terça-feira, 29 de dezembro de 2020

[BL] Pacemaker for Him

Título original: 미스터 하트

Diretor: Park Sun Jae

Gêneros: Romance, Escola, Juventude, Esportes

País: Coreia do Sul

Episódios: 8

Ano: 2020

Classificação do Conteúdo: 15+ - 15 anos ou mais

Elenco: Lee Se Jin, Cheon Seung Ho

Sinopse: Sangha ama correr, mas nunca gostou de longas distâncias. Jinwon é um maratonista em ascensão e para manter seu status, seu treinador sugere alguém que o ajude como  marca-passo. Com a aproximação dos dois corredores, eles descobrem que compartilham a mesma paixão. Mas eles podem ser algo além de amigos sem arriscar o que construíram?

Quando saiu Where Your Eyes Linger o mundo dos dramas entrou em polvorosa, especialmente pelo fato do gênero ainda ser complicado na Coréia. Tentei não criar muitas expectativas, mas fui com alguma avidez assistir, me apaixonei. Por isso, quando foi anunciado o segundo BL do país eu já estava contando os segundinhos para ver.

Bem, não era exatamente o que eu esperava.

Tudo bem que a Coréia ainda está engatinhando no gênero e muita coisa ainda é receosa em mostrar, ainda está melhor que a China só pelo fato de estar dando notoriedade para a temática. Mas confesso que fiquei um tanto quanto frustrada com Mr. Heart.

Ao contrário do casal de WYEL, Sangha e Jingwon não me cativaram tanto. Na verdade, pela sinopse e o trailer que saíram antes do lançamento eu estava esperando algo totalmente diferente. Nem tem como eu dizer muita coisa aqui porque o draminha é praticamente um filme então qualquer coisa pode soar spoiler.

Negócio é que Jinwon é filho de um homem rico, típico senhorzinho arrogante que todo mundo passa a mão na cabeça. Ele é um corredor em ascensão desde a escola, mas seu desempenho tem caído de forma considerável levando a mídia a cair em cima dele.

Seu treinador decide contratar para ele um aluno de educação física chamado Sangha para que este atue como "marca-passo" de modo a auxiliar Jinwon a atingir todo seu potencial na grande corrida que está por vir. Claro que o riquinho mimado rejeita a ideia no começo, mas as circunstâncias acabam forçando-o a concordar com o arranjo.

Ao contrário dele, Sangha não é um filhinho de papai e desde muito cedo precisou aprender a se virar sozinho. Ele sempre admirou Jinwon secretamente, ter a oportunidade de estar ao lado dele é mais do que ele sempre sonhara. Negócio é que Sangha está devendo dinheiro a agiotas e isso pode acabar complicando não apenas a si mesmo, mas o seu ídolo.

Enquanto se aproximam graças à sua paixão em comum: as corridas, Sangha vai precisar escolher entre o amor do seu ídolo ou a sua própria liberdade.

Mesmo as personagens sendo bem construídas e o drama tendo seus momentos fofinhos, não me vi querendo rever a história de forma quase indefinida como foi com WYEL. Não me cativei pelas personagens ou quis mais do que o enredo me ofereceu, ele foi legal e só isso, entendem? Pelo menos ao meu ver. 

Recomendo sim, é levinho, engraçado, tem uma dose de drama que não exagera muito e suas partes bonitinhas, mas não é nada fantástico ou ardorosamente apaixonante como WYEL foi. Tanto que o novo BL coreano começou e ainda não decidi se vou ou não conferir.  

[Livro] Os Três Mosqueteiros (adaptado)

Original:  Les Trois Mousquetaires

Autor: Alexandre Dumas

País: França

Gêneros: Romance histórico, Ficção histórica, Romance gráfico, Ficção de aventura, Romance biográfico

Sinopse: Este livro conta a história de um jovem de 20 anos, proveniente da Gasconha, D'Artagnan, que vai a Paris buscando se tornar membro do corpo de elite dos guardas do rei, os mosqueteiros do Rei. Chegando lá, após acontecimentos similares, ele conhece três mosqueteiros chamados "os inseparáveis": Athos, Porthos e Aramis. Juntos, os quatro enfrentaram grandes aventuras a serviço do rei da França, Luís XIII, e principalmente, da rainha, Ana de Áustria.

Encontraram seus inimigos, o Cardeal Richelieu e os seus guardas, além de Milady, uma bela mulher à serviço de Richelieu, que já foi casada com Athos. Essa lista também inclui os huguenotes e os ingleses, inimigos da Coroa francesa.

Fortemente influenciado pelo seu pai, D'Artagnan viaja para Paris com o intuito de se tornar um mosqueteiro real. Munido de uma espada velha, uma mula mais velha que o pai e uma carta de recomendação, ele é ridicularizado por onde passa e, de pavio curto, não demora a arranjar confusão, mas sua falta de treinamento e jeito o levam na verdade e a enveredar em problemas maiores do que consegue resolver.

Da pior forma possível, ele acaba entrando no caminho de Porthos, Aramis e Athos, sem saber que eles são mosqueteiros do rei, seu jeito meio inocente causa problemas aos homens que o desafiam para um duelo, mas finda por D'Artagnan salvar-lhes as vidas quando os três são atacados por homens a serviço do cardeal, assim, ele é apresentado ao senhor de Tréville e aceito como aprendiz, além de ganhar nos três mosqueteiros leais amigos.

Com os conflitos acirrados entre a França e a Inglaterra, os quatro ainda precisam enfrentar os jogos de poder entre o cardeal e o rei Luís XIII. Enviados em missões arriscadas, os quatro se tornam alvos de Milady, uma assassina sob o comando do cardeal que almeja os quatro encrenqueiros trabalhando para ele. Uma intrincada conspiração envolvendo a rainha Ana da Áustria e o Duque de Buckingham, colocam o jovem gascão no caminho de Constança Bonacieux por quem se apaixona perdidamente.

Usando todas as suas armas e especialmente a confiança que depositam um no outro, os quatro amigos vão precisar de todos os recursos e a sua inteligência para sair das garras do cardeal e se livrar do perigo que Milady representa em suas vidas, além de salvar o futuro da França. O destino pode lhes reservar um amargo caminho pela frente.

Peguei esse livro emprestado de uma amiga, confesso que estava bem curiosa para ler, mesmo sendo uma versão adaptada do original de setecentas páginas. Mas confesso que não foi nada do que eu esperava, na verdade por vezes pensei que ia apenas desistir da leitura e esquecer que um dia ficara curiosa com a história.

Resumindo de forma quase simples, os três mosqueteiros se resumem a um grupo de amigos que bebe mais do que o juízo aconselha, vivem atrás de mulheres ricas, se apaixonam mais rápido que o papa léguas corre e arrumam confusão por qualquer besteira.

O plano de fundo histórico é até um bom atrativo para a história, há alguns recursos interessantes, mas em geral, não consegui me prender ao enredo e aos personagens. Não sei se pelo fato do texto ser adaptado ou algo assim, a coisa é que realmente não me satisfiz com o livro, tanto que não estou nem um pouco inclinada a buscar as duas sequências.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

[Drama] Detective L

Título original: 绅探

Diretor: Deng Ke

Roteirista: Lu Xuan

Gêneros: Histórico, Mistério, Comédia, Detetive

País: China

Episódios: 24

Ano: 2019

Elenco: Bai Yu, Una You, Jeffery Ji

Sinopse: Xangai nos anos 30: um caso de crime intrigante surge em meio à movimentada cidade. Um belo novo graduado da academia de polícia, Qin Xiao Man, ingressa na unidade de investigação. O famoso detetive Luo Fei se torna seu colega e vizinho. 

Onde encontrar: Neko Fansub [Português europeu]

Qin Xiao Man é uma idealista. Entrou na força policial para descobrir sobre as pessoas que assassinaram seus pais e porque não quer que outras pessoas passem pelo que ela passou, acredita na justiça mais que em qualquer outra coisa e, mesmo sendo a única mulher na academia, não perde em nada para nenhum homem.

Após se formar, ela é transferida para a unidade policial de Xangai, lá ela tem um inusitado encontro com Luo Fei, um famoso e excêntrico detetive consultor que acaba arrastando-a para um caso misterioso envolvendo o desaparecimento de uma mulher. A partir de então, mesmo que os dois não se deem muito bem no começo, acabam formando um time completado por Ben Jie Ming, um estranho legista com passado conturbado.

Conforme os casos avançam e vão se tornando mais intricado, Luo Fei acaba associando-os a um esquema armado de forma inteligente por alguém chamado Capitão que teve uma passagem marcante na sua vida, e a quem ele prendeu muitos anos antes. Uma busca implacável se inicia e a vida de Xiao Man e Jie Ming se torna um fio tênue nas mãos do perigoso bandido que só Luo Fei é capaz de destruir.

E a China me trolou de novo!

Tinha começado a ver esse drama pelo dramask, mas elas acabaram deixando o projeto em hiatus e não tinha em nenhum outro lugar pra ver. Acabou que o Neko Fansub pegou o projeto e finalmente pude continuar porque eu estava muito animada com os primeiros episódios, é quase uma releitura de Sherlock Holmes, apesar de ter poucas disparidades, podemos encarar esse drama como uma homenagem ao detetive mais famoso de todos os tempos.

Bai Yu (razão pela qual eu vi isso) está maravilhoso na pele do detetive excêntrico, altamente inteligente e com um passado trágico, não conhecia a Una You, mas adorei sua interpretação de uma policial determinada e idealista. Inclusive, rola o maior clima entre esses dois, mas nunca vai para frente! Ben Jie Ming vem como um complemento de Luo Fei, sendo seu melhor amigo e também funcionando como um conforto "normal" para Xiao Man e às vezes uma alívio cômico para nós também.

Os casos trazem o melhor de Agatha Christie e Sherlock Holmes, com personagens bem construídos e ótimas atuações, histórias intrincadas, bons mistérios e a dedução se alia à investigação tradicional em um conjunto harmônico que nos traz o melhor do gênero. Contudo, sim, o final me decepcionou muito. Pela "idade" do drama, as possibilidades de uma segunda temporada são praticamente nenhuma, e enquanto pesquisava sobre ele na internet não vi promessas ou nada a respeito, então aquele final aberto foi uma baita duma sacanagem chinesa para variar.

Na verdade, os três últimos episódios deram uma desandada no resto do drama que quase não acreditei. Foi como se eles tivessem que esticar a história e, na falta de saber o que fazer, criaram outra história nada a ver para colocar ali. Apesar disso, eu recomendo sim, o final é decepcionante, mas pelo menos o começo é divertido o bastante para valer a conferida.

domingo, 27 de dezembro de 2020

[Livro] Príncipe Cativo - O Escravo

 Título Original: Captive Prince

Série: Príncipe Cativo #1

Autor: C.S. Pacat 

Ano: 2017

Páginas: 320

Editora: V&R

[+18] Indicado para maiores de 18 anos

Sinopse: Damianos é um herói para o seu povo e o legítimo herdeiro do trono de Akielos. Mas, depois da morte do pai, seu meio-irmão toma o poder e o captura, vendendo-o como escravo. O guerreiro é obrigado então a servir a Laurent, o príncipe de Vere, a poderosa nação inimiga.

Para manter em segredo sua verdadeira identidade e as marcas que escondem seu passado, Damen – como também é conhecido – aceita a condição submissa.

Mas Laurent é o que há de pior na corte de Vere. E, como nos meios políticos nada é o que parece ser, Damen é obrigado a estar ao lado do tirano manipulador, ainda que ele o odeie mais do que a qualquer pessoa.

Laurent e Damen têm consciência de que não são sentimentos nobres que os aproximam, mas o desejo de supremacia que está na origem da discórdia entre as duas nações.

Com um ritmo de tirar o fôlego, Príncipe Cativo: O escravo é uma narrativa que coloca em questão temas políticos e culturais. Uma saga épica, ao estilo de "Game of Thrones", que entrelaça de maneira brilhante jogos de poder e sedução.


Continuando a série de resernhas atrasadas (e as últimas do ano também) vamos de livro que consegui ler depois da crise de ansiedade, eu tinha começado Os Três Mosqueteiros (que ainda vou tentar terminar esse ano), mas não estava fluindo muito bem, então decidi recorrer a algo diferente. Esse livro foi uma indicação de uma coleguinha fã de Mo Dao Zushi, ela me recomendou muito essa trilogia e acabei pegando no kindle pra ler, mas por ser uma trilogia americana, por eu estar acostumada com o conteúdo BL da Ásia, confesso que não tinha muitas expectativas com ele, o que foi bom porque pude aproveitar a leitura de forma neutra apreciando as surpresas e sem me decepcionar com isso ou aquilo que não era o que eu esperava.

A história segue Damianos (Damen) o príncipe herdeiro de Akielos que sofre um golpe de estado do seu meio irmão, Kastor, este o vende como um escravo para o reino inimigo, Vere, como um presente ao príncipe Laurent. Pego desprevinido e completamente subjugado, Damen não consegue lutar contra seu destino, ele é drogado e enviado para o território inimigo bem depois de ter matado o prínicipe herdeiro e irmão de Laurent, Auguste, em uma batalha.

Em Vere, Damen se depara não somente com os costumes depravados daquele povo, mas com a sua crueldade, Laurent, que despreza os akienlons, por bem pouco não manda matá-lo tão logo ele chega, é contudo impedido pelo tio, regente de Vere desde a morte do irmão e do pai de Laurent. A personalidade forte de Damen vai de encontro direto com a de Laurent que é frio, impassível e tem tendências cruéis. 

No meio dos costumes bárbaros da corte veretiana, Damen vai se ver numa espécie de jogo político e luta pelo trono que pode envolver uma luta direta com seu antigo lar bem no momento de fragilidade de um país que não aceita um bastardo como rei. Sua única maneira de salvar sua pátria e as pessoas com quem se importa é se aliando a Laurent e impedindo que este descubra sua verdadeira identidade como assassino do sue irmão. Contudo, Damen não consegue negar que sob a camada de ódio e desprezo mútuo, há uma faísca entre ele e o frígido príncipe veretiano cujas ações sempre encontram um meio de surpreendê-lo (na maioria das vezes para o mal).

A primeira impressão que eu tive do livro foi a estranheza do mundo, ao mesmo tempo foi um ponto muito interessante porque ele vai sendo desvendado para nós aos poucos de acordo com a familiar estranheza do próprio Damen que conhecia um pouco sobre o lugar, mas ainda estava descobrindo muito na prática. A temática homossexual, inclusive, é inserida de forma bem natural e lógica dentro da história, de início você mal percebe que está lendo um livro desse tema até ele ser colocado diante de você e de forma alguma é um choque.

O livro, inclusive, flerta com o erotismo, mas de uma forma muito sutil, há a presença de alguns palavrões, mas de forma alguma a história ou as cenas mais eróticas tem uma qualidade inferior por causa disso, inclusive, eles são inseridos de maneira muito bem planejada pela autora. A leitura é muito rápida, você vai avançando pelos capítulos e quando menos espera acabou. É fluida e gostosinha de ler mesmo tendo várias cenas de tortura pesadas de embrulhar o estômago, inclusive, vale assinalar aqui o gatilho de estupro.

As personagens nesse primeiro livro não me deram muitas impressões positivas. Temos o regente, tio de Laurent, que é falso, manipulador, cruel e com gostos revoltantes. O próprio Laurent é um jovem cego pelo ódio, frio, bom estrategista e nem deixa a impressão forte de ser ruim ou bom, permanece ali enigmático. Damen está longe de ser o protagonista bonzinho e cheio de ideiais justos e heroicos, se há algo que nos aproxima dele, é a sua condição claramente desvantajosa. 

Gostei sim da leitura, pretendo dar continuação à trilogia, apesar de, num primeiro momento, realmente não tocer pelos protagonistas como um casal, especialmente pelo caráter de Laurent que não deixou uma primeira impressão muito a seu favor (e já tenho uma teoria bem cruel de algo que pode ter acontecido com ele antes... espero estar errada), vejo sim um bom potencial para os dois na sequência com o entrosamento entre eles e uma carga dramática bem aplicada.

Para quem procura uma boa ficção histórica com um universo diferente com boas intrigas e um par em potencial, eu mais que recomendo esse livro.


quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

[Filme] The Lady Improper

 

Título Original: 非分熟女

Diretora: Jessey Tsang Tsui-Shan

Roteiro: Jessey Tsang Tsui-Shan, Link Sng

Ano: 2019

País: Hong Kong

Idioma: cantonês

Elenco: Charlene Choi, Chris Wu

Sinopse: Siu Man é uma enfermeira que perdeu quem ela é como pessoa. Seu casamento acabou em parte devido ao seu medo de intimidade e, tendo sido abandonada pelo marido, ela agora enfrenta a perda do pai após ele ser hospitalizado.

Siu Man decide reiniciar sua vida assumindo o restaurante de seu pai, mas sem a experiência de ser chef, ela tem que contratar alguém. Ao passo que Jia-hao, um chef  treinado em Paris, que é um espírito livre, mas também trata a cozinha como uma filosofia séria e é capaz de recriar o estilo culinário de seu pai. Parece que o belo chef prepara uma tempestade dentro e fora da cozinha enquanto ajuda Siu Man a aprender a entregar comida deliciosa e sua aparência deliciosa desperta o desejo dela. Por meio dele, Siu Man enfrenta seu medo da intimidade de frente e se liberta.

Onde encontrar: Movie Asian Fansub

Quis ver esse filme por causa do Chris Wu, acho ele um excelente ator, o plot parecia interessante também e como já tinha um tempo que não via nenhum filme, dei uma chance. Esse é um filme que flerta com o erotismo (erotismo, pornografia não), então eu estava meio receosa por causa disso. Ainda assim, a experiência foi bem singular.

Na trama, acompanhamos Siu Man, ela é uma enfermeira da área de ginecologia que vive infeliz no seu trabalho, começamos a perceber que ela também não tem amigos e não gosta muito de si mesma. Bem no começo do filme, ela sai do trabalho e vai até o restaurante do seu pai para comemorar o aniversário dele, mas a conversa começa a enveredar pelo seu casamento e, irritada, ela acaba saindo. É quando o pai dela descobre que ela comprou vários vibradores e pergunta se ela está tendo problemas com o marido.

Siu Man não contou a ele que se separou do marido, ela se sente culpada pelo fim do relacionamento, mas não fica claro se ela realmente amava o marido ou se era apenas pela convenção social que dizia que ela precisava ser casada. Em pequenos flashes, vemos que Siu Man não conseguia ter relações íntimas com o marido, desde a noite de núpcias, mas não é explicada a razão disso. Durante sua discussão com o pai, descobrimos também que ela fez faculdade e se casou para cumprir as exigências dele e não porque realmente queria.

Ela ainda tenta procurar o ex-marido para tentar uma reconciliação, mas ele a rejeita. Siu Man não se vê como uma mulher, ela vive cheia de frustrações, assombrada pelo abandono da mãe, sempre que está sexualmente frustrada ela come frango assado (sim, um frango assado inteiro!) e por alguma razão ela acha isso extremamente sensual (Deus sabe por quê, eu não).

Quando seu pai adoece e precisa ser internado, Siu Man assume o restaurante onde há tantas lembranças pouco confortáveis da sua infância e é onde ela conhece Jia Hao, um chefe formado na França que vive livremente e aceita trabalhar por um tempo no restaurante por ter lembranças sentimentais da sua mãe levando-o ali. Inicialmente, ele se interessa pelo jeito fechado de Siu Man, mas todas as suas tentativas de ser amigo dela são frustradas. Em contrapartida, Siu Man se sente atraída por ele, ainda que não revele isso.

Conforme a convivência acaba empurrando-os um para o outro, ela vai se descobrindo mulher, despertando sua sensualidade e percebendo a si mesma longe das amarradas impostas pelas convenções sociais, mas libertando-se para ser ela mesma. 

Esse filme é baseado em uma história real, então eu não podia esperar um final todo fechadinho e fofo, mas apesar disso, foi bem condizente com o que foi construído durante todo o longa, algumas coisas não ficaram muito claras para mim, mas acho que o importante mesmo é a forma como ele retrata a pressão sobre a mulher, o modo como muitas vezes elas anulam sua natureza e vivem uma vida infeliz só para se encaixar nos padrões de alguém. 

Além disso, fala um pouco sobre a intimidade feminina, gente aquele marido da Siu Man era um troglodita, ele não preparava ela já queria chegar "entrando" e obviamente, aliado ao fato de ela não gostar dele de verdade, vinha a dor e ela não queria. Sexo não é pra ser doloroso. Se ele tivesse tentando entender as necessidades dela, tentando conversar, ele teria conseguido fazê-la se desprender do medo, mas ele estava preocupado apenas consigo mesmo. 

O relacionamento dela com o Jia Hao não foi lá as mil maravilhas de desenvolvimento, mas foi crível pelo menos, especialmente pelo fato de ser gradual. Achei um filme interessante, leva a gente a pensar em algumas coisas e perceber o nosso papel na sociedade, a nossa imagem, que depende apenas da forma como nós mesmos nos vemos, independe do que a sociedade quer ou do que os outros desejam.



segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

[Drama] Roommate the series

 

Original: ห้องนี้พี่ให้นาย; Roommate the Series

Diretor: Mos Mos

Gêneros: Amizade, Romance, Drama

Episódios: 5

País: Tailândia

Ano: 2020

Sinopse: ames nunca havia dividido o dormitório com ninguém, mas após o pedido de sua mãe, ele e Sky passam a morar juntos. Com o tempo, uma paixão poderá surgir?

Onde encontrar: Lianhua Fansub

E vamos de BL com esse mini drama do garoto incapaz de pronunciar ขอบคุณ (obrigado) que achei por acaso enquanto passeava pelo mundo colorido do Lianhua em busca de alguma coisa que me chamasse atenção.

Essa é uma das webséries gravadas bem no meio da pandemia, então a qualidade não é lá nas alturas, mas a história até que não é ruim. Conta sobre James, um garoto universitário que nunca quis dividir o dormitório com ninguém, ele é fechado, prefere ter seu próprio espaço e não gosta de dar satisfações, mas, por causa de um acordo da sua mãe, é forçado a dividir seu quarto com Sky, o filho de uma amiga dela.

De início, ele odeia a ideia, mas não trata mal o companheiro de quarto e os dois entram em uma espécie de convívio amistoso aprendendo a lidar um com o outro. Contudo, Sky esconde o fato de ser gay com medo da reação de James, e a convivência acaba despertando nele sentimentos diferentes, especialmente pelo fato de James ser muito bonito (e é mesmo!).

Com um par de amigas sem qualquer noção, esses dois vão superar suas diferenças e aceitar os sentimentos fortes que começam a uni-los?

Como falei, por causa da limitação da pandemia, a série não pôde ser muito desenvolvida, os cenários eram limitados e quando vi a primeira vez achei as atuações um pouco forçadas. Não me convenceu muito. É um daqueles dramas que atira em quase todo lado, hora ele parece um romancezinho açucarado, hora é uma comédia pastelona. Ainda assim é inegável que a gente shippa o James e o Sky conforme a história avança.

O fato de James, de início, não saber que Sky é gay rende uns bons "gay panic" como chamam em vários momentos o que é bem divertido. E esse caso da comédia é algo a se chamar atenção, tem horas que ela cabe bem e em outras fica fora de tom. Ainda assim, é um draminha bom, especialmente pra quem quer algo rápido já que são poucos episódios e bem curtinhos (média de 20 a 25 minutos).

[Drama] Honey, don't run away

 

Original: 公子我娶定你了

Ano: 2020

Episódios: 12

Duração: 35min

Gênero: Histórico, Comédia, Romance

Sinopse:

Uma mulher que odeia casamentos após ser repetidamente rejeitada encontra um oficial frio por fora, mas profundamente afetuoso por dentro. Além disso, um príncipe dedicado continua a ficar ao seu lado. À medida que a história se desenrola, acontece com um caso misterioso.

Devido a certas circunstâncias, Ye Xiao Tang, filha de uma família rica, não tem escolha a não ser encontrar um marido antes dos 20 anos. Determinada a ter o estudioso Mu Jinyan como marido, ela nem sequer olha para o príncipe Ling Ziran (Bo Junchen), que a está buscando ativamente. Um caso de suspense une seus destinos.

Onde encontrar: Wei Fansub

Ye Xiao Tang é bonita, inteligente, extrovertida e muito rica. Tem um pai afetuoso e é órfã de mãe. Quem a olha, não consegue entender porque, no auge dos seus 19 anos, ela é incapaz de conquistar um marido. E não é por falta de propostas, seu dote é invejável. Contudo, ela acabou atraindo uma péssima fama na cidade onde vive porque todos os homens que se aproximam dela com intuito de se casar, ou ficam gravemente doentes ou morrem.

Por isso, ela está abrindo mão de qualquer exigência desde que consiga um marido. Não importa se ele é bonito, se há chance de se apaixonar por ela, se é rico ou mendigo na rua, tudo que ele precisa é ser homem e capaz de dar a ela um filho. Isso porque Ye Xiao Tang está com os dias contados.

A família de sua mãe é de um clã dotado de um poder especial que vem acompanhado de uma maldição, as mulheres de sua família só vivem até os 20 anos, por isso, precisam se casar e ter um herdeiro para seu dom, Ye Xiao Tang é a última de sua linhagem e isso só aumenta ainda mais seu desespero em conseguir se casar. Seu pai busca a vida inteira pelo cristal dos sonhos, artefato mágico capaz de salvar a vida da filha e lhe proporcionar uma vida longa.

Enquanto arma uma verdadeira confusão pública atrás de um marido em potencial, ela acaba sendo perseguida pela polícia e esbarra em Mu Jinyan que chegou à cidade para substituir o atual magistrado. Quando ela é presa, ele a ajuda, mas mesmo que Xiao Tang se mostre encantada por ele, Jinyan não está nem um pouco interessado nela e a dispensa. Bem ao contrário de Lin Ziran  — a quem ela também "atropela" — um dos filhos do imperador que demonstra muito interesse nela.

Quando um misterioso caso de assassinato envolvendo pessoas influentes na região e ligados a um culto clandestino coloca a cabeça de Mu Jinyan em xeque, com a ajuda do príncipe e da complicada jovem encalhada ele vai enveredar por uma trama cheia de segredos obscuros envolvendo um golpe de estado, o assassinato da concubina real mãe de Ziran e uma antiga rivalidade mística entre os clãs de Xiao Tang e o de Jinyan que podem comprometer o amor crescente entre os dois.

E lá vem a China trollar nossos sentimentos de novo!

Confesso que por vezes comecei a torcer o nariz quando vejo dramas chineses, porque eu sempre vou assistir esperando um desenvolvimento fantástico com um final ruim. E muito poucas vezes fui surpreendida com o contrário dessa expectativa.

Vi esse drama quando estava de bobeira no Wei Fansubs procurando alguma coisa que prendesse minha atenção visto que eu estava em uma ressaca literária e começando um monte de dramas sem conseguir avançar. Gostei da sinopse dele e comecei a ver com a minha irmã.

De início, é um drama muito engraçado, tem personagens interessantes e mistura romance com aquela dinâmica de mistérios à lá Sherlock Holmes, a gente realmente simpatiza e torce pela Xiao Tang e o Jinyan apesar de ele ser bem chato no começo. Particularmente, eu gostava mais do Ziran, mas estava bem na cara que ela não ia ficar com ele. Bem aquele típico arquétipo de dramas em que tem aquele cara que faz tudo pela protagonista, mas ela escolhe o que a trata com indiferença.

Quando começou a dar o background da rivalidade entre o clã da Xiao Tang e do Jinyan eu já comecei a prever que vinha problemas por aí. Então, nessa fase — que comporta ali os últimos capítulos — ele começou a enveredar por um caminho que quebrava completamente o clima construído nos primeiros 8 episódios.

Ao que parece, ano que vem terá uma segunda temporada e por isso o final é super aberto e cheio de perguntas sem resposta. Isso foi bem frustrante, especialmente pela forma como o futuro da Xiao Tang e do Jinyan foi tratado. Minhas expectativas com a segunda temporada ficaram bem baixas — quase inexistentes — e comecei a pensar duas vezes se planejo ou não assistir a sequência.

Para quem procura um drama curtinho e relativamente leve, pode ser uma boa pedida se você desconsiderar os três ou quatro últimos episódios. Ele tem uma trama interessante, boas atuações, um figurino lindo e uma fotografia de encher os olhos. Mas, em compensação, para os amantes de potenciais finais felizes, pode acabar sendo bem frustrante o caminho apontado para o desenrolar do casal principal e se você é daqueles que shippa errado, passe longe desse drama haha.

Aos poucos vou atualizando as resenhas atrasadas, okay, gente? Espero conseguir terminar antes do fim do ano hahaha. Até a próxima!

sábado, 5 de dezembro de 2020

Olhos Vazios no Wattys 2020!

Olá, pessoinhas, espero que estejam todos bem!

Vim aqui compartilhar um pouco da minha felicidade com vocês. Depois de tantos acontecimentos ruins em 2020, muitas vezes minhas esperanças começaram a fraquejar e mesmo que digam ser a esperança a mais resiliente entre todos os sentimentos, a minha vacilou em muitos momentos desse ano maluco. Fiquei um tempo considerável sem aparecer por aqui, não vou entrar em detalhes, mas o mês de novembro foi marcado por uma das crises de ansiedade mais violentas que eu tive nos últimos dois anos. Não vou dizer qual foi o gatilho e nem quero me aprofundar muito nisso, a questão, para resumir, é que agora estou um pouco mais calma e retornando aos poucos às minhas atividades (como ler, estudar, etc). 

Qual não foi minha surpresa ontem ao abrir o wattpad pelo celular e me deparar com uma mensagem dizendo que eu havia ganhado meu lugar ao sol entre os vencedores do prêmio Wattys2020! Gente, eu chorei de tanta emoção, juro. Ainda hoje eu ficava entrado direto no aplicativo para me certificar que eu não tinha sonhado e tinha acontecido mesmo. Para muita gente isso pode ser sem muita importância, mas para mim é uma realização e tanto, porque são muitas histórias concorrendo e só 5 são selecionadas por categoria, estar no meio disso é realmente algo significativo. Eu venci na categoria Fantasia e ainda é muito surreal pra mim.

Escrevi esse livro em 2017, a ideia surgiu de uma conversa em plena madrugada com a minha irmã, pensamos e debatemos sobre como seria um livro com uma garota que via a morte. Isso ficou martelando na minha cabeça por alguns dias e comecei a rascunhar as ideias em documentos do word, fui organizando e, nessa época, estava muito viciada em Empty Eyes do Within Temptation, foi daí que comecei a idealizar a minha personagem, a primeira coisa que tinha em mente era que queria uma asiática no papel central, nunca tinha escrito histórias dentro desse universo e desejava me arriscar, fui pesquisar algumas lendas do Japão e da China e me deparei com a lenda da Borboleta Branca, muito bonita e muito triste. Com esse cenário de fundo, ainda um pouco às cegas, comecei a escrever.

Uma coisa que já prestei atenção é que eu sou muito bagunçada. Nem sempre paro de verdade para planejar, embora pesquise muito e vá organizando os acontecimentos conforme eles vão sendo escritos, a maioria das minhas histórias segue no fluxo (não façam isso, gente, é perigoso kkkkk), Olhos Vazios é um desses exemplos, ela foi se descortinando para mim conforme os capítulos iam tomando forma e os personagens me contavam suas vontades. Foi um aprendizado e tanto, além de extremamente divertido, conhecer um pouco mais desse outro lado do mundo e da minha criatividade. Esse prêmio dado justamente a esse livro, consolida ainda mais meu carinho por essa obra.

Convido quem ainda não conhece a dar uma conferida, tem um monte de personagem legal e uma relação pai e filha que vale a pena ser lida. Sei que um autor falando da própria obra soa suspeito, mas eu tenho lá naquele livro muitos comentários de gente que valida o que estou dizendo aqui. Obrigada, de coração, a todo mundo que me lê, seja no wattpad ou aqui no blog, essa realização não é minha, é de vocês, porque sem vocês nenhum dos meus livros seria real.

Devagarinho eu vou colocando as resenhas em dia, como disse, eu tenho voltado às minhas atividades meio devagar. Então aguardem novos posts.

Até mais, gente!