Original: Midnight Sun
Páginas: 736
Gênero: Romance
Ano: 2020
Autor: Stephenie Meyer
Série: Twilight #6
Sinopse: Até agora, os leitores conheceram essa trama inesquecível apenas pelos olhos de Bella. No aguardado Sol da meia-noite, vamos testemunhar o nascimento desse amor pelo olhar de Edward, mergulhando em um universo novo, sombrio e surpreendente, cheio de revelações.
Conhecer Bella foi o que aconteceu de mais irritante e instigante em todos os anos de Edward como vampiro. À medida que conhecemos detalhes sobre seu passado e a complexidade de seus pensamentos, conseguimos entender por que Bella se tornou o eixo central de uma batalha decisiva em sua vida. Como Edward poderia seguir seu coração se isso significava colocar a amada em perigo? Do que ele seria capaz de abrir mão?
Em Sol da meia-noite, Stephenie Meyer faz um retorno triunfal ao universo de Crepúsculo e nos transporta mais uma vez para Forks, convidando-nos a revisitar cada detalhe dessa história que conquistou milhões de fãs em todo o mundo. Em meio a uma paixão cercada de perigos sobrenaturais, vamos descobrir como Edward encara seus prazeres mais profundos e as consequências devastadoras de um amor proibido e imortal.
"Um coração morto podia se partir?"
Só acho que se a saga fosse narrada pelo Edward desde o início, até os haters a amariam.
Em Sol da Meia Noite acompanhamos a visão de Edward Cullen acerca dos acontecimentos de Crepúsculo, imergir na mente desse personagem - e de outros personagens através dele - foi simplesmente a coisa mais fantástica que Stephenie Meyer fez desde que criou a saga. Não somente porque, pelos olhos dele, somos capazes de entender melhor seu comportamento e sua visão sobre Bella e o mundo que o cerca, mas, sobretudo, podemos ter uma visão melhor das camadas que o compõem, além de ver a protagonista sob uma ótica de fora, o que muda nossa opinião a respeito dela de maneira considerável, pelo menos aconteceu comigo.
A história todo mundo já conhece, não é? Bella Swan se muda para morar com o pai em Forks para dar espaço para a mãe que acabou de casar de novo e quer viajar com o novo marido, um jogador de baseball que viaja por causa do trabalho. Na nova escola ela conhece Edward Cullen para quem tem uma singular fascinação uma vez que ele é um habilidoso telepata, mas não consegue, de modo algum, ouvir os pensamentos dela. Aos poucos, após alguns incidentes, os dois se aproximam e acabam se apaixonando, mas o mundo sombrio de Edward pode acabar matando Bella, tão ou mais rápido que ele mesmo.
Uma das coisas mais bacanas de ver a história pela ótica do Edward é fugir da visão de perfeição que a Bella tem dele e que, muitas vezes, acaba dando ao personagem aquele ar de possessivo que foi muito erroneamente acentuado nos filmes. Uma das primeiras coisas a se considerar é a época que o personagem nasceu, o contexto histórico dele que ficou congelado naqueles valores apesar de tudo que ele experienciou com o passar dos anos ao lado de Carlisle. Bella nos oferece uma visão muito superficial e até mesmo fútil do personagem e as ações dele, apenas baseadas na sua ótica, podem acabar causando o efeito errado na nossa avaliação de suas atitudes. Por isso, Sol da Meia Noite é um acréscimo muito bem vindo para aumentar ainda mais nosso amor por esse personagem tão incrível.
Edward é um narrador competente, nos oferecendo mais que a simples primeira camada das situações, mas nos transportando com muito mais vividez para eventos do passado que justificam ou complementam a formação do seu caráter. Ele é um homem torturado não somente pelo que se tornou, mas pelas vidas que tirou sob sua fachada de justiça e, ainda mais, pelo destino de Bella, tragada para dentro do seu mundo, incumbindo-o de transformá-la no que ele considera uma semivida. Perceber essas nuances do personagem é muito interessante e vai quebrando aos poucos aquela fachada de gesso da perfeição que os olhos de Bella criaram para conhecermos o personagem por quem ele é e amar suas pequenas imperfeições, a consciência de seus deslizes e a profundidade dos seus medos.
Além disso, somos transportados à mente de outros personagens e temos mais amplitudes para situações internas que eram ignoradas pela visão limitada de Bella. Por exemplo, a reação dos irmãos dele à Bella pela primeira vez, os pensamentos de Mike e Tyler, a inveja de Jessica e a bondade de Angela que ficavam nas entrelinhas e agora são evidentes e nos dão uma perspectiva maior do caráter deles. Além disso, foi muito interessante descobrir que o escudo da mente de Bella pode ter sido herdado dos pais de Charlie já que os pensamentos dele são nublados para Edward enquanto os de Renée são estridentes. Inclusive, descobrir o narcisismo da mãe de Bella foi outro ponto muito legal da trama e que nos diz muito da maneira como ela se comporta diante das situações.
Mas sem dúvida a melhor parte é a interação da família Cullen. A visão de Edward nos oferece mais não só dos pensamentos, mas do íntimo desses personagens que nos fascinaram. A amargura e intransigência de Rosalie, a fofura e doçura de Alice, o coração generoso de Carlisle, o amor de Esme, o jeito cômico de Emmet e a introspecção de Jasper que, muito ao contrário dos filmes, não só é mais poderoso do que aparenta, como não é aquele animal que vive sob a coleira de Alice pra não matar todo mundo. Participar dessas conversas mentais, especialmente entre Alice e Edward, das quais Bella ficava de fora. Além de ficarmos sabendo como Edward levou Carlisle até o homem que quase estuprou Bella, como eles organizaram o plano de caça de James ou mesmo os acontecimentos e roubos para chegar até ela no estúdio de balé. Sem contar nas excelentes tiradas cômicas que são ampliadas nesse livro em um outro nível.
Sol da Meia noite se tornou de longe meu volume favorito da saga crepúsculo e reafirmou meu amor pela série e por esse personagem tão incrível que é o Edward. Valeu a pena cada página e fica só a vontade que ela escrevesse o resto da série pelos olhos dele, além de muito merecido, seria muito mais interessante.