Original: The Lost and Found Bookshop
Autora: Susan Wiggs
Gêneros: Ficção, Romance contemporâneo, Romance de amor
Sinopse: Após uma tragédia, Natalie Harper herda a charmosa mas praticamente falida livraria antiga de sua mãe, localizada num prédio histórico no centro de São Francisco, na Califórnia, e a responsabilidade de cuidar do seu avô doente, Andrew.
Com a recusa de Andrew em vender a loja, Natalie deixa sua antiga vida — segura, confortável e previsível — para trás e volta para São Francisco determinada a recuperar a livraria que um dia foi seu lugar favorito no mundo. Porém, sua vida se parece mais com um livro de horror do que com um conto de fadas. O prédio está caindo aos pedaços, as dívidas se acumulam rapidamente, a saúde do avô entra em declínio e ela não consegue ver uma luz no fim do túnel.
Natalie precisa de um sinal, ou pelo menos de um livro que a ajude a resolver seus problemas, mas em vez disso recebe Peach Gallagher, contratado por sua mãe para fazer reparos no prédio. À medida que Peach começa seu trabalho, Natalie se vê envolvida numa jornada de novas conexões, descobertas e revelações, de artefatos antigos escondidos nas paredes da livraria até verdades inexploradas sobre sua família, seu futuro e seu coração.
Agora, sempre que vou comprar um livro, mando minha irmã escolher. Embora ela não goste muito de ler, suas mãos são mágicas para encontrar as melhores histórias. Um dom que eu, leitora maluca, não tenho. Na maior parte das vezes acabo comprando livros que findo por não gostar, mas até hoje não houve um livro que minha irmã escolheu que não fosse incrivel. Acho que deve ter algo a ver com a natureza generosa e mágica dela mesma que a faz ser atraída pelas melhores histórias.
De uma hora para outra a vida de Natalie Harper vira do avesso. Ela se vê sozinha cuidando do avô com problemas de memória e uma livraria à beira da falência. Sem rumo, pensando em tudo que perdeu, Natalie decide dar adeus ao seu trabalho estável e odioso para tentar reaver a livraria em nome do bem-estar do avô, mas logo descobre que esse empreendimento vai ser mais difícil do que parece. E isso ainda tendo que lidar com o charmoso e inteligente Peach, que sua mãe contratou para reformar a livraria mesmo sem ter nem metade do dinheiro para isso. Se virando nos trinta enquanto tenta equilibrar sua vida e superar os traumas, Natalie luta contra seus sentimentos por Peach e se envolve com Trevor, o escritor mais famoso do país que parece estar escondendo um enorme segredo.
Confesso que no começo achei o livro bem chato. A leitura começa um pouco arrastada e a gente só vai realmente engatar a história ali pelo capítulo seis ou oito. Contudo, uma vez presa nela, não conseguimos mais largar e era disso que eu precisava, um romancinho doce para deixar o coração quentinho e me lembrar porque eu amo tanto ler e criar histórias. E nada melhor que um livro sobre livros. Esse é aquele tipo de livro que nos faz recordar como livros são mágicos e podem fazer diferença significativa nas nossas vidas. Concordo com a mãe de Natalie quando diz que pode encontrar as respostas nos livros. É verdade. Embora boa parte dos meus professores de escrita criativa julgue como ruim qualquer coisa que escape do sacro clássico literário, livros como esse, tido por "ficção de venda" ou, como eles gostam de chamar "leitura ruim", podem ensinar e fazer a gente refletir sobre muita coisa. Até porque, nem todos de nós tem pretensão de ser o próximo Machado de Assis.
A história alterna pontos de vista entre Natalie, a maior parte do tempo, Andrew, o avô dela, e Peach. Ler os capítulos do avô dela era bem triste, ele sofria de demência e, lentamente, as memórias de toda a sua vida iam se extinguindo, tinha vezes que ele não reconhecia Natalie. Não consigo imaginar quão duro deve ser conviver com um ente querido que tem essa doença... e pra mim ele foi o personagem melhor construído na história, embora eu gostasse muito de Peach.
O personagem do escrito nem conseguiu me enganar, vejo que os livros de Agatha finalmente surtiram efeito quando vejo de cara um personagem que não é o que parece, embora a motivação dele tenha sido diferente do que eu imaginei. Natalie era nem verde nem vermelho pra mim, eu não desgostava dela enquanto personagem, mas não conseguia me conectar com ela tampouco. A mãe dela, por outro lado, era uma personagem que eu amei conhecer mesmo que pouco. Peach era ótimo, o tipo de personagem não perfeito demais para a gente desacreditar que existisse, mas na dose certa para fazer a gente se apaixonar por ele.
Gostava muito das suas tiradas irônicas e da forma como ele sabia agir no momento certo. Ele passava sempre aquela sinceridade e desprendimento de alguém que aprendeu lições da forma mais difícil. Os funcionários da livraria, embora não aparecessem tanto. E uma das coisas que mais gostei foi isso, a maneira como a autora tornava todos os personagens importantes mesmo não aparecendo muito, ela os construiu bem.
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