terça-feira, 11 de novembro de 2025

[Bíblia] Isaías - Parte I

 Introdução


  • Os profetas viveram no tempo dos reis e crônicas;
  • 767 e 698  a.C.
  • Período do rei Azarias, Joatão, Acaz e Ezequias;
  • Escrito por vários autores que atribuem a Isaías, prática muito comum no antigo testamento;

Divisão


1º Isaías Cap. 1-39

Antes do exílio, período de atividade do profeta.

2º Isaías Cap. 40-55

Durante e depois do exílio, capítulos posteriores a Isaías, mais de dois séculos, escritos pela sua escola.

3º Isaías Cap. 56-66


Cap 1

Deus chama o povo à fidelidade. Os reinos, com o exílio assírio, foram tomados por estrangeiros que instituíram a idolatria. O reino do norte (10 tribos) não tinham descendência davídica e agiam ainda pior que o sul, ao ponto de Isaías compará-lo a Sodoma e Judá a Gomorra. Ele alerta que não adianta fazer sacrifícios a Deus mantendo um coração em pecado, isso é abominável ao Senhor. Enquanto não houver conversão sincera, Deus não volta os olhos para as preces, pois elas são impuras.

O nome Isaías, em hebraico, é  יְשַׁעְיָהוּ (Yeshayahu) que deu Esaías, depois Isaías e significa "salvação do Senhor", mesma raiz de Ieshua, nome de Jesus que significa "O Senhor salva".

V.2 "Ouvi, céus, e tu, ó terra, escura, é o Senhor quem fala"
É uma linguagem jurídica, Deus chama o céu e a terra como testemunha.

V.4 "Ai da nação pecadora, do povo carregado de crimes, da raça de malfeitores, dos filhos desnaturados."
Acusação contra Judá

V. 29 "Então tereis vergonha dos carvalhos verdes que cobiçais, e corareis de pejo dos jardins que ora vos agradam"
Revolta contra a idolatria cananeia no meio do povo. Os cananeus tinha culto a árvores sagradas.

Cap. 2

O que é um profeta?
Um profeta não é um adivinho ele não prevê o futuro. Profeta significa aquele que fala em nome de Deus. O profeta Isaías tem várias nuances messiânicas, ele aponta para o dia em que o messias virá restaurando a paz e a felicidade no meio do povo.

Isaías fala, nesse capítulo, contra a idolatria e na segunda parte parece se dirigir ao povo do norte, onde havia menos fidelidade que o sul em que o centro ainda é Jerusalém. Ele é claro ao afirmar que não adianta ter dinheiro ou força se não tem fidelidade a Deus, sem Deus tudo é vazio.

V.5 "Casa de Jacó, vinde, caminhemos à luz do Senhor"
Luz do Senhor significa salvação.

Cap 3

Vendo a desordem e atenção a futilidades de um povo que abandonou a fé, o profeta repreende-os para que se convertam e voltem seu olhar para o Senhor. Essa sociedade anárquica e fútil é um reflexo em larga escala daquela que vivemos hoje.

Cap 4

Isaías fala sobre o que está acontecendo ao mesmo tempo sobre o tempo que há de vir com o messias. A expressão filhas de Sião se refere não apenas as mulheres, mas a população como um todo.

"Vai sobrar apenas um resto"
Se refere a invasão de Nabucodonosor e o exílio que virá. O resto é um termo muito comum na bíblia e se refere a misericórdia de Deus para com o povo, mesmo quando eles pecam e são castigados, o Senhor mantem um "resto" para continuar a linhagem.

[Livro] Assassinato no Expresso do Oriente [+Adaptações]

 Original: Murder in Orient Express

Autora: Agatha Christie

Ano: 1934

Gêneros: Romance, Mistério, História de detetives, Ficção policial

Sinopse: Neste clássico da literatura, e um dos mistérios mais famosos da Rainha do Crime, Hercule Poirot precisa descobrir quem está por trás do assassinato no Expresso do Oriente – e o culpado está entre os passageiros do trem.

Em meio a uma viagem, Hercule Poirot é surpreendido por um telegrama solicitando seu retorno a Londres. Logo o famoso detetive belga embarca no Expresso do Oriente, que está inesperadamente cheio para aquela época do ano. Pouco após a meia-noite, o excesso de neve nos trilhos obriga o trem a parar, e na manhã seguinte, o corpo de um dos passageiros é encontrado, golpeado por múltiplas facadas. Isolados e com um assassino entre eles, a única solução de Poirot é iniciar uma investigação, reunindo todas as pistas e os suspeitos para chegar à conclusão de quem é o criminoso ― antes que ele faça mais uma vítima. 


Poirot embarca no ilustre Expresso do Oriente após ser convocado de volta a Londres. Como o trem estava lotado, ele decide viajar no dia seguinte, mas o chefe da condução, Bouc, arranja uma acomodação para ele ainda naquela noite, insistindo que ele viaje com ele. Durante a viagem, incialmente apertada e desconfortável, uma noite agitada traz um assassinato, um homem mal encarado é apunhalado doze vezes em sua cabine enquanto o trem fica parado por uma nevasca.

Bouc implora que Poirot tome a chefia da investigação já que eles estão isolados e precisarão dar um retorno a polícia tão logo cheguem a cidade mais próxima. Há doze passageiros no trem, aparentemente sem nenhuma ligação entre si, mas quando a identidade do morto se revela como a de um sequestrador envolvido no assassinato muito repercutido de uma criança americana, todos parecem ser suspeitos do crime.

Enquanto investiga, levantando suposições e destruindo teorias, Poirot chega a uma chocante conclusão de que talvez, dentre os suspeitos, ninguém seja realmente inocente.

No fim, o ponto desse livro é trabalhar o senso de justiça. Quando as leis falham em cumprir o seu papel, até onde é justo as vítimas irem atrás da compensação pela perda que sofreram? Quem está certo ou errado aqui? O preço do crime compensa de verdade a falha da justiça? Muitas dessas reflexões fazem a gente pensar sobre até onde é permitido ir em nome da nossa verdade. Achei o livro muito parado, embora o quebra-cabeça seja muito bom, mas o que realmente prende são essas discussões e gosto muito quando Poirot é ativo e sarcástico. Não é o melhor livro dela, mas tem seu charme.

O episódio da série, 04 da décima segunda temporada, é fiel ao livro em sua maior parte. Infelizmente o lugar por onde eu vi a legenda estava muito adiantada, mas deu pra entender por ter lido o livro. Há, contudo, uma parte da construção do personagem do próprio Poirot que entra em conflito com o que acontece no livro. Durante a conclusão, no livro, ele apresenta duas hipóteses para o que aconteceu, uma improvável e uma correta, diante das apresentações, a verdade revelada acaba causando uma comoção e chegam a um consenso de que foi feita justiça. Ele se retira do caso e a primeira hipótese mesmo falha é escolhida para ser dada a polícia. Na série, há todo um embate ético e religioso envolvido que não acontece no livro, acaloradas discussões acerca do crime onde Poirot fica diante de uma escolha difícil quando sua fé e sua ética entram em conflito com a "justiça" falha ao longo dos anos. Embora o final se mantenha o mesmo do livro, esse acréscimo ficou muito pertinente e deu a série uma aura mais dramática e reflexiva do que a objetividade do livro.

A adaptação de 2017 embora tenha o mesmo teor do livro peca em omitir personagens, suprimir personalidades e mudar alguns eventos sem necessidade nenhuma. A história segue a mesma, mas em algumas circunstâncias diferentes. Nacionalidades de personagens foram mudadas e, mesmo que isso tenha cara de inclusão, não foi uma coisa que eu achei realmente importante ou necessária no que diz respeito a este filme em específico. Houveram embates sem qualquer necessidade, e mesmo que a linha principal da história tenha se mantido, não julgo uma adaptação muito boa. A da série se mostrou muito mais fiel ao livro sem acessórios dispensáveis e discussões que não cabiam.

Embora disponha de um elenco muito bom com nomes como Jonny Depp e Penelope Cruz, não entusiasma e essa versão meio "cômica" de Poirot soou muito forçada também. Eu, particularmente, não gosto muito dessa série de adaptações novas que estão fazendo dos livros de Agatha, elas se perdem muito das obras e não respeitam as características dos personagens.