quinta-feira, 16 de setembro de 2021

[Relendo e Resenhando] Teardrop

 

Autor: Lauren Kate

Páginas: 336

Ano: 2013

Gênero: Fantasia, romance, YA

Sinopse: Depois de perder a mãe em um acidente no mar, Eureka acha que nunca mais voltará a sorrir. E a promessa que fez à mãe – a de nunca mais chorar – se torna quase impossível... até conhecer Ander. Louro, alto e de pele muito branca, o rapaz parece estar em todos os lugares e saber coisas que não deveria sobre Eureka. Inclusive um estranho segredo relacionado às suas lágrimas e aos três artefatos que herdou da mãe: uma carta, uma pedra e um misterioso livro que conta a história de uma menina com o coração partido. Ela chorou tanto que deixou debaixo d'água um continente inteiro. Logo Eureka vai descobrir que a antiga lenda é mais que uma história, que Ander pode estar dizendo a verdade e que sua vida pode ter um curso mais sombrio do que ela imaginou.

Li esse livro novamente oito anos depois e foi interessante notar como a minha percepção acerca da história mudou, lembro que na época em que li pela primeira vez gostei muito, já agora ela não me soou tão legal apesar de ter os seus méritos.

Após uma onda gigantesca levar sua mãe para longe, Eureka nunca mais foi a mesma. Além de cair em uma profunda tristeza, precisa passar um tempo em uma clínica psiquiátrica após uma tentativa de suicidio. Isso tudo acaba criando uma "imagem" sobre ela aos olhos das pessoas que conhecia e, desde que voltou para casa do pai, todos parecem estar pisando em ovos perto dela. 

O pai de Eureka é um chefe de cozinha que não tem ideia de como lidar com a filha e, pela sua personalidade, é um homem se muita atitude, com tendência a passividade, completamente dominado pela esposa, Rhoda, de quem Eureka não gosta. Esta sim, uma mulher rígida, um tanto quanto controladora e até mesmo insensível. A única coisa que não permite que a garota desista de tudo mais uma vez são os gêmeos, seus meio irmãos, mas ela odeia a terapia que não lhe ajuda em nada, odeia a escola e todas as pessoas lá e está cansada de Rhoda tanto quanto de si mesma.

Na leitura do testamento de Diana, sua mãe, ela recebe um tesouro no mínimo incomum: um livro em uma língua indecifrável, uma pedra e o colar adorado pela mãe, além de uma carta. Nesse mesmo meio tempo, Brooks, seu melhor amigo de infância que, após um estranho acidente, parece ter se revelado alguém que Eureka nunca conheceu e Cat, sua amiga namoradeira é a única com quem ela realmente pode contar, mas, ao mesmo tempo, não pode contar tudo. E há também Ander, um garoto estranho que bateu no carro de Rhoda - que Eureka dirigia - e parece estar sempre por perto quando as coisas estão dando errado.

A garota sente uma estranha atração por ele, mas ao mesmo tempo, quando Ander está perto, Eureka quer ir para longe. Junto com Cat, através de um dos ficantes da melhor amiga, ela acaba chegando até uma vidente chamada Blavatski que supostamente pode tradudiz o livro deixado pela mãe, mas a mulher acaba sendo assassinada no meio do processo de tradução, assim como Brooks acaba desaparecendo depois de tentar matar os irmãos de Eureka a quem ela conseguiu salvar graças ao misterioso colar deixado por sua mãe. Só o que resta à garota é confiar que Ander está dizendo a verdade e sua melhor chance é tirar a família dali antes que os semeadores venham atrás dela e tirem tudo que lhe restou.

Contrariando o que eu e muita gente na época pensava, o livro não fala de sereias e usa a mitologia de Atlântida narrada por Platão nos diálogos Timeu e Crítias, "A Atlântida de Platão seria uma ilha vastíssima, perto das colunas de Hércules (estreito de Gibraltar), e fora habitada pelos atlantes, descendentes de Atlas, filho de Poseidon (deus do mar). Os atlantes, regidos por leis justas e riquíssimos, tinham empreendido a conquista do mundo mediterrâneo, mas Atenas os repelira. Finalmente, a degeneração de seus costumes provocara a ira dos deuses, e um maremoto tragara a Atlântida em um dia e uma noite. Os penhascos que afloravam e o lodo que se acumulou nos baixios tornaram suas paragens, a seguir, inavegáveis." (FONTE: História do Mundo).

No mito adaptação por Kate, nessa Atlântida platônica, uma bruxa chamada Selene se apaixonou pelo segundo príncipe atlante, Leandro. O problema é que ela era noiva do irmão mais velho dele, Atlas, e o príncipe mais jovem era o escolhido de Delfine, outra jovem bruxa da geração de Selene. Sem saída, os  amantes resolvem fugir, mas as tias de Selene os amaldiçoam e com medo, Leandro decide acertar as coisas com Delfine antes de ir embora, mas isso nunca acontece. Com o coração doloroso, Selene chora e inunda Atlântida, nunca mais vê Leandro. 

Dentro do livro, esse mito foi a coisa mais interessante, embora não tenha sido tão explorado quanto podia. Tanto Eureka como os amigos dela não me causaram qualquer espécie de simpatia. O pai e a madrasta dela eram tão insossos quanto a mãe que ela perdeu e de quem só conhecemos pelas parcas memórias dela. E se há uma coisa que realmente não acontece é a gente torcer pelo romance dela com Ander, os dois não tem praticamente nenhuma interação ao longo do livro, as poucas que tem são breves e, nos últimos capítulos, é que ela vai tentar fazer a gente engolir esse amor deles. Não colou. Faltou desenvolvimento aí. 

Não achei a história tão interessante quanto antes, demorei horrores para conseguir terminar dessa vez e mesmo com o estilo narrativo bacana que a Lauren Kate tem foi difícil engolir a Eureka. Como já comprei o segundo livro, vou tentar ler e tirar minhas conclusões do desfecho da história, mas não me cativou muito.


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