Autor: Mary Carter
Série: Sabrina 1557
Ano: 2006
Sinopse: Contrato comigo mesma: Eu, Melanie Zeitgar, prometo numa mais sair da linha. Nunca mais!* *Exceções: Desilusões amorosas, ganho de peso, faturas exorbitantes do cartão de crédito, visitas surpresa da mãe, ficar esperando ligações de Ray — atual amor da minha vida — e quaisquer outros fatores desencadeadores de estresse. O lema de Melanie é que na vida e no amor, nunca seja pega de surpresa. Mas, como nem sempre as coisas transcorrem como se gostaria, a vida dela está completamente virada de cabeça para baixo e fora de controle. E justamente agora que ela conheceu Ray Arbor, o homem mais lindo e sexy que ela já viu. Um homem pelo qual vale a pena lutar... Isto é, se ela tiver forças suficientes para pagar o preço.
Voltei no tempo segurando esse livro com suas páginas amarelas e capa gasta. Era como estar de volta à biblioteca da escola, escondida entre as últimas prateleiras e a janela abarrotada de livros didáticos ainda no plástico enquanto fúria das três aulas seguidas de geografia na sexta-feira. Mas, ao mesmo tempo, não podia deixar de me perguntar por que gostava tanto dessas histórias na adolescência. Talvez meu critério literário ainda fosse muito raso naquela época.
Não quero dizer que esses livros são ruins, longe de mim, são ótimos e rendem uma boa distração naqueles dias que você não quer fazer nada. Mas desenvolvi uma certa problemática com os romances contemporâneos dessa coleção (Sabrina, Bianca, harlequim etc.) porque todos eles parecem a mesma coisa em situações diferentes! Os históricos, ao contrário, ainda ofertam o elemento surpresa boa parte das vezes. É meio como a jornada do herói, depois de um tempo você começa a identificar os arquétipos e o caminho de forma automática e a magia da descoberta desmorona porque você prevê o que vem depois.
A história desse livro acompanha as desventuras de Melanie Zeitgar, uma aspirante a atriz, cleptomaníaca, mentirosa compulsiva e cegamente apaixonada por Ray, cantor de uma banda indie. O negócio é que fazem semanas que o homem não dá sinal de vida para ela e, não fosse o bastante, Melanie perdeu seu último emprego. Ela divide o apartamento com sua melhor amiga e modelo Kim, de beleza estonteante que sempre ofusca a presença de Melanie onde quer que ambas estejam.
Como último recuso, sua agência de empregos (após inúmeras demissões por justa causa dela) lhe arruma um trabalho de arquivista em um escritório de advocacia. Lá ela conhece Greg, o advogado modelo que esteve em alta por apanhar e processar uma famosa atriz cleptomaníaca pega em flagrante roubando uma loja. No início os dois não se dão muito bem, embora Greg se mostre cavalheiro e muito interessado nela. Ainda há o problema com a família dela, Melanie não se dá muito bem com a mãe, que insiste em controlar sua vida e vê-la logo casada e com filhos, nem com o irmão superpreocupado desde sua tentativa de suicídio anos atrás.
No meio de toda a confusão enquanto se enrola nas suas próprias mentiras fingindo ser assistente de Greg para a mãe, escondendo seu problema de furto das pessoas, tentando justificar a si mesma e pedindo ajuda a todos os santos inexistentes, o rumo do seu destino vai acabar levando-a para um possível caminho sem volta.
Confessar, esperava mais. Apesar do livro ter o diferencial de tratar um tema sério, como romance deixa muito a desejar. A química do casal tenta, mas não convence. A Melanie é o estereótipo perfeito desse tipo de romance americano: lenta, fútil, obcecada por um homem que claramente não quer nada com ela, enfim, o tipo de mulher que eu jamais desejaria ser. E essa falta de identificação prejudicou muito o meu envolvimento com a história porque é ela que narra!
Greg até funcionou como um cara legal, com humor duvidoso e bom coração. A ingenuidade dele por vezes era difícil de engolir, mas ainda foi melhor trabalhado que a Melanie até certo ponto. A coisa é que tudo nesse livro parece rasa. O ponto mais aprofundado, sem dúvida, é a condição da personagem e isso acaba deixando o livro um pouco pesado, apesar de ele tentar a todo tempo se vender como uma comédia. Mas isso, claro, no meu ponto de vista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar seja sempre respeitoso à opinião do outro. Nem todo mundo pensa como você e a diversidade existe para isso. Exponha suas ideias sem ofender a crença ou a opinião de ninguém. Comentários com insultos ou discriminação de qualquer natureza serão excluídos.