Original: Before the Coffee Gets Cold
Autor: Toshikazu Kawaguchi
Ano: 2022
Gênero: Fantasia, drama
Páginas: 208
Sinopse: Em uma ruazinha estreita e silenciosa de Tóquio, num subsolo, existe um estabelecimento que, há mais de 100 anos, serve um café cuidadosamente preparado.
Graças a uma lenda urbana, o local recebe diversos frequentadores que esperam ansiosamente para viver uma experiência única: fazer uma viagem no tempo.
Aqueles que retornam ao passado devem estar cientes dos riscos e também das regras, já que a jornada exige que o cliente se sente numa cadeira específica e reencontre somente pessoas que já tenham visitado o estabelecimento. Mesmo assim, quatro personagens aproveitam a oportunidade para tentar resolver dramas do passado.
A experiência é imperdível, mas o tempo é curto. Mais precisamente, até o café esfriar.
Vi alguém lendo esse livro no skoob e me bateu uma curiosidade pelo título. Acabei indo atrás e, confesso, não foi bem o que eu estava esperando. Apesar de já ter lido outros livros de autores japoneses, sempre sou pega de surpresa com a simplicidade extrema com que eles lidam com o enredo, se em alguns pontos essa objetividade é bem-vinda, em outros ela torna os acontecimentos vistos sob uma lente fria.
Mas bem, a história gira sobre uma cafeteria chamada Funiculi Funiculá, para aqueles que não conhecem, é uma famosa música italiana escrita pelo jornalista, poeta e cantautor italiano Giuseppe 'Peppino' Turco e musicada por Luigi Denza em 1880. Ela foi composta para celebrar a abertura do primeiro bonde em italiano: funicolare, do Monte Vesúvio, em 1879. Pois bem, esse café que fica no subsolo de uma ruazinha de Tóquio, tem uma fama interessante, ele pode transportar as pessoas pelo tempo seja passado ou futuro.
Nesse livro, vamos conhecer quatro pessoas que, por algum motivo, desejam fazer essa viagem no tempo, mas precisam obedecer a uma série de regras rigorosas e, dentre elas, está a mais importante: voltar antes do café esfriar, do contrário as consequências seriam catastróficas. Além do mais, nada do que se fizer no passado poderá alterar o presente, não importa o que o viajante tente e, de nenhuma maneira, ele pode se levantar de determinada cadeira dentro do café, que é onde a viagem acontece. Além disso, só se pode encontrar pessoas que já estiveram no café.
Nesse contexto, o autor trabalha temas como luto, perseverança, amor, relações familiares e maternidade, enquanto os personagens interagem entre si pela oportunidade de mudar seus destinos.
O livro me arrancou quatro estrelas. Não sei se pelo fato de ser adaptado de uma peça de teatro, mas tinha horas que parecia um roteiro mesmo e não um livro. Contudo, não posso e nem vou negar que todas as histórias são muito envolventes, esse talvez seja o motivo de ter tido tanto sucesso (apesar de eu não ter ouvido falar dele), é muito fácil nos colocarmos no lugar dos personagens. Além disso, para os fãs de J-Dramas, muito fácil imaginar os cenários e o grupo de personagens japonesas com diferentes contextos interagindo de acordo com sua cultura por vezes individualista, por vezes coletiva.
Num cômputo geral, posso dizer que gostei. Não achei tudo isso que falam por aí, mas é uma leitura fluida, traz algumas reflexões e tem histórias muito reais. Recomendo.
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