domingo, 14 de dezembro de 2025

[Bíblia] Isaías - Parte IV

 Como estamos caminhando para um contexto envolvendo o exílio da Babilônia, quero abrir um parêntese para relembrar um pouco sobre esse império. Lembro de tê-lo estudado na quinta série (e já faz muito tempo mesmo!) então, para melhor compreensão do contexto histórico no qual se insere o livro de Isaías, vou relembrar alguns pontos acerca desse importante império histórico:

  • Mesopotâmia entre os rios Tigre e Eufrates;
  • Dividido em duas fases: O antigo império babilônico fundado por Hamurabi e o novo império babilônico ou neobabilônico conhecido por seu auge sob Nabucodonosor II.
  • Conhecida como cidade-estado surgiu por volta do 3° milênio antes de Cristo;
  • Começou a ganhar importância no 2° milênio antes de Cristo, especialmente sob o comando de Hamurabi (1752-1750 a. C.) que unificou grande parte da Mesopotâmia sob seu domínio. 
  • O código de Hamurabi é um dos primeiros conjuntos de leis escritas da história. Dentro deste código está a Lei de Talião criada por volta de 1750 seguindo o preceito que a punição deveria ser proporcional ao crime cometido, prático usada nas leis do antigo testamento entre as primeiras comunidades.
  • Se tornou também o centro político e de cultura destacando avanços na matemática, astronomia e literatura.
  • Com a morte de Hamurabi houve o período de declínio do império, pois seus regentes não conseguiam lidar com o controle e as rebeliões internas e externas.
  • Por volta de 1595 a. C. a cidade foi saqueada pelos Ititas, o fato marcou o fim da primeira fase do império. Passa então a ser governado por várias dinastias estrangeiras. 
  • O novo império babilônico surgiu após a queda do império Assírio
  • Em 1626 a. C. Nabucodonosor (605-562 a.C.), um líder babilônico, rebelou-se contra os assírios e conseguiu restabelecer o controle sobre a Babilônia fundando a dinastia neobabilônica e a expansão do império.
  • O auge dessa segunda fase surgiu sob o comando de Nabucodonosor II, famoso por suas conquistas militares incluindo  a destruição de Jerusalém em 586 a. C. e o exílio dos judeus. Também é lembrado pelos seus feitos arquitetônicos e urbanistas.
  • Entre eles está o portal de histar, a torre de Babel e os lendários jardins suspensos da babilônia considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo.
  • Após sua morte, o império começou a declinar e sofrer com crises internas e externas até ser conquistado por Ciro em 539 a. C. marcando seu fim. 

  Cap 14 e 15

Descreve a queda da babilônia, ponto que marcou o fim do exílio, também relembra a queda da Assíria e profetiza contra a filistéia. A volta do exílio da Babilônia é como uma continuação do êxodo.
 
V. 12 "filho da aurora"
É uma expressão em árabe "hetel ben shahar" a "estrela da manhã" que na verdade é o planeta vênus. O "caiu do céu" vem de uma lenda do povo caldeu na Mesopotâmia, de que uma entidade havia caído do céu e se tornado maligna. Quando São Jerônimo traduziu a bíblia para o latim por Lúcifer (aquele que carrega luz) veio então o nome do diabo.
 
Moab, no lado oriental do mar morto sempre foi uma terra que passou por muitas guerras, esse oráculo pode se referir a conquista do rei Sargon da Assíria, era uma região muito fértil e cobiçada dada a tribo de Rubem na divisão da terra prometida. Moab hoje é a Jordânia.
 

Cap 16-18

 
Diante da ameaça dos assírios Moab pede ajuda a Judá, mas é recusado porque além de serem inimigos históricos, Moab era visto como orgulhoso e arrogante.
 
Damasco cai em 732 a. C. esse oráculo é um pouco antes da queda e devastação de Israel pelos assírios já que Damasco é o principal apoio de Israel.
 
É muito frequente na biblia aparecer a noite como sinônimo de perigo e a manhã é o tempo da libertação.
 
O lembrete dessa profecia é que se nos mantivermos fiéis a Deus  teremos a vitória e se não formos sofreremos a derrota.
 
No capítulo 18 há o relato do pedido de ajuda dos etíopes diante da ameaça assíria. O profeta nega ajuda mandando os mensageiros embora e profetizando sua dominação pelo inimigo.
 

Cap 19 e 20

 
Isaías prenuncia a ruína do Egito pelas desordens internas e as catástrofes naturais. Falar em uma seca no Egito era algo muito sério, pois todo o império sobrevivia do Nilo.
 
V. 18 "Cidade do Sol" 
Heliópolis, grande cidade egípcia onde se encontrava o templo de rá, o deus egipcio do sol.
 
O profeta também afirma que após essas tormentas o Egito se converterá (pelo menos em parte) ao Deus verdadeiro e será abençoado, vindo um tempo de paz em que o Egito a Assíria e Israel serão como irmãos. Em seguida, profecia da queda do Egito pela Assíria.
 
V.2 "ia nu e descalço"
A nudez de Isaías é uma nudez simbólica, naquela época andar nu (literalmente) era a maior desonra que alguém podia passar. No caso o simbolismo representa que Egito e Etiópia serão desnudados de sua honra, perderão sua dignidade.

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