Autora: Danielle Steel
Gênero: Romance histórico
Páginas: 336
Ano de edição: 2018
Sinopse: Angélique Latham cresceu no esplendoroso Castelo Belgrave, na Inglaterra, e foi criada sob a tutela e o carinho do pai, o duque de Westerfield. Aos 18 anos, ela é a menina dos olhos do duque, mas, assim que ele morre, seus meios-irmãos mais velhos lhe viram as costas, abandonando-a completamente. Porém, com sua inteligência aguçada, uma beleza arrebatadora e um baú de dinheiro que seu pai lhe deu em segredo no leito de morte, ela fará de tudo para sobreviver.
Sem conseguir arrumar emprego por não ter uma carta de referência, mesmo depois de um tempo trabalhando como babá, Angélique tenta a sorte em Paris. E é lá que o destino coloca em seu caminho uma prostituta, vítima dos maus-tratos de Madame Albin. Ao ajudar a jovem, Angélique vê uma oportunidade: abrir um bordel de luxo para atender aos homens mais abastados da cidade e onde pudesse proteger essas mulheres. Logo, o elegante Le Boudoir, um lugar onde os homens poderosos podem satisfazer seus desejos mais secretos com as companhias mais sofisticadas, se torna a sensação de Paris. Mas, vivendo na iminência de um escândalo, Angélique conseguirá algum dia recuperar seu lugar no mundo?
Filha mais jovem do gentil duque Philip, Angélique cresceu amada pelo pai, cuja adorada esposa morreu no parto, mas odiada pelos meio-irmãos, frutos do primeiro casamento do duque, que a viam como uma intrusa e à sua mãe como uma prostituta que havia seduzido o pai deles. O velho duque sabia que a filha teria dificuldades após sua partida daquele mundo, já que legalmente não podia deixar nada para ela e tanto o título quanto o dinheiro iriam todo para o filho mais velho, um homem frio, cruel e calculista que odiava Angélique mais que tudo.
Pensando no futuro da filha, Philip assegurou-se de dar a ela em segredo uma considerável soma em dinheiro vivo que orientou-a a esconder à sete chaves e administrar com cuidado, pois a vida era imprevisível e poderia se mostrar cruel. Por mais que tivesse pedido várias vezes à Tristan, seu filho mais velho, que amparasse a irmã quando ele se fosse, no fundo, o duque sabia que Angélique ficaria sozinha no mundo e aquilo era a única coisa que podia fazer para minimizar suas dificuldades.
Tal como previu o pai, tão logo o duque faleceu, a jovem duquesa foi tirada dos seus aposentos e relegada ao sótão, o irmão não demonstrou qualquer consideração para com ela e a expulsou de casa para viver como criada na casa de um casal de amigos dele, chegando, inclusive, a afirmar que ela não era mais que uma prima distante. Não havia ninguém para proteger Angélique, ela estava sozinha no mundo que desconhecia, mas sua doçura, caráter e inteligência fariam o destino sorrir para ela.
A jovem duquesa se descobre no trabalho de cuidar das quatro crianças da família Ferguson, completamente negligenciadas pelos pais, carentes não somente de afeto, mas ávidas por instrução e por conhecer o mundo. Contudo, os percalços de ser uma criada de família rica é que as pessoas, especialmente os homens, a viam como uma presa fácil e é graças as investidas frustradas de um desses que Angélique se vê novamente sozinha sem a proteção de ninguém e sem uma carta de referência que a possa encaminhar para outra criança que necessite de sua atenção tanto quanto às crianças dos Ferguson.
Sua jornada a leva para o país da mãe, a França, onde se hospeda em um hotel modesto na esperança de conseguir um emprego com mais facilidade do que houve na Inglaterra, mas a situação acaba se mostrando a mesma. Desesperada sem saber o que fazer, ela acaba encontrando uma jovem muito ferida em uma das ruelas escuras de Paris, disposta a ajudá-la, Angélique acaba descobrindo que se trata de uma meretriz que fugira de sua antiga cortesã para trabalhar por conta própria. A jovem duquesa ajuda a mulher sem julgá-la.
Através de Fabienne, Angélique se inteira do cruel mundo que atira jovens inocentes nas garras de homens muitas vezes cruéis submetendo-as a situações horrendas de exploração, violência e arrancando delas qualquer perspectiva de um futuro. É nesse momento e através da história daquela mulher, que a jovem duquesa tem a ideia mais maluca da sua vida (plot twist que chama, né?) e decide, com a ajuda dela, abrir um bordel em Paris, onde além de poder conseguir dinheiro, ela ainda possa proporcionar uma renda justa para as mulheres que eventualmente trabalhariam para ela dando a elas a oportunidade de uma nova vida quando conseguissem dinheiro.
Assim, no anonimato e escondendo suas origens aristocráticas, a jovem duquesa acaba por criar o bordel de luxo mais famoso de Paris. O estabelecimento se torna um sucesso e proporciona a Angélique não apenas um retorno financeiro surpreendente, como a chance de conhecer pessoas poderosas. Ela, contudo, se mantém intocada, gerenciando o negócio com firmeza e inteligência, mas inacessível a todos os clientes. Isso lhe proporciona a oportunidade de estabelecer conexões poderosas que podem ser úteis no futuro.
Entretanto, a imprevisibilidade da vida acaba forçando-a a fechar seu negócio e se refugiar na América, graças à sua ajuda, as mulheres não ficam desamparadas, pois receberam muito dinheiro pelo seu trabalho. Mas a vida de Angélique está novamente pelo avesso e ela se vê novamente sozinha indo para um lugar desconhecido sem proteção e deixando todos com quem se importa para trás. Mas o destino sorri para ela quando, a bordo do navio, ela encontra o amor através de Andrew, um belo e brilhante advogado idealista que fica encantado por ela.
O relacionamento dos dois progride gradualmente como deve ser, mas a inclinação é certa. E, após mais de três anos sozinha, a jovem duquesa aceita se casar. Porém o evento a força a contar a verdade ao futuro marido, ela se vê obrigada a contar a vida que levava em Paris e, mesmo que nunca tenha se envolvido com nenhum homem, não apagava que ela gerenciava um bordel. Contudo, para sua surpresa, o marido apenas a admira mais por sua coragem e inteligência, assim, o casamento acontece.
A felicidade de Angélique não podia ser mesurada, havia amor no seu casamento e este se consolidava e fortalecia a cada dia, ela levava uma vida muito confortável e a carreira do marido ia muito próspera. Para coroar sua felicidade, ela esperava o primeiro filho e futuro herdeiro do título de seu pai. Todavia, o conto de fadas da jovem duquesa termina cedo, quando o filho completa quatro anos, um acidente ceifa a vida do seu marido deixando-a novamente sozinha no mundo.
A dor dilacerante da perda torna Angélique uma mulher isolada vivendo apenas para o filho, e apenas quando o destino lhe dá a oportunidade de recuperar o que seu pai queria que fosse seu e a chance de se vingar de Tristan, ela readquire a força que precisa para lutar pelo destino do filho.
Não sei se por não estar muito na vibe nesse momento (apesar de vocês saberem que amo romances históricos) não consegui aproveitar bem a leitura de A Duquesa, mesmo que seja um livro inegavelmente bom. Angélique é o tipo de protagonista forte sem perder as características que são próprias de sua criação, posição e época, o que torna a personagem verossímil e gera simpatia por ela. Achei esse um ponto extremamente positivo da trama, contudo, os eventos da história acabaram não me prendendo muito, embora eu aplauda a sequência de plot twists criados pela autora.
Outra coisa que me incomodou um pouco foram os tamanhos dos capítulos, achei um pouco exagerados, dava para quebrá-los em pelo menos dois. Ainda assim, isso não diminui a qualidade da obra. O final me deixou meio triste, confesso, não apenas por causa do que aconteceu com a duquesa, mas pelo fim de alguns personagens que, de alguma forma, ainda se deram bem. Achei, inclusive, uma pena ela não poder ficar com Thomas, shippei muito, ainda que a história dela com o marido tenha sido fofa.
Sei lá, acho que só peguei o livro no momento errado mesmo. Quem sabe, numa futura leitura, eu aproveite melhor a história. Ainda assim recomendo. Para quem procura um bom romance histórico, vale a pena.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar seja sempre respeitoso à opinião do outro. Nem todo mundo pensa como você e a diversidade existe para isso. Exponha suas ideias sem ofender a crença ou a opinião de ninguém. Comentários com insultos ou discriminação de qualquer natureza serão excluídos.