O Teorema Katherine
Esse foi meu segundo livro do John Green –
dinheiro não dá em árvore não u.u’ – e eu não pude deixar de perceber que ele
tem um certo fascínio e, devo admitir, completa desenvoltura, em criar
personagens com aversão completa ao anonimato. Assim como Augustus Waters,
Colin Singleton tem medo de não ser importante, de não colocar uma marca no
mundo e quando se sente fracassado por não ser “reconhecido” por algo ele se
afunda completamente em uma depressão interna.
A história acompanha Colin levando um fora
da sua décima nona namorada chamada Katherine – e creia em mim um dos motivos
de eu ter comprado esse livro antes de A Culpa é das Estrelas foi exatamente
pelo fato de o meu nome estar nele! –que tecnicamente é a primeira Katherine eu
sei isso é meio confuso, mas você entenderá melhor depois de ler. Enfim, ele
fica altamente deprimido, aliás como sempre, e recebe a visita de seu único e
melhor amigo Hassan, um iraquiano não terrorista metido a engraçadinho e tão
nerd quanto Colin. – tá, talvez um pouco menos. – Colin é um daqueles meninos
prodígio que lê aos dois anos de idade e aos nove já sabe a raiz quadrada de pí
e fala pelo menos cinco idiomas, no caso do Colin, onze. E ele tem a estranha
preferência de se apaixonar e namorar apenas Katherines não sendo essa sua
menor esquisitice. Ao ver o amigo deprimido e na tentativa de salvá-lo – e salvar
também a si mesmo. – Hassan o carrega em uma viagem de carro em busca de
esquecer um pouco da sua vida monótona e momentaneamente sem significado e
apenas ver coisas diferentes.
Assim, temos dois nerds na estrada que
acabam indo parar no Tennessee, em uma cidade, se é que pode-se chamar assim,
conhecida como Gutshot (nome horrível, eu sei.) onde eles conhecem Lindsey e
sua mãe Hollis duas adoráveis “caipiras” que
lhes oferece um emprego, moradia e refeições. Em meio aos trabalhos dados pela
rica senhora dona de uma fábrica que produz os “cordões de tampão” Colin,
Hassan e Lindsey tem que entrevistar e gravar histórias de todos os moradores
da cidadela para compor um arquivo histórico no qual os futuros habitantes do
lugar poderão conhecer a riqueza “cultural” de sua pequena cidade. Colin também
se defronta com o namorado de Lindsey, O Outro Colin, carinhosamente apelidado
de OOC por Hassan e a partir desse momento o nerd passa a desenvolver um
teorema matemático que dirá quando um casal vai terminar o relacionamento e
quem vai terminar com quem, ele aplica suas teorias baseados nas suas 19 Katherines,
mas o que esse teorema acaba lhe mostrando, assim como a pequena cidadela e
seus habitantes acalorados, é uma viagem emocionante ao centro de suas próprias
convicções, verdades e desejos reais. Colin descobre que o passado não pode ser
mudado, o futuro é algo desconhecido e que tudo que verdadeiramente importa é o
presente e o que tem nele. Muitas vezes, para ser extraordinário basta apenas
que você seja você.
O que eu achei do livro: Em primeiro lugar,
não foi como eu imaginava. Nem de longe. Em segundo lugar eu não entendi
bulhufas dos gráficos, das expressões matemáticas e tals. E, por fim, reforcei
minha ideia de que o John Green é um nerd da mais alta patente! Nem mesmo o R.
fica nessa categoria tão alta embora eu desconfie que ele é o nerd brasileiro
numero um. A minha admiração pelo João Verde ficou maior quando ele postou no
twitter em favor da Sthephanie Meyer, ele é um exemplo do que o fandom de HP
deveria ser. Ele se redimiu com os
fãs da saga de Meyer e com a própria por todas as vezes que ele se deixou ir
nas idiotices de gente que não respeita o gosto e o trabalho dos outros. O
Teorema Katherine é um livro ótimo, engraçado e romântico no ponto certo de ser
altamente interessante. O final foi apenas levemente previsível, pelo menos
para mim. Quando cheguei no capítulo dezoito eu meio que já sabia o que vinha
depois e acho que essa foi a coisa que me fez marcar o livro como muito bom e
não excelente no skoob. De fato, tirando a matemática – que nem mesmo o
apêndice conseguiu me fazer entender – eu adorei cada página do livro. Mas eu
definitivamente NÃO acredito no John quando ele diz o disparate de que não é
bom em matemática ¬¬ isso é o cúmulo da mentira para um cara que escreveu um
livro como esse.