Ano: 2008
Páginas: 416 (ed. impressa) 247 (ebook)
Gênero: romance, histórico
Sinopse: Acostumado a conseguir qualquer mulher, Lord Edward Rawlings enlouquece com a sensualidade de Pegeen, que estava longe de ser a tia solteirona que ele havia imaginado. Mas Pegeen não está disposta a fazer mais concessões além de mudar-se, pelo bem de seu sobrinho, para a mansão dos Rawlings na Inglaterra. No entanto, ao chegar lá, ela logo percebe o risco que corre. Sempre movida pela razão, Pegeen sente que dessa vez seu coração está tomando as rédeas. Ela pode resistir ao dinheiro e ao status, mas conseguirá resistir a Edward?
A Rosa do Inverno é um romance leve, com boa dose de romantismo, forte aroma de sensualidade e uma pitada de suspense. Fala de paixão arrebatadora e indevida, de destino e escolha. Mas, sobretudo, é uma história que acende o debate sobre a condição feminina, o papel, os desejos, os temores da mulher. Ao confrontar o instinto de se entregar a um homem e a decisão de manter a independência, a Patricia Cabot faz do livro um espelho dos dilemas femininos.
Lord Edward Rawlings tem uma única certeza em sua vida: ele não quer ser assumir o ducado deixado por seu falecido pai que deveria ter ido para seu irmão mais velho também falecido. Contudo, a única maneira de evitar isso seria encontrar seu sobrinho legítimo e verdadeiro herdeiro do ducado de Rawlings, um dos maiores da Europa.
Com essa intenção ele manda um dos seus subordinados, sir. Arthur Herbet, procurar o menino. Meses se passam até que o garoto é encontrado na Escócia sob os cuidados de uma tia solteira filha do falecido vigário da cidade. Lord Edward é informado de que o menino se recusa a sair do lado da tia e que a mesma não tem a menor pretensão em deixar sua minúscula propriedade em um vilarejo decadente para viver na pomposa mansão de um aristocrata metido e libertino cuja família nunca se importou com o bem estar da criança de dez anos.
Não é nada animador para Edward Rawlings saber que sua concunhada é uma liberal de língua afiada e decide, ele mesmo, viajar até a Escócia na intenção de convencê-la a mudar de ideia. Contudo, o que ele acha quando chega ao insípido chalé em que seu sobrinho mora não é uma velha decrépita solteirona e mau humorada, mas Pageen Mcdougal, uma jovem com rosto de uma criança de quinze anos e modos de uma selvagem aborígene. A atração física que sente por ela é imediata ao ponto de quase não conseguir manter as mãos longe dela, Edward, que nunca antes se dobrou para nenhuma mulher, soube desde o início que teria problemas com aquela pequena mulher obstinada.
Aos vinte anos, Pageen não é definitivamente uma jovem comum de vilarejo interiorano. Ela faz partos de prostitutas (mesmo que isso seja demais pra ela) e cuida sozinha do sobrinho diabólico de dez anos de idade lidando com as dificuldades de uma vida regada à caridade da igreja cujo pastor está enfeitiçado por suas curvas e louco para que se case com ele mesmo diante das intermináveis recusas da jovem. A aparição de Edward Rawlings não é, de modo algum, um alento para ela, ainda que admita estar quase desesperada para sair daquela vida decadente.
Depois de uma acalorada discussão e de péssimas primeiras impressões, ela aceita ir com ele para Yorkshire onde seu sobrinho assumiria o ducado e finalmente deixaria seu tio livre para viver como bem lhe aprouvesse. No entanto, viver sob o mesmo teto de Edward Rawling não era como um sonho realizado, na verdade era o aspecto que Pegeen menos gostava em toda aquela ideia. Sabia muito bem que não conseguia resistir ao toque quente e ardente daquele homem imponente e sem escrúpulos. Ao contrário de todas as moças de sua idade, a jovem tinha a convicção de que nunca iria se casar uma vez que o casamento era apenas uma forma oficial de subjugar os direitos da mulher (ainda mais) e escravizá-la, como uma liberal, Pageen é a favor da igualdade de direitos não apenas entre gêneros, mas principalmente na distribuição de renda entre a sociedade.
Como um verdadeiro nobre, Edward não parava para se preocupar com aquelas questões, embora discordasse de muitas coisas que ela pensava sobre sua classe ser totalmente corrupta. Inesperadamente ele via muito do caráter de sua mãe em Pageen, mas não era simplesmente uma questão de estar atraído por aquela minúscula bruxinha encrenqueira, e sim que ela o forçava a refletir sobre sua vida de companhias erradas a começar pela viscondessa de Ashbury, Arabella com quem Edward tinha um caso mesmo que ela fosse casada. Indignada por ser deixada de lado, Arabella vai fazer o que for possível para destruir sua rival, mas o que Pageen pode esconder que faria Edward Rawlings desprezá-la para sempre?
Eu tinha esse livro ha anos e nunca tinha parado pra ler porque não era acostumada com ebooks, até então o único livro em pdf que eu havia lido tinha sido Ponte para Therabítia. Contudo, esse ano foi a hora de "desengavetá-lo" e me dei a oportunidade de lê-lo. Quem me recomendou foi um companheiro de jogo de RPG em mais ou menos 2010 ou 2011, ele me dissera na época que era um romance muito bom e que eu iria gostar. Bem, não foi exatamente isso que aconteceu.
Se eu tenho algo a declarar sobre A Rosa do Inverno é que entre ele e a série da Julia Quinn, eu fico com ele. Apesar de só ter lido o primeiro livro da série dessa mulher me arrependi de ter comprado os outros 3. Me lembrou um pouco uma mistura de Jane Austen com Charlotte Bronte, mas não é uma comparação justa tendo em vista que ambas são ícones de referencia literária. A Rosa do Inverno é aquele livro que você pega pra tirar um pouco a ressaca de uma maratona de livros grandes ou quando quer passar um tempo com algo mais leve. Assemelha-se bem aqueles Julia e Sabrina históricos da escola.
Apesar de usar o segundo nome para escrever, Meg Cabot continua Meg Cabot, a única diferença é que ela detalha as cenas de sexo o que não faz nos seus livros infanto-juvenis. Fora isso, dá sim pra saber que você está lendo um livro da Cabot. As personagens são enigmáticas, mas não chegam a ser fascinantes como em sua série mediadora, meu favorito foi Edward, ele era muito direto e sincero e eu gostava disso nele, ao contrário de Pegeen que chega a ser irritante grande parte do tempo embora eu adorasse as brigas dos dois. Parece que Cabot gosta de tornar suas personagens furiosamente chatas, lembro-me que Suzannah chegava ao ponto de me fazer largar o livro para não rasgá-lo. Em uma avaliação geral, achei o livro bom sim, a leitura é até agradável e boa pra quem curte um bom romance com personagens interessantes ao seu próprio modo e, principalmente, pra quem quer conhecer um pouco mais claramente como a sociedade rural inglesa (muito mostrada por Austen em suas obras) funcionava.
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