segunda-feira, 16 de agosto de 2021

[Série] O Mentalista - 1ª Temporada


Original: The Mentalist

Episódios: 23 (Season 1)

Ano: 2008 (estreia)

País: EUA

Sinopse: Patrick Jane é famoso por sua habilidade de alta percepção de tudo que está ao seu redor. Ele já quase foi uma celebridade, alegando ser médium, mas agora admite que fingia ter poderes paranormais. Com sua grande habilidade de observação, Patrick trabalha como consultor independente para as autoridades da Califórnia, resolvendo um número considerável de crimes complicados. Todos no departamento reconhecem o seu mérito em solucionar uma série de casos difíceis - mas nem todos são fãs de suas atitudes, como a agente Teresa Lisbon, que resiste em tê-lo na sua unidade. Saber que Patrick é indispensável para a equipe torna ainda mais difícil para Teresa ter que conviver com seu jeito narcisista, já que ele sempre vai contra o protocolo e ultrapassa sérios limites durante as investigações.

O mentalista faz parte das séries da minha infância e adolescência, claro que pelo horário eu não podia ver com frequência, assim como CSI, Arquivo Morto, Monk, entre tantas outras que passavam nos bons tempos da televisão (e quando eu ainda tinha uma!). Depois de muitos anos, decidi assistir a série em sequência dessa vez por duas razões específicas:

1. Depois dos dramas asiáticos eu não consigo enxergar graça em mais nenhuma produção americana.

2. A série tem uma premissa muito semelhante a Sherlock Holmes e eu gosto muito desse caráter dedutivo em séries policiais.

O enredo foca em Patrick Jane, agora um consultor do CBI (California Bureau of Investigation) o gabinete de investigação de crimes violentos da Califórnia. Ele se juntou à equipe depois que sua esposa e filha foram assassinadas com requintes de crueldade por um assassino serial chamado Red John, cuja identidade e paradeiro ninguém nunca descobriu. Patrick auxilia a equipe de Teresa Lisbon em casos complicados de assassinato e usa sua extraordinária habilidade de dedução e conhecimentos para rastrear os culpados. Além de ser um excelente detector de mentirosos pelo uso da PNL. 

Enquanto resolvem um caso mais complicado que o outro, seguem a pista do assassino serial que destruiu sua vida, mas Red John parece estar sempre um passo a frente e as pistas que surgem pelo caminho sempre levam Jane a um beco sem saída. Lutando para não se perder em si mesmo e sucumbir a uma loucura assassina, Jane se pega no trabalho de prender criminosos enquanto luta contra si mesmo para não se tornar um.

O mais legal de você assistir esse tipo de série com maturidade é que consegue perceber nuances que eram imperceptíveis quando se é adolescente ou criança e se vê o mundo de uma maneira mais... mágica. A primeira coisa que chama atenção aqui é o fato de Jane não ser um heroi ao mesmo tempo que não é exatamente um vilão e o fato do personagem pairar nessa zona cinza entre a luz e a escuridão é o que nos aproxima mais dele. 

A série é uma mistura de Lie to Me e Sherlock, para quem gosta de investigadores dedutivos no melhor estilo Holmes com certeza vai divertir bastante. Patrick é cínico e se mostra muito humano em contraste com Sherlock, apesar de em vários momentos assumir a postura fria e rude do famoso detetive inglês. Além disso temos outros detetives maravilhosamente construídos e tão carismáticos quanto nosso protagonista. Lisbon, a chefe de equipe, é competente, muito humana, segue regras (e as quebra ocasionalmente em favor de um membro da sua equipe), protege os seus com afinco quase materno. Rigsby tem uma fachada de durão e é incrivelmente forte, mas doce como um biscoito e tímido como uma porta. Kimball Cho é de longe meu personagem favorito na série (e não é pelo fato de ser asiático, tá?) além de super sério, ele tem um senso de humor único que rende umas boas risadas da gente. Supersticioso, muito leal e persuasivo, é o responsável principal pelos interrogatórios. Grace Van Pelt é a novata nerd e hacker desejosa de mostrar serviço. Vinda de uma cidade do interior, ela é competente e ávida por ação.

Recomendo demais a série, mesmo ela sendo bem grandinha hahaha. Vou continuar as demais temporadas devagarinho como fiz com essa. Vale muito a pena especialmente para os fãs de Agatha Christie e Sherlock Holmes.


[BL] Golden Blood

 

Título original: Golden Blood รักมันมหาศาล

Também conhecido como: Golden Blood

Diretor: Phontharis Chotkijsadarsopon

Gêneros: Ação, Romance, Escola, Drama

País: Tailândia

Episódios: 8

Sinopse: Quando Sky é obrigado a ir estudar numa universidade de Bangkok, seu pai contrata um guarda-costas, Sun, para protegê-lo sem o seu consentimento. Por não poder desrespeitar o desejo do seu pai, Sky, a contragosto, aceita que Sun more com ele. O jeito taciturno de Sun frequentemente deixa Sky desconfortável, e ainda por cima ele sempre o chama de “mestre”, insistindo em manter seu papel de guarda-costas da forma mais profissional possível. Tudo isso faz Sky criar uma aversão contra Sun, de forma que ele desafia a todo momento todas as regras que Sun tenta estabelecer. Durante este processo cheio de tribulações, ambos aprendem um com o outro e crescem como pessoas, desenvolvendo um romance precioso imutável até mesmo diante da morte.

Onde achar: Lianhua, Meow Fansub, P'tieris Fansub

Quando o pai de Sky é ameaçado por um perigoso bandido, temendo perder o único filho como perdeu a esposa, ele envia Sun, um de seus homens treinado desde criança, para protegê-lo. Inicialmente, o jovem - que esconde de todos o trabalho do pai - não gosta nada da presença de Sun e evita de todas as formas facilitar o trabalho dele. Contudo, a ameaça se mostra real e Sky se vê na mira de bandidos sem saber a razão para desejarem matá-lo. 

Sua única saída é confiar em Sun, mas a proximidade entre eles se torna tão ou mais perigosa do que a ameaça à sua vida. No momento em que descobre o verdadeiro motivo de seu pai ter adotado Sun na infância e o treinado como um guerreiro letal, Sky se vê em um beco sem saída. Não deseja esconder de ninguém o que sente pelo guarda-costas, mas tampouco consegue entender ou aceitar a razão de Sun ser tão relutante quanto a admitir o que sente por ele.

Para poderem viver o que sentem os dois precisarão enfrentar o tempo, a morte e a si mesmos.

Te contar que comecei a ver esse drama por causa do Gun, gostei dos papéis dele em Love By Chance e Until We Meet Again, ele parecia muito promissor. Todavia, não foi bem o que vi aqui em Golden Blood. Eu gosto muito desse plot de guarda-costas, dá um bom caldo se souberem conduzir o enredo, o que em oito episódios não foi bem o que aconteceu resultando em um drama que fica visível poder ser melhor, mas deixa a frustração de não ser.

A distribuição de conflitos foi desigual, em alguns momentos até forçada e tiveram alguns erros esdrúxulos que não deram para ignorar como o fato de, no hospital, todo mundo segurar aquela mão com cateter intravenoso de Sun como se fosse a coisa mais natural do mundo, gente não é! Não se pode fazer aquilo, é absurdo. Outra coisa foram aqueles deslizes pavorosos no "confronto" em que Sky foi sequestrado. Eles acham mesmo que a gente não nota essas coisas? Tipo, se tu derruba um cara que tenta te matar óbvio que tu vai desarmar o indivíduo e não deixar a arma lá e sair correndo com o risco de ele ir atrás de tu de novo com a arma.

Sem contar que eu detestei o fato de terem colocado as duas garotas com esses papéis de uso descartável para provocar ciúmes no casal gay. Péssimo isso.No final as duas saíram magoadas na situação que podia e devia ser evitada desde o início. Não há necessidade disso. Como falei antes, a atuação do Gun deixou muito a desejar aqui, o que me faz pensar que talvez ele não esteja ainda preparado para um protagonista, em contrapartida, o Boat Tara me mostrou um protagonista competente e realmente me convenceu com seus sentimentos reprimidos apesar do roteiro obrigá-lo a escorregar várias vezes em sua função como guarda-costas.

O casal secundário não foi tão shippável e achei eles bem mal desenvolvidos também apesar de oferecem uma atuação decente - o melhor possível dentro desse roteiro maluco - e ficam juntos de uma forma que a gente mal percebe. Esse conflito todo no último episódio só serviu pra deixar o drama previsível e fazer o pai do Sky parecer detestável também de maneira desnecessária. No meu ponto de vista o que faltou aqui foi um planejamento melhor do roteiro e, no mínimo, uns três capítulos a mais para desenvolver a coisa direito.

Num cômputo geral, dá pra se distrair até, mas não é aquele BL que vai te manter preso na cadeira e shippando horrores o casal principal. Ainda assim, dá pra passar o tempo.

[Mangá] Kamisama Onegai!

Original:  神様おねがい!

Autor: Junta Mio

Gênero:  Yaoi, comédia, romance

Sinopse: Faz três meses que o adolescente Aoba começou a namorar seu colega de escola Takahiro. Diferente de Takahiro que é extremamente popular e alegre, Aoba é uma pessoa tímida e de poucas palavras, o que o deixa inseguro quanto aos sentimentos de seu parceiro. Por isso no Ano Novo, após encontrarem um pequeno santuário, ele pede para ficar ao lado de Takahiro para sempre. Só que, no dia seguinte, ele acorda com orelhas e cauda de gato...!!

Outro mangá antológico e dessa vez a gente acompanha o casal Aoba e Takahiro nas duas primeiras histórias. Aoba tem dificuldade em dizer o que sente por ser mais fechado e tímido que seu namorado Takahiro, embora os dois já estejam juntos por três meses. Apesar de sempre estar com um sorriso no rosto, preocupa Takahiro se os sentimentos do namorado são ou não tão profundos quanto o seu.

No fim do ano, os dois vão ao templo rezar por um novo ano melhor, mas como está muito cheio decidem ir embora e é quando encontram um velho templo no meio da floresta. Ali, Takahiro reza com fervor pelo seu relacionamento e, no dia seguinte, seu namorado acorda com orelhas e cauda de gato. No capítulo seguinte, é a vez de Aoba receber orelhas e cauda de cachorro e, no fim, para se livrar desse problema tudo que eles precisam é ser sinceros sobre seus sentimentos um pelo outro.

Nos outro conto,  conhecemos o escritor Makita que passa longos tempos sem sair de casa por causa do seu trabalho e está empacado na sua próxima história com o prazo chegando cada vez mais rápido. Seu único alento é Shiba, o entregador de comida do restaurante que todos os dias traz as refeições que ele compra, o sorriso e o modo desajeitado de Shiba encantam Makita, mas quando ele para de vir, o escritor começa a se preocupar se nunca mais o verá novamente, deveria ter dito antes sobre seus sentimentos?

Dois contos subsequentes acompanham Subaru e Masaya, amigos da escola. Enquanto Subaru é um talentoso auxiliar de chefe, Masaya é um assalariado mulherengo que vive levando problemas para a casa do amigo por ainda morar com os pais e não poder levar suas namoradas para casa. No fim, é sempre Subaru quem acaba pagando o pato por ser confundido com Masaya que sempre vai comer e ocasionalmente dormir em sua casa. Contudo, paciência não é uma virtude infinita e o que Masaya poderá fazer quando Subaru finalmente mandá-lo embora da sua vida além de revelar seu maior segredo?

No último conto, aquele templo abandonado no meio da floresta mostra o deus que lá habita junto de seus ajudantes e como os pedidos de todos esses casais se concretizaram.

Bem como Blood Honey, aqui é um compilado de histórias que gira em torno da dificuldade em se expressar sentimentos. Achei o desenvolvimento bacana, embora não tenha ficado tão presa nas histórias, os personagens são simpáticos, mas longe de serem carismáticos. Talvez pelo fato de as histórias serem curtas a gente não consegue ter grande apego a eles, o alívio cômico não funcionou tão bem aqui quanto no anterior, mas isso não significa de modo algum que o mangá é ruim, apenas não me cativou muito. Ainda assim recomendo.

terça-feira, 10 de agosto de 2021

[Drama] Doom at Your Service

Original:  어느 날 우리 집 현관으로 멸망이 들어왔다; RR: Eoneu Nal Uri Jip Hyeon-gwaneuro Myeolmang-i Deureowatda; lit; Um dia a desgraça entrou pela porta da frente da minha casa

Ano: 2021

País: Coréia do Sul

Gênero: Fantasia, romance

Roteiro: Im Me-a-ri

Direção: Kwon Young-il

Elenco: Park Bo-young; Seo In-guk

Sinopse: Dong-kyung tem trabalhado muito desde que seus pais faleceram. Sua vida parece ter se estabilizado depois de trabalhar como editora de novelas na web por 6 anos, mas um dia ela foi diagnosticada com câncer no cérebro.

Ela culpa sua vida infeliz e deseja amaldiçoar tudo para desaparecer, o que involuntariamente chama Myul Mang, um mensageiro entre humanos e deuses, para aparecer. Ele diz que pode conceder seus desejos. Como última esperança, ela faz um contrato de cem dias com Myul Mang para viver como quer, arriscando tudo.

Tak Dok Kyung é uma adorável editora que vive com os efeitos colaterais de uma vida difícil desde que seus pais morreram e ela passou a viver com a amorosa tia e seu irmão mais novo que não parece nem perto de tomar um rumo na vida. Mesmo sendo amada pelos autores de quem é responsável, Do Kyung não gosta do seu trabalho, especialmente porque seu chefe é insuportável e vive pegando no pé dela, se ela não larga o emprego é porque, além das contas, la precisa cuidar do irmão que ainda não tem um trabalho e porque seus colegas de trabalho são muito atenciosos.

Contudo, em uma ida ao hospital para falar com um dos seus autores que é médico, ele lhe pede pra fazer alguns exames de rotina e Dok Kyung descobre que tem um glioblastoma cerebral que vai matá-la em alguns meses. O médico lhe oferece uma cirurgia que pode alongar sua vida por até dois anos, mas alerta do risco de morte na mesa cirúrgica. Ao contrário da maioria dos seres humanos, Dok Kyung não tem qualquer reação à notícia, saindo do consultório apática como se não tivesse processado sua situação e, já de cara, recusa a cirurgia dizendo ao médico que não deseja fazer e lhe pedindo que não diga aquilo a ninguém.

Em casa, ela fica pensando sobre tudo que fez até ali e sobre as pessoas que vai deixar para trás. Para ela, de alguma forma é injusto que precise passar por aquilo após uma vida que não lhe trouxe muitas alegrias e, bêbada, ela acaba desejando que o mundo seja destruído junto com ela. É quando Myul Mang, a própria destruição, ouve seu pedido no meio de tantos outros e se interessa particularmente por ela, especialmente por não ser nada comum um mortal que deseje a destruição. E ele mais que ninguém deseja que tudo desapareça como ele próprio para não ter de carregar o fardo das coisas que se vão por sua causa. Ele aparece na casa de Dok Kyung e lhe oferece um acordo, uma morte sem qualquer dor em troca da destruição do mundo e dele próprio. Caso ela quebre o acordo, a pessoa que ela mais ama vai morrer no lugar dela.

De início, ela aceita o acordo, mas nenhum dos dois esperava que seus corações fossem se aproximar ao ponto de que a morte começa a se tornar um fardo inaceitável. Desesperado para salvar Do Kyung, Myul Mang vai desafiar a divindade e quebrar todas as regras para garantir que sua amada viva, mas será que os céus permitirão a eles um final feliz?

Quando esse drama foi anunciado eu fiquei logo de orelha em pé porque Park Bo Young é a minha atriz coreana favorita da vida e eu não posso deixar um drama dela passar, claro. E mais ainda junto com Seo In Guk, maravilhoso de tão talentoso em um papel que super combina com essa aura de bad boy fofo que ele tem. Mas confessar que quando li a sinopse lançada na época não alimentei muitas esperanças de me divertir no processo não hahaha.

O drama tem aquela aura sombria de Goblin, só que um pouco mais atenuada porque não é um drama que fala diretamente de morte, entretanto, traz muitas analogias que eu achei fantásticas, especialmente considerando que a Coréia não é um país religioso, mas cria misticismos com as religiões de uma maneira sem igual. Eu amo a forma como eles mexem com divindades e criam folclores mesclando ideias e fazendo referências inteligentes sem agredir diretamente nenhuma crença (claro, as vezes dá umas escapadelas cof cof Angels' last mission cof cof Goblin cof cof).

A maior prova de que a criatividade deles não tem limites foi criar uma história para nos fazer apaixonar pela desgraça (depois de um robô, um holograma, um ceifador, um goblin, um gumiho, vampiros entre tantos outros), não apenas isso, mas o plano de fundo do personagem é simplesmente fantástico, a forma como vida e morte interagem aqui fazendo diversas analogias seja através da Dok Kyung ou da aborrecente divina, foram simplesmente maravilhosas e em sua maioria sutis. A interação da Bo Young com o In Guk foi além do esperado, os dois tiveram uma química maravilhosa e entregaram um dos melhores casais desse ano para mim. 

Fui bem surpreendida com o final feliz, confesso. Em determinado ponto da história estava realmente crendo que veria mais uma versão de Goblin na tela, mas foi uma feliz surpresa e me vi apaixonada ainda mais pela história. Nós temos um drama intenso, com comédia na medida certa, que traz diversas reflexões sem soar forçado, com um casal improvável, mas adorável e, de quebra, um final incrível de tão redondinho! Sério, não posso pedir mais. Só tenho a recomendar Doom at Your Service, vale mais que a pena cada minuto!