Autor: Frances Hodgson Burnett
Ano: 1911
Gêneros: Literatura infantil, Ficção
Sinopse: Quando Mary Lennox deixa a Índia e chega à mansão de seu tio, tudo parece estranho para ela. Até que certo dia ouve falar de um jardim misterioso onde ninguém põe os pés há dez anos. Com a ajuda de alguns novos amigos, ela planeja descobrir esse segredo... e fazê-lo florescer novamente.
Mary Lennox nunca conheceu o amor de seus pais. Sua mãe jamais quis ter filhos e, após seu nascimento, a única exigência feita aos criados era que não deixassem a menina aparecer na sua frente e nem lhe permitissem ouvir seus gritos. Assim, na Índia, ela cresceu tendo todas as suas vontades atendidas pelos criados da casa, especialmente sua aia, sem ter qualquer contato real com os pais, a quem só via de longe e por quem não nutria qualquer tipo de afeto.
Quando a epidemia de cólera chegou, sua aia morreu e todos na mansão estavam tão assustados que não se lembravam dela. Seus pais morreram enquanto Mary dormia, todos na mansão foram levados pela doença e ela permaneceu esquecida no quarto, sozinha. Por fim, foi encontrada por dois oficiais do exército inglês que a deixaram aos cuidados do reverendo até ser encontrado o parente mais próximo a quem ela seria confiada.
Mary era desagradável, imperativa e antipática. Ninguém que a olhasse ou tentasse conversar dois minutos com ela conseguiria gostar da garota que sequer parecia ter dez anos. Foi, então, designada a morar com o tio, irmão de sua mãe, numa casa de campo na Inglaterra. Ela nada sabia dele e foi buscada por uma governanta austera e rígida, que lhe advertiu ser seu tio um homem duro e inflexível que não tolerava certos comportamentos e, durante sua estadia, ela não devia incomodá-lo nos parcos períodos em que estivesse na casa.
Conforme os dias iam passando, ela começou a se aproximar um pouco mais de Marta, uma das criadas da casa e ouvir histórias sobre um de seus irmãos apaixonados pela natureza, incentivada por ela a sair pela propriedade, Mary ouviu falar de um jardim secreto onde ninguém ia e se determinou a procurá-lo. Na sua jornada, conquistou novos amigos e passou a entender sobre afeto, amizade e cumplicidade. Para descobrir sobre o jardim, ela também precisará descobrir mais sobre si mesma e os segredos que sua nova casa esconde.
Esse é daqueles livros de quentinho no coração! Quando as adaptações saíram eu tinha entre 3 e 4 anos, de modo que vim a ver quando era maior pouca coisa e quase não me lembrava da história. Então, consegui aproveitar cada página do livro com a avidez da primeira vez. É tão bonitinho ver como Mary evolui e, sobretudo, o peso que a família tem na personalidade de uma criança. A menina tinha dez anos, mas às vezes não conseguia imaginá-la com essa idade no começo do livro. Da mesma forma, tem Colin e a rejeição do pai que o tonou uma criança retraída, medrosa e assustadoramente conformada com uma morte imaginária incutida em sua mente. Foi muito divertido quando Mary, uma menina diminuta, colocou ele no lugar.
Crianças precisam ser crianças, ar puro, imaginação, livros, inocência, enquanto lia, me recordava de poucos momentos da minha própria infância e lamentava a infância da atualidade, presa em telas, robotizada, com pouco espaço para criar, com poucos espaços verdes para sentirem a liberdade de um dia de sol ao ar-livre, me bateu uma tristeza tão grande ao imaginar que, futuramente, talvez as crianças realmente nem saibam que há a possibilidade de um mundo fora da tela de um celular. Por isso há tanta doença infantil. Tal como Passarinha, acho que todo mundo devia ler esse livro.
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