conhecem através de casos bizarros e misteriosos, e passam a confiar uma na outra.

        Houve um problema com a conta do Viki que eu estava usando para assistir Scarlet Heart 2, então, até resolver essa questão, fui passando outros dramas menores na frente para não deixar o blog desatualizado tanto tempo. Um desses dramas foi Miss Sherlock, produção da HBO asiática em parceria com a Hulu. Minha irmã e eu terminamos toda a série Sherlock da BBC a alguns meses, só li dois livros do Conan Doyle e faz muito tempo, vou ter a chance de ler melhor e mais agora que compramos um box com quatro livros. 

        Miss Sherlock foi, para mim, como que um tributo à série da BBC, uma releitura, diga-se de passagem, interessantíssima! Não apenas pelo fato da inversão de gênero dos protagonistas, mas pelo modo como isso foi feito. Yuko Takeuchi está maravilhosa no papel de uma detetive meio sociopata, egoísta e maníaca, nos remetendo brilhantemente ao papel interpretado de forma magistral por Benedict Cumberbatch, Shihori Kanjiya deu ao doutor Watson uma versão feminina muito mais emotiva e, na minha opinião, até um pouco exagerada em alguns aspectos.

        Por ser um drama de oito episódios, não dá para esperar um desenvolvimento grande como a série da BBC que tinha uma hora por episódio, cada parte de Miss Sherlock tem em média quarenta e cinco minutos (ou menos). Assim, abraçamos apenas uma parte da série inglesa com várias modificações e adaptações culturais para o Japão. Os oito casos se interligam e, quem já assistiu a adaptação britânica, não vai encontrar muitas surpresas na versão japonesa, ainda que os casos sejam diferentes e igualmente excitantes.

        O que me fez ficar um pouquinho chateada foi o final da série, não apenas pelo embate psicológico fraco entre as duas mentes da história, mas pelo final aberto e as coisas que não foram explicadas ainda que, como disse, quem viu a série da BBC sabe como as coisas se desenrolam, não é a mesma coisa que ver isso. Muita gente esperava mais do final e isso decepcionou um pouquinho. Ainda assim, para os fans de Sherlock e, sobretudo, para os fãs de protagonistas empoderadas, eu mais que recomendo Miss Sherlock como um ótimo programa.

        domingo, 5 de agosto de 2018

        O Novo Inglês? | Xiao Mandarim


        Olá, gente!

        Sinto muito ter sumido do blog, é que além da rotina bagunçada (de novo) eu acabei ficando doente, aí minha disposição é só dormir. Hoje vim aqui conversar com vocês um pouquinho sobre o mandarim que, como vocês sabem, venho estudando a um tempinho. Na verdade eu vim divulgar um curso gratuito muito legal para vocês, o Xiao Mandarim. 

        Recentemente, encontrei no facebook um grupo chamado Mandarim Para quem Não tem Tempo a Perder, decidi entrar porque poderia conter informações ao que eu estava estudando e me surpreendi ao ver que era uma professora nativa que oferecia, gratuitamente, aulas semanais de mandarim para estrangeiros. Comecei a ver os vídeos dela para revisar o pinyin e os tons e fiquei encantada com a pedagogia dela, não podia, então, deixar de vir indicar o curso para vocês, ele está atualmente com mais de 60 videoaulas gratuitas disponíveis no Youtube e no Facebook, ela posta aulas todas as quintas às 9 da manhã, inclusive, se entrar nesse horário pode falar ao vivo com ela.

        Além de tudo isso, a professora Xiao ou, em mandarim, Xiao Laoshi, é muito receptiva e está sempre atenta aos seus alunos, pode deixar qualquer dúvida ou pergunta nos comentários, no inbox dela no facebook ou no grupo e tenha a certeza que você vai ser respondido. E gente, é certeza mesmo, ela não deixa de tirar a dúvida de ninguém! É a mesma coisa de um curso pago de mandarim com uma professora nativa só que ela tá disponibilizando isso DE GRAÇA na internet, conseguem entender a dimensão disso?

        Por isso, quis fazer esse post para as pessoas que não acompanham as aulas de mandarim aqui do blog ou não conhecem nada da língua chinesa e, como a maioria das pessoas, acha que é uma língua de outro mundo por causa dos ideogramas. Como a própria professora Xiao diz:
        Mandarim não é difícil, é diferente.
        Todos nós sabemos do avanço da Ásia nesses últimos anos, não apenas com a popularização do Kpop no mundo e a febre dos doramas no Brasil, mas principalmente pelo crescimento da China e de outros países asiáticos que tem se mostrado enormes potências que, muito brevemente, podem a vir se tornar o novo polo capitalista do mundo. E a China, sabemos, é a mais provável de ser esse pólo industrial, não apenas pelo tamanho, mas pelo avanço econômico e político que vem demonstrando nos últimos anos. E por isso, mais do que nunca, aprender mandarim é uma oportunidade ímpar para nós, pois quando acontecer de a "A China ser o novo EUA" nós estarmos preparados para isso. Sem contar que, com a idade mental de Trump e toda a rejeição que ele encontra em boa parte dos EUA, além das péssimas políticas internacionais que ele tem em relação aos latinos (e glorifiquemos a Deus que aparentemente a guerra com a Coréia está menos provável) não vai demorar muito para que os EUA caia de vez.

        Se eu estou dizendo que a China é o país perfeito? Não. Que eu apoio o comunismo? De jeito nenhum. Eu reconheço sim os grandes problemas que tem meus países da Ásia favoritos, sei dividir muito bem o mundo dos doramas da realidade, o que quero dizer aqui é da oportunidade em si. Por muito tempo também achei que Japonês e Mandarim eram coisas do outro mundo, línguas absurdas de impossíveis de aprender, até de fato encarar o silabário japonês e entender como a língua funcionava, daí passou para o mandarim e o medo se dissipou, porque o grande erro das pessoas é olhar apenas para os ideogramas e esquecer de procurar a lógica por trás deles, a dinâmica da língua em si.

        Então, estou aqui para divulgar o curso da professora Xiao (e antes que pensem que ela tá me patrocinando ou coisa do tipo não é nada disso, okay?) como um incentivo para perderem completamente o medo do Chinês e mergulharem na língua e na cultura tão rica e interessante desse país em potencial crescimento geoeconômico. Eu como uma apaixonada por idiomas sei reconhecer quando uma aula é bem dada, além de tudo a professora Xiao é muito dinâmica e divertida e o fato de ser uma nativa da China torna o nosso conhecimento legítimo. Então, perca definitivamente o seu medo de mandarim e comece a aprender JÁ, DE GRAÇA, NO SEU HORÁRIO. Sem truque, sem letras miúdas, sem nada. Preto no branco.

        Claro, se você quiser (e puder) pode ajudar o canal a crescer com uma doação, mas é SE QUISER, a aula tá lá online e completinha pra ver quando e quantas vezes quiser. Além disso, pode ajudar compartilhando com seus amigos, curtindo os vídeos e se inscrevendo no canal. Então, vou deixar todos os links aqui para vocês se inscreverem e começarem a estudar já! A tag Chinês do blog vai continuar até terminar a unidade VI, que completa o app Hello Chinese apenas porque eu gosto de postar mesmo e é um jeito de guardar também caso um dia o app suma.

        Por hoje é isso, fica aqui meu convite e espero de coração que vocês se inscrevam no canal e tenham ótimos estudos!


        再见!