Título: A última imperatriz
Autor: Da Chen
págs: 224
Sinopse: Quando Samuel Pickens perde sua amada Annabelle tragicamente, ele decide viajar pelo mundo, sempre com ela nos pensamentos. Um dia, ele se vê frente a frente com o reflexo de sua obsessão, no último lugar que ele esperava. Agora, Samuel precisa desvendar os segredos por trás desse mistério e descobrir até onde está disposto a ir pela mulher que ama. Da Chen nos leva para o mundo secreto e suntuoso do palácio imperial da China, com seus fantasmas e suas perdas, onde concubinas sedutoras, eunucos maquiavélicos e senhores de guerra se dividem em uma desenfreada luta pelo poder. A última imperatriz é uma saga épica da China do século XIX, em que a jornada de um homem atrás de seu destino acaba se tornando uma viagem desvairada em busca de um amor proibido.
Não tenho qualquer problema em admitir que, talvez, não seja inteligente o bastante para apreciar esse livro. Já havia tentado ler uma vez e abandonado, decidi tentar de novo e me arrependo realmente dessa decisão infame que se provou realmente equivocada, se não gostei da primeira vez, insistir foi estupidez minha. Mas, como para esse ano minha meta é não ter metas, acabei por finalizá-lo.
A história acompanha Samuel Pickens, um garoto rico que em mocidade conhece uma jovem chamada Anabelle, ele nutre uma profunda paixão obssessiva por ela até que a garota morre tragicamente em um "acidente" bem constrangedor. Transtornado pela perda dela, Daniel começa a sentir-se assombrado e amaldiçoado. Quando seus pais morrem em um naufrágio deixando-o rico e sozinho no mundo, ele passa a acreditar que Anabelle o está chamando para seu lar, a China, onde ele poderá reencontrá-lo.
Vale dizer que a obsessão de Samuel é mais sexual que platônica, em vida ele não conseguiu "deflorar" a sua idealizada Anabelle e isso o consome. Então, ele viaja até a China para se tornar tutor do príncipe herdeiro e é onde ele conhece Qiu Rong, uma das esposas do príncipe, linda, sensual e muito parecida com Anabelle. Daí por diante a mente de Samuel vai por ladeira abaixo enquanto ele mergulha na sua obsessão pela proibida mulher e se torna alvo dos conflitos políticos envolvendo um golpe contra o príncipe.
Atrelado a isso, ele embarca numa busca pelo passado de Qiu Rong e como ele pode estar ligado com o de sua musa Anabelle, uma série de descobertas repugnantes e macabras, coloca em xeque o caminho de Samuel, a vida de Qiu Rong e todo o futuro da China.
A prosa desse livro é poética, agradáel de ler, um verdadeiro vislumbre aos olhos e uma prova indubitável do talento do autor, o problema não foi o texto, o problema foi a história. Já começou sendo nada do que eu esperava, a sensação que eu tinha ao longo desse livro era a de um cara ficando insano porque não conseguiu transar com a namorada e ela morreu. Ponto.
Inclusive, boa parte da minha demora em escrever sobre o livro era justamente minha pouca vontade de falar sobre ele. Sei lá, ele tem ares de Dom Casmurro, mas com uma ótica bem menos interessante, as personagens não me cativaram, achei o final bem deprimente, terminei na força do ódio mesmo.
A retratação do cenário político da China dinástica (embora eu não esteja muito certa de até onde ele levou a licensa poética ao retratar) foi de longe a coisa menos chata sobre a história, achei Samuel um pervertido doente (nem sei se é spoiler, então pula essa parte: quando ele fica fazendo sexo com a Qiu Rong doente eu não sabia se sentia asco ou indignação.)
Não rolou. Não sei se não sou inteligente e artisticamente idiota demais para apreciar a história, se as questões psicológicas são demais para mim ao ponto de não se tornarem envolventes ou se há algo errado com as minhas sinapses ao ponto de eu não ser capaz de perceber a grandiosidade que dizem ter esse livvro, a coisa é que eu não gostei, achei chato, um punhado de personagens aguados e um final sofrível. Me perdoe quem é fã da obra. Acho que eu preciso evoluir mais como ser humano para ler de novo e perceber a genialidade que deixei escapar nessa leitura sofrida.
Enfim, é isso. Nem recomendo nem "desrecomendo", às vezes livros são assim, uns amam e outros odeiam, vai muito da bagagem, do timing e da percepção de cada um.
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