sábado, 29 de junho de 2019

[Música] Monsta X - Who Do You Love


Eis que esse mês o Monsta X (única banda que tenho acompanhado desde o disband do B.A.P) lançou sua mais nova música, Who Do You Love, parceria com o French Montana. Sexta passada saiu o vídeo oficial e eu estava pensando se viria ou não comentar sobre isso. Eu não sou entendida de música, vocês bem sabem, falo aqui apenas minhas impressões a respeito e, sendo sincera, esse novo single não me deixou muito satisfeita. 

A letra inteiramente em inglês e a batida que mescla elementos eletrônicos com o pop americano quase puro (e poucos elementos do próprio pop coreano) me deixaram um pouco desanimada, porque estava mais com cara de pop do que de Kpop. Sem contar que não houve coreografia que é uma marca das bandas coreanas o que só aumentou mais o clima de vídeo americano que, ao meu ver, descaracterizou um pouco o trabalho da banda. A música Play it Cool em parceria com o Steve Aoki no último álbum deles, We are here, já não tinha me deixado muito animada, embora esse "desconforto" tenha sido apenas com ela uma vez que o resto do álbum é tão impecável quanto seus predecessores e a música titulo, Alligator, veio cheia da energia que já conhecemos e amamos.

Por essa razão, Who Do You Love me soou tanto como um cover americano que quase não consegui gostar dela. Espero que essa tendência não se espalhe muito no cenário do pop coreano, entendo que eles querem expandir seu espaço fonográfico para as indústrias americanas e isso é bom para os meninos, mas não desejo, de nenhuma forma, que a "doutrinação" americana acabe consumindo o trabalho deles de tal forma que sua essência acabe se perdendo para se tornar o padrão americano sem sal.

Mas é apenas minha opinião. A música tem uma sonoridade bacana e as vozes deles estão como nunca maravilhosas. Quem sabe me acostumarei com ela quando ouvir um pouco mais. Enquanto isso, aguardo ansiosa o próximo trabalho deles e espero que me deixe um pouco mais animada.


[Livro] O Mistério dos Cavalos Alados

Original: Secret Horses Briar Hill
Ano: 2017
Autora: Megan Shepherd
Gênero: Ficção juvenil

Sinopse: Nosso mundo tem cores. Você só precisa saber onde procurar. Existem cavalos alados nos espelhos do Hospital Briar Hill – esses espelhos refletem os elegantes quartos que já pertenceram a uma princesa, mas que agora são o lar de crianças doentes. Somente Emmaline pode enxergá-los. Este é o seu segredo. Certa manhã, a menina escala o muro dos jardins abandonados do hospital e descobre algo incrível: um cavalo branco com a asa quebrada que deixou o mundo dos espelhos e invadiu a realidade. Esse cavalo branco – uma égua chamada Lume de Luar – está se escondendo de uma força sombria e sinistra: o Corcel Negro. Para Emmaline mantê-lo longe de sua nova amiga, ela precisa rodear Lume de Luar com tesouros de tons brilhantes. Mas como a menina encontrará cor em um mundo tão cinzento? Ambientado durante a Segunda Guerra Mundial, O mistério dos cavalos alados traz uma prosa que se aproxima do lirismo e, assim como O jardim secreto e A princesinha, já pode ser considerado um clássico. Um livro que será amado por muitas gerações.

Esse foi o livro selecionado no clube do livro desse mês e eu mesma fui a responsável pela escolha. Por ser um livro muito curto, vou tentar resumir a história sem grandes detalhes que possam spoilar ou diminuir a qualidade da leitura de vocês.

Seguimos Emmaline May, uma garotinha cuja idade não é expressa, que vive em um hospital usado para abrigar crianças doentes durante o período do segunda guerra mundial. Briar Hill abriga, sobretudo, crianças com "águas paradas" como é descrito pela própria Emmaline e que sabemos, depois, se tratar de tuberculose. Nesse hospital, Briar Hill, ela é a melhor amiga de Ana, uma garota já muito debilitada pela doença que está presa a cama. O médico que as atende usa um sistema de cor para classificar o grau da doença das crianças, azul para as controladas e leves, vermelho para as graves. Ana tem a cor vermelha. Nesse hospital também vive Benny, um garoto mais velho cujo pai está na guerra e age, na maior parte do tempo, como o inimigo de Emmaline, provocando-a e dificultando sua vida.

Há também, vivendo em um casebre próximo, Thomas, um jovem que foi dispensado da guerra por ter apenas um braço. Ele trabalha no cultivo, na criação dos animais e ajuda as freiras que cuidam das crianças. Um dia, após ser intimidada por Benny, Emmaline foge além dos muros da escola e encontra, em um jardim, uma égua alada linda cuja asa está gravemente ferida. Ela vê então um bilhete de alguém que se intitula Lorde dos Cavalos e este pede que ela cuide da égua, que se chama Lume de Luar, fazendo uma espécie de escudo com todas as cores do arco-iris de modo que o corcel negro que a está perseguindo não consiga alcançá-la.

Desse modo, enquanto tenta reunir as cores e lidar com os pequenos percalços que aparecem no seu caminho, além de precisar enfrentar a progressão da própria doença, Emmaline vai desvendando o mundo que a cerca e as memórias que até então estão embaçadas na sua mente.

O livro é cheio de simbologias e metáforas que são, no fim, "configuradas" pela mente de Emmaline para lidar com a situação que vive e o trauma pelo qual passou. Achei essa parte mais psicológica da história muito interessante, todo o simbolismo dos cavalos e das cores (e onde elas eram encontradas) foi muito bacana e levanta uma série de reflexões válidas. Além disso, o "mundo refletido" onde os cavalos residiam e as poucas pessoas capazes de vê-los também foi uma simbologia interessante ainda que, a princípio, tenha me soado complexa, quando finalmente compreendi seu significado (e aqui não digo qual para não ser um spoiler) me dei conta de como o livro fora bem montado.

Ainda assim, a história careceu de elementos para me cativar ou emocionar. A narrativa é feita pela Emmaline e lembra, em alguns aspectos, Passarinha, mas carece do mesmo encanto e desenvoltura e a Emmaline não tem o mesmo carisma e doçura da Caitilin, de modo que não nos apegamos muito a ela, pelo menos não aconteceu comigo. Mesmo que, reconheço, a sensibilidade do livro está nos seus simbolismos e nas sutilezas do enredo. É, inclusive, uma leitura muito rápida (daria para terminar em um dia sem problemas, mas separamos a leitura para o mês no clube de modo que levamos o mês para lê-lo e, assim, discuti-lo mais profundamente).

[Dorama] I Hate You, Juliet

Original: 너 미워 줄리엣 [Neo Miwo Julliet]
Ano: 2019
Gênero: Romance, comédia, fantasia
Episódios: 18
Roteiro: Lee Jung Pil
Elenco: Lee Hong Ki as Cha Yool
Jung Hye Sung as Goo Na Ra
Choi Woong as Bong Joon Mo
Moon Soo Bin (문수빈) as Lee Soo Ji

Sinopse: Após um choque elétrico, uma mega celebridade (Lee Hong Ki) de repente consegue ouvir os pensamentos de uma roteirista (Jung Hye Sung). Sabendo seus verdadeiros pensamentos e sentimentos, ele acaba se apaixonando perdidamente por ela! Mas, quando ele perde a habilidade de ler sua mente, será que ainda consegue conquistar seu coração?

Esse webdrama traz a divertida história de Na Ra, a filha de uma atriz famosa que tenta, de todas as formas, fugir do desejo da mãe de torná-la uma princesinha. Em uma festa, ela conhece Cha Yool, um ator jovem com quem tem um desentendimento e acaba caindo na piscina e recebendo um forte choque. 

Cha Yool é um ator de sucesso que tem um passado conturbado com a mãe, uma escritora famosa. Ele é admitido na mesma faculdade que Na Ra que aspira se tornar roteirista. Ela é apaixonada por Bong Joon Mo, um veterano que está para se formar em direção cinematográfica. Quando se reencontram, ele descobre que consegue ouvir, em certas ocasiões, o pensamento de Na Ra, enquanto busca a fonte daquele poder, os dois são obrigados a trabalhar juntos em um projeto da faculdade e conforme vão se conhecendo, um sentimento vai se formando do seu aparente ódio mútuo. Contudo, Bong Joon Mo é apaixonado por Na Ra e Lee Soo Ji, uma aspirante a atriz, é apaixonada por Cha Yool, resta saber se os dois vão conseguir vencer essas inclinações e, sobretudo, admitir o que sentem um pelo outro.

Cada episódio desse drama tem uns 18 minutos, de modo que se eu falar demais vai acabar saindo spoiler. No geral achei ele bem engraçado, a Na Ra em quase tudo é praticamente eu na vida, o Lee Hong Ki está impecável como sempre, nos levando às gargalhadas, de fato a comédia lhe cai muito bem. Apesar de curtinho, a história até que é bem amarradinha e, salvo um pulo de tempo no final, eu gostei bastante. Não gosto quando os dramas dão pulos de tempo, a menos que seja absolutamente necessário.

Confesso que shippei errado (haha), mas não fiquei irritada no final, os dois são muito fofos juntos para isso. Dei boas risadas com eles e achei a proposta de ouvir os pensamentos muito legal. Os episódios finais ofereceram uma carga de drama que quebrou um pouco a comédia construída, mas não desceu totalmente o prazer de ter assistido e recomendo pra quem procura algo levinho para o fim de semana.

[Relendo&Resenhando] Orgulho e Preconceito (+Filme)

Original: Pride and Prejudice
Ano: 1813
Autor: Jane Austen

Sinopse: Orgulho e preconceito é o livro mais famoso de Jane Austen e possui uma série de personagens inesquecíveis e um enredo memorável. Austen nos apresenta Elizabeth Bennet como heroína irresistível e seu pretendente aristocrático, o sr. Darcy. Nesse livro, aspectos diferentes são abordados: orgulho encontra preconceito, ascendência social confronta desprezo social, equívocos e julgamentos antecipados conduzem alguns personagens ao sofrimento e ao escândalo. O livro pode ser considerado a obra-prima da escritora, que equilibra comédia com seriedade, observação meticulosa das atitudes humanas e sua ironia refinada. 

Quando li Orgulho e Preconceito pela primeira vez já estava na faculdade. Contudo, a tradução da edição que li, percebo, me fez aproveitar muito pouco da obra que já conhecia há alguns anos, graças ao filme que tinha assistido ainda na adolescência.

Considerado o magnum opus de Jane Austen, Orgulho e Preconceito trata da história da família Bennet, com foco nas irmãs mais velhas Elizabeth e Jane, as únicas consideradas ajuizadas e inteligente em uma família de cinco filhas com uma mãe beirando a vulgaridade de modos e o ócio de pensamento e cujas quatro filhas mais jovens seguem igualmente em tolice de pensamento (ou mais precisamente na ausência de pensar). Em um baile promovido na cidade, elas conhecem Bingley, um rico jovem simpático que imediatamente demonstra seu interesse em Jane, além de Darcy, seu melhor amigo, um homem ainda mais rico e moldado em modos frios, preconceitos de classe e um orgulho que quase beirava o egocentrismo.

As primeiras impressões (que por sinal seria o nome original do livro) entre Elizabeth e Darcy não poderia ser pior, tanto pelos modos nada corteses dele, quanto pelo preconceito que ela constroi a partir do seu comportamento. E é assim que se sucede a saga de amores complexa criada por Jane Austen, uma crítica sagaz e afiada de sua época, explorando não apenas a arrogância da alta sociedade, como a tolice e mesmo as mesquinharias da classe média de sua época, moldada em futilidades e puritanismos que contrariavam, em grande parte, seus verdadeiros intentos e pensamentos.

A Sra. Bennet, caricatura não apenas da falsidade e hipocrisia, mas sem dúvida representação da tolice em seu nível máximo, não tem qualquer pensamento além de casar suas filhas com homens de influência, por isso a chegada do senhor Bingley à propriedade de Netherfield e sua preferência por Jane lhe enchem de um orgulho pavoneado em todas as suas expressões, além das vantagens que seu comportamento vulgar lhe levava a declarar para as vizinhas sem o menor caráter mesmo diante dos amigos do pretendente da filha, expondo-as ao ridículo. Por ser muito tímida, Jane não conseguia demonstrar explicitamente (e nisso lhe faltava muito da mãe, para sorte dela) seus sentimentos por Bingley, apesar de senti-los com força. Por essa razão (atrelada às artimanhas da irmã dele, Caroline, e ao preconceito de Darcy) ele é persuadido de que Jane não retribui seus sentimentos e parte.

Nesse meio tempo, Elizabeth recusa a proposta de casamento do primo de seu pai que herdará suas terras, o odioso e imbecil Sr. Collins, um homem tolo, puxa-saco, ignorante quanto à própria estupidez (e dessa forma, se vendo com uma inteligência que estava longe de ter) e dado a fofocas mesmo diante de seu ofício de pastor (e aqui não ou entrar em méritos religiosos). Darcy, contudo, no tempo em que conviveu com Elizabeth, não pode deixar de notar sua sagacidade e a beleza que a inteligência lhe conferia, além da ternura que se escondia sob seu comportamento sarcástico e o espírito resiliente que a destacavam não apenas das demais jovens que ele conhecera, mas cuja força se via incapaz de ignorar conferindo a ela cada vez mais graça aos seus olhos.

Tendo o casamento como foco, a obra se volta para as diferentes situações das moças, mostrando com Charllote Lucas o matrimônio como mais que uma fuga da solteirice que transformava a moça em um "peso para a família", mas a infelicidade disfarçada de uma vida compartilhada apenas pelo desejo de uma casa própria e estabilidade, impossíveis para as mulheres na época por outro meio (a menos as raras exceções da nobreza). No caso da detestável irmã de Elizabeth, Lydia, de quem já não suportava a presença mesmo na adolescência, se prova a ineficiência do sentimento unilateral e o declínio provocado pela ausência de bom senso (e tenho uma teoria que Jane Austen não era muito fã de homens com a letra W ou fora irritada por um com o nome começando com essa letra, pois é o segundo personagem idiota que ela cria com essa letra), a imprudência, falta de caráter e péssima criação de Lydia, promovida pela mãe igualmente cabeça oca, resultaram em um quase acontecimento desastroso para todas as outras irmãs.

Lady Catherine representa uma nobreza preconceituosa, hipócrita, despótica e egocêntrica, cuja posição social, como o próprio Darcy vem a afirmar mais tarde, levavam a ter uma criação incentivada naquele tipo de comportamento. O próprio casamento dos Bennet era um exemplo de uma sociedade moldada em aparências ainda que a criação das filhas dele, apoiadas por um pai negligente até certo ponto, mas de uma natureza irônica a um ponto que não nos deixa sentir menos que simpatia por ele, seja uma ressalva interessante se comparada ao que realmente acontecia na época. Por isso, Jane e Elizabeth não se casariam por menos que um sentimento realmente forte para manter sua felicidade por toda a vida, independente da posição social de seus maridos.

Com personagens ricas e impecavelmente criadas, Orgulho e Preconceito tem todos os elementos de um clássico e, ao mesmo tempo, de um YA contemporâneo tornando-o uma obra atemporal. Aliado a isso, a forma simples, mas não menos poética, com que Jane Austen nos imerge na burguesia rural do final do século XVIII é um deleite, cheio de diálogos inteligentes e por vezes até mesmo satíricos, críticas sociais e um romantismo que se exprime, por vezes, de maneira simbólica. Várias cenas me faziam vibrar, como o fora que Darcy dá na falsa Caroline Bingley quando esta tenta denegrir a imagem de Elizabeth para ele, ou quando Elizabeth enfrenta a mãe dizendo claramente que não se casará com o Sr. Collins. Contudo, os momentos de raiva foram igualmente grandes, como as falas insuportáveis de Lydia, que só me aumentava o meu desejo de estapeá-la, além do comportamento absurdo da Sra. Bennet que, por vezes, chegava a ser odioso ler. Até mesmo o Sr. Bennet, que tinha certo apelo carismático que não me deixava sentir por ele nada inferior a simpatia, me rendia alguns momentos de chateação, fosse com seu comportamento inadequado em alguma situação ou sua passividade em outro momento, como o fato de receber a estúpida Lydia e seu detestável marido em casa.

Apesar de sempre preferir Razão e Sensibilidade, não há como negar que Orgulho e Preconceito é uma obra rica não apenas em personagens e conflitos fascinantes, mas nos traz emoções das mais diversas e nos mergulha na Inglaterra georgiana e engana-se quem encara seus romances como inocentes obras sobre casamentos de mulheres, seu afiado e irônico olhar social nos deleita com uma escrita sólida e cheia de personagens deveras a frente do seu tempo, além da fidelidade ao seu tema eleito dado o período histórico cheio de acontecimentos.

Em 2005 foi lançada a adaptação tendo o roteiro assinado pela escritora britânica Deborah Moggach e a direção de Joe Wright que voltaria a trabalhar com Keira Knightley na adaptação de Anna Karenina e, em 2015, dirigiu a adaptação de Peter Pan intitulada Pan.

Os fãs do livro não podem reclamar da adaptação uma vez que, dentro de suas possibilidades, ela é muito fiel e enxuga bastante os fatos narrados por Jane em sua obra. Keira Knightley entrega uma Elizabeth sarcástica, alegre e decidida enquanto Matthew Macfadyen cumpre todos os requisitos na pele do ardente Mr. Darcy, conferindo não apenas elegância e beleza ao personagem, mas demarcando sua taciturnidade e, nos momentos certos, sua adorável timidez. Jane Bennet fica a cargo de Rosamund Pike que traz uma Jane benevolente, mas um pouco mais firme que a do livro que por vezes ela levada a quase inocência graças a sua indulgência sem medidas e Simon Woods encarrega-se de dar vida a Charles Bingley que, ao contrário do livro, está um pouco mais bobinho chegando a ser, por vezes, até mesmo um alívio cômico na produção. Ainda assim, ele nos oferece um Binley inocente, doce e romântico.

Obviamente, muita coisa precisou ser cortada e modificada para caber no período de duas horas e meia que dura a produção cinematográfica, ainda assim, tanto Deborah Moggach quanto Joe Writh souberam conduzir a trama de maneira que ficasse favorável ao entendimento mesmo daqueles que não leram a obra e, sobretudo, abarcaram todos os eventos principais do livro ainda que eu tenha sentido falta de algumas cenas que teriam sido muito interessantes de assistir, como o fora que Darcy dá em Caroline Bingley que foi memorável ou mesmo o passeio de Darcy e Elizabeth em que ficam noivos. Mesmo assim, o filme ficou exuberante, tanto na atuação quanto na maravilhosa fotografia, figurino e as atuações magníficas do elenco. Algumas personagens, como Bingley, sofreram leves alterações na personalidade, como também foi o caso de Georgiana Darcy que, na produção, está mais jovial e comunicativa enquanto no livro é bastante tímida, e Anne DeBourgh que praticamente não fala nada nas cenas em que aparece. Donald Sutherland que dá vida de forma brilhante ao Sr. Bennet, também sofreu algumas poucas alterações em sua conduta se comparados ao livro, uma vez que no filme ele é mais afetuoso, expressivo e trata com mais carinho a esposa, coisa que no livro é, por vezes, visto com certa indiferença dada a tolice e futilidade da Sra. Bennet.

Ainda assim, esses fatos em nada alteram o prazer da adaptação que, a meu ver, só perde para a minissérie maravilhosa que a BBC produziu para Razão e Sensibilidade. Há uma série de Orgulho e Preconceito estrelada por Colin Firth e Jennifer Ehle também produzida pela BBC em 1995, mas não assisti. Contudo, recomendo fortemente o filme que é poético, sublime e cheio de detalhes. Uma verdadeira obra prima.

domingo, 23 de junho de 2019

[Drama] Something in the rain (e o fim da minha paciência!)

Hangul: 밥 잘 사주는 예쁜 누나
Também conhecidos como: Something in the Rain; Pretty Sister Who Treats Me to Refeição
Diretor: Ahn Pan-seok
Episódios: 16
Roteiro: Kim Eun
Ano: 2018
País: Coréia do Sul
Elenco: Son Ye-Jin, Jung Hae-In, Jang So-Yeon, Jung Eugene, Joo Min-Kyung, Lee Joo-Young, Jang Won-Hyung, Lee Hwa-Ryong, Seo Jung-Yeon, Lee Chang-Hoon, Park Hyuk-Kwon, Kim Jong-Tae, Oh Man-Seok, Gil Hae-Yeon, Wi Ha-Joon.

Sinopse: Yoon Jin A (Son Ye Jin) é uma mulher solteira em seus 30 anos. Ela trabalha como supervisora em uma empresa de café. Yoon Jin A é uma pessoa descontraída, mas ela se sente vazia por dentro. Seo Joon Hee (Jung Hae In) é o irmão mais novo da sua melhor amiga Seo Kyung Sun. Ele volta para a Coreia do Sul depois de terminar o trabalho no exterior. Yoon Jin A, embora ele fosse apenas um garoto infantil, mas ele parece diferente para ela agora. 

There's something in the rain, it was my patience that drowned in the water!

A sensação que tenho agora é que desperdicei 16h da minha vida e, juntando com todas as outras decepções que já tive, é uma quantidade de tempo significativa. Houve apenas duas razões pelas quais eu decidi assistir e baixar esse dorama, a primeira era o Jung Hae In que acho um ator maravilhoso e a segunda pelo tanto de recomendação que ele tinha, em todo bendito lugar estavam vendendo esse como o drama do ano, o mais fofo do planeta terra e eu, sem procurar spoiler como costumava fazer, comprei a ideia e perdi meu tempo.

A história gira em torno de Yoon Jin Ah, uma mulher de 35 anos (que deveria ser adulta)  que trabalha como supervisora em uma empresa que gerencia uma rede de cafeterias. Ela mora com os pais e o irmão mais novo. Sua melhor amiga é Seo Kyung Sun, que tem um irmão mais novo, Seo Joon Hee, que é melhor amigo do irmão mais novo de Jin Ah. Joon Hee passou três anos trabalhando nos Estados Unidos e, quando volta e se reencontra com Jin Ah, os sentimentos de quem cresceu com ela parecem estar diferentes, mas ele se mantem cauteloso em revelar a verdade e começa a "sondá-la", especialmente porque Jin Ah ainda está, de alguma forma, ligada ao ex-namorado idiota que a largou por uma mulher mais jovem.

Quando ela "sabota" o relacionamento do ex, ele começa a persegui-la como um stalker psicopata e ela acaba aceitando, em uma ocasião, a ajuda de Joon Hee o que só aproxima ainda mais os dois. Eles mantem o relacionamento em segredo não apenas porque a mãe de Jin Ah é uma (vaca dos infernos escrota e hipócrita) mulher de escrúpulos duvidosos, mas pelo medo da reação de Kyung Sun ao descobrir. E assim o relacionamento deles anda por um tempo até que a mãe de Jin Ah começa a inventar encontros para ela e o relacionamento com Joon Hee vem a tona causando a maior confusão. Não apenas porque uma das colegas de trabalho dela é interessada nele, mas porque o histórico familiar dele é complicado.

Paralelo a tudo isso, na empresa em que Jin Ah trabalha, começa um verdadeiro inquérito para descobrir o assédio sexual que as funcionárias femininas sofrem. Jin Ah, como uma das principais vítimas, graças ao apoio de Joon Hee, agora seu namorado, começa a ganhar alguma confiança para enfrentar a situação de frente e relatar os abusos morais que sofreu durante os dez anos que trabalha na empresa. 

A mãe de Jin Ah, como era esperado, não aceita de maneira nenhuma o relacionamento da filha com Joon Hee por causa não apenas da família conturbada dele, cujo pai já se casou três vezes depois de praticamente abandonar a mãe dos dois e eles após a morte dela, mas porque ele não é "bem relacionado" profissionalmente (rico) como ela acharia adequado e, dessa forma, começa a transformar a vida da filha em um verdadeiro inferno, chegando ao extremo de ir buscá-la na casa de Joon Hee e dizer as coisas mais absurdas para ele. Então, para ficarem juntos (além de Jin Ah precisar crescer) eles vão precisar enfrentar muito mais que a oposição daqueles que os cercam, mas a si mesmos.

Em um resumo bem básico é isso aí. Dou mérito ao drama em relatar como a lei coreana e os próprios coreanos são negligentes com a questão do assédio e, sobretudo, como o país é extremamente machista. A culpa é sempre da vítima, Oh My Vênus tratou também da questão em um dos seus episódios. Contudo, o mérito do drama praticamente acaba aí. Gente, eu não tinha como sustentar a paciência com a Jin Ah, sério, a maior parte da história o Joon Hee parecia ser o adulto e ela a adolescente problemática! O tempo todo baixando a maldita cabeça pra tudo de errado que a escrota da mãe dela dizia e depois pedindo desculpa como se isso fosse apagar as palavras, fala sério!

Tinha momentos que eu realmente achava que ela ia criar vergonha na cara, sabe? Enfrentar a mãe e impor a maldita idade que ela tinha! Velho, a mulher tinha 35 anos, emprego fixo, tudo bem que é preciso respeitar os pais e tals, concordo, mas isso não quer dizer que eles têm que controlar sua vida desse jeito e, pior, que você tem que deixar. Eu ficava para enfartar de ódio. Mesmo nos momentos que ela dava umas cortadas na mãe dela, no minuto seguinte estava lá baixando a cabeça de novo. A maior parte do relacionamento deles o Joon Hee levou nas costas, não que ele se isente completamente de defeitos, não gostava da maneira como ele parecia controlador as vezes, mesmo quando a maldita Jin Ah merecia mesmo ser controlada.

O pai da Jin Ah também me tirava do sério. Acho que ela puxou a falta de atitude dele, só pode. O homem deixava a mulher fazer e acontecer e ou só agia tarde demais ou tinha a pachorra de voltar atrás depois. O irmão dela tinha juízo pelos dois a maior parte do tempo, aff. Eu peso os agravantes, logicamente, mas sinceramente, se vocês prestarem atenção rolou a maior falta de atitude e, sobretudo, diálogo, por isso Jin Ah e Joon Hee viviam brigando quase toda a maldita vez, ela ficava fazendo as coisas sem contar pra ele quando, de alguma forma, aquilo também o envolvia. Em outras coisas eu achava que ele fazia tempestade em copo d'água como no caso do apartamento dela, era uma escolha dela e mesmo entendendo que ele não queria ficar de fora, ouvir ela era importante. Mas também não quero que ele seja o modelo de perfeição, dos dois ele era o que menos me enchia o saco, na boa. Tinha hora que olhar pra cara da Jin Ah me fazia espumar de ódio.

E olha que essas coisas são apenas a pontinha do iceberg! Eu odiei esse drama não apenas no final, mas do episódio 9 pra baixo não teve nada que eu gostei, o maldito roteiro simplesmente desceu ladeira abaixo e a coisa saiu de um romance pra um puta drama de slice of life com encheção de saco de sogra hipócrita. E que mulher odiosa essa mãe dela, sério! O infeliz do dorama acabou e essa mulher nojenta não mudou nada! Se a miserável da filha ainda continuasse na cidade ela ia continuar infernizando a vida dela. E toda aquela enrolação do "adulta real"? Só um pretexto pra ela ficar com outro macho escroto porque a Jin Ah parece que é cega pro caráter dos homens, em nome de Cristo! E a forma como ela baixa a cabeça pra eles sem dizer nada eu tinha vontade de bater na cara dela pra mandar ela acordar.

Achei um final medíocre pra um drama que tinha muito potencial. E esse One Spring Night foi escrito pelo maldito mesmo roteirista e tem o Jun Hae In como protagonista, acho que ele está gostando de fazer o coitado pegar papéis de pena pra encher a carreira. Pela graça! Ia ver, mas acabei desistindo, se eu tiver mais raiva como tive com esse capaz de não escapar do próximo ataque do coração. Sem contar ainda na sensação de impunidade que todo aquele cabaré do trabalho dela teve, só mostrando que na Coreia linda que o povo pinta por aí, as leis são tão ou mais podres que o resto do mundo e os homens tão nojentos quanto (alguns, claro, não todos). Não recomendo mesmo. 

sábado, 22 de junho de 2019

[Livro] A Pequena Livraria dos Corações Solitários

Título Original: The Little Bookshop of Lonely Hearts
Autor: Annie Darling
Ano: 2016
Páginas: 308
Gênero: Ficção, Romance contemporâneo

Sinopse: Era uma vez uma pequena livraria em Londres, onde Posy Morland passou a vida perdida entre as páginas de seus romances favoritos. Assim, quando Lavinia, a excêntrica dona da Bookends, morre e deixa a loja para Posy, ela se vê obrigada a colocar os livros de lado e encarar o mundo real. Porque Posy não herdou apenas um negócio quase falido, mas também a atenção indesejada do neto de Lavinia, Sebastian, conhecido como o homem mais grosseiro de Londres. Posy tem um plano astucioso e seis meses para transformar a Bookends na livraria dos seus sonhos — isso se Sebastian deixá-la em paz para trabalhar. Enquanto Posy e os amigos lutam para salvar sua amada livraria, ela se envolve em uma batalha com Sebastian, com quem começou a ter fantasias um tanto ardentes... Resta saber se, como as heroínas de seus romances favoritos, Posy vai conseguir o seu "felizes para sempre".

Oi, gente! Eis a última leitura de junho, já vou começar a releitura do mês que, como viram, será Jane Austen 

O livro narra a história de Posy Morland, uma jovem de vinte e oito anos que está passando pela perda de Lavínia Thorndyke, a dona da livraria onde ela trabalha e mora e, até então, sua benfeitora. Posy, tal como seu irmão mais novo Sam, cresceu naquela livraria. Sua mãe administrava a casa de Chá e seu pai era gerente da Bookends, com a morte deles, Lavínia passou a cuidar dos dois e, agora, com sua morte, a garota não sabia qual seria o futuro da livraria se ela parasse nas mãos de Sebastian, o incorrigível neto dela ou de sua mãe que vivia mais no mundo da lua dramática que na realidade.

Contudo, para sua surpresa, ela recebe uma carta de Lavínia afirmando que a livraria pertence a ela por um período de dois anos, ela precisa, nesse tempo, reerguer a Bookends em um estabelecimento rentável, do contrário, a loja passa para Sebastian. Comovida, mas ao mesmo tempo preocupada, Posy coemça a pensar em como fará para sustentar um negócio praticamente falido. Ela tem, então, a ideia de transformar a Bookends em uma livraria especializada em ficção romântica, algo pelo qual é apaixonada e conhece tão bem quanto a palma de sua própria mão. Assim, ela une os funcionários da livraria para conversar a respeito e decidir o futuro da loja e suas possibilidades. Ao ver que todos aceitam, eles começam a debater o novo nome da loja.

"— Eu não sou totalmente contra a ideia de ficção romântica, mas não vou trabalhar em uma loja chamada Leitor, eu me casei com ele. Dá para imaginar como seria ter que dizer isso na hora de atender o telefone?
— Alô, aqui é da Leitor, eu me casei com ele, como posso ajudá-lo? — Sam falou em tom de piada.

— Está bem, já entendi — disse Posy em um tom resignado. — Então que nome vamos dar à livraria?
— A tenda do amor? — Sugeriu Nina. — Se bem que parece loja de brinquedos eróticos.
(...) — Final Feliz? — Verity murmurou, pensativa. — Talvez.
—Ah, não. Não. Não. Não. — Nina pareceu horrorizada. — Você não pode dar o nome de Final Feliz. Parece um puteiro disfarçado de casa de massagem." 

(Eu morri de rir disso, na boa).

Contudo, o neto de Lavínia, Sebastian, não concorda de forma alguma com a ideia e impõe a Posy que eles vão transformar a livraria em uma loja de ficção Policial.

"— O que acha de A Adaga Sangrenta?
— Garanto que ela vai estar bem limpa muito antes que a polícia a encontre ao lado do seu cadáver. — Posy disse, num tom de voz indiferente."

Mesmo que ela tente (não com tanto afinco, convenhamos) dizer a ele que não fará a livraria policial, Sebastian se torna surdo a tudo que ela fala, de modo que Posy acaba fingindo concordar com a ideia dele apenas para ter sossego e pelos recursos que ele pode disponibilizar para ajudá-la, mas, por baixo dos panos, ela faz todos os planos para a livraria romântica, enfrentando as dificuldades do baixo orçamento e tentando de todas as formas evitar que o teimoso neto playboy de Lavínia descubra seus planos. Contudo, conforme as coisas vão dando mais errado e novos problemas vão aparecendo, Posy precisa lidar não apenas com a sua frustração por ver seus planos se desfazendo, mas com o sentimento inconsequente e complicado por Sebastian que começa a se mostrar muito mais que a pura irritação que ele desperta com a sua presença. O que ele fará quando descobrir que foi enganado e que a livraria nunca será A Adaga Sangrenta? Mais ainda, o que Posy fará quando ele descobrir que ela está apaixonada por ele?

Confesso que comprei esse livro pelas ótimas coisas que tinha ouvido sobre ele na época, mas confesso que não foi tão incrível quanto prometeram. A história é levinha e tem boas doses de comédia o que torna a leitura bem fluida e você passa pelos capítulos que nem vê, mas sinceramente, não conseguia engolir a Posy de jeito nenhum, achava ela tão besta a maior parte do tempo que só queria sacudi-la pelos ombros e mandar ela acordar, na boa. O Sebastian também me fez muita raiva, nas cenas que ele era machista então, vontade de esfregar a cara dele no chão. Não torci pelos dois, não shippei os dois, sei lá, não bateu química aqui. De todos os personagens o que gostei de fato foi a Verity porque me vi nela, mas com os demais não bateu nem simpatia. A Nina então quero passar longe do livro que conta a história dela porque o tempo todo eu só queria estapeá-la e mandar ela usar o cérebro.

Ainda assim, o livro não é ruim. Pra quem quer uma história levinha para passar o tempo e dar umas risadas, acho super válida a recomendação. Mas exageraram um pouco o hype, apenas.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

[Dorama] AniTomo + Filme

Título Original: 兄友 (uma "encurtação" de 兄貴の友達) literalmente Amigo do Meu Irmão mais Velho.
Direção:  Ryo Nakajima
Roteiro adaptado:  Chieko Nakagawa
Ano: 2018
País: Japão
Elenco: Ryusei Yokohama
Risaki Matsukaze
Koudai Matsuoka
Tsuyoshi Furukawa
Karin Ono
Jun Fukuyama

Episódios: 04

Onde encontrar: Filme e Drama no Mahal Dramas Fansub

Sinopse: Nishino Sota (Yokohama Ryusei) é um estudante do ensino médio de boa aparência. Um dia ele conhece Nanase Mai (Matsukaze Risaki), a irmã mais nova do seu amigo Yukihiro. Ela é uma garota um pouco antiquada que não tem experiência no amor. Sota revela ao amigo que achou sua irmã bonita. Mai acaba ouvindo o comentário do rapaz através da fina parede que separa seu quarto do quarto do irmão. E assim inicia uma pura e terna história de amor entre Mai e o amigo do seu irmão mais velho. (Via: Mahal Dramas)

Oie, gente! 

Enquanto eu não finalizo o drama de Junho e nem o livro da semana, decidi usar o feriado e tirar um break para assistir um filminho, acabou que esse minidrama estava na minha lista (enorme!) e vi que já tava completo com o filme no Mahal, então baixei tudo e me pus a ver. É realmente um programa para os fãs do mangá, inicialmente eu não entendi muita coisa quando comecei o primeiro episódio, as informações são meio ao mesmo tempo e os fatos mostrados no começo (que deveriam explicar o ponto em que a história está) só me deixaram ainda mais confusa.

O plot gira em torno de Mai e Sota, ambos são namorados, mas não agem como tal porque sentem uma vergonha sem limites cada vez que tentam fazer algo simples como segurar as mãos. Ela é uma garota antiquada, quase uma velha no corpo de adolescente, ele é o melhor amigo do irmão mais velho dela, e mesmo querendo que o relacionamento deles "ande" fica sempre com medo da reação dela quando vai tentar qualquer coisa embora ela queira o mesmo (o problema é que eles não falam mesmo). Assim, os dois estão constantemente pedindo conselhos para o dono de uma espécie de restaurante para pets e donos, mas toda vez que tentam seguir os conselhos quando sua própria timidez não põe tudo a perder o irmão de Mai o faz.

Quando eu assisti o filme as coisas fizeram mais sentido, percebi que, apesar de Mai ser bem tímida, o problema maior dos dois era realmente Sota que, além de ser incapaz de dizer o que pensava pra ela (embora boa parte ela ouvisse através da parede do quarto do irmão) criava toda uma confusão na cabeça e acreditava nela sem esclarecer as coisas. O filme mostra a história desde o começo, como ela descobriu que ele estava apaixonado por ela, como eles começaram a namorar, cheguei a conclusão que os quatro episódios do mini drama são, na verdade, um extra, como se fossem as cenas deletadas ou coisa assim, porque o filme se fecha sozinho e é muito bom, levinho, engraçado e até fofo em algumas partes.

A trama agora se desenrola desde o começo do relacionamento de Mai e Sota, apoiado pelo irmão mais velho dela, até a chegada do primo de Sota, que se apaixona por Mai e começa a causar conflitos entre eles, forjando coisas que não existem e se aproveitando não apenas da ingenuidade de Sota, mas da fragilidade de Mai acreditando que ela poderia olhar para ele de forma diferente. Enciumado com a aproximação do primo e da namorada, Sota começa a se afastar sem saber bem como lidar com aquilo, coisa que magoa Mai e é uma oportunidade para que o primo dele faça ela achar que Sota está se envolvendo com uma colega de classe criando uma confusão e afastando ainda mais os dois. Para que seu relacionamento dê certo, ambos vão precisar enfrentar seus sentimentos e verbalizá-los apesar do constrangimento, mas terão coragem pra isso?

Pra quem procura algo leve e rapido, com uma boa dose de comédia, super recomendo esse filme. Inclusive, veja o filme antes dos episódios do drama, pra mim faz muito mais sentido assim (aconteceu algo semelhante com Ani ni Aisaresugite Komattemasu, ainda que este tivesse o propósito de introduzir as personagens da trama e, no caso de Ani Tomo isso não acontece). É fofo, rende umas boas risadas e até mesmo um nervoso haha. Vale a pena!


quinta-feira, 13 de junho de 2019

[Livro] Um Perfeito Cavalheiro

Autor: Julia Quinn
Série: Os Bridgertons #3
Gêneros: Romance de amor, Ficção, Romance histórico
Ano: 2014

Sinopse: Sophie sempre quis ir a um evento da sociedade londrina. Mas esse é um sonho impossível. Apesar de ser filha de um conde, é fruto de uma relação ilegítima e foi relegada ao papel de criada pela madrasta assim que o pai morreu. Uma noite, ela consegue entrar às escondidas no baile de máscaras de Lady Bridgerton. Lá, conhece o charmoso Benedict, filho da anfitriã, e se sente parte da realeza. No mesmo instante, uma faísca se acende entre eles. Infelizmente, o encantamento tem hora para acabar. À meia-noite, Sophie tem que sair correndo da festa e não revela sua identidade a Benedict. No dia seguinte, enquanto ele procura sua dama misteriosa por toda a cidade, Sophie é expulsa de casa pela madrasta e precisa deixar Londres.

O destino faz com que os dois só se reencontrem três anos depois, Benedict a salva das garras de um bêbado violento, mas, para decepção de Sophie, não a reconhece nos trajes de criada. No entanto, logo se apaixona por ela de novo. Como é inaceitável que um homem de sua posição se case com uma serviçal, ele lhe propõe que seja sua amante, o que para Sophie é inconcebível. Agora os dois precisarão lutar contra o que sentem um pelo outro ou reconsiderar as próprias crenças para terem a chance de viver um amor de conto de fadas. 

Segunda leitura de Junho concluída! Por sorte, foi melhor que a anterior.

Para contar a história de amor de Benedict Bridgerton, Julia Quinn decidiu reescrever Cinderella com uma boa dose de realidade crua se ela acontecesse, de fato, na Inglaterra regencial de mães desesperada para casar os filhos. Benedict e Collin são os solteiros mais cobiçados da temporada, mas nenhum dos dois parece nada animado para arrumar uma esposa em meio as garotas desinteressantes da fatigante sociedade londrina.

Sophie Becket é a heroína da vez, uma garota bastarda filha do conde Penwood que nunca a reconheceu como sua prole, ainda que tenha aceitado acolhe-la e dar-lhe educação dizendo a todos que ela era sua pupila. Sophie nunca teve a afeição do pai, quase não o via e quando recebeu a notícia de que ele se casara novamente, alimentou a ingênua esperança de que poderia enfim ter uma família e orou internamente para que a nova esposa dele lhe amasse — na verdade, estava desesperada para que qualquer pessoa a amasse —, contudo, Araminta não era nada gentil e não toleraria a filha bastarda do marido sob o mesmo teto de suas filhas. Suas meninas eram Rosamund, uma garota de gênio tão ruim ou pior que o da mãe, e Posy que não compartilha do coração gelado, mas não coragem bastante para desafiá-la ou desobedecê-la.

Assim, com a morte do conde, Araminta mente para Sophie dizendo que o pai nada lhe deixara e a obriga a ser sua escrava durante vinte anos afirmando que o homem lhe pagara para ficar com ela durante esse tempo e, depois, ela poderia demiti-la se assim quisesse. Desse modo, ela começa sua vida de servidão recebendo o ódio de Araminta e Rosamund, mesmo Posy não sendo cruel com ela, ainda a usava como empregada mesmo que de uma forma mais suave. 

Quando Lady Bridgerton oferece um baile de máscaras para a alta sociedade, tudo que Sophie mais queria era poder ir uma vez que só conhecia a sociedade londrina graças a Lady que sabe a vida de todo mundo. Com a ajuda da governanta, ela usa um vestido antigo da mãe do falecido conde e pega sapatos de Araminta para comparecer ao baile, é lá que ela conhece Benedict, que se apaixona por ela à primeira vista. A atração entre os dois é inevitável, mas a magia toda acaba à meia noite e, após ser descoberta pela madrasta, Sophie é posta na rua sem um tostão e, desse modo, ela vai embora para o campo em busca de uma vida melhor.

Dois anos se passam e o destino coloca Benedict na casa de Cavender, em uma festa muito desinteressante onde tudo que ele mais quer é ir embora. Ele não faz ideia que Sophie está trabalhando nessa casa e prestes a fugir por estar sendo assediada por Philip Cavender, o filho do casal dono da casa. Mas quando tenta ir embora é abordada por ele e mais dois amigos que estão muito bêbados e naquele momento ela tem certeza que seria violentada até ser salva pelo seu príncipe Benedict. Ela o reconhece na hora, mas ele não a reconhece e aquilo magoa Sophie que não revela sua identidade como a dama mascarada misteriosa do baile de Lady Bridgerton.

Após salvá-la, ele a leva para seu chalé comprometido a encontrar um emprego para ela na casa de sua mãe. Sophie fica hesitante, não apenas por saber que ir para Londres significa rever Araminta, mas porque trabalhar na casa da família de Benedict implicaria vê-lo e ela estava conformada em tê-lo apenas como um sonho impossível ao qual se agarrara durante aqueles dois anos para se manter viva em meio a toda a crueldade a que era submetida. Eles acabam enfrentando uma tempestade e Benedict fica doente, como os caseiros de seu chalé não estavam, Sophie cuida dele e os dois permanecem lá por algumas semanas onde se aproximam. Ele não consegue entender a atração intensa que sente por ela, mesmo sob a sensação de conhecê-la de algum lugar, todas as memórias nítidas da sua dama misteriosa enfraqueceram ao longo de dois anos.

Sophie queria desesperadamente fugir, mas não conseguia sair do lado de Benedict mesmo sabendo que deveria. Quando ele lhe propõe ser sua amante ela fica dividida entre a tentação e o ultraje, mas nunca se colocaria na mesma posição que um dia sua mãe teve para colocar no mundo outra criança que sofreria o estigma que ela sofreu. Mesmo amando Benedict com todo seu coração ela o rejeita. Ainda assim, ele consegue leva-la para Londres sob coerção na esperança de que, com o cansaço, conseguisse convencê-la a ser sua uma vez que sabe ser impossível se casar com ela  — ou quase impossível — e desse modo a única maneira de cuidar dela seria colocando-a sob seu teto como amante. Porém o plano começa a falhar e a paciência dele a diminuir. Sophie, por sua vez, continua loucamente apaixonada por ele e agora com o acréscimo de se apegar à sua família que a trata como um ser humano ao contrário de Araminta e outros patrões que já tivera.

A pressão de Benedict sobre ela começa a fazer Sophie fraquejar e enquanto seu futuro parece sem muita expectativa, Araminta está mais que disposta a garantir que ela tenha o mais amargo e cruel dos destinos. Será que o sentimento entre ela e seu príncipe é capaz de superar sua origem? E mais, poderia Benedict perdoá-la por mentir para ele sobre sua identidade de drama de prateado no baile de sua mãe?

Eu gostei muito da história, não apenas o modo como ela foi montada, mas a personalidade de Benedict que, ao contrário de Anthony, é um pouco mais forte, de tal modo que às vezes ele parecia mais um canalha que um cavalheiro (risos). Também foi interessante a maneira como a Cinderella ganhou vida nessa perspectiva, porque seria mesmo assim que procederia um relacionamento entre uma criada e um homem da nobreza, não apenas quebra um pouco da magia utópica posta sobre o conto, mas revela as miudezas sensuais veladas nas relações da sociedade de fachada da época. Apesar de ter achado Sophie irritante em boa parte da história  — e Deus sabe que eu queria muito dar na cara dela — me vi envolvida em sua história e torcendo pelo seu final feliz (que era meio óbvio considerando os livros anteriores da série). Super recomendo para quem gosta de romance histórico, é um romance leve, com uma carga cômica bem colocada e muito verossímil, deixando de lado a visão romanesca da sociedade medieval e mostrando a verdade nua e crua das relações de uma época tão almejada e pouco compreendida.



domingo, 9 de junho de 2019

[Anime] Gekkan Shoujo Nozaki Kun

Original: 月刊少女野崎くん Mangá Mensal para Garotas, Nozaki-kun
Autor: Izumi Tsubaki (mangá)
Roteiro: Yoshiko Nakamura
Direção: Mitsue Yamazaki
Ano: 2014
Gênero: Comédia româtica, slice of life, escolar

Sinopse: Chiyo Sakura é uma estudante do colegial que está apaixonada pelo seu colega Umetarō Nozaki, mas quando ela declara seu amor, ele a confunde com uma fã e lhe dá um autógrafo. Quando ela diz que sempre quer estar com ele, ele a convida para sua casa, para ajudá-lo em alguns desenhos. Chiyo descobre que Nozaki é um famoso mangaká chamado Sakiko Yumeno, autor de mangás shōjo. Ela, então, concorda em ser sua assistente, para poder aproximar-se dele. À medida que trabalham no mangá Vamos Amar (恋しよっ, Koi Shiyo?), eles deparam-se com outros colegas que os assistem ou servem como inspiração para os personagens das histórias.

Não lembro onde peguei a indicação desse anime, mas não me arrependo, quando comecei a ver, pela premissa, achei que ia ser um anime shoujo como os que estava acostumada, mas nunca imaginei que seria tão engraçado.

A história segue Sakura, uma jovem que é apaixonada por Nozaki, quando ela tenta se confessar para ele, em meio ao nervosismo, acaba soltando que é fã dele e recebe um autógrafo. É como ela descobre que Nozaki usa o pseudônimo de Yumeno para escrever Vamos Amar um popular mangá shoujo. Dessa forma, antes que perceba, Sakura se torna parte da secreta equipe que ajuda Nozaki nos desenhos do mangá. Ela vê nisso a chance de se aproximar dele e contar seus sentimentos, mas descobre que Nozaki, mesmo escrevendo mangás de romance para meninas, nada entende sobre o amor.

Enquanto imerge na construção do mangá, ela acaba conhecendo Mikoshiba, um garoto bonito responsável pelos efeitos do protagonista feminino e a quem Nozaki tirou como base para Mamiko, sua personagem principal. Ele é um cara que se deixa levar por elogios e, por vezes, acaba falando coisas das quais se arrepende depois.  Hori é o presidente do clube de teatro, ele é responsável pelos planos de fundo das cenas. Com eles, Seo, uma amiga de Sakura conhecida por não entender o que significa limites acaba se envolvendo indiretamente na história, em especial por sua voz inigualável cantando, com ela, Wakamatsu um cara tímido que está tentando entender as garotas também acaba envolvido, assim como Kashima, uma garota com fortes traços masculinos conhecida como o príncipe da escola, não apenas pela beleza, mas por saber exatamente o que as garotas querem ouvir (e, na boa, ela é a melhor personagem desse anime kkkkk).

Todos eles acabam se tornando, ao seu próprio modo, personagens no mangá de Nozaki enquanto este tenta entender o comportamento e sentimentos das pessoas para reproduzi-los da maneira mais fiel em sua obra. Ao mesmo tempo altas confusões e momentos hilários estão prestes a transformar o ano de Sakura em algo inesquecível. 

A última vez que eu ri tanto com um anime foi quando assisti Barakamon. Os personagens de Gekkan Shoujo são hilários e criam situações a partir de confusões que nos matam de rir. Além de conhecer um pouco do processo de construção de um mangá, é muito engraçado ver como Nozaki, apesar de ser tido como "porta voz feminino" não entende nada sobre relacionamentos na vida real e usa tudo a sua volta como referência para sua história, muitas vezes cego para sentimentos e situações que estão bem embaixo do seu nariz e mesmo que essa confusão irrite algumas vezes, é uma das coisas que mais contribuem para a comédia do anime funcionar tão bem. Recomendo demais para quem quer assistir algo curtinho e dar boas risadas! 

sábado, 8 de junho de 2019

[Livro] A Ascensão dos Dragões

Autora: Morgan Rice
Ano: 2014
Gêneros: Ficção científica, Literatura fantástica, Alta fantasia

Sinopse: Kyra, 15 anos, sonha em se tornar uma guerreira famosa, como seu pai, embora ela seja a única garota em uma fortaleza de meninos. Enquanto luta para entender suas habilidades especiais, - sua misteriosa força interior, ela percebe que é diferente dos demais. Mas um segredo quanto ao seu nascimento e sobre uma profecia está sendo guardado, deixando Kyra se perguntando quem ela realmente é. 

Quando Kyra atinge a idade prevista e um senhor local se aproxima para levá-la embora, seu pai planeja realizar um casamento para salvá-la. Mas Kyra se recusa, e começa sua própria jornada, por uma floresta perigosa, onde ela encontra um dragão ferido - e inicia uma série de eventos que mudarão o reino para sempre. 

Enquanto isso, Alec, um garoto de 15 anos, se sacrifica pelo irmão, assumindo o seu lugar durante a convocação e sendo levado para as Chamas, uma parede de fogo com cem metros de altura, pra impedir o avanço do exército de trolls em direção ao Ocidente. Do outro lado do reino, Merk, um mercenário que luta para deixar seu passado para trás, atravessa a floresta em busca de se tornar um Vigilante das Torres e ajudar a proteger a Espada de Fogo, a fonte de todo o poder mágico do reuno. Mas os Trolls também querem a Espada - e se preparam para uma invasão em massa que poderia destruir o reino para sempre.

Era para ter postado essa resenha na sexta, quando finalizei o livro, mas acabou que não consegui escrever porque o tempo acabou se tornando curto, mas antes tarde do que nunca, não é?

Esse foi meu primeiro contato com a autora, achei esse livro pairando de graça na Amazon e acabei adicionando na minha biblioteca por causa do nome, minha irmã é uma aficionada por dragões e, caso eu gostasse da história, veria se conseguia incentivá-la a ler também. Bem, não gostei. Nesse primeiro livro nós somos apresentados a um país chamado Escalon cujo rei, um covarde, acabou cedendo o poder para o cruel reino de Pandésia sem qualquer resistência. Desse modo, toda Escalon está sob o domínio Pandesiano e seu povo sofre horrores nas mãos do lorde governador que é não apenas sádico e sem caráter, mas ostenta várias "qualidades" como ser mentiroso, covarde, corrupto, etc. (Qualquer semelhança com a política brasileira é mera coincidência).

Nesse cenário somos apresentados, a princípio, a Kyra uma adolescente prestes a completar 15 anos que vive no forte de Volis, o único que tem a permissão de Pandésia para ter armas. Isso porque Volis protege As Chamas que é uma barreira enorme de fogo dividindo Escalon de um reino vizinho governado por trolls tão ou piores que o lorde governador e tem o claro objetivo de invadir o reino e escravizar os humanos que sobreviverem à invasão. Por essa razão, Volis, que mantêm uma tradição de guerreiros que protegem as chamas, tem a permissão de ter armas.Kyra é a filha do lorde da fortaleza de Volis e, contrariando todas as expectativas sobre ela, a menina quer se tornar uma guerreira. Ela tem três irmãos, os mais velhos Brandon e Braxton, que são homenzarrões desprovidos de inteligência e coragem, e o mais novo Aidan que é doce e mesmo sem muita coragem tem um coração forte.

A menina está tentando provar para si mesma e para todos na fortaleza que é habilidosa o bastante para ser uma guerreira, por isso treina todos os dias com seu arco e flecha que domina com maestria além de ser muito boa com o cajado e muito rápida. Mesmo assim, poucos são os que a levam a sério e seu pai não quer sequer ouvir sobre a ideia de ela ser uma guerreira. Quando ela vê seus irmãos mais velhos carregando Aidan aparentemente contra sua vontade para uma caçada na temida floresta dos espinhos, ela tenta impedir, mas o mais novo, com medo de parecer fraco na frente dos maiores, acaba se deixando levar e ela os segue. Um javali perigoso acaba aparecendo e por pouco seus irmãos não são mortos, Kyra, no entanto consegue salvá-los com duas flechadas que matam o monstro. O feito não passa despercebido pelos homens de seu pai que lhe presenteiam com certo respeito, contudo seu pai continua irredutível.

Em outro ponto do país, Merk está viajando sozinho na direção da torre de Ur. Ele era um mercenário que trabalhava para o antigo rei e qualquer pessoa que pagasse o suficiente por seu trabalho e, mesmo tendo matado pessoas inocentes (mas assassinando o mandante de tal crime assim que descobria) tentava manter sua consciência tranquila aceitando apenas trabalhos em que a vítima "merecesse morrer" ainda que seu julgamento sobre isso fosse muito subjetivo. Com a renúncia do covarde rei, Merk se vê sem saída e acaba desistindo da sua vida de mortes, na torre de Ur ele espera encontrar redenção numa vida de paz protegendo a espada de fogo que, segundo a lenda, é o que mantêm a parede de chamas viva sem nunca se apagar. Porém, quando encontra em seu caminho um bando de criminosos, sua promessa de paz pode ser quebrada em nome da própria sobrevivência.

De volta a Volis, Duncan, o pai de Kyra, recebe a notícia que uma nova lei foi decretada por Pandésia e todas as meninas a partir dos 15 anos devem ser mandadas até o lorde governador para serem tomadas em casamento por ele ou por alguém escolhido com ele. Aterrorizada diante da ideia, Kyra espera que seu pai se imponha por ela, mas fica chocada quando ele a manda escolher qualquer garoto para tomar por marido e, desse modo, impedir que os homens a levem. Furiosa, a menina foge de casa acompanhada de seu lobo de estimação, Leo, partindo no meio do inverno sem saber exatamente para onde ir. No seu trajeto, ela enfrenta vários perigos até encontrar um dragão ferido prestes a ser morto por homens de pandésia, ela acaba lutando e matando os cinco homens para salvar o dragão que, em troca, corta seu rosto com uma das garras e depois foge. Kyra sente uma ligação com a besta, mas não entende o que é. Ferida e com a certeza que levou uma guerra para casa, ela acaba tomando a decisão de voltar e alertar a todos sobre o que aconteceu.

Em outro ponto, Alec está furioso e preocupado com a partida de seu irmão mais velho. Os homens de Pandésia aparecerão para buscar todos os meninos de 18 anos para servir como escravos nas Chamas. Garotos dessas famílias eram tirados de todo o reino junto com criminosos e obrigados a guardar a grande parede de fogo uma vez que trolls desafiavam a razão atravessando a parede e atacando os humanos. Com o pé aleijado, ele sabe, seu irmão de bom coração e paciência invejável tem poucas chances de sobreviver aos perigos mortais de uma viagem longa ao lado de garotos revoltados e criminosos além das péssimas condições nas chamas. Assim, ele acaba se oferecendo no lugar dele, para desespero dos pais, logo se arrepende profundamente da decisão quando descobre que suas chances de sobreviver são bem poucas e, mesmo sentindo alívio por ter livrado o irmão daquele horrível destino, Alec sofre pela própria vida. No caminho tortuoso para o trabalho escravo, ele acaba conhecendo Marco, um menino que se voluntariou para fugir dos maus tratos da família, quando salva a vida do garoto, ele faz inimigos fortes e, ao mesmo tempo, ganha uma companhia no suplício que lhe espera. Mas mesmo sua situação desfavorável não o impede de ter a esperança e a certeza que conseguirá fugir.

Kyra está destinada a lutar ao lado do dragão, ainda que isso cobre um preço. Ela descobre que seu passado é muito mais misterioso do que imagina e que seu pai guardou segredos sobre quem ela realmente era a vida toda. Merk acaba descobrindo que não pode negar sua verdadeira essência. Alec e Marco se embrenham na floresta congelada para tentar a sorte de fugir da escravidão nas chamas. Imagino que, no segundo livro, eles vão se encontrar em algum ponto da jornada. Sendo bem sincera, o livro não me agradou muito, achei a escrita (ou mais precisamente a tradução) bem desleixada e isso foi o que mais me incomodou, há muitos ecos no texto e isso trava a leitura além de umas coisas que não fazem o menor sentido. As personagens não me cativaram muito, achei Kyra meio irritante, Merk um pouco hipócrita e Alec foi o único que não me desagradou totalmente. Não fiquei ávida em descobrir o que acontece depois, mesmo que não tenha sido uma experiência de leitura ruim, o sentimento que deixou no final foi o mesmo que Bruxos e Bruxas, nada marcou. Ainda que Bruxos e Bruxas seja tão mal escrito que me admira ser um best seller.

Temendo ser injusta com a autora, decidi baixar outro livro dela e dar uma chance num futuro próximo, talvez tenha sido a história de Ascensão dos Dragões que não me prendeu e não a inabilidade da Morgan Rice de contar história, uma vez que a trama tem seu encanto, só não funcionou comigo. E por enquanto é isso! Primeira leitura de Junho concluída!

segunda-feira, 3 de junho de 2019

[Dorama] The Unwilling Bride

Título original: เจ้าสาวจำยอม / Jao Sao Jum Yorm
Título em inglês: When I Marry A Stranger / Unwilling Bride
Gênero: Romance, Drama, Suspense
Episódios: 15
Ano: 2018
Elenco: Mick Tongraya
Fonthip Watcharatrakul
Ratchanont Suprakob
Pongsakorn Tosuwann
Kwankawin Thamrongratthased
Pimpawee Kograbin

Onde achar: Urameshii Downloads e LuannaSou Fansub

Sinopse: Maysarin é uma socialite famosa. Ela está noiva de Sarut, mas ele a abandonou no dia do casamento. Kadethaen é um empresário imobiliário que estava esperando por Pinmanee, sua noiva, na recepção de um hotel de luxo, mas ele a viu fugindo com outro homem. Decepcionado, Kade saiu para uma festa na praia, onde conheceu May, que ainda estava de vestido de noiva bebendo sozinha. Ele começou a beber com ela e eles acabam passando a noite juntos. No outro dia, May se arrependeu e quer esquecer Kade, mas ele não consegue parar de pensar nela. 
Eles se encontram novamente quando Kade tenta comprar o hotel de May, sem saber que ela era a dona do hotel. As coisas se complicam mais ainda quando um paparazzi ameaça expor fotos dos dois juntos. Kade propõe a May que eles se casem para evitar um escândalo que pode arruinar suas reputações. May aceitou relutantemente, mas com o tempo eles acabam se apaixonando...

Então, gente, eu comecei a ver esse lakorn mês passado porque achei um MV bem bonitinho dele e a sinopse parecia ser interessante, eu vi poucos lakorns até hoje porque confesso que sou bem chata e poucos dos enredos deles conseguem realmente me prender a atenção ao ponto de me manter além do primeiro capítulo. Esse foi um dos casos raros hahaha.

Bem, como os nomes tailandeses são bem complicados, eu vou usar os apelidos que fica mais fácil de escrever, não sou versada neles ainda uma vez que, como disse, vi poucos lakorns. Inclusive, já viram que tem uma página nova no blog? Lá nas guias vocês podem acessar todas as resenhas de dramas do blog! Mas voltemos a história. May é uma modelo e empresária famosa, conhecida por sua beleza e gentileza é considerada a celebridade #1 da Tailândia competindo diretamente com Lookaew, outra modelo e empresária sem metade do carisma dela. Uma coisa que aprendi sobre a maior parte da Ásia é que a reputação feminina é muito priorizada porque são países muito machistas, a Tailândia, por sua vez, apesar de não "parecer" muito machista como o Japão, por exemplo, compensa sendo altamente conservadora, pelos poucos dramas que já vi desse país fica bem fácil perceber.

May está prestes a se casar com Sarut, o filho de uma milionária do ramo da aviação e ela não se cabe de felicidade no dia mais feliz da sua vida. No mesmo hotel em que estão, Kade está esperando Pin, sua noiva, dar as caras na cerimônia, mas escondida a poucos metros do noivo, ela liga para Sarut e revela que está grávida dele. Assim, Sarut abandona May no altar e Pin espera que ele vá buscá-la para juntos fugirem. É bem nesse momento que Kade flagra os dois juntos deixando o hotel e descobre que foi abandonado. Magoado, ele decide ir a uma festa que está tendo no hotel e é onde encontra May, chorando muito bêbada a própria amargura de ter sido largada no altar. Ele fica ao lado dela e os dois bebem juntos, acabam conversando suas tristes histórias e fingindo que são recém casados, Kade não estava tão bêbado ao contrário de May que estava bem embriagada.

A noitada dos dois se estende cheia de bebidas e jogos onde ele descobre o nome dela e os dois acabam passando a noite juntos. Kade, por estar um pouco sóbrio, descobre que ele foi o primeiro homem na vida de May e, no dia seguinte, quando acorda na cama dele sem roupa, ela tem um surto de arrependimento pela virgindade perdida e por ter sido imprudente em beber daquela maneira. Kade tenta remediar a situação propondo casar com ela, mas May não quer acordo nenhum, apenas deseja esquecer a noite que passou com ele e nunca mais vê-lo novamente. Enquanto isso, Sarut e Pin se escondem na cafeteria da mãe de Pin e explicam toda a situação, os dois estão fugindo da mãe de Rut, uma mulher desequilibrada que nunca aceitou Pin como amor da vida do filho (sério, essa mulher é escrota!)

May volta para casa e decide afundar-se no trabalho para esquecer suas mágoas. Mas tem que lidar com o péssimo relacionamento que tem com o pai, que ela acredita ter sido o responsável pela morte da sua mãe causada pela profunda depressão. Um novo empresário misterioso chamado Nakarin que demonstra interesse no shopping do pai de May que ela também gerencia. O hotel dela está tendo problemas e ela entra em várias discussões com o pai por se recusar a vendê-lo, decide viajar até ele para ver como estão as coisas e é quando Kade aparece novamente no seu caminho, interessado em comprar o hotel. Ele não havia parado de pensar nela um só momento, mas May se mostra rude e irredutível quanto ao que aconteceu entre eles. Nakarin, por sua vez, também se mostra interessado não apenas em comprar o hotel de May, mas na própria.

Quando um fotógrafo começa a chantageá-los com fotos tiradas no dia em que os dois foram largados no altar em que mostra ambos na praia e no quarto de Kade, para preservar suas reputações, eles acabam se casando de fachada para evitar fofocas e desarmar o fotógrafo ilegal. Contudo, Kade já está apaixonado por May e conforme a conhece melhor acaba desejando não apenas protegê-la, mas ganhar seu coração. Ela, por sua vez, não está disposta a facilitar as coisas para ele, sendo sempre intransigente e por vezes até infantil. Conforme vai se envolvendo na vida da esposa de mentira, ele vai descobrindo sobre seu trágico passado familiar e os traumas que ela carrega consigo, além do mais alguém parece muito disposto a matar May e conforme os incidentes se tornam mais constantes, Kade precisa não apenas lidar com o mundo caótico da mulher por quem se apaixonou, mas com a mulher que amou antes dela.

Do outro lado, Sarut e Pin são perseguidos pela mãe dele que se torna doentia e implacável no propósito de separá-los, colocando a vida do bebê de Pin em risco e fazendo o filho duvidar da paternidade do próprio filho. Por vezes, ele se submete a ela, mas sempre dá um jeito de fugir novamente e encontrar com Pin que luta do modo que pode para preservar seu casamento. Como não conseguiu seduzir Kade, Lookaew fica obcecada com Nakarin que só tem olhos para May, mas a usa em prol dos seus propósitos. Kade começa a desconfiar que o interesse do empresário na sua esposa pode ser sombrio e que ele está por trás dos atentados à vida de May, mas ela se mostra teimosa ao insistir em confiar no homem. O cerco começa a se fechar em torno deles quando a verdade está próxima de vir a tona e nenhum deles parece estar preparado para o fim que se aproxima.
(E nem nós, por sinal!)

Esse foi um resumão da história sem spoiler, então podem ficar sossegados que a experiência de vocês vendo o drama vai ser plena. De um modo geral eu gostei da história, o casal principal é carismático e engraçado, mas eu tive tanta raiva do c* doce dessa prota que meu Deus! Passei mais da metade do drama querendo dar na cara dela, juro! Com relação ao final, não fiquei totalmente satisfeita não, além de achar as coisas um pouco corridas demais, alguns aspectos da trama ficaram sem sentido, como o vilão principal que fez e aconteceu o drama todo e, no fim, não recebeu qualquer punição, como se okay ele ter ferrado com a vida dela desde o começo e ela esquece mais rápido do que esqueceu a raiva do pai que ela alimentou a vida toda. Mas pelo menos é um final fechado e até bonitinho, bem melhor que o de Game Maya, por sinal, porque aquele lakorn merecia um final mais bem feito, só acho.

Personagens Centrais

May - A protagonista é uma modelo e empresária bonita e de personalidade forte. Por ter tido uma infância difícil e cheia de traumas, May não acredita nos homens e tem uma relação difícil com o pai por acreditar que ele foi o causador da morte da mãe. Ela é amiga de Sarut desde a infância e por isso aceitou casar com ele, pois, depois do avô, era o único homem em quem ela confiava. Por vezes, além de teimosa, May é muito infantil e por isso eu ficava com muita raiva dela, apesar de entender em partes como ela se sentia, achava ridículo o modo como ela simplesmente não admitia seus sentimentos para Kade mesmo quando estava estampado na cara dela. Sem contar que isso ficou meio sem sentido. E me dava ódio quando ela provocava ele de propósito para nada. Achava essas atitudes "corta clima" dela muito infantis, às vezes funcionava num bom timing cômico, nas outras era só chato mesmo.

Kade é um empresário imobiliário e investidor. De caráter honesto e justo, perdeu os pais quando jovem e era apaixonado por Pin. Estudou alguns anos no exterior apenas para voltar e descobrir que a garota que prometeu esperá-lo estava namorando Sarut. Ele é um homem inteligente, sensível e intenso que se entrega de corpo e alma ao que sente. Apaixona-se por May praticamente à primeira vista e é quando percebe que o que sentia por Pin não era nada além de um forte amor fraternal. Achei fofíssimo o modo como ele honrou a palavra dele até o final e morria de rir quando ele começava a meditar pra não "cair na tentação".

A ex noiva de Kade era uma jovem de origem humilde que cresceu apenas com a mãe. A duras penas as duas sobreviveram e ela e Kade eram amigos desde crianças, de modo que eram muito próximos e ele sempre teve um senso de proteção muito grande por ela. Ao saber que estava grávida de Sarut, mas com medo da mãe horrível dele, Pin pede ajuda a Kade e este se compromete a casar com ela e ser o pai do bebê. Contudo, Pin acaba optando por enfrentar a odiosa mãe de Sarut ao lado do amado. No começo ela parece meio mosca morta, mas a gente logo vê que é uma mulher forte. Uma das coisas que eu não posso reclamar nesse drama é que as mulheres são inúteis (com exceção da Lookaew claro), tanto Pin quanto May apesar de não serem eficientes em se defender fisicamente, também não ficam inertes enquanto o príncipe as salva elas se defendem como podem, e é isso que deixa a gente torcer por elas apesar das raivas.

Sarut é filho de uma mulher que põe medo até no capeta. Ele no começo é aquele típico filhinho de mamãe inútil que se deixa levar pelo barco, fazendo tudo que a mãe dele quer sem reclamar pelo maldito dever filial cego que aquela mulher pede dele. O jeito como ele se dobra pra mãe e foge o tempo quase todo no começo ao invés de se impor irrita um pouco, mas logo quando ele vai ganhando confiança e atitude começa a ficar menos insuportável. Ele era o melhor amigo de May quando criança e foi o primeiro homem com quem ela teve confiança o bastante para criar um relacionamento, mais para irritar a mãe, porque ela também não gostava de May, do que por amá-la de fato.
A mãe desse guri é um caso a parte, meu Deus. A mulher é doente mental, gente! Obsessiva, psicótica, manipuladora, falsa, hipócrita, e nem dá pra listar tudo que ia dar um post só pra ela. Pra vocês terem uma noção, a mulher faz a mãe do Doumiouji parecer uma santa! Toda vez que ela aparecia para fazer um showzinho a gente morria de vergonha alheia, sinceramente eu só queria que ela morresse.

Gente, essa mulher não sabe o que é amor próprio, sério! Lookaew é a segunda modelo da Tailândia, vive competindo com May pra ver quem é a melhor, a mais bonita e a mais famosa. É oferecida e muitas vezes joga sujo pra conseguir o que quer. De início tudo bem, ela é apenas insuportável. Contudo, quando aparece o tal Nakarin e ela começa a dar em cima dele, minha nossa, ela perde totalmente a vergonha. Quando essa criatura entrava em cena eu só desejava que alguém enchesse a cara dela de tapa até ela recuperar a vergonha na cara. Meu Deus, era cada escândalo que a gente ficava enjoado com vergonha dela! Sem contar que quanto mais o cara era escroto e rude com ela, mais ela ficava no pé dele mendigando afeto e atenção da maneira mais ridícula do mundo. Obsessiva, louca e paranoica. Um nojo. Inclusive, uma das coisas que mais ficou sem sentido em tudo foi a drástica mudança de comportamento dela meio que do nada. Como se ela tivesse tido um insigth e, pronto, posso agir normal de novo, e a gente fica, como assim?

Nakarin é um empresário e um dos vilões principais da história. De passado misterioso e personalidade sombria eu achava ele um nojo desde que mostrou a cara e, sendo sincera, por mais que o drama faça toda a pose para esconder a identidade dele não precisa ser muito esperto para saber quem ele era na trama em determinado ponto, principalmente porque ele dá muito na cara. O homem é psicopata no level hard. Manipulador, mentiroso, escroto no sentido máximo da palavra.
Se teve uma coisa que pra mim foi um puta furo de enredo foi a transformação mágica desse homem no último capítulo.Numa hora ele quer matar geral e se vingar, no minuto seguinte ele tá chorando abraçado com o pai e todo mundo esquece as merdas que ele fez nos outros 15 capítulos e eu fiquei tipo "como é?!" Não concordei com isso, na boa. Ok, até aceito que ele se arrependa, mas queria ver ele pagar por tudo que fez antes, mesmo sob suas justificativas, os fins não justificam os meios, apenas. Pra mim foi super sem sentido.

E é isso! Espero que tenham gostado da resenha e, probleminhas a parte, eu super recomendo esse lakorn, pessoas!