19ª Dor: Os músculos do tórax se distendem. A respiração torna-se mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial. Por que este esforço? Porque Jesus quer falar: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem". Logo em seguida o corpo começa afrouxar-se de novo, e a asfixia recomeça. Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como apoio o prego dos pés: Tortura inimaginável!
Essa é a penas uma das vinte citações biológicas em uma página no facebook que conta, passo a passo, o que aconteceu ao corpo de Jesus de sua flagelação até a morte. É sexta feira santa. Para muitas pessoas, com o passar dos anos, este virou apenas um feriado qualquer, o sentido real por trás do silêncio, da angústia, do respeito que mantemos hoje foi esquecido. Você consegue imaginar a dimensão desse sofrimento? Eu não. São três horas, três horas asfixiado, com o corpo perfurado por pregos, espinhos enfiados no crânio, o corpo completamente dilacerado, os olhos inchados mal conseguindo ficar abertos, a boca cheia de sangue... Deus... eu me pergunto como... como ele conseguiu suportar aquilo? É algo que não dá pra imaginar nem de longe! E foi por nós. Por nossa causa. Nós fizemos isso a ele, nós que fomos feitos pelo mesmo pai. Nós a quem ele amou a ponto de passar três horas em agonia para nos livrar da morte definitiva. E me pergunto: como alguém ainda não acredita nele?
Quando eu era criança, eu ia sempre a caminhada da madrugada para o cruzeiro da cidade, que fica no topo de uma colina aqui (é, acho que é uma colina), dá pra ver a cidade toda lá de cima, e eu me lembro que eu ficava morrendo de medo na hora de voltar porque é muito alto e o solo é íngreme. Mas eu ia com a minha mãe ou com as minhas madrinhas todos os anos, inicialmente eu não entendia muito bem, mas sempre que imaginava que estávamos refazendo os passos de Jesus, me lembrava dos mistérios dolorosos do terço e aquilo me causava uma angústia profunda. Faz anos que não vou mais... mal consigo me lembrar da última vez que fui e vi o sol nascer no sábado de aleluia, no sábado da espera. Eu sempre fui intolerante a dor, desde sempre... Mesmo criança, eu não conseguia compreender nem de perto a dimensão do sofrimento de Jesus, mesmo quando tentei fazer a crisma pela quarta vez e a minha formadora falou: "Ele estava tão machucado, lá em cima, pregado na cruz, que sua aparência era de um verme, a carne viva, as mãos perfuradas por pregos... foi o amor que o manteve lá, ele era filho de Deus, poderia ter saído se quisesse. Mas ele sofreu. Aguentou por nós." nunca esqueci essas palavras, nem poderia. E, nesta sexta feira santa, depois de tantos anos sem rumo, eu comecei a refletir sobre tudo isso... não consegui ler todas as dores de Cristo nessa página do facebook, dói na minha alma e eu sequer consigo imaginar minimamente o tamanho de sua agonia, é algo tão bárbaro, tão cruel em um nível indizível, tão... monstruoso, que eu não consigo colocar em palavras. Ele é filho de Deus, gente, mas se fez homem como nós. Sofreu de uma forma que nós nunca vamos conseguir medir e eu olho para o mundo de hoje e vejo o quanto nós estamos fazendo a mesma coisa com ele... crucificando-o de novo.
O mundo esqueceu de Deus. E eu generalizo sim, pois por mais que nós nos digamos "cristãos", temos nossa parcela no buraco negro que chamamos de mundo. Destruímos a criação dele, estamos destruindo a nós mesmos, e é assim desde os primórdios, desde antes dele vir em forma de homem nos redimir. Mata-se por fanatismo religioso, por crueldade que, depois, é justificada de desequilíbrio, por cegueira de sentimentos que nunca existiram e, mata-se pelo cúmulo de um celular. O mundo esqueceu do sacrifício dele, esqueceu que, se estamos vivos hoje, aqui, é por causa desse sacrifício. Deus já ficou triste com o mundo uma vez e mandou o dilúvio, prometeu que nunca mais faria aquilo novamente e, da segunda vez, mandou seu próprio filho para salvar uma humanidade que hoje vira as costas pra ele, rouba em nome dele, cospe na sua face, mata em seu nome. Eu não sou perfeita, blogueiros. Sou tão pecadora quanto todos eles, mas mesmo assim isso me revolta, me indigna, me enfurece. Caramba! Esse mundo não tem noção do que é isso:
16ª Dor: Tudo aquilo é uma tortura atroz. Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos, todos se curvam. É como acontece a alguém ferido de tétano. A isto que os médicos chamam tetania, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis. Em seguida também aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. 17ª Dor: A respiração se faz, pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim fica quase preto, em estado cianítico.
VOCÊ FAZ IDEIA DO QUE É ISSO? CONSEGUE IMAGINAR UMA DOR PERTO DESSA? UM SUPLÍCIO QUE CHEGUE A TAL PONTO?
Como o ser humano consegue ser, em seu âmago, tão cruel? Tão... diabólico? Monstruoso? Inominável? Como consegue causar sofrimento em outra pessoa a esse ponto? E como consegue esquecer isso tão rápido a ponto de continuar fazendo isso todos os dias?
Sabe, blogueiros, eu sempre tive medo do fim do mundo. Diz-se que o fim dos tempos será em fogo e, muitas pessoas imaginam que vao cair bombas do céu... mas não. O mundo já está acabando e quem vai nos matar não é a ira de Deus, ele nem vai precisar fazer isso. Damos conta sozinhos. Já estamos fazendo. Mas, se quer saber de uma coisa, mesmo que no fundo meu coração ache que o mundo merece uma segunda chance... Não consigo acreditar que a gente mereça. O ser humano é uma raça podre.
Paixão, para muita gente, é uma atração física incontrolável por outra pessoa que, depois, pode se converter em "amor". Ridículo. O que as pessoas sabem sobre amor? Jesus sabe. Ele nos amou tanto, de uma forma tão completa, que sofreu isso tudo para nos salvar e nos ver crucificá-lo de novo como estamos fazendo. Deus, nos amou tanto que mandou seu filho único para passar por tudo isso por nós. Usa-se "amor" como uma coisa tão banal, tão... miseravel. E ainda querem que eu acredite nisso. Não existe amor. Nunca vai existir um amor sincero e verdadeiro como o de Deus, não hoje, não mais. As pessoas estão corrompidas demais para carregar dentro de si um sentimento tão verdadeiro, tão puro, tão cheio de luz. Do contrário, o mundo não seria esse vortex sombrio no qual vivemos.
Quando eu era criança, eu ia sempre a caminhada da madrugada para o cruzeiro da cidade, que fica no topo de uma colina aqui (é, acho que é uma colina), dá pra ver a cidade toda lá de cima, e eu me lembro que eu ficava morrendo de medo na hora de voltar porque é muito alto e o solo é íngreme. Mas eu ia com a minha mãe ou com as minhas madrinhas todos os anos, inicialmente eu não entendia muito bem, mas sempre que imaginava que estávamos refazendo os passos de Jesus, me lembrava dos mistérios dolorosos do terço e aquilo me causava uma angústia profunda. Faz anos que não vou mais... mal consigo me lembrar da última vez que fui e vi o sol nascer no sábado de aleluia, no sábado da espera. Eu sempre fui intolerante a dor, desde sempre... Mesmo criança, eu não conseguia compreender nem de perto a dimensão do sofrimento de Jesus, mesmo quando tentei fazer a crisma pela quarta vez e a minha formadora falou: "Ele estava tão machucado, lá em cima, pregado na cruz, que sua aparência era de um verme, a carne viva, as mãos perfuradas por pregos... foi o amor que o manteve lá, ele era filho de Deus, poderia ter saído se quisesse. Mas ele sofreu. Aguentou por nós." nunca esqueci essas palavras, nem poderia. E, nesta sexta feira santa, depois de tantos anos sem rumo, eu comecei a refletir sobre tudo isso... não consegui ler todas as dores de Cristo nessa página do facebook, dói na minha alma e eu sequer consigo imaginar minimamente o tamanho de sua agonia, é algo tão bárbaro, tão cruel em um nível indizível, tão... monstruoso, que eu não consigo colocar em palavras. Ele é filho de Deus, gente, mas se fez homem como nós. Sofreu de uma forma que nós nunca vamos conseguir medir e eu olho para o mundo de hoje e vejo o quanto nós estamos fazendo a mesma coisa com ele... crucificando-o de novo.
O mundo esqueceu de Deus. E eu generalizo sim, pois por mais que nós nos digamos "cristãos", temos nossa parcela no buraco negro que chamamos de mundo. Destruímos a criação dele, estamos destruindo a nós mesmos, e é assim desde os primórdios, desde antes dele vir em forma de homem nos redimir. Mata-se por fanatismo religioso, por crueldade que, depois, é justificada de desequilíbrio, por cegueira de sentimentos que nunca existiram e, mata-se pelo cúmulo de um celular. O mundo esqueceu do sacrifício dele, esqueceu que, se estamos vivos hoje, aqui, é por causa desse sacrifício. Deus já ficou triste com o mundo uma vez e mandou o dilúvio, prometeu que nunca mais faria aquilo novamente e, da segunda vez, mandou seu próprio filho para salvar uma humanidade que hoje vira as costas pra ele, rouba em nome dele, cospe na sua face, mata em seu nome. Eu não sou perfeita, blogueiros. Sou tão pecadora quanto todos eles, mas mesmo assim isso me revolta, me indigna, me enfurece. Caramba! Esse mundo não tem noção do que é isso:
16ª Dor: Tudo aquilo é uma tortura atroz. Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos, todos se curvam. É como acontece a alguém ferido de tétano. A isto que os médicos chamam tetania, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis. Em seguida também aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. 17ª Dor: A respiração se faz, pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim fica quase preto, em estado cianítico.
VOCÊ FAZ IDEIA DO QUE É ISSO? CONSEGUE IMAGINAR UMA DOR PERTO DESSA? UM SUPLÍCIO QUE CHEGUE A TAL PONTO?
Como o ser humano consegue ser, em seu âmago, tão cruel? Tão... diabólico? Monstruoso? Inominável? Como consegue causar sofrimento em outra pessoa a esse ponto? E como consegue esquecer isso tão rápido a ponto de continuar fazendo isso todos os dias?
Sabe, blogueiros, eu sempre tive medo do fim do mundo. Diz-se que o fim dos tempos será em fogo e, muitas pessoas imaginam que vao cair bombas do céu... mas não. O mundo já está acabando e quem vai nos matar não é a ira de Deus, ele nem vai precisar fazer isso. Damos conta sozinhos. Já estamos fazendo. Mas, se quer saber de uma coisa, mesmo que no fundo meu coração ache que o mundo merece uma segunda chance... Não consigo acreditar que a gente mereça. O ser humano é uma raça podre.
Paixão, para muita gente, é uma atração física incontrolável por outra pessoa que, depois, pode se converter em "amor". Ridículo. O que as pessoas sabem sobre amor? Jesus sabe. Ele nos amou tanto, de uma forma tão completa, que sofreu isso tudo para nos salvar e nos ver crucificá-lo de novo como estamos fazendo. Deus, nos amou tanto que mandou seu filho único para passar por tudo isso por nós. Usa-se "amor" como uma coisa tão banal, tão... miseravel. E ainda querem que eu acredite nisso. Não existe amor. Nunca vai existir um amor sincero e verdadeiro como o de Deus, não hoje, não mais. As pessoas estão corrompidas demais para carregar dentro de si um sentimento tão verdadeiro, tão puro, tão cheio de luz. Do contrário, o mundo não seria esse vortex sombrio no qual vivemos.
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