Original: Jane of Lantern Hill
Autora: L. M. Montgomery
Gêneros: Romance, Ficção, Literatura infantil
publicação: 1937
Sinopse: Desde que conseguia se lembrar, Jane Stuart e a mãe viveram com a avó em uma mansão sombria em Toronto. Jane sempre acreditou que seu pai estava morto, até que ela acidentalmente soube que ele estava vivo, bem e morando na Ilha do Príncipe Edward. Depois de passar o verão na casa dele em Lantern Hill, fazendo todas as coisas maravilhosas que sua avó considera impróprias para uma dama, Jane ousa sonhar que poderia haver uma casa assim em Toronto... Uma casa onde ela, a mãe e o pai pudessem morar juntos sem a avó dirigindo suas vidas. Uma casa que poderia ser chamada de lar.
Encerrando com esse os livros que ganhei de aniversário, no começo eu não estava muito empolgada com a história, sendo bem franca, mas aos poucos ela foi se tornando cativante. Demorei muito para ler esse livro, bem mais do que demoraria normalmente, porque, como disse antes, ando numa maré de pessimismo e desânimo tão grandes que não tenho vontade de fazer nada. Também estão acontecendo algumas mudanças no momento e, por melhores que venham a ser, não gosto de mudanças.
Bem, para quem nunca leu, seguimos Jane Victoria, uma menina de doze anos que vive com a mãe e a avó na irônica Rua da Alegria onde ninguém é feliz. Jane não gosta da avó, da mansão pomposa e da maneira como ela envenena tudo que a menina faz. Sua mãe, a quem ela ama, é completamente submissa à avó muitas vezes oprimindo a própria filha mesmo se sentindo mal por isso. Nessa existência lamentosa, ela ainda tem de lidar com uma família que sempre a coloca para baixo, ser torturada com os momentos tenebrosos em que precisa ler a bíblia para a avó e a tia, além de ir para uma escola onde ninguém gosta dela. Seu único alento era uma vizinha chamada Jody, menina órfã que vivia da caridade de uma mulher. Caridade essa mascarada de trabalho escravo e humilhação.
Tudo começa a mudar para Jane quando ela encontra um artigo de jornal escrito por Kenneth Howard, cuja foto, por algum motivo desconhecido, lhe encanta. Ela recorta e guarda consigo. Um dia, uma carta chega na rua da alegria do pai que ela acreditou estar morto reivindicando sua presença pelo verão com ele na Ilha do Príncipe Edward. De início, Jane ficou horrorizada, odiando o pai por aparecer do nada e forçá-la a se separar de mamãe. Todavia, tão logo o encontra pela primeira vez e descobre ser ele o mesmo autor do artigo cuja foto ela cortou, todas as suas preocupações se esvaem.
Junto ao pai, Jane descobre uma nova parte de si mesma e do mundo que achou odiar. Aprende o prazer nas pequenas coisas e ganha autoridade e autoconfiança em tarefas que lhe eram vetadas na casa da avó ou sempre repreendidas ao tentá-las. Conhecendo novas pessoas, fazendo novos amigos, a menina mergulha no passado dos pais numa tentativa de descobrir o motivo de sua separação, enquanto se afeiçoa mais e mais ao pai e ao mundo que construiu para si em Lantern Hill.
Maud tem um talento para criar antagonistas "gentis" tal qual Jane Austen, completamente odiosos, mas presos em uma fachada de civilidade e simpatia. A avó de Victória é intragável, lembra muito a outra mãe em Coraline, uma mulher que quer tudo do seu jeito, ludibria a filha para engaiolá-la em uma prisão de luxo mesmo que isso a faça infeliz. A tia de Jane é outro ser monstruoso, querendo manipular o irmão ao seu bel prazer para fazer suas vontades mesmo que isso o faça infeliz. Acompanhar a evolução da menina começa a se tornar muito gostosinho, a maneira como ela passa a se transformar e não ser mais intimidada ou envenenada pela avó, como o amor e autoconfiança que o pai lhe forneceu a fizeram alguém diferente da mãe, mais forte e mais independente.
Se conseguir aguentar os cinco primeiros capítulos, vai se divertir um bocado. Tem uma adaptação de 1989, mas não consegui encontrar pra ver.
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