terça-feira, 31 de dezembro de 2019

[Drama] Martial Universe temp. 1

Original: 武动乾坤 (Wǔ dòng qiánkūn) lit. artes marciais
Ano: 2018
Episódios: 40 (1ª temporada)
Gêneros: Fantasia, Filme de aventura, Romance

Sinopse: Um talismã mágico muda o destino de um jovem para sempre.

Lin Dong (Yang Yang) é abandonado por seu próprio clã. No entanto, quando ele se depara com um talismã de pedra com poderes mágicos, sua vida nunca mais será a mesma. Enquanto viaja pelo mundo, suas muitas aventuras o ajudam a aperfeiçoar suas habilidades nas artes marciais. Ele também conhece duas mulheres muito diferentes, Ying Huan Huan (Zhang Tian Ai) e Ling Qing Zhu (Wang Li Kun), que não apenas fisgam seu coração como também o ajudam a lutar para impedir que uma seita demoníaca domine o mundo.

Será que o despretensioso Lin Dong vai se tornar o grande herói mundial das artes marciais?

Eu confesso, só vi esse drama por causa do Yang Yang, mas só tive raiva o drama praticamente todo! A história acompanha Lin Dong o filho de um homem que era considerado muito poderoso, mas que depois de ter sido gravemente ferido por seu filho adotivo ficou aleijado e nunca mais pôde lutar. Em um mundo onde o cultivo da força e o poder da luta é o que predomina e divide homens, Lin Dong é considerado um fracassado por não se importar em cultivar, apenas tenta conseguir o remédio do seu pai e garantir a segurança da sua irmã mais nova, Tin Tang.

Contudo, as coisas mudam quando após um pequeno acidente ele acaba encontrando uma pedra que lhe concede um determinado nível de poder. Logo, o garoto comum e aparentemente sem talento acaba se tornando o guardião do emblema ancestral, destinado a livrar o mundo de uma ameaça sombria chamada Yimo. Mas o caminho que leva até se tornar o protetor do emblema é tortuoso e Lin Dong vai descobrir que precisa de muito mais que coragem, mas terá de enfrentar a perda, suportar a solidão e descobrir que a lealdade é algo que se dá, mas nem sempre se recebe de volta.

Ele se encanta a primeira vista por Ling Qing Zhu, uma integante do palácio da pureza cujo pai traiu a causa para se aliar aos Yimo. Mas no seu caminho também aparece Ying Huan Huan a princesa da seita Dao que se apaixona por ele de modo ardente e desprendido enquanto Qing Zhu sequer o nota. A missão de Lin Dong é reunir os demais protetores dos emblemas ancestrais e em sua jornada ele enfrentará Lin Lang Tian, o homem que feriu seu pai, além de se tornar o centro das armações do Yimo que usa a ganância de Lin Lang Tian para se apossar dos emblemas.

Em resumo é isso aí, não vou me estender muito porque não to com paciência nem pra falar desse dorama. Se você quer ver a jornada do herói na prática esse drama é PERFEITO pra você. Uma verdadeira aula do assunto de modo dinâmico e sem precisar de explicações. Mas o mérito de Martial Universe acaba aí. Pelo menos pra mim. No começo do drama achava Lin Dong um chato, Ting Tan parecia fadada a fazer estupidez (e isso se provou mais que certo), Ling Qing Zhu era arrogante e egoísta, a única personagem que eu realmente gostei apesar de ser meio mimada foi Ying Huan Huan, além de dedicada totalmente ao seu sentimento por Lin Dong ela por vezes desistiu ou arriscou a própria vida por causa dele e tudo que recebia em troca era a boca babada dele por Ling Qing Zhu que nem dava bola.

Isso me deixava possessa, na boa. Aí ela passa o drama todo sofrendo calada por essa anta, recusa, inclusive, ser guardiã do emblema do gelo porque isso ia significar precisar deixar de amá-lo, tudo pra esse imbecil só se dar conta dela quando ela tá praticamente a beira da morte. A vá! Lin Lang Tian é a definição de boy lixo escroto, o drama todo eu só queria que ele morresse mesmo. Tin Tang nem se fala, guria burra do caramba, eu não sabia se ela era cega ou fingia, ficava se queixando que era um fardo e blá blá blá, mas tudo que fazia só a tornava um fardo mais pesado ainda!

Enfim, não gostei mesmo. Nem quero saber da segunda temporada, se tivesse a opção desver eu usaria. Não digo que recomendo ou não recomendo, vou deixar vocês por sua conta em risco.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

[Livro] Temporada dos Ossos

Original: The Bone Season
Autor: Samantha Shannon
Ano: 2000
Páginas: 448
Gênero: Distopia, fantasia

Sinopse: 2059. Paige Mahoney tem dezanove anos e trabalha no submundo do crime da Londres de Scion, na zona dos Sete Quadrantes, para Jaxon Hall. O seu trabalho consiste em procurar informações invadindo a mente de outras pessoas. Paige é uma caminhante de sonhos, uma clarividente - e, no seu mundo, no mundo de Scion, comete traição pelo simples facto de respirar. Está a chover no dia em que a sua vida muda para sempre. Atacada, drogada e raptada, Paige é levada para Oxford - uma cidade mantida em segredo há duzentos anos e controlada por uma raça poderosa, vinda de outro mundo, os Refaim. Paige é atribuída ao Guardião, um Refaíta com motivações misteriosas. Ele é o seu mestre. O seu professor. O seu inimigo natural. Mas, para Paige recuperar a sua liberdade, tem de se deixar reabilitar naquela prisão onde tem por destino morrer.

Creio que devo ter mesmo problemas com distopias. Não importava o quanto eu tentasse, não conseguia gostar desse livro e ele parecia não acabar nunca! Sendo bem sincera eu não fui muito feliz na escolha de livros esses últimos meses...

Aqui seguimos Paige uma guria bem chatinha que vive em uma Londres futurística onde existem clarividentes e humanos comuns. Há uma perseguição severa ao primeiro grupo então tal qual a sociedade se junta para caçá-los, eles se organizam em gangues comandadas pelo que se chamam de mime lordes. O mime-lorde da gangue de Paige é Jaxon Hall, um homem sombrio e ganancioso que não pensa duas vezes antes de conseguir o que quer e não tem quaisquer escrúpulos para atingir seus objetivos.

Paige é uma andarilha onírica, uma pessoa que consegue sair do seu corpo em espírito e entrar no "plano espiritual" de outra pessoa, por assim dizer. Ela não tem uma dimensão real do poder que tem e é treinada por Jaxon há anos. Contudo, sua vida até então tranquila, dentro da possibilidade de uma sociedade que não lhe aceitava, muda completamente quando ela acaba sendo atacada por dois guardas da DVN (uma espécie de guarda noturna) e acaba matando os dois guardas com seu poder e acaba sendo capturada e levada para uma prisão fora de Londres.

Após acordar junto  de outros  prisioneiros como ela, Paige descobre que está em uma espécie de cidade fantasma erguida por um tipo de raça alienígena que aparentemente deu origem aos clarividentes. Ela se torna protegida de Arcturus Mersantim, o noivo de Nashira a mandachuva do lugar. Enquanto procura uma maneira de escapar dali, Paige faz alguns amigos e acaba se aproximando mesmo contrariada do seu "mestre", em especial quando descobre que ele é diferente dos demais de sua espécie.

Conforme ela começa a treinar e desenvolver suas habilidades passa a descobrir mais sobre aquela cidade, as ameaças que ela abriga e a raça complexa que comanda o país inteiro. Em meio a reviravoltas ela descobre que a lealdade tem um preço muito alto e que confiança é algo que pode se encontrar no lugar que menos se espera, tal qual os sentimentos.

Achei o livro chato, não consegui me apegar às personagens, mesmo achando válida a analogia utilizada com a perseguição e a sociedade tão espelhada na nossa, além de uma cultura e evolução que despertam alguma curiosidade, para mim a leitura foi arrastada, não torci por nenhum personagem, achei a Paige chata e muitas vezes infantil. Não consegui gostar.

domingo, 29 de dezembro de 2019

[Livro] A Rainha Vermelha

Original: Red Queen
Ano: 2015
Autora: Victoria Aveyard
páginas: 388 (242 ebook)
Gêneros: Romance, Fantasia, Ficção juvenil, Distopia

Sinopse: Nesta fantasia repleta de ação, romance e muitas reviravoltas, a ordem da sociedade é ameaçada quando Mare Barrow, uma jovem comum de sangue vermelho, descobre que tem um poder até então exclusivo à elite de sangue prateado. O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses. Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso... Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho? Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe - e Mare contra seu próprio coração.

Uns anos atrás todo mundo só falava desse livro e da série trono de vidro, mas não gosto muito de dar ouvidos aos hypes então deixei passar apesar de ter me chamado atenção. Esse ano, entretanto, decidi adicionar na meta de leitura para ver o que achava, depois que todo o hype passou e eu podia ler mais tranquilamente (coisa que não vou fazer tão cedo com o trono de vidro que é bem grande). 

A história segue Mare Barrow, uma adolescente que vive em uma sociedade distópica dividida pela cor do sangue, os que tem sangue vermelho e os que tem sangue prateado. Estes últimos lideram a sociedade por serem dotados de poderes e subjugam os vermelhos com mão de ferro aprisionando-os em uma escravidão eterna onde já nascem destinados a passar fome e servir na guerra sem propósito contra um reino vizinho. Mare sabe que, tal como seus irmãos, ela também está destinada a ir para a guerra porque ao contrário de sua irmã Gisa, não tem qualquer talento para nada. Ela é, na verdade, boa na arte de furtar e o faz todos os dias com seu amigo Kilorn que é aprendiz de um pescador e assim livrou-se de ser convocado para o exército.

Contudo, sua vida inteira muda quando Kilorn perde o mestre e tem sua convocação para a guerra por certa. Mare sabe que se o amigo for convocado nunca mais irá vê-lo, pois ele vai morrer. Desesperada para salvá-lo, ela faz um acordo com Farley que aceita transportar o amigo dela para um lugar seguro em troca de uma exorbitante quantia. Para conseguir o dinheiro ela pede ajuda a Gisa que é uma bordadeira famosa, e parte para a cidade dos prateados para conseguir o dinheiro que precisa, porém, o plano não dá certo e na fuga Gisa acaba com a mão quebrada o que impedirá de trabalhar. Ao tentar roubar homens de um bar fora do vilarejo, Mare acaba sedo surpreendida por um estranho jovem que além de não entregá-la aos guardas prateados, ainda lhe dá dinheiro e parece muito interessado em sua família, diz se chamar Cal.

No dia seguinte, ela é levada por empregados do palácio e descobre que conseguiu um emprego no castelo como serviçal, bem no dia que as filhas das grandes casas vão competir pela mão do príncipe herdeiro. Mare não apenas descobre um pouco mais sobre a família real como também descobre que não é tão comum quanto achou que fosse ao cair na arena sem querer e despertar dentro de si um forte poder elétrico. Impedidos de matá-la já que demonstrou poder em público diante de todas as casas prateadas, o rei Thiberias e a Rainha Elara junto aos seus filhos Maven e Cal decidem tratar Mare como uma herdeira perdida de uma das casas sem descendente. Para salvar sua família e Kilorn, ela aceita a mentira e passa a ter de viver como uma prateada sem nunca derramar seu sangue vermelho, além disso, se torna noiva do príncipe Maven ainda que, mesmo sendo impossível, nutra algum sentimento por Cal.

Quanto mais adentra no gélido mundo prateado, mais Mare odeia. Não apenas porque tem que fingir que odeia sua própria raça, mas por descobrir a tamanha desigualdade que separa vermelhos e prateados, uma injustiça sem precedentes. Assim, indignada e enojada, ela se alia à guarda escarlate um grupo de rebeldes vermelhos que quer mudar a sociedade. Com a ajuda de Julian, o tio de Cal e irmão da falecida primeira esposa do rei, Mare não apenas descobre que existem outros como ela, vermelhos com poderes de prateados e muito mais fortes que eles, mas que a confiança é algo frágil que não se deve dar a ninguém. Com o coração e a lealdade dividida, a vermelha vai precisar lutar com todas as forças para alcançar a justiça que deseja.

Confesso que gostei da história até certa parte, a verdade é que achei Mare irritante em boa parte do livro, tinha hora que tudo que eu queria era dar na cara dela. Não sou chegada a distopias, mas o livro conseguiu me prender, os ganchos dos capítulos são muito eficientes e ele é uma verdadeira aula de narratologia. Sem contar que a história em si carrega uma poderosa reflexão social que cria uma analogia muito válida na nossa realidade em que as massas são subjugadas pelas minorias, não apenas através da lavagem cerebral, mas pela "venda" de mentiras que se aproveitam de mentes acríticas para continuar manipulando e mantendo a parte mais forte da sociedade presa em uma névoa de ilusões e mentiras que os mantém obedientes e solícitos.

É um tipo de plot bem batido no gênero, mas Aveyard consegue trazer, até certo ponto, inovação e personagens interessantes, embora grande parte delas bem irritante. Muitas das coisas que eram para ser surpresa eu consegui deduzir bem antes como o fato de Cal ser um príncipe herdeiro (acho que isso tava na cara pra qualquer pessoa que gosta de conto de fada ou realezas modernas) e o de Maven não ser nem um pouco confiável apesar da autora tentar com vigor nos enganar com a fachada de doçura revolucionária e solicitude dele (com uma mãe daquela? A vá!) ou mesmo o fato do irmão dela, Shade, não estar morto como ela pensava (isso foi mais intuição mesmo). Não terminei a leitura com aquele desespero literário de saber o que acontece depois, mas planejo sim ler os demais livros da série. Acho uma indicação muito válida, especialmente para fãs de séries como A Seleção já que o livro segue uma vibe bem similar.

Esses dois últimos meses foram bem complicados para mim, acabou que precisei pegar alguns trabalhos que consumiram muito do meu tempo e não tive como nem andar as leituras em curso nem completar o dorama a tempo, vou completar tudo em cima da hora... mas a saúde pede e a gente tem que dar um jeito de conseguir dinheiro pra médico e exame já que não dá pra contar com saúde pública (não aqui pelo menos). Espero que me desculpem. Se eu conseguir, ainda planejo uma postagem sobre o ano de 2019 como um todo e o que eu tenho em mente para 2020. Mas primeiro vou tentar finalizar o livro 50 da minha meta e o dorama que estou vendo a tempo do dia 31!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

[Anime] Ghost Hunt

Original:  ゴーストハント
Ano: 2006-2007
Gênero: Suspense, terror, comédia, drama
Direção: Mano, Akira

Sinopse: O Instituto de Pesquisa Psíquica Shibuya é um escritório dirigido por Shibuya Kazuya, ou Naru, e estuda casos paranormais. Seu trabalho é investigar cientifica e minuciosamente fenômenos psíquicos a pedido de clientes. Um dia, Taniyama Mai, aluna do ensino médio, causa um acidente e Lin, assistente de Naru, se machuca. A partir daí, Mai começa a trabalhar no escritório como a nova assistente de Naru; apesar de não se entender nem um pouco com ele. Fantasmas, espíritos, maldições e exorcismos em massa… Nesse misto autêntico de horror e mistério, os membros do Instituto e seus mais novos ajudantes: a sacerdotisa Matsuzaki Ayako, a médium Hara Masako, o padre John Brown e o monge Takigawa Houshou, irão resolver inúmeros casos incrivelmente bizarros com muita reza e muito bom humor.

Tem vidas que eu terminei esse anime e não achava tempo (nem animo) para vir resenhar. Gente, a coisa tá difícil aqui, meu rendimento tá péssimo, desculpem.

De todos os animes que eu coloquei na meta desse ano, só um não deu pra assistir e foi jigoku shoujo (ou hell girl), então, provável que Ghost Hunt seja a última resenha de anime desse ano. E te dizer, fechei com chave de ouro. Eu não curto o gênero terror visual, vocês bem sabem, até hoje me pergunto como eu tive estômago e psicológico para assistir Another (um anime ótimo, por sinal!) e é exatamente o que torna Ghost Hunt um prato cheio para pessoas "sensíveis" como eu, ele consegue assustar (muito) sem gore.

No começo confesso que não tava dando muito nele não, a história começa meio tímida, parecendo bem genérica, mas conforme os capítulos vão avançando a gente vai imergindo e tem alguns que a espinha chega a gelar, uma coisa difícil em um anime de terror que não apela para o gráfico gore como boa parte das produções do gênero. E conforme os arquivos vão passando as histórias ficam bem mais sombrias o que só anima a gente pelo desfecho.

Baseado em uma série de mangá, Ghost Hunt conta a história de Taniyama Mai, uma adolescente do colegial que gosta de contar história de fantasmas com suas duas amigas depois das aulas. No prédio vizinho à escola dela há outro de uma escola antiga (bem estilo Tasogare otome). Enquanto conta histórias de fantasma um dia, elas são interrompidas por um estranho adolescente que não é da escola delas e lhes dá um bom susto bem na conclusão do último conto, as amigas de Mai ficam embasbacadas com a beleza do estranho, mas ela não consegue se prender só nisso e desconfia que ele não é o que parece.

Influenciada pelo que ouviu nas histórias do dia anterior, na manhã seguinte ela decide entrar na escola antiga para dar uma conferida e sanar sua curiosidade, é quando ela vê uma câmera de vídeo posicionada bem na entrada. Quando chega perto dela ouve um barulho e é impedida por um homem que briga para ela não tocar no aparelho, bem nesse momento o armário de sapatos cai e Mai é salva pelo homem, que se machuca. Logo ela descobre que o homem machucado é secretário do garoto que interrompeu seu conto de terror no dia anterior. Shibuya Kazuya, seu nome. Ele tem dezessete anos e trabalha em sua própria empresa.

Como punição pela camera quebrada e a ausência do assistente, ela se vê forçada a tomar o lugar de Lin, que se machucou, como assistente de Naru (que ela apelidou assim como um diminutivo de Narcisista). Naru é dono do centro de pesquisa sobrenatural, ele é um caçador de fantasmas sendo mais específico, o diretor da escola de Mai o contratou para averiguar os eventos estranhos na escola antiga. É aí que conhecemos os personagens que vão acompanhar o anime inteiro: Bou, um monge budista "moderninho", Ayako, uma sacerdotisa também "moderninha", Masako, uma médium capaz de ver fantasmas e ser possuída para que eles se comuniquem e John um jovem padre estrangeiro que esta passando pelo Japão.

O anime é divido em arquivos que variam de três a quatro partes cada um, dando um total de oito arquivos (que são os casos), o primeiro é bem bobinho, mas a medida que vão avançando eles se tornam mais obscuros inclusive os dois últimos que são os mais pesados. Muitos mistérios envolvem não apenas os casos, mas os próprios personagens, descobrimos que Mai não é uma humana comum, mas tem algum tipo de poder sobrenatural que lhe concede uma habilidade próxima da projeção astral. Naru tem um poder que só é revelado no último capítulo, assim como Lin que não é nada o que parece.

Eu gostei muito do anime, não apenas por ele ser divertido e prender a gente na história, mas por ser equilibrado, explorar bem as personagens e assustar na medida certa. Mai me fazia raiva algumas vezes, tinha hora que eu realmente queria bater nela, assim como Masako era meio chata. Ainda assim, isso não atrapalha em nada o seguimento de Ghost Hunt que é envolvente, cheio de suspense, confere uns bons sustos e é muito bem construído. Não sei até que volume do mangá foi adaptado, mas a história, apesar de não ter um final fechadinho, se conclui bem e eu gostei bastante. Recomendo!

sábado, 7 de dezembro de 2019

[Livro] Todas as Pequenas Luzes

Original: All The Little Lights
Autor: Jamie McGuire
Gênero: YA
Ano: 2018
Páginas: 348

Sinopse: Quando Elliott Youngblood vê Catherine Calhoun pela primeira vez, ele é apenas um garoto com uma câmera nas mãos que nunca viu algo tão triste e tão belo. Os dois se sentem excluídos e logo se tornam amigos. Porém, no momento em que Catherine mais precisa dele, Elliott é forçado a sair da cidade. Alguns anos depois, Elliott finalmente retorna, mas ele e Catherine agora são pessoas diferentes. Ele é um atleta bem-sucedido, e ela passa todo o tempo livre trabalhando na misteriosa pousada de sua mãe. Catherine ainda não perdoou Elliott por abandoná-la num momento difícil, mas ele está determinado a reconquistar a amizade dela — e a ganhar seu coração. Bem quando Catherine está pronta para confiar outra vez em Elliott, ele se torna o principal suspeito em uma tragédia local. Apesar da desconfiança de todos na cidade, Catherine se agarra ao seu amor por Elliott. Mas um segredo devastador que ela esconde pode destruir qualquer chance de felicidade que os dois ainda têm.

Primeira leitura de Dezembro e 48ª do ano, não posso reclamar de não ter sido produtiva esse ano no que se refere a ler apesar de todos os percalços. Minha irmã me deu esse livro há um tempo, mas ainda não tinha tido vibe para ler, decidi dar uma chance para ele esse mês e foi uma grata surpresa para mim! 

A história gira em torno de Catherine Calhoun (minha xará haha) e Elliot Youngblood (também conhecido como personagem que me faria casar se existisse de verdade). Quando criança, Elliot, de férias na casa de seus tios em Oak Creek queria tirar uma bonita foto do pôr do sol e para isso subiu no carvalho da casa de Catherine quando ela e o pai saíram de casa carregando uma trouxa. A proximidade entre eles e o rosto triste de Catherine chamaram a atenção de Elliot, curioso e incapaz de se mexer ele observou enquanto ela e o pai enterravam o cachorro da família, a aura de mistério que envolvia aquela menina e sua beleza singular chamaram a atenção do garoto de uma forma que ele não conseguia pôr em palavras (literalmente porque é ele que começa narrando o livro e depois alterna com o ponto de vista de Catherine que conta praticamente a história toda.) então o verão acabou deixando a única certeza de que ele um dia falaria com ela, porque algo dentro dele lhe dizia que ele precisava fazer isso.

Passam-se alguns anos e a situação na casa de Elliot pioram com as constantes brigas dos seus pais, quando abre suas malas na casa dos tios ele sabe que não vai passar apenas o verão ali, mas que vai ficar por um bom tempo coisa que ele não sente, de forma alguma, ser ruim. A calma da casa dos tios e a sensação de lar que impera entre o tio John e a tia Leigh funcionam para ele muito melhor do que a residência conturbada de um pai abusador e uma mãe infantil que continua insistindo nele apesar de todas as influências negativas que isso traz para o filho e Elliot não entende, tampouco aceita, o comportamento da mãe. Dos dois ele é muito mais adulto que ela. Por ser descendente de uma tribo indígena, Kay, a mãe dele, sempre sofreu muito preconceito em Oak Creek, por isso ela odeia a cidade e a ideia do seu filho morar lá é inaceitável para ela.

Catherine leva uma vida difícil desde que a família perdeu tudo e luta para sobreviver. Sua mãe, Mavis, continua instável e parece só piorar e é seu pai que funciona como âncora da casa e da sua vida. Ela ama o pai mais do que a si mesma e qualquer pessoa no mundo, então, ao descobrir que ele perdeu o emprego sabe que as coisas com a mãe dela vão ficar impossíveis e não quer estar lá para ver. É em um dia como esse que ela conhece Elliot Youngblood socando sua árvore com uma fúria assassina. O primeiro encontro dos dois poderia ser inusitado, mas contrariando a aparência de adolescente (e qualquer um sabe que ninguém é bonito nessa fase da vida) de quinze anos, o carisma e a personalidade forte de Elliot chamam atenção de Catherine o suficiente para ela aceitar seu convite para sair quando seus pais começam a gritar em casa. Apenas quando ele a defende de Presley Brubaker e suas clones é que ela tem certeza que quer ser amiga daquele garoto estranho que parece conhecê-la.

A amizade, como se imaginaria, vai evoluindo aos poucos junto com o verão. E do mesmo modo evolui os problemas na casa de Catherine e as complicações na família de Elliot. Quando o pai dela passa mal tudo que ele queria era estar ao lado dela e segurar sua mão, mas a mãe dele não está disposta a deixar o filho mais um segundo sequer naquela cidade, especialmente pelo fato de o sentimento por Catherine dar a ela a certeza que ele ficaria ali para sempre (algo que ela nunca permitiria.) Desesperado sem notícias dela e sem poder se despedir, Elliot é levado embora justamente no momento que a vida de Catherine queima e as cinzas voam ao vento sem que ela possa contar com ninguém.

Dois anos se passam e ela tem certeza não apenas que Elliot a abandonou, mas que sua vida não poderia estar pior. A sua casa virou uma pousada, a saúde da sua mãe está definhando cada dia mais ao ponto de assustá-la e os hóspedes a fazem trabalhar como escrava do dia a noite. Catherine ainda precisa lidar com o bullying na escola, com o ódio dos dois únicos amigos que ela tinha e precisou afastar e, agora, com o retorno de Elliot e sua insistência em ficar ao lado dela. Contudo, ela sabe que permitir que ele se aproxime (mesmo precisando desesperadamente dele e da sua proteção) implica colocá-lo em perigo porque dentro da sua casa gelada e sombria não é seguro e arrastá-lo para sua vida seria destruí-lo. Mas Elliot não está disposto a desistir do coração dela.

Quando Presley desaparece e Elliot se torna o principal suspeito (mais por racismo da polícia que por indícios de que ele fez alguma coisa) o segredo de Catherine é ameaçado e ela precisará fazer uma escolha entre salvar o amor de sua vida ou continuar mantendo preso o fardo secreto que guardou por dois anos na parede do velho casarão que guarda as sombras do seu passado.

Esse livro me surpreendeu muito, não apenas pelos personagens carismáticos e bem construídos, mas pela trama envolvente e bem amarrada. Catherine é meio irritante (e acho que é um traço de pessoas com esse nome porque até hoje nunca li um livro em que a personagem com esse nome não fosse irritante, instável e problemática), muitas vezes me irritava com a passividade dela, em especial com relação à mãe, entendo que há um vínculo forte entre a mãe e os filhos (quando se cresce em um lar minimamente saudável o que não é bem o caso dela, mas okay), contudo, a cegueira, passividade, egoísmo dela me tiravam do sério, se ela tivesse feito a coisa certa desde o início podia ter evitado muita coisa. Tentei olhar pela ótica de uma pessoa que perdeu o pai, a base racional da casa e pessoa que mais amava, o trauma e se ver apenas com a mãe como sua única família, mas nem assim consegui me colocar no lugar dela ao ponto de sentir empatia.

Desde o início as atitudes da mãe dela me irritavam. Ela mesma não parecia gostar muito da "mamãe" de quem não foi muito próxima. Fica claro no início do livro que Mavis passava por problemas psicológicos decorridos de uma infância de abuso por parte do pai, mas a forma como Catherine parecia alimentar o estado da mãe ao invés de procurar ajuda para ela e para si mesma apenas não entrava na minha cabeça. Tinha horas que eu apenas queria segurar a personagem pelos ombros e fazer ela cair na real. Muito do que ela passa nesse livro eu não teria suportado caladinha como ela fazia não. Nunca. Ia ser matar ou morrer e eu não estava nem aí.

Elliot é de longe o melhor desse livro. Claro que ele não é perfeito, acho que esse foi um dos pontos que mais gostei nele, era imperfeito ao ponto de ser muito real. Dentro do contexto familiar dele, só o fato de ele tentar tanto não ser como o pai já o deixava a coisa mais fofa desse planeta, a maneira como ele cuidava da Catherine e o jeito que ele demonstrava seus sentimentos sem precisar dizer eram as coisas que mais me encantavam. Ele tinha uma personalidade forte e mesmo sendo um pouco assustador a forma como em alguns momentos ele parecia obcecado por ela, não considerei uma relação abusiva, especialmente porque ele respeitava as escolhas dela mesmo sem concordar e nunca se cansava de tentar abrir os olhos da maldita personagem para uma verdade que estava diante do nariz dela.

O plot twist do livro me pegou de jeito. A autora pode até ter dado pistas, mas eu nunca suspeitaria daquele desfecho, não do jeito que foi. Sabia que tinha algo a ver com a pousada e com o que acontecia lá dentro, mas não imaginava que era exatamente aquele ponto. Acompanhar a evolução (lenta como uma lesma) da Catherine foi muito legal, mesmo com um final fechadinho e lindo, o livro dá a ideia do processo que é reprogramar sua mente gradualmente para se libertar dos grilhões de medo, indecisão e erros familiares que a prenderam no que ela é. Amei isso. A ideia de um começo novo e de esperança. Super recomendo!