Autor: Carina Rissi
Ano: 2013
Páginas: 364
Editora: Verus
Sinopse: Sofia vive em uma metrópole, está habituada com a modernidade e as facilidades que isto lhe proporciona. Ela é independente e tem pavor a menção da palavra casamento. Os únicos romances em sua vida são os que os livros lhe proporcionam. Mas tudo isso muda depois que ela se vê em uma complicada condição. Após comprar um novo aparelho celular, algo misterioso acontece e Sofia descobre que está perdida no século XIX, sem ter ideia de como ou se voltará. Ela é acolhida pela família Clarke, enquanto tenta desesperadamente encontrar um meio de voltar para casa. Com a ajuda de prestativo Ian, Sofia embarca numa procura as cegas e acaba encontrando algumas pistas que talvez possam leva-la de volta para casa. O que ela não sabia era que seu coração tinha outros planos...
O que eu achei: Depois de tanto me recomendarem esse livro, eu confesso que estava um pouco apreensiva em lê-lo, normalmente quando me recomendam muito um livro, tem noventa e nove por cento de chance de eu não gostar (Sim, sou do contra), mas felizmente isso não aconteceu com Perdida. Como vocês sabem, esse ano eu decidi abrir espaço para a literatura nacional, o problema como eu também já disse é o preço exacerbado dos livros no Brasil! Estou louca pra comprar Cazy Mary do Tiago Assoni, mas no momento é caro demais pra mim, sem falar no meu próprio livro que é R$ 44.00! Apoiar a literatura nacional é super válido, mas bem que as editoras nacionais podiam ajudar também, né? Mas, voltando ao foco do post, minha viagem por Perdida foi tão conturbada quando a vida de Sofia, personagem principal do livro, já que eu tive uma semana difícil... como eu disse a vocês no meu último post no blog, eu passei por um momento grave de apatia, em decorrencia a estar sobrecarregada com a faculdade e outras coisas, resumindo, tive uma semana nada produtiva. Mas hoje eu finalmente terminei de ler e mesmo em meio a toda a minha apatia, esse livro foi uma viagem fascinante.
Nós acompanhamos a personagem Sofia, uma garota de vinte e quatro anos que vive em uma metrópole rodeada de tecnologia, da qual ela é totalmente dependente. Uma das coisas que eu tive em comum com ela foi nossa total aversão à casamento, embora, diferente de mim, a personagem já tenha se envolvido com alguns rapazes. Sofia é a melhor amiga de Nina, que namora Rafa. Ela perdeu os pais em um acidente fatal de carro e trabalha em um escritório com um chefe nada fácil. Depois de um dia de cão, ela encontra com Nina e seu namorado em um bar e, para comemorar o novo passo no relacionamento da amiga ela acaba bebendo demais e deixando seu tão precioso celular cair dentro da privada. No outro dia, ela vai até uma loja para comprar outro e é nesse momento que tudo muda. Para começar, ela achou estranho ser a única na loja, depois a funcionária parecia meio... louca. E finalmente ela comprou um aparelho indicado pela mulher sob a promessa de que ele tinha tudo que ela precisava. Empolgada para testar seu novo "monstrinho", Sofia abre a embalagem do celular em meio a uma praça e de repente uma luz cegante sai do aparelho, ela tropeça em uma pedra e... BUM! A cidade inteira desapareceu. Ela está em um lugar diferente e avista um jovem lindo de tirar o fôlego usando roupas que parecem ter acabado de sair de uma loja de fantasias e andando a cavalo! Atordoada, a garota reluta em ser ajudada por ele que, além das roupas, também tem um modo estranho de se expressar e a mania irritante de chamá-la de senhorita sempre. Quando ele lhe diz que ambos estão em 1830, Sofia acha que está louca, mas perdida e sozinha acaba aceitando a ajuda do estranho que descobre chamar-se Ian Clarke. Quando tem a certeza de que está presa naquela realidade bizarra do século XIX, Sofia recebe a missão de descobrir o que precisa encontrar para poder finalmente voltar para casa, mas acaba ficando dividida entre seu coração e seu desejo por uma vida que ela achava que lhe pertencia.
O livro é contado de maneira muito divertida e gostosa de ler, de uma maneira que você voa pelas páginas e nem percebe, Ian é um personagem fascinante e, a melhor parte, com defeitos que o deixam ainda mais fofo! Sofia é a tradução quase literal da palavra maluca. Também conhecemos Elisa, a doce irmã de Ian, e Teodora que, inicialmente, é totalmente insuportável! Contado de forma divertidíssima com direito a gargalhadas e suspiros, Perdida é não só uma ótima comédia romântica sobre uma garota cética que finalmente encontra o amor verdadeiro, mas uma reflexão sobre nossa conduta diante dos nossos sentimentos, o individualismo de uma sociedade que é dependente das máquinas e da tecnologia e a perda de valores que deveriam continuar regendo nossa sociedade. Sem contar na total "desmitificação pomposa" dos séculos passados que é mostrada normalmente em livros e filmes, mas vemos aqui as reais dificuldades de viver em um século com tantas privações, como a ausência de banheiros, papel higiênico, energia elétrica entre outros, mas também conseguimos perceber as coisas que perdemos como a natureza, o ar límpido, a vida saudável e os afazeres "mentalmente bons" como ler, passear ao ar livre, conversar de verdade... Perdida foi o primeiro livro de Carina Rissi que eu li, e me encantei, gostei muito de conhecer essa história incrível e esses personagens tão intensos... fiquei com o coração na mão em diversas partes dele, ri que chorei em outras e rolou até aquela espiadela no final por tamanha apreensão com o rumo das coisas. Infelizmente, eu ainda não tenho Encontrada, o segundo da série, mas estou curiosa sobre o que vai acontecer no segundo episódio das aventuras dessa maluca em um século totalmente diferente dos seus costumes "modernos".
E como esse livro foi tão divertido, quero destacar aqui os melhores quotes na minha opinião:
Joguei a pilha
pesada de roupas sobre a cama. Tentei reconhecer algumas peças.
Vestido: OK.
Meias: OK.
Um treco de metal
que parecia uma gaiola: Nada OK.
(...) Pra dizer a
verdade, fiquei um pouco intrigada com aquela gaiola. Era pra ser usado
embaixo do vestido? De verdade?"
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A casinha era
exatamente isso, uma casinha de madeira, há quase um quilômetro da casa
imensa. Era tão baixa que alguém precisaria se abaixar para entrar nela, até
tinha uma pequena janela. Dentro, havia algo parecido com um caixote de
madeira com tampa e dois buracos lado a lado na tampa. Pensei um pouco sobre
os buracos. Pra que dois? Seria buraco para líquidos e buraco para sólidos?
Ou seria para interação social. Você convida alguém para ir até a casinha e
bate um papinho enquanto faz... a
oferenda?
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Essas foram as duas partes no livro que eu mais ri. Valeu super a pena ler Perdida e se você ainda não leu não perca tempo em adquirir o seu, vale muito a pena mesmo! Infelizmente, com meus compromissos no momento, não vou conseguir pegar no próximo livro da minha meta deste ano, ainda faltam dois... Então, pode ser que o blog fique meio "desativado" por uns dias, até que eu consiga voltar a ler e me estabilizar principalmente psicologicamente. Vou ver se consigo folga dos meus trabalhos e vai começar minha semana de provas também... então até a volta, blogueiros!
The Lost Girl.
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