Original: New Moon
Autor: Stephenie Meyer
Série: Crepúsculo #2
Gênero: Fantasia, Romance, Drama
Ano: 2006
Páginas: 347 (ed. econômica)
Sinopse: Para Bella Swan, há um coisa mais importante do que a própria vida: Edward Cullen. Mas estar apaixonada por um vampiro é ainda mais perigoso do que ela poderia ter imaginado. Edward, já resgatara Bella, das garras de um monstro cruel, mas agora, quando o relacionamento ousado do casal ameaça tudo o que lhes é próximo e querido, eles percebem que seus problemas podem estar apenas começando...
Doze anos depois, revisito Lua Nova. A sensação que me deu foi de ler pela primeira vez e isso foi muito bacana, consegui pescar coisas que me passaram quando li lá aos 20 anos sob a esmagadora loucura dos filmes que estavam por toda a parte.
Na sequência de Crepúsculo, Bella e Edward estão presos em seu mundinho particular de amor depois dos eventos quase fatais com James. O livro começa no dia do aniversário de 18 anos de Bella, seu trauma ansioso por estar mais velha que o namorado vampiro começa a incomodá-la ao ponto de ela ter pesadelos de uma versão idosa de si mesma ao lado do imutável Edward Cullen. Alice, contrariando todos os protestos, prepara uma super festa de aniversário para ela e conta com o irmão para arrastá-la para lá, mas os eventos saem do controle quando Bella acaba cortando o dedo e Jasper sai de controle tentando atacá-la.
Sentindo-se culpado e ainda mais preocupado com o bem estar da amada, Edward decide ir embora e dar à Bella a chance de viver uma vida normal, longe do seu mundo obscuro e perigoso. Assim, junto com sua família, ele deixa Forks e uma Bella deprimida e desesperada para trás. Afundando em melancolia e solidão, Bella se afasta dos amigos da escola, não consegue mais dormir, comer, ouvir música, sequer mencionar o nome dos Cullen. Preocupado com ela, Charlie começa a pensar em mandá-la de volta para a mãe porque não sabe como lidar com a depressão da filha, mas ela recusa-se a ir embora.
Para despistar o pai, Bella começa a fingir que está voltando ao normal, retorna ao trabalho, começa a se forçar a sair com os amigos e descobre que, sempre que coloca sua vida em risco, consegue ouvir a voz de Edward. Por mais masoquista que pareça, ela começa a testar sua teoria e, ao comprar duas motos velhas, lembra-se de Jacob Black que é um bom mecânico. Assim, ela se reaproxima dele e surpreende-se com quão fácil Jacob consegue fazê-la sentir-se confortável. A amizade dos dois funciona como uma espécie de band-aid na ferida deixada por Edward, embora Bella ainda insista em fazer coisas suicidas para conseguir ouvir a voz dele.
Ela sabe que Jacob se sente diferente em relação a ela, mas deixa claro que não pode retribuir os sentimentos, especialmente porque a amizade dele é o que a mantém respirando. Porém, as coisas começam a ficar estranhas quando Jacob também se afasta dela sem dar nenhuma razão, Bella fica pensando que ele foi "recrutado" pela "gangue" de Sam Uley da qual o garoto já havia falado antes, mas acaba descobrindo que, na verdade, ele é um lobisomen. Ela também descobre que Victória está atrás dela quando Laurent tenta matá-la, mas é impedido pelos lobos.
Sozinha mais uma vez, Bella começa a sucumbir e agora que Jacob tem suas incumbências como membro da matilha de Sam, não pode mais ficar com ela como antes, além disso, o humor dele não é mais o mesmo. Em um momento de fraqueza, Bella começa a pensar se conseguiria se apaixonar por ele ou mesmo tornar o sentimento de amizade que os une em algo mais profundo. Mas a visita de Alice muda suas convicções.
A vampira aparece após Bella ter pulado de um penhasco em busca da voz de Edward e quase se afogar, ela explica que não fez aquilo na intenção de se matar, mas por "diversão". Ela implora que a Cullen fique com ela mais um tempo, ao que Alice cede, mas o jogo vira quando Rosalie conta a Edward sobre a visão e, acreditando que Bella está morta, ele decide ir à Itália para se matar. Aterrorizada, a garota segue Alice até Volterra para impedir o amado de cometer o ato insano e, mesmo chegando a tempo, entra na mira dos Volturi, seu futuro com Edward tão nublado quanto antes.
Olha, uma das coisas que mais me pegou nessa releitura foi a depressão de Bella, ela era bem menos ruim do que me lembrava que falavam na época. Não digo que ela não teve intensidade, mas não foi aquela chatice toda divulgada na época pela galera e mostrada na adaptação de forma tão exagerada. Muita gente acha um livro chato de ler, eu não achei. Consegui entender a situação da personagem e a forma como ela se sentia o que não quer dizer, claro, que concordo com a postura dela diante do término. Ainda que dentro da situação em si o isolamento de Bella e Edward seja crível, a maneira como ela é dependente dele não parece saudável.
Mas assim, está se falando de uma adolescente de dezoito anos, ainda que a Meyer tente vender a personagem como madura, e em muitos aspectos ela o seja, ainda é uma adolescente imediatista, impulsiva e com os sentimentos à flor da pele. E, pelo menos, a autora mantem essa obsessão sólida por todos os livros, torna o amor crível de alguma forma. Nunca fui do tipo que compra esse triângulo amoroso, por mais que Bella tenha chegado a considerar um relacionamento com Jacob, ela descarta a hipótese e, durante toda a leitura, fica bem claro que o que há entre os dois é amizade. Jacob tem a ilusão do que ele queria que Bella fosse, de algo que ele sabe ser inalcançável e, por isso, é tão desejado.
Pôster do Filme de 2009 |
O livro tem muitas cenas lindas que ficaram aguadas no filme, especialmente o diálogo entre Edward e Bella no final do livro, os cortes feitos na adaptação reforçam muito a crítica de que o relacionamento deles não é saudável e, sobretudo, ficou muito superficial se comparada com o momento doce e da troca sensível de palavras na conversa deles no quarto. Além disso, o monte de cenas que não existem no livro como uma forma de contextualizar situações (e é bem desnecessário), além da elipse de personagens (não que Lauren seja importante, Jessica cumpre o papel das duas).
Alguns contextos que foram cortados prejudicaram a intensidade das cenas correlacionadas, como no caso da cena da floresta em que Edward vai embora. Outros recursos, entretanto, serviram como suporte para a lacuna narrativa que não daria para representar em cena, como os emails narrados por Bella para Alice que cumprem a função de mostrar os sentimentos da personagens narrados no livro, claro que, no livro isso se torna muito mais pungente e intenso que na tela. Mas o recurso de mostrar o tempo pela janela enquanto a personagem está catatônica serviu muito bem como um apoio visual para a situação dela.
A coisa é que, quem leu o livro percebe que muitos pontos da história ficaram... rasos no filme, porque estavam desprovidos de contexto, outros ficaram forçados como aquela briga no pátio dos Volturi que nunca existiu (e isso se repetiu em Amanhecer parte 2) uma forma de surpreender um público que não conhece a história, mas encher linguiça para um que já conhecia. Além disso, muitas cenas cortadas fizeram falta e a mudança de tempo em outras cortou o clímax oferecendo um desfecho de gancho completamente desnecessário considerando que a história em si já deixa uma ponta solta para a continuação. Sem contar que o filme aborda muito mais o lado dramático da história perdendo excelentes oportunidades de explorar o lado cômico do livro que é um alívio mais que necessário e se perde em todas as adaptações (eclipse foi a mais gritante depois de crepúsculo).
Todavia, não desconsidero o filme, ainda que ele não explore a história com o potencial que ela tinha, acho uma resumo aceitável do "grosso" dos fatos. E, obviamente, isso é opinião minha. Super entendo que nem tudo cabe numa adaptação, mas é evidente que a troca de algumas cenas e o anticlímax podiam sim ter sido melhorados em um enredo mais fiel ao livro. Contudo, não entendo de roteiro então fico com esse sentimento de leitora sem qualquer tipo de embasamento técnico no gênero.
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