segunda-feira, 30 de setembro de 2024

[Bíblia] Judite — Parte I

Introdução: 

O texto não foi conservado no original hebraico, restando apenas a tradução grega. Situa-se na época de libertação da Betúlia, sitiada pelo general de Nabucodonosor, Holofernes. Foi provavelmente escrito em meio às lutas enfrentadas pelos judeus agudamente nos dois séculos que antecederam a era cristã.

As indicações do livro de Judite, geográficas e históricas, são em geral muito imprecisas. Os tradutores da versão grega divergem muito entre si.

Antecedentes do assédio de Betúlia

O rei Nabucodonosor, governante da Babilônia, no décimo segundo ano de seu reinado, fez guerra contra Arfaxad na grande planície de Ragau e venceu-o. Ora, ele havia enviado emissários para todas as cidades da Cilícia até os confins da Etiópia solicitando aliados em sua campanha contra Arfaxad, mas recebeu desprezo em resposta.

Tendo vencido e submetido o império de seu inimigo, orgulhou-se da grandeza do seu próprio e encolerizou-se no seu coração contra todos aqueles que desprezaram suas ordens. Chamou então seu marechal Holofernes enviando-lhe com grande exército para vingá-lo contra os que o desprezaram. Partiu Holofernes com grande exército, riqueza, e provisões espalhando terror por toda a terra.

Aterrorizados, os reis e príncipes de todas as cidades e províncias da Síria, Mesopotâmia, Líbia e Cilícia, enviaram delegados à Holofernes pedindo-he que cessasse a campanha contra eles e oferecendo-lhe a si e seus habitantes como escravos. O general aceitou a oferta, todavia ainda destruiu as cidades e derrubou todos os lugares de adoração, pois assim lhe ordenara Nabucodonosor que desejava ele mesmo ser o deus adorado por todos.

Recebendo essas notícias, os judeus se viram aterrorizados temendo que o mesmo fosse feito ao Templo do Senhor. Começaram então seus preparativos para a guerra, cercaram os muros, guarneceram e bloquearam as passagens das montanhas, estocaram trigo e enviaram mensagens às planícies vizinhas segundo a ordem do sacerdote Eliacim. E todo povo orou fervorosamente ao Senhor.

Ao descobrir que os judeus bloquearam as passagens nas montanhas e fortificaram os muros de suas cidades, Holofernes encheu-se de fúria  e mandou trazer o chefe dos amonitas, Aquior, para arguir acerca daquele povo que recusava a se submeter ao seu poder. O discurso de Aquior é um resumo de toda a história da aliança de Deus com Israel e vendo esse conhecimento proferido pela boca de um estrangeiro pagão percebemos todo o sentido especial desse ato que enaltece a grandeza do Senhor.

Aquior aconselha Holofernes a investigar se os israelistas estavam em pecado contra o Senhor, pois, do contrário, Deus combateria por eles e Holofernes perderia. Ao ouvi-lo, o general e todo conselho se encolerizou e queria queimar Aquior, jurando que o matariam junto com os judeus. Os escravos do general levaram o chefe dos amonitas até Betúlia e o amarraram em uma árvore fugindo dos atiradores judeus. Ele foi encontrado e, após narrar seu testemunho, acolhido pelo povo judeu.

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