Título Original: The Bell Jar
Autor: Sylvia Plath
Ano: 1963
Sinopse: Lançado semanas antes da morte de Sylvia, o livro é repleto de referências autobiográficas, e a narrativa é inspirada nos acontecimentos do verão de 1952, quando Silvia Plath tentou o suicídio e foi internada em uma clínica psiquiátrica.
Esther Greenwood é uma jovem que sai do subúrbio de Boston para trabalhar em uma prestigiosa revista de moda em Nova York. Assim como a protagonista, a autora foi uma estudante com um histórico exemplar que sofreu uma grave depressão. Muitas questões de Esther retratam as preocupações de uma geração pré-revolução sexual, em que as mulheres ainda precisavam escolher se priorizavam a profissão ou a família.
Esse ano eu tentei incorporar alguns livros mais diferentes para a minha meta de leitura, peguei uns que eu tinha no kindle e no tablet há muito tempo e não tinha lido e outros de indicações que peguei quando acompanhava a Beatriz Paludetto como é o caso da Redoma de Vidro.
O livro vai acompanhar a jovem de dezenove anos Esther Greenwood, ela é uma universitária que, ao ganhar um concurso de textos, vai para Nova Iorque ficar um tempo trabalhando em uma revista e ganhando experiência. Só que, conforme sua experiência vai avançando, mais Esther percebe que não sabe o que quer e, lentamente, vai perdendo a vontade de fazer qualquer coisa, seu interesse pela vida e por si mesma vai gradualmente diminuindo ao ponto de ela se sentir vazia.
De volta em casa, Esther continua piorando gradualmente ao ponto de não conseguir mais dormir, não ter prazer em ler ou mesmo escrever, as coisas que antes ela mais gostava de fazer. Pedindo ajuda à psicóloga da família, ela é encaminhada a um psiquiatra muito incompetente que a submete a uma sessão de terapia de choque e ela acaba traumatizada afirmando para a mãe que não vai voltar para as próximas consultas. Após isso, sem saber o que fazer com a sua vida, ela começa a avaliar a melhor maneira de se matar.
Após uma série de eventos, ela acaba optando por overdose de remédios, mas a tentativa falha e ela é salva. Passando por dois hospitais, Esther acaba em uma clínica psiquiátrica particular custeada pela mesma mulher que forneceu sua bolsa de estudos na faculdade. Lá, ela é submetida novamente a terapia de choque e seu progresso é lento. Nesse entremeio, ela se vê confrontada por questões sociais do seu presente e passado, revendo o caminho do seu futuro e as escolhas que precisa fazer enquanto lida com perdas.
Esse é um livro muito bom, entendi a proposta, a autora soube fazer a gente sentir a depressão da personagem através de sua escrita simples, mas bem arrastada. Só que eu realmente não consegui gostar. Não sei se por ter lido boa parte dele enquanto estava doente ou se pelo conteúdo mesmo que não me agradou, é uma leitura difícil, bastante crua e por vezes eu ficava espantada com a apatia da Esther para as questões mais tenebrosas, em determinado ponto da história ela é quase violentada e age como se não fosse nada. Eu fiquei tipo: "filha, pelo amor de Deus!", mas assim, embora eu tenha ansiedade, consegui entender boa parte dos pensamentos dela em determinadas situações. Claro, muito parcialmente.
Tal como os livros de Clarice Lispector, se engana quem acha que é um livrinho curto de uma sentada só, não é. A leitura é densa, pesada, por vezes difícil e indigesta. Mas mesmo não tendo gostado muito, reconheço não apenas que é um livro bem feito, mas, sobretudo, um livro necessário. Não é de hoje que doenças mentais são levadas de modo superficial e mesmo que o assunto esteja relativamente mais em voga nos últimos anos não recebe a atenção devida e muita gente ainda acha "frescura" ou que a pessoa quer aparecer. Pior, que ela não tem vontade de melhorar ou que é preguiçosa.
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