domingo, 29 de dezembro de 2019

[Livro] A Rainha Vermelha

Original: Red Queen
Ano: 2015
Autora: Victoria Aveyard
páginas: 388 (242 ebook)
Gêneros: Romance, Fantasia, Ficção juvenil, Distopia

Sinopse: Nesta fantasia repleta de ação, romance e muitas reviravoltas, a ordem da sociedade é ameaçada quando Mare Barrow, uma jovem comum de sangue vermelho, descobre que tem um poder até então exclusivo à elite de sangue prateado. O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses. Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso... Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho? Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe - e Mare contra seu próprio coração.

Uns anos atrás todo mundo só falava desse livro e da série trono de vidro, mas não gosto muito de dar ouvidos aos hypes então deixei passar apesar de ter me chamado atenção. Esse ano, entretanto, decidi adicionar na meta de leitura para ver o que achava, depois que todo o hype passou e eu podia ler mais tranquilamente (coisa que não vou fazer tão cedo com o trono de vidro que é bem grande). 

A história segue Mare Barrow, uma adolescente que vive em uma sociedade distópica dividida pela cor do sangue, os que tem sangue vermelho e os que tem sangue prateado. Estes últimos lideram a sociedade por serem dotados de poderes e subjugam os vermelhos com mão de ferro aprisionando-os em uma escravidão eterna onde já nascem destinados a passar fome e servir na guerra sem propósito contra um reino vizinho. Mare sabe que, tal como seus irmãos, ela também está destinada a ir para a guerra porque ao contrário de sua irmã Gisa, não tem qualquer talento para nada. Ela é, na verdade, boa na arte de furtar e o faz todos os dias com seu amigo Kilorn que é aprendiz de um pescador e assim livrou-se de ser convocado para o exército.

Contudo, sua vida inteira muda quando Kilorn perde o mestre e tem sua convocação para a guerra por certa. Mare sabe que se o amigo for convocado nunca mais irá vê-lo, pois ele vai morrer. Desesperada para salvá-lo, ela faz um acordo com Farley que aceita transportar o amigo dela para um lugar seguro em troca de uma exorbitante quantia. Para conseguir o dinheiro ela pede ajuda a Gisa que é uma bordadeira famosa, e parte para a cidade dos prateados para conseguir o dinheiro que precisa, porém, o plano não dá certo e na fuga Gisa acaba com a mão quebrada o que impedirá de trabalhar. Ao tentar roubar homens de um bar fora do vilarejo, Mare acaba sedo surpreendida por um estranho jovem que além de não entregá-la aos guardas prateados, ainda lhe dá dinheiro e parece muito interessado em sua família, diz se chamar Cal.

No dia seguinte, ela é levada por empregados do palácio e descobre que conseguiu um emprego no castelo como serviçal, bem no dia que as filhas das grandes casas vão competir pela mão do príncipe herdeiro. Mare não apenas descobre um pouco mais sobre a família real como também descobre que não é tão comum quanto achou que fosse ao cair na arena sem querer e despertar dentro de si um forte poder elétrico. Impedidos de matá-la já que demonstrou poder em público diante de todas as casas prateadas, o rei Thiberias e a Rainha Elara junto aos seus filhos Maven e Cal decidem tratar Mare como uma herdeira perdida de uma das casas sem descendente. Para salvar sua família e Kilorn, ela aceita a mentira e passa a ter de viver como uma prateada sem nunca derramar seu sangue vermelho, além disso, se torna noiva do príncipe Maven ainda que, mesmo sendo impossível, nutra algum sentimento por Cal.

Quanto mais adentra no gélido mundo prateado, mais Mare odeia. Não apenas porque tem que fingir que odeia sua própria raça, mas por descobrir a tamanha desigualdade que separa vermelhos e prateados, uma injustiça sem precedentes. Assim, indignada e enojada, ela se alia à guarda escarlate um grupo de rebeldes vermelhos que quer mudar a sociedade. Com a ajuda de Julian, o tio de Cal e irmão da falecida primeira esposa do rei, Mare não apenas descobre que existem outros como ela, vermelhos com poderes de prateados e muito mais fortes que eles, mas que a confiança é algo frágil que não se deve dar a ninguém. Com o coração e a lealdade dividida, a vermelha vai precisar lutar com todas as forças para alcançar a justiça que deseja.

Confesso que gostei da história até certa parte, a verdade é que achei Mare irritante em boa parte do livro, tinha hora que tudo que eu queria era dar na cara dela. Não sou chegada a distopias, mas o livro conseguiu me prender, os ganchos dos capítulos são muito eficientes e ele é uma verdadeira aula de narratologia. Sem contar que a história em si carrega uma poderosa reflexão social que cria uma analogia muito válida na nossa realidade em que as massas são subjugadas pelas minorias, não apenas através da lavagem cerebral, mas pela "venda" de mentiras que se aproveitam de mentes acríticas para continuar manipulando e mantendo a parte mais forte da sociedade presa em uma névoa de ilusões e mentiras que os mantém obedientes e solícitos.

É um tipo de plot bem batido no gênero, mas Aveyard consegue trazer, até certo ponto, inovação e personagens interessantes, embora grande parte delas bem irritante. Muitas das coisas que eram para ser surpresa eu consegui deduzir bem antes como o fato de Cal ser um príncipe herdeiro (acho que isso tava na cara pra qualquer pessoa que gosta de conto de fada ou realezas modernas) e o de Maven não ser nem um pouco confiável apesar da autora tentar com vigor nos enganar com a fachada de doçura revolucionária e solicitude dele (com uma mãe daquela? A vá!) ou mesmo o fato do irmão dela, Shade, não estar morto como ela pensava (isso foi mais intuição mesmo). Não terminei a leitura com aquele desespero literário de saber o que acontece depois, mas planejo sim ler os demais livros da série. Acho uma indicação muito válida, especialmente para fãs de séries como A Seleção já que o livro segue uma vibe bem similar.

Esses dois últimos meses foram bem complicados para mim, acabou que precisei pegar alguns trabalhos que consumiram muito do meu tempo e não tive como nem andar as leituras em curso nem completar o dorama a tempo, vou completar tudo em cima da hora... mas a saúde pede e a gente tem que dar um jeito de conseguir dinheiro pra médico e exame já que não dá pra contar com saúde pública (não aqui pelo menos). Espero que me desculpem. Se eu conseguir, ainda planejo uma postagem sobre o ano de 2019 como um todo e o que eu tenho em mente para 2020. Mas primeiro vou tentar finalizar o livro 50 da minha meta e o dorama que estou vendo a tempo do dia 31!

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