domingo, 11 de setembro de 2022

[BL] Unforgotten Night

 Título original: ร้ายนักนะ รักของมาเฟีย

Também conhecido como: Mafia's Bad Love

Gêneros: Romance, Drama

País: Tailândia

Episódios: 12

Ano: 2022

Sinopse: Kim precisava de alguém para abraçar seu corpo por apenas uma noite.  É a única noite para saber quais são suas verdadeiras necessidades.  E foi a única noite que fez o mafioso "Kamol" não querer deixar Kim pertencer a ninguém

Kim, um trabalhador de escritório de 25 anos, há muito tempo tem vivido um amor não correspondido com o seu senior, Day.  Para esquecê-lo e seguir em frente, ele decide ficar uma noite com um estranho que conheceu no bar.  O que ele não sabia era que o estranho começaria a gostar dele a ponto de não ter mais volta.

 Kamol, um mafioso de 30 anos, tem algumas necessidades especiais na cama e por isso continua trocando de parceiros, mas ninguém consegue satisfazê-lo.  Uma noite ele conhece Kim, que atende perfeitamente às suas necessidades.  Naquele momento, Kamol decidiu tornar o homem seu e começou a persegui-lo. 


BL de mafioso tá em alta, hein? Esse também é baseado numa novel, só que, quando comparado à KinnPorsche (e chega a ser até maldade fazer isso) a qualidade é bem inferior. Claro, estamos falando da GMM 25 né? Mesma responsável por Togheter The Series, A Tale of Thousand Stars e Bad Buddy, mesmo contando com produções como Not Me e Garota de Fora eles não pareceram levar Unforgotten Night muito a sério. 

Nós acompanhamos Kim, um jovem empresário que teve o coração partido e não consegue esquecer o seu ex, Day, por quem ainda guarda sentimentos. Numa noite, após o trabalho, ele sai para beber e acaba encontrando com Kamol que demonstra interesse nele. Sem pensar muito, Kim lhe pergunta se ele pode fazê-lo esquecer o abraço de seu ex ao que Kamol concorda. Os dois passam a noite juntos e, para surpresa de Kamol, Kim não só aceita muito bem suas preferências violentas como o satisfaz a noite inteira. 

Na manhã seguinte, Kim se sente um pouco perturbado com o que aconteceu e em como ele deixou o homem fazer o que queria com ele — e, ainda mais, gostou disso — ele acaba "fugindo" e voltando para seu apartamento sem contar que Kamol iria encontrá-lo logo depois. Ele parece determinado a conquistar Kim e lhe pede para morar com ele. Claro que Kim recusa, afinal, fora só uma noite. Mas Kamol não parece disposto a desistir e começa a persegui-lo, desejando torná-lo seu namorado. 

Após um tempo, Kim acaba cedendo para atender ao pedido de Kamol de, pelo menos, conhecê-lo melhor. Contudo, o mundo de Kamol pode acaba engolindo-o quando seus inimigos o tornam um alvo a fim de atingi-lo, tendo não só sua vida, mas a daqueles que ele ama ameaçadas, será que Kim poderá continuar ao lado de Kamol? Mais ainda, poderá resistir aos sentimentos que começam a nascer no seu coração?

Já começamos falando do personagem principal, Kamol, ele foi intepretado pelo Yoon Phusanu (YYY) pelo amos de Deus, gente, olha pra cara desse guri e diz se tu consegue ver um mafioso viciado em BDSM! Não dá pra comprar a ideia, simplesmente. E olha que ele tenta, não acho o Yoon um ator ruim, pelo menos aqui ele ainda está melhor que em YYY (se bem que esse drama não serve pro currículo de ninguém), mas simplesmente essa fantasia de mafioso com preferência a sadismo não caiu bem  nele. Você olha pra cara desse guri e imagina ele tomando todinho não bebendo uísque e batendo com chicote de couro nos outros.

Eu não assisti Not Me nem Garota de Fora, então não posso falar da qualidade gráfica deles, contudo, vi resenhas elogiando muito ambos os dramas. O negócio é que em Unforgotten Night eles pegaram muito leve, gente, é um drama de máfia, não quero dizer que tem que aparecer a bundinha dos atores como em KinnPorshe porque sei que a GMM 25 trata de dramas mais bestinhas mesmo, pelo menos na maioria, mas como tu me pega um drama de máfia e corta a violência toda? A coisa mais "chocante" que teve aqui foi um tiro na testa! 

Além disso, em certas cenas o próprio enredo parece não se levar a sério e a gente vai assistindo e pensando: é tão ruim que chega a ser bom hahaha. Mas eu dou um mérito à produtora por ter quebrado alguns paradigmas dos BLs, começando pelo primeiro episódio quando o Kamol pergunta ao Kim se ele está sóbrio, do contrário não tocaria nele. Quase entoei um aleluia nessa cena, obviamente a gente não assiste esse tipo de conteúdo pra problematizar (até porque se não a gente não veria nenhum), mas estupro não dá para defender nem passar pano, na minha concepção esse é o tipo mais hediondo de violência e, se a pessoa não está plena das suas capacidades racionais, é estupro. Isso aconteceu em KinnPorsche, foi péssimo e embora o personagem tenha tentado contornar depois, não isenta ele de responsabilidade.

É uma história boa, mas achei que podia ter sido contada de maneira melhor. Ficou uma versão "fofa" da máfia, não acho que o tom combinou com o conteúdo proposto. E, sem dúvida, senti falta de ação. Coreografias muito leves, sem muita emoção, as atuações eu nem vou comentar. Dou um crédito ao personagem Kim que, embora tenha feito cu doce boa parte do drama, pelo menos não foi daqueles que se rendeu na primeira palavra bonita. Dei um 7,0. Se tu não tem estômago para o drama de máfia raiz, esse aqui vai suprir suas necessidades.


quinta-feira, 8 de setembro de 2022

[Anime] Kawaii dake ja nai Shikimori San

Original: 可愛いだけじゃない式守さん

Episódios: 12

Ano: 2022

Gêneros: Comédia , Romance

Sinopse: Yuu Izumi leva uma vida escolar cheia de um acidente após o outro. Não importa quão improvável seja a situação, eventos infelizes o atingem a cada momento. De posse de uma sorte tão terrível, Izumi entra em seu segundo ano com um único desejo em mente - passar mais tempo com sua afetuosa namorada, Micchon Shikimori.

Bonita, atlética e carinhosa, Shikimori é imensamente popular em sua escola. Mas desde que começaram a namorar há um ano, Izumi testemunhou um lado surpreendente de sua namorada adorável: quando surge a necessidade, ela se torna incrivelmente legal! Seus infortúnios são facilmente evitados quando ela está lá para protegê-lo com um olhar inspirador em seu rosto. Encantadora em todos os sentidos, ela nunca deixa de fazer seu coração bater mais forte. Por mais infeliz que seja, Izumi certamente verá seus dias de azar terminarem graças ao fofo e legal Shikimori.

Só não dou 1000 porque o Banco de Séries não deixa!

Vi esse anime sem querer enquanto procurava algo para assistir no Banco de Séries no final de junho, fazia muito tempo que eu não via um anime bom desde Sasaki to Miyano e Horimiya, a sinopse não me ganhou muito, mas quando vi o primeiro episódio, não consegui resistir. Só que o anime só ia finalizar em Julho, então esperei terminar para poder assistir e não me arrependi.

A história gira em torno de Izumi (e isso me deu Horimiya feelings!) um garoto que nasceu sob a estrela do azar, sério, o cara não consegue ir ao banheiro sem causar um acidente quase mortal. Ele é o namorado da bela e inteligente Shikimori, uma garota doce e popular na escola, mas que guarda um lado secreto e apenas suas amigas próximas e o namorado conhece: ela é incrível em artes marciais e muito protetora. Desde que começaram a namorar, Shikimori protege Izumi dele mesmo, dito que o garoto está sempre em alguma espécie de perigo e ela é muito boa não apenas nisso, mas em proteger o namorado das línguas cruéis das pessoas na escola.

Conforme o relacionamento deles progride e eles amadurecem, pequenos conflitos internos começam a balançar a relação, mas também os aproximam mais. Shikimori não quer ser nada além de muito fofa para Izumi, sem entender que ele gosta de todas as suas faces porque a ama por quem ela é. E conforme vai tentando fazê-la se livrar das suas inseguranças, Shikimori se torna cada vez mais forte e implacável na arte de encantar e proteger seu príncipe de mangá.

Gente, na boa, que anime mais amorzinho, não sei lidar! O que é mais legal aqui é ver a garota protegendo o menino, uma subversão de estereótipo muito bem vinda. Enquanto Izumi é a encarnação do azar, Shikimori luta para ser mais feminina e oprimir a sua verdadeira essência que sempre acaba transparecendo. Apesar do anime dar muito pouco background dela nos seus doze episódios, a gente entende um pouco a relação dela com o irmão mais velho e a razão para ela ser como é. 

Combinando com equilíbrio perfeito comédia e romance, a animação é a pedida perfeita para um fim de semana preguiçoso com chocolate e sua pessoa favorita do lado. Juro, assistam. O final é meio aberto e deixa gancho para continuação, ainda assim achei que valeu muito a pena. Fofinho demais!

[BL] Love Mechanics

Título original: กลรักรุ่นพี่

Diretor: Lit Samajarn

Roteirista: Pongset Laksamipong

Gêneros: Romance, Juventude, Drama

País: Tailândia

Episódios: 10

PG: 18+ Restrito (violência e palavrões)

Sinopse: Quando a decepção o atingiu, eles se encontraram. Os erros são causados pela intimidade e seu relacionamento não era claro. Como isso vai acabar?

Uma história de amor que começa uma noite em um clube – entre Mark, que está absolutamente bêbado e carregando o fardo doloroso de seu amor não correspondido, e Vee em quem ele se depara e pede para que seja Bar Sarawut. Esta é uma história de amor imperfeita entre dois seres humanos imperfeitos.

Tem um tempinho já que assisti a minissérie En of Love, mas lembro bem que Love Mechanics foi minha temporada favorita — não sei se tenho veia sádica ou masoquista! — e quando anunciaram uma série solo deles adaptando o livro fiquei muito animada. Não li a novel, apesar de ter achado uma tradução no wattpad, então não tenho parâmetro de comparação, vou falar aqui da série por ela mesma.

A história gira em torno de Mark e Vee. Mark é um calouro de engenharia que está apaixonado por Bar, um dos veteranos que tem um relacionamento com Tossakan um calouro de medicina. Por não aceitar a rejeição, Mark continua indo atrás de Bar e acaba atraindo a raiva de Vee, um dos melhores amigos de Bar. Ele começa a tentar afastar Mark do amigo e, numa noite em que Mark fica muito bêbado, o confunde com Bar e pede que ele passe a noite com ele. Vee acaba cedendo e dormindo com ele (muito, muito errado!). Na manhã seguinte, claro, Mark fica irritado ao descobrir que dormiu com Vee e manda ele ficar longe. A coisa é que Vee tem uma namorada chamada Ploy e pede a Mark que não conte a ninguém o que aconteceu entre eles.

Contudo, apesar de odiar Vee, Mark acaba desistindo de Bar, mas quer distância de Vee. Porém, Vee se sente responsável e mexido com o que aconteceu, além de estar triste por Mark, pois ele está deprimido por ter perdido Bar. Ele começa a se preocupar com o garoto e passa a persegui-lo especialmente depois de saber que em outras ocasiões Mark já colocou a própria vida em risco por causa de um coração partido. Com isso, Vee acaba deixando Ploy de lado — não que a relação deles já não fosse super estranha — e ela acaba se envolvendo com outro cara nas costas dele, deixando-o cada vez mais sozinho e, com isso, ele passa mais tempo com Mark.

Eventualmente, os dois acabam se apaixonando, mas Vee reluta em deixar a namorada e isso acaba magoando Mark. Vários eventos começam a bagunçar o caminho dos dois um para o outro e a promessa do final feliz fica cada vez mais distante. Enquanto isso, Nuer tenta ganhar o coração de Mark e, gente, eu sofri horrores por ele. Enquanto nos quatro episódios de En of Love a gente não tinha ideia do que ele passou pelo Mark, aqui a gente sabe e dói, sério. Se eu não soubesse que ele encontra alguém pra ele depois teria ficado bem triste.

Sendo bem franca, eu gostei muito da série, os personagens ganharam mais aprofundamento, a história deles ficou muito mais lógica e com mais sentido, os acontecimentos tiveram um ritmo mais fluido e mesmo as mudanças no elenco de apoio foram para a melhor — tirando o guri que fez o Tossakan, pra ser um cara “lindo de tirar o fôlego de todo mundo” como era descrito, a escolha de atores nas duas produções foi péssima! — a série também conta com a participação da Veerinsara Tangkitsuvanich de Why R U?

A química entre Yin e War está muito melhor, gostei de ter dado um background da família deles também, foi muito legal. Embora não tenha dado pra defender o Vee (de novo!), devo ser mesmo doida por torcer que eles ficassem juntos, mas pelo menos dessa vez as atitudes do personagem tiveram um contexto melhor, o que não aconteceu da outra vez, ele ficou parecendo um corno idiota e só isso. Além do mais, a série tem uns momentos fofinhos sim, embora o casal tenha hora que pareça meio tóxico, até certo ponto dá pra relevar, tirando a cena do sexo bêbado, essa não dá pra perdoar não, erradíssimo, mas fujoshi, infelizmente, está sujeita a esse tipo de cena em quase toda produção.

Recomendo sim. Levou meu 8,5 com coração quentinho. 



[Anime] Fantasy Bishoujo Juniko Ojisan To

Título Original: 異世界美少女受肉おじさんと

Inglês: Life with an Ordinary Guy who Reincarnated into a Total Fantasy Knockout (é um livro, mds!)

Episódios: 12

Gêneros: Aventura , Comédia , Fantasia

Ano: 2022

Sinopse: Desde seus dias de estudante, Tsukasa Jinguuji teve uma sorte incrível com as mulheres devido à sua boa aparência; Hinata Tachibana quase não teve, ofuscada pelo brilho de Jinguuji. No entanto, enquanto Jinguuji nunca demonstrou interesse pelo sexo oposto, Tachibana está sempre desesperado por uma namorada. Apesar de suas diferenças polares, eles continuam sendo melhores amigos mesmo na casa dos trinta como assalariados.


Uma noite, os dois estão voltando para casa de um mixer onde Jinguuji era o centro das atenções, como de costume. Em seus passeios bêbados, um frustrado Tachibana inadvertidamente deseja se tornar uma linda garota com um charme irresistível. Como se os céus estivessem ouvindo, uma deusa de repente se mostra diante de Jinguuji e Tachibana, transportando-os para outro mundo para derrotar o Lorde Demônio e simultaneamente conceder o desejo de Tachibana.

Tachibana - agora no corpo de uma mulher impossivelmente perfeita - tornou-se tão atraente que até Jinguuji é cativado. Além disso, Tachibana fica ciente da aparência impressionante de Jinguuji, finalmente entendendo sua popularidade. Antes de se apaixonarem, a dupla deve completar sua missão ou arriscar permanecer prisioneiros de suas paixões para sempre.

Nossa, desde Horimiya eu não conseguia achar nenhum anime que me prendesse até que esbarrei com esse e fui ver por pura curiosidade em um dia de tédio onde não queria fazer nada útil. Geralmente não sou muito chegada em animes isekai (onde o personagem viaja para outro mundo), já vi alguns, mas não é um gênero que eu procuro para assistir. 

Nesse a gente acompanha Tachibana e Jinguuji, dois amigos de infância muito próximos. Eles trabalham na mesma empresa, mas o contraste entre ambos é gigante. Enquanto Tachibana é sociável e aberto a novidades, Jinguuji é fechado, antissocial e reprime seus sentimentos. Além do mais, não está nem um pouco interessado em mulheres porque as acha todas iguais e nenhuma desperta seu interesse não importa em quantos encontros em grupo Tachibana o arraste a ir. Curiosamente, por causa da sua aparência, ele é muito popular entre as mulheres, algo que irrita muito Tachibana cujos interesses românticos sempre ficam interessadas no amigo e nunca nele.

Após uma noite de bebedeira, Tachibana acaba desmaiando no rua e começa a chorar seus infortúnios, culpando o amigo de tirar dele suas pretendentes quando não está interessado em nenhuma delas. Ele diz que quer ser uma linda mulher para ser popular e se livrar do ostracismo. Nisso, uma deusa aparece e concede a ele esse desejo, transportando-os para um outro mundo. E não qualquer mundo, mas um que tem o mesmo esquema dos jogos de MMORPG no qual os personagens precisam cumprir missões.
Nesse mundo, a beleza de Tachibana começa a se tornar, ao mesmo tempo, um artifício e um problema. Mas a pior parte são os sentimentos confusos que ele começa a ter por Jinguuji e este por ele. Para desfazer a maldição e trazer o amigo para o seu gênero de origem, os dois precisam encontrar e derrotar o lorde demônio. No meio do caminho, vão encontrando outros componentes daquele mundo que se tornam seus aliados na jornada, a amizade deles é colocada à prova assim como seus sentimentos um pelo outro. 

Embora o anime tenha a maior cara de BL, não é. A gente torce muito pelo casal, mas acaba não acontecendo. Não sei se a série foi renovada, mas o final é aberto e dá todo o gancho para continuação. É um anime de comédia e funciona muito, ri horrores durante todos os episódios, se você procura algo pequeno e divertido, é uma boa pedida. 



quarta-feira, 7 de setembro de 2022

[Relendo] A mediadora — O que mudou?

Li uma vez em algum lugar que a gente nunca lia o mesmo livro duas vezes, porque quando revisitamos uma história depois de um tempo, não somos a mesma pessoa que o leu a primeira vez e, por estarmos diferentes, se torna a primeira vez que estamos lendo aquele livro. Isso é a mais pura verdade. Quando decidi fazer, anos atrás, o projeto de releitura com livros que já tinha lido, mas não tinha resenhado por alguma razão, percebi isso. Notas que eu dei antes caíram, personagens que eu amava antes se tornaram irritantes, porque eu não era a mesma pessoa de antes, minha visão de mundo ampliou-se, aprendi novas coisas, conheci histórias mais exigentes e isso tornava livros que antes eram fascinantes apenas comuns ou irritantes.

Finalizei minha meta de leitura em julho, ao todo foram 40 livros o que, a meu ver, não torna 2022 um completo fracasso, afinal. Então, como Agosto pareceu o mês amaldiçoado, decidi reler livros que gostei muito e já fazia muito tempo desde a primeira leitura. Li essa série a primeira vez em 2014, na época eu tinha 24 anos, oito anos depois a revisito e minhas impressões mudaram muito com relação à primeira leitura. A mesma coisa aconteceu quando visitei nessa fase da vida livros da L.J. Smith como Diários do Vampiro e O Círculo Secreto cuja série, inclusive, devorei toda numa madrugada anos atrás. A coisa é que os livros conversam com a mentalidade que temos no momento e, por eu não ter mais 16 anos, essas personagens não conversam mais comigo e isso acaba me afastando da série e tornando a leitura chata. Isso não quer dizer, de forma alguma, que o livro é ruim, tanto que eu super indicaria para as primas que nunca leram nada além da lista de supermercado.

Só dando uma leve contextualizada para alguém que eventualmente não conheça a série de Meg Cabot, são seis livros que acompanham a história de Suzannah, uma adolescente de 16 anos que é capaz de ver fantasmas. A missão dela é fazê-los atravessar para o “outro lado”. Quando a mãe dela se casa de novo, Suzannah se muda de Nova Iorque para a Califórnia o que ela não contava era em morar numa casa antiga da época da fundação da cidade. E casas antigas significam fantasmas. E há um na sua casa nova, ele mora bem no seu quarto. Inicialmente, os dois não se dão nada bem, mas ela acaba fazendo amizade com ele, cujo nome é Jesse. A partir disso, Suzannah começa a vasculhar o passado em busca de descobrir como Jesse morreu para assim ajudá-lo a fazer a passagem, enquanto as respostas não vem, ele se torna seu parceiro de exorcismo e, ainda mais, seu primeiro inusitado amor.

A primeira coisa que precisamos entender é que Meg Cabot escreve para adolescentes — e tem a péssima mania de pegar temas em voga de outros autores para dar uma de “faço melhor” e na maior parte das vezes não faz! — então, esse é aquele tipo de livro com uma personagem que só está preocupada com o look do dia, com quão gato é o fantasma do seu quarto ou em quando ela vai conseguir dar o primeiro beijo. A festa da semana seguinte, enfim, toda a futilidade dos hormônios em frenesi. E embora Suzannah tenha essa particularidade de ver fantasmas, a história ser narrada pelo seu ponto de vista e, ainda mais, a forma como a autora decidiu fazer isso, não tornam mais fácil para alguns públicos fora de faixa sentir empatia por ela. Do nada você está lendo e a personagem solta no meio da narração “Vou ter de te explicar” ou “Veja bem” como naqueles filmes quando o personagem olha para a câmera e fala com o expectador.

Já li vários livros em primeira pessoa e sei que há maneiras mais adequadas de construir isso de maneira a aproximar o leitor do personagem sem soar forçado. Mas já notei que Meg Cabot é isso, a necessidade doente de mostrar que é a melhor. Li outro livro dela e senti a mesma coisa. Suzannah é irritante, apenas isso, ela é fútil, chata, em alguns momentos até mesmo idiota. E se há uma razão pela qual a gente consegue chegar até o sexto livro esta é Jesse. Talvez por ele ser de outra época, embora tenha morrido jovem, o comportamento dele é fascinante e nos mantêm presos a descobrir o que aconteceu no seu passado, mesmo que tenhamos de aguentar Suzannah e sua tagarelice irritante no processo. Basicamente, você lê esse livro aos 15 anos e diz “te entendo”, lê aos 30 e diz “cresce guria!”.  Não sei se isso também acontece com vocês, mas foi o que houve comigo e, apesar de reiterar que o livro não é ruim, quanto maior a carga literária, menos você se vê propenso a comprar a narrativa da autora. Além disso, uma coisa que queria salientar aqui é a tradução. A minha coleção é o vira-vira da Best Bolso, e eu gosto muito dos livros dessa editora, minha coleção inteira da Jane Austen é deles, mas nesse livro da Mediadora eles erram feio! A edição está cheia de erros grotescos de ortografia e pontuação. Quase não acreditei. Cadê os revisores desse negócio, gente?

Enfim, oito anos depois, a nota desse livro caiu de 5 para 3 e estou sendo gentil por causa do Jesse. 

[BL] KinnPorsche The Series - Como a Tailândia tá "ozada"!

Título original: คินน์ พอร์ช เดอะซีรีส์

Também conhecido como: KinnPorsche The Series

País: Tailândia

Episódios: 14

Diretor: Kongkiat Khomsiri, Pepsi Banchorn Vorasataree

Roteirista: Pongset Laksamipong, Ning Bhanbhassa Dhubthien

Roteirista e Diretor: Pond Kritsada Wittayakachondej

Gêneros: Ação, Romance, Crime, Drama

PG: +18 (sexo, violência, palavrão, tortura)

Sinopse: Kinn a escapar. Devido às suas impressionantes habilidades de combate, Kinn quer contratar Porsche para ser seu guarda-costas pessoal.

Porsche se opôs e rejeitou Kinn, que faria qualquer coisa para conseguir o que queria. Depois de ser aterrorizado pelos inimigos de Kinn e pelo próprio Kinn, ele não teve escolha a não ser concordar. Porsche não queria fazer parte deste mundo perigoso porque tinha medo de que a única pessoa que amava, seu irmão Porchay Pitchaya, se machucasse. Porsche aceita os acordos absurdos de Kinn e vai morar com ele.

Ainda há um mistério que  Porsche tem que enfrentar com alguns eventos muito inesperados. Além disso, a intimidade com Kinn cria um sentimento turbulento em seus corações que começa a estremecê-lo e a se tornar amor. Esse caminho não será fácil por causa dos muitos problemas e muitos obstáculos que virão para testar seu amor - ele deverá se levantar para suportar todos os problemas que enfrentará.

Onde encontrar: P'Tieris Fansub, Meow Fansub, Pi Fansub

Depois de um tempão sem ver BL (sem ver nada, na verdade) decidi dar uma passeada no que andava acontecendo nesse mundo dos yaois, claro que já tinha ouvido falar de KinnPorsche, mas na época não fiquei muito inclinada a assistir, estava procurando por coisas mais fofinhas e também não estava na vibe de BL. Contudo, diante do meu desânimo, acabei optando por ver algo diferente e ver se animava as coisas, além do mais, há alguns rostinhos conhecidos em tela como Tong Thanayut (TarnType, Second Chance), Jeff Satur (Love Area, He She It) que também contribui com uma música linda pra OST, Perth Stewart (My Engineer) e o tiozão Kob Songsit (Until We Meet Again, Don't Say No).

A história segue Porsche, um jovem bonito que trabalha como barman além de fazer outros bicos para conseguir dinheiro para o irmão mais novo, Porchay que está na escola, e para quita a enorme dívida que os pais contraíram com a máfia (na Tailândia, agiota é mafioso). Um dia, em uma de suas pausas no trabalho, ele acaba topando com Kinn que lhe pede ajuda, pois está sendo perseguido por vários homens armados. Porsche aceita ajudá-lo por uma determinada quantia em dinheiro e as habilidades de luta dele acabam chamando a atenção de Kinn, o sucessor da mais poderosa família da máfia. Ele tenta recrutar Porsche para ser seu guarda-costas, mas por detestar a máfia, o rapaz recusa. Kinn então da a Porsche seu relógio super caro como pagamento por ele ter ajudado.

Em casa, Porsche dá o relógio para o tio vender e quitar a dívida que eles têm, mas não contava que o homem ia apostar todo o dinheiro no jogo e perder, colocando o garoto e seu irmão em problemas. Com isso, Porsche é obrigado a mentir para Porchay que vai trabalhar em um resort particular como barman e não poderá entrar em contato, mas enviará dinheiro para as mensalidades dele e despesas. Assim, ele é forçado a aceitar trabalhar para Kinn como seu guarda-costas. Claro que no começo isso não dá  muito certo, a pose rebelde dele atrai a ira dos demais guarda-costas e a predileção de Kinn por ele — no começo até um pouco sádica — só serve para irritar os outros ainda mais. Porsche também conhece o irmão mais velho de Kinn que, após ser sequestrado, ficou um pouco afetado (na falta de uma palavra melhor). 

Conforme se aproxima de Kinn, ele descobre que fora Kim (o irmão mais novo que não mora na mansão) ele é o que melhor trata seus homens e se preocupa de verdade com eles. Aos poucos, Porsche faz amizade com Pete com quem divide um apartamento no alojamento dos guarda-costas e vai se inteirando das rixas entre as chamadas famílias, a primeira comandada por Korn, pai de Kinn, e a segunda por Gun irmão de Korn. Gun tem um filho chamado Vegas, em um leilão onde Kinn devia conseguir um caríssimo diamante para o pai, ele sequestra Porsche para atacar o primo, drogando sua bebida, mas antes de conseguir abusar dele, é alertado por seus homens que o primo está chegando.

Por estar muito bêbado, Porsche acaba provocando Kinn e os dois acabam dormindo juntos (novamente uma cena de um personagem dormindo com outro sem estar plenamente consciente muito errado), no dia seguinte, ele fica muito furioso com Kinn pelo que aconteceu (com razão). Uma série de eventos leva os dois a se aproximarem, especialmente quando são sequestrados e ficam perdidos em uma floresta. Kinn dá a Porsche a liberdade e manda ele ir embora, afirmando que dirá a todos que ele morreu, assim poderá ter uma vida tranquila longe de tudo aquilo, mas quando Kinn é atacado por assassinos, Porsche volta para salvá-lo e os dois ficam juntos. Contudo, segredos do passado de Porsche podem estar ligados à família de seu novo namorado, colocando a prova sua lealdade com Kinn.

Enquanto isso, Pete se envolve em um relacionamento pior que Chernobyl com Vegas e Kim se aproxima de Porchay. 

KinnPorsche é produzido pela rede One 31 e distribuído, ironicamente, pela rede chinesa  iQIYI (ironicamente considerando que a China baniu, recentemente, as produções LGBT do país). Vou te contar, para quem procura um BL diferente essa é a melhor pedida, nada de garotos de engenharia. Acredito que esse, além da qualidade da produção, foi um dos motivos da série ter virado uma febre durante sua exibição e ela já era muito aguardada. O livro que adaptou a série foi finalizado ano passado. Aqui temos o melhor estilo poderoso chefão: tiro, porrada e bomba, literalmente falando. Há alívios cômicos pontuais e uma cenas hot que, gente... não conhecia esse lado da Tailândia não hahaha.

A química dos atores foi incrível, mas acabei vendo que eles se conhecem a 10 anos então esse conforto que sentem um com o outro transbordou na tela e entregou um casal convincente pra gente. Os personagens foram bem construídos, a história em si é bem montada e as atuações são incrivelmente boas para um drama tailandês (nem sempre eles acertam, vamos combinar!). Appo, o ator que faz o Porsche, foi fabuloso e brilhou na produção, eu conseguia ler tudo na expressão dele, a raiva, o medo, a tristeza, a dor. Sério, que ator fantástico.

Uma coisa que me incomodou e não passo pano de jeito nenhum foi a relação absurda de Vegas e Pete, gente, vamos parar de romantizar psicopatas, não tem graça isso. Eu fiquei indignada que eles acabaram juntos. Não interessa o histórico do Vegas, nada justifica o sadismo dele. As atitudes dele foram horrendas, o Pete merecia coisa melhor. O único casal injustiçado nesse drama — e também o único "inocente" hahaha — foi o Kim e o Porchay. Shippei, sofri e eles não fecharam, magoou. E por falar em Kim, aplausos para o Jeff Satur, vou procurar outros dramas dele, outro ator que brilhou no pouco tempo de tela que teve e que voz LINDA! A música dele para a OST foi parar no meu celular com certeza (em inglês, porque ainda não atingi o nível de ouvir música em tailandês hahaha).

No fim, não esperava muita coisa, mas acabei me surpreendendo pelo lado bom. O final não me agradou muito, as ambiguidades que rolaram me deixaram um pouco chateada, ainda assim, é um drama muito bom e vale a conferida (se você não tiver problema com tiros e facadas, claro). É um BL diferente como Manner of Death, para quem quer fugir um pouco dos universitários problemáticos ou dos dramas de escritório. Vou finalizar com a OST do Jeff que, gente, linda demais.




sábado, 3 de setembro de 2022

O que fizemos em Agosto?


 

Nada.

É isso mesmo, coleguinhas. Não fizemos nada útil. Se alguém pensou que eu tinha abandonado o blog estava quase certo, por bem pouco não fiz isso mesmo, a coisa é que Agosto foi um mês péssimo para mim, não consegui fazer nada e minha concentração do ano praticamente todo foi pelo ralo. Eu tive tantas crises uma atrás da outra que não conseguia focar, vontade zero de viver.

Por isso o mês passado ficou sem nenhum post no blog, não consegui assistir nada, li muito pouco, enfim, um mês inútil. Contudo, apesar de as coisas não terem melhorado muito, esse mês vou tentar ser mais produtiva, já comecei alguns dramas, finalizei outros, vou começar postando o que já tenho, coisas que comecei na última semana de agosto. 

Agradeço muito a todo mundo que lê o meu blog em uma era que blogs parecem "fora de moda". Obrigada por compartilhar desses posts comigo. Um grande abraço e que setembro seja melhor para todos nós!