domingo, 15 de setembro de 2024

[Bíblia] Tobias — Parte I

Informações introdutórias:
  • Foi escrito em aramaico na metade do século II a.C
  • Possivelmente ambienta-se em Nínive, no tempo do exílio
  • Importante didatismo religioso, salientando a virtude, a piedade e a fidelidade 
Tobit era da tribo de Nínive e foi levado ao cativeiro junto com os seus durante o tempo do rei dos Assírios. COntudo, manteve-se firme no caminho da verdade e compartilhava de tudo que tinha com seus irmãos de fé que partilhavam com ele do cativeiro. Mesmo sendo o mais jovem de sua tribo, era prudente e enquanto muitos dos seus irmãos se entregavam à idolatria do rei Jeroboão, ele fugia e ia ao templo do Senhor oferecer com fidelidade os tributos prescritos pela lei de Moisés.

Quando se tornou adulto, guardou-se de se casar com mulheres estrangeiras e escolheu por esposa uma mulher de sua tribo chamada Ana, com quem teve um filho que nomeou Tobias e a quem ensinou desde cedo a temer a Deus e abster-se do pecado. Por guardar com esmero em seu coração a lembrança de Deus e não contrair mancha alguma em meio ao cativeiro ao contrário de muitos dos seus irmãos, o Senhor tornou o rei dos Assírios simpático a ele, que lhe concedeu ir onde quisesse e fazer o que lhe agradasse. Tobit visitava os deportados para lhes dar conselhos.

Foi um dia a Ragés com dez talentos de prata que lhe foram concedidos pelo rei e lá entrou Gabael, um homem de sua tribo, que passava por grande dificuldade. Deu-lhe então a quantia que tinha mediante um recibo.

Quando morreu o rei da Assíria subiu seu filho Senaquerib ao trono. Este odiava os judeus. Tobit permanecia fiel à sua fé e era diligente na prática da caridade, vestia os nus, alimentava os famintos, dividia tudo que tinha e sepultava os mortos com particular solicitude.

Na ocasião de Senaquerib, ferido de peste pelo castigo de Deus, mandou assassinar um sem número de israelitas, Tobit sepulto seus cadáveres. Denunciaram-no ao rei que mandou matá-lo e confiscar todos os seus bens. Sem nada, fugiu com sua mulher e filho e por ter muitos amigos foi escondido até a morte do rei, assassinado por um de seus filhos. Tobit pôde então voltar para casa e todas as suas posses foram restituídas.

Em um dia de festa religiosa, preparada a ceia, pedia a seu filho que buscasse alguns homens piedosos de seu povo para cear com eles, tão logo saiu o rapaz, voltou anunciando que um dos israelitas jazia degolado na rua. Tobit levantou-se sem ao menos ter comido e foi buscar o corpo que escondeu m sua casa para enterrar à noite. Trêmulo, lembrou-se das palavras do profeta Amós, onde o Senhor anunciava transformar em luto suas festas por conta das iniquidades dos homens. Seus compatriotas o repreendiam pelo que fazia, mas Tobit temia mais a Deus que os reis e continuava seu trabalho.

Um dia, cansado, deitou-se junto à parede de sua casa e adormeceu. Caiu um ninho de andorinhas e o esterco quente queimou seus olhos tonando-o cego. Tendo temido a Deus toda sua vida e guardado seus mandamentos, não entregou-se à aflição e nem murmurou contra o Senhor, mas continuou lhe dando graças em todos os dias de sua vida. Os seus parentes e amigos escarneciam dele por permanecer com sua fé após castigo tão duro como recompensa por sua retidão, ele, porém, os repreendia por falarem dessa forma.

Quantas vezes, atingidos pela dificuldade, enxergamos apenas a nossa dor e culpamos ou reclamamos com Deus ao invés de, como Tobit, confiar em seus caminhos? Somos incapazes de ver que pela dor Deus nos prepara para planos melhores.

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