domingo, 6 de julho de 2025
[Bíblia] Eclesiastes
domingo, 8 de junho de 2025
[Livro] Assassinato no Beco
Autor: Agatha Christie
Ano: 1937
Gêneros: Mistério, Conto, História de detetives
Sinopse: Nos contos aqui reunidos, o detetive belga terá ainda de usar seus neurônios para encontrar os planos secretos de um submarino em “O roubo inacreditável”, vingar um cliente em “O espelho do homem morto” e tentar impedir o perigo que ronda um casal jovem em “O triângulo de Rodes”. Quatro histórias envolventes, para serem lidas de um só fôlego.
Li esse livro pela primeira vez em 2012, mas não lembrava mais se tratar de uma antologia. São quatro histórias, sendo a primeira a que dá nome ao título.
Em Assassinato no Beco, acompanhamos a investigação de um assassinato mascarado de suicídio de uma jovem noiva rica que estava sendo chantageada por um major a respeito de um segredo do passado. Junto ao inspetor Japp, Poirot precisa refazer os passos da jovem socialite para conseguir desvendar o segredo de sua morte.
No Roubo Inacreditável, um jantar é oferecido por um rico militar e planos militares de suma importância acabam desaparecendo. Convidado a resolver o enigma no meio da madrugada, por se tratar de um assunto nacional, Poirot tem nas mãos um complicado quebra-cabeças que aponta para espionagem, conspirações e segredos.
No Espelho do Homem morto, um suicídio claro na mansão de um aristocrata chama a atenção de Poirot por uma série de eventos inexplicáveis que podem levar a uma morte não tão desesperada assim. Todos na casa são suspeitos, mas o escritório estava trancado e a chave no bolso do morto. Com sua sagacidade e observação aos mínimos detalhes, Poirot vai precisar resolver um difícil quebra-cabeças.
Por fim, no triângulo de Rodhes, o caso menos interessante da antologia, enquanto está de férias, Poirot testemunha um conflito muito inteligente entre um casal impedido de ficar junto por um matrimônio. É o único caso do livro que termina aberto.
Confesso que não é o melhor livro que li dela, foi bom para distrair, mas não achei os casos tão entusiasmáticos assim. Não é ruim, longe disso, mas não me arrancou muito da realidade. O terceiro conto é o maior e o mais detalhado, mas a sensação é de já ter lido isso em outros livros dela, sabe? Não tinha mesmo novidade.
[Bíblia] Provérbios
segunda-feira, 2 de junho de 2025
[Livro] A Biblioteca das Histórias Não Contadas
Páginas: 96
Ano: 2023
Gênero: Fantasia
Sinopse: Ser escrita ou ser esquecida, essas são as duas únicas maneiras de sair da biblioteca das histórias não contadas. Pelo menos foi isso o que disseram.
Quando uma protagonista é arrancada de seu mundo e vai parar em uma biblioteca cheia de personagens, acaba descobrindo que não passa de mais uma dentre várias criações de uma Autora em crise. Agora, ela não pode voltar para seu mundo até que sua história volte a ser escrita, o que não parece muito provável diante dos tormentos do passado que assombram a sua Autora e ameaçam a existência de todas as histórias da biblioteca.
Conta a história de uma personagem, inicialmente sem nome, que é transportada da sua história para um lugar estranho lotado de pessoas e criaturas dos mais diversos tipos. Ela descobre que é o fruto da criação de alguém chamado Autora e que sua história foi congelada no momento que ela saiu porque esta autora parou de escrevê-lo. A única maneira de sair dali é se a autora voltar a escrever ou se a esquecer.
Tentando entender sua situação, ela descobre que todos os personagens ali são frutos de histórias igualmente abandonadas por causa de uma história em particular, a de Relicta, uma personagem perversa cujo livro desencadeou um mal enorme dentro da biblioteca. Enquanto tenta voltar para casa, a personagem vai descobrindo os segredos da biblioteca e da autora.
E é isso de informação porque com 96 páginas não dá pra dizer muita coisa sem deslizar um spoiler. Eu enrolei pra caramba pra terminar esse livro, apenas não é aquele tipo de leitura que te dá "fome", mas nem por isso é ruim. A história é interessante, inclusive se você também escreve vai se sentir bem mal por todas as histórias que engavetou hahaha, eu passei a olhar as minhas com mais empatia depois disso. Geralmente, quando leio coisas muito curtas me pego pensando em desdobramentos e caminhos que poderiam ter sido mais explorados naquele universo, mas com esse livro não aconteceu, eu achei a história "pronta e acabada" do jeito que ela é, como se ela fosse perfeita para esse tamanho mesmo, não ficou qualquer espaço sem desenvolver.
No último capítulo, é apresentada uma "chama", posso ter entendido errado, mas para mim soou como uma metáfora para a fé e a criatividade. No estado de ânimo que a Autora se encontrava, perseguida por um mal que pode igualmente ser interpretado de várias formas, quando a personagem trouxe de volta essa "chama" para a mente dela (e, a meu ver, essa chama estava no coração) ela conseguiu reverter o mal. Achei uma metáfora inteligente. Entre tantas outras interpretações que a gente pode tirar das portas queimadas, da árvore no corredor, da porta de ferro, da porta dourada, enfim. A ideia do livro não é ser filosófica, mas acaba sendo hahaha.
Achei maravilhoso? Não. É muito bom. Ideia criativa, bom desenvolvimento, a personagem não é simpática, mas dentro das suas limitações também não é insuportável. Quem procura um livro curto, mas que levanta boas reflexões e, sobretudo, quem gosta de símbolos, é uma boa pedida. Acabou não sendo nada do que eu esperava, mas valeu a experiência.
domingo, 18 de maio de 2025
[Drama] Something is Not Right
Título original: 무언가 잘못되었다
País: Coreia do Sul
Episódios: 8
Ano: 2025
Gêneros: Comédia, Romance
sinopse: Ba U e Ji Hun são amigos de infância, e Ba U sempre escondeu os sentimentos que nutria pelo amigo. Um dia, ele tenta cortar contato com Ji Hun, que fica confuso de início, mas continua agindo como se nada tivesse acontecido. Então, em uma última tentativa desesperada que mudar sua situação, Ba U segue o conselho que ouviu de outra pessoa e pede a Ji Hun para namorar com ele por uma semana, e ele aceita. No entanto, enquanto Ba U lida com emoções complexas, Ji Hun fica preocupado com o fato de Ba U estar sendo perseguido por Ha Min e decide usar seu atual status de namorado para afastar o stalker. Agora, apesar de o fim definitivo do relacionamento deles estar próximo, Ba U ainda terá mais uma chance de conquistar o coração de Ji Hun.
Depois de um tempão sem ver BL, finalmente encontrei um que chamou minha atenção!
Conta a história de Do Ba Woo e Ji Hoon, dois amigos de longa data que estão na mesma universidade, o fato é que, agora, Ba Woo quer cortar laços com Ji Hoon. Lento como só ele, Ji Hoon não faz a menor ideia que o motivo é o fato de Ba Woo ter sentimentos por ele. Fato esse que é descoberto quando Jun Ha Min encontra o caderno de Ba Woo e deseja usá-lo para criar seu roteiro de webtoon para um concurso, acreditando se tratar de uma história fictícia. Como está "inacabada" ele sugere a Ba Woo que o personagem convide o outro para sair por uma semana e, sem dar muito crédito, o garoto faz a sugestão para Ji Hoon que aceita a oferta.
Enquanto tenta lidar com seus sentimentos unilaterais e a lerdeza de Ji Hoon, Ba Woo acaba se aproximando de Ha Min e engatando uma amizade forte, especialmente quando este é o único com quem ele pode falar sobre seus sentimentos. Porém, Ha Min vai desenvolvendo sentimentos por Ba Woo enquanto tenta ajudá-lo a lidar com seu amor secreto por Ji Hoon. E tudo se torna uma confusão de sensações, perseguições e aceitação.
Confessar, esse drama dividiu opiniões, de alguma forma eu gostei bastante embora ele tenha me arrancado um 9 e não um 10. O problema é que o roteiro derrapa no desenvolvimento do casal principal. Em meio a todo o "sistema lento" de Ji Hoon nós começamos a shippar o Ba Woo com o Ha Min e se observarmos bem, por mais que a história tente a todo momento nos mostrar a relação entre Ba Woo e Ji Hoon ao longo do tempo, Ha Min continua parecendo o par ideal para ele.
Negócio é que eu sou a masoquista dos amores sofridos, quanto mais lascado é o background de um casal, mais eu quero shippar. E talvez isso tenha me feito entender as pessoas que não gostaram da história e, de fato, elas não estão erradas, porque o roteiro tem mesmo essa falha, mas ao mesmo tempo ter ficado feliz com o casal principal junto. Porque eu consegui shippar eles embora quisesse dar na cara do Ji Hoon a maior parte do tempo. Fiquei bastante triste pelo Ha Min não ter conseguido um par e também shippei ele com o Ba Woo embora fosse evidente que não havia correspondência.
Outro erro no roteiro foi no capítulo final SPOILER |quando o Ji Hoon vai contar para o Ba Woo que começou a gostar dele primeiro, mas tinha medo de admitir e acabar com a amizade dos dois| FIM DO SPOILER ficou bem pouco verossímil porque o drama todo o Ji Hoon age de maneira ambígua, sim, mas com a maior cara de inocente como se visse o Ba Woo como um amigo mesmo. Então ficou parecendo um pouco forçado, ainda assim passa pelo aceitável.
Eu gostei. Tem aquele gosto de história fofa da época que eu comecei a ver o gênero, ainda mais pelo fato da Coréia minimizar algumas coisas muito erradas que os BLs tailandeses costumam normalizar. Não todos, claro, mas boa parte. Dava para desenvolver muita coisa legal na história, mas não sou apta a escrever fanfic BL, porém, se alguém se dispuser a escrever uma corrigindo os erros do roteiro eu queria muito ler. Não sei se tem o webtoon desse drama disponível, talvez eu procure, por enquanto fica aí a indicação.
[Livro] O Eco dos Livros Antigos
Autor: Barbara Davis
Ano: 2024
Gêneros: Romance de amor, Realismo mágico, Ficção histórica, Fantasia histórica
Sinopse: Um par de livros misteriosos. Um romance condenado. Os ecos de um amor que nunca morreu.
A afinidade da revendedora de livros raros Ashlyn Greer com os livros vai além do cheiro inebriante de papel velho, de tinta e de couro. Ela pode sentir os ecos dos antigos proprietários dos livros ― uma impressão digital emocional que só ela consegue ler. Quando Ashlyn descobre dois volumes belamente encadernados que parecem nunca ter sido publicados, seu dom logo se torna uma obsessão.
Não apenas cada um está marcado com uma acusação surpreendente, mas os autores, Hemi e Belle, contam lados conflitantes de um romance trágico. Sem nenhum vestígio de como esses livros misteriosos vieram ao mundo, Ashlyn é envolvida em um mistério literário de décadas, atraída por dois corações em ruínas, quem quer que tenham sido, onde quer que estejam.
Determinada a descobrir a verdade por trás da história dos amantes condenados, ela continua lendo, seguindo uma trilha de promessas quebradas e traições aparentemente imperdoáveis. Quanto mais Ashlyn aprende sobre Hemi e Belle, mais perto ela chega de encerrar a história de amor deles ― e dos capítulos inacabados de sua própria vida.
Eu peguei a dica desse livro pela indicação de um book influencer no instagram. A síntese dele pareceu muito interessante e, na book friday da Amazon do ano passado, minha irmã caiu pela sinopse e a gente decidiu comprar. No começo, não me prendeu muito não, ele só veio se tornar realmente interessante para mim ali pelo capítulo cinco.
A história acompanha Ashlyn (que nome hein?) uma livreira e restauradora de livros que cuida de uma livraria pacata especializada em livros antigos. Sua relação com livros começou muito cedo e durante toda a sua vida, Ashlyn teve neles sua companhia mais segura num mundo de pessoas que parecia abandoná-la sempre. Ela construiu uma vida segura para si, com poucos amigos, clientes fiéis e nenhum relacionamento complicado.
Porém, as coisas no seu mundo seguro começam a mudar quando seu amigo Kevin lhe conta sobre uma nova leva de livros doados e, ao conferir se algo podia ser do seu interesse, Ashlyn topa com um livro cujos ecos — como ela chama suas habilidades psicométricas — ressoam nela com mais violência que qualquer outro que já tocou. Não há qualquer informação sobre o autor, a editora ou o ano da publicação, embora seja uma edição bem encadernada e conservada. Curiosa, ela decide levá-lo para casa.
A história, narrada por um homem, conta o trágico romance entre um jornalista e uma milionária com casamento marcado, os dois se conhecem na festa de noivado dela e sentem uma atração imediata. Ashlyn sente certa veracidade nos fatos e em alguns eventos pontuais que parecem ter ocorrido na época da segunda guerra mundial, antes dos EUA aderirem formalmente ao conflito. Com a ajuda de sua amiga bibliotecária, ela começa uma pesquisa a respeito de alguns personagens e vai atrás de Kevin na tentativa de encontrar o doador dos livros.
Kevin lhe entrega o que seria a correspondência do dono dos livros, encontrada dentro da caixa, e o telefone leva Ashlyn a Ethan Hillard, o filho do falecido dono do volume encadernado. O primeiro contato dos dois não é muito cordial, deixando uma primeira impressão bem ruim do personagem, e ele demonstra certo desprezo pela história da sua família, afirmando não querer se envolver com seja lá o que a história conta. Porém, dias depois acaba entrando em contato com a livreira para dizer que descobriu um segundo volume que parece idêntico ao primeiro e uma resposta sob o ponto de vista da mulher.
Juntos, os dois entram por uma instigante história de amor cheia de empecilhos e mal entendidos que pode não ser tão literária quanto parece e tem a ver com uma família que Ethan desconhece. Segredos sombrios do passado começam a se revelar enquanto Ashlyn, cada vez mais presa na história, passa a lidar com seus próprios fantasmas em busca de redenção.
No fim, pelo título, o livro não foi nada do que eu estava esperando. Quando vi a primeira vez eu pensei que ia ser algo mais na linha de A Intuitiva de Hannah Howell, mas não foi nada disso. Os "livros antigos" no título se refere as obras encontradas por Ashlyn e Ethan que datam de quarenta e três anos antes, nem tão antigo assim. A história se passa nos anos 80 e 40, alternando em pontos de vista, cheia de reviravoltas e com um fundo histórico muito bem feito.
Demorou bastante para eu começar, de verdade, a torcer pelo casal Ashlyn-Ethan, a minha primeira impressão dele foi péssima e a tentativa de se redimir da primeira vez falhou. O passado doloroso da Ashlyn, embora consiga explicar algumas de suas atitudes, não conseguiu me convencer em outras, assim como a família conturbada de Ethan e seu casamento não tenha me convencido muito a aceitar sua postura inicial com a protagonista. O casal secundário, Belle e Hemi, com sua história cheia de mal entendidos, até me despertou o lado mais romântico e sonhador de torcer por uma resolução, mas a atitude bem infantil da Belle em vários momentos era muito irritante.
O que eu gostei bastante foi a história comovente de Helene, a mãe de Belle, embora tenha sido bastante triste, até cruel, se tornou linda e nos fez desejar que o pai dela tivesse tido um fim pior pelo que fez com ela.
Personagens instigantes, fundos históricos envolventes e uma trama que se amarra com perfeição, o livro merece o hype que tem e vale muito a pena.
[Bíblia] Provérbios - Introdução
Embora, por uma ficção literária, o livro de provérbios seja atribuído a Salomão, na realidade é uma coleção composta de oito partes: 1. Exortações personificadas pela própria sabedoria; 2. A grande coleção salomônica; 3/4. Duas pequenas coleções atribuídas aos "sábios"; 5. Provérbios salomônicos recolhidos pelo rei Ezequias; 6. Um fragmento atribuído a Argur, autor desconhecido; 7. Conselhos de uma rainha mãe a seu filho; 8. Poema que faz elogio à mulher forte.
Entre as sentenças contidas nesse livro, grande número é de origem popular, como os rifões. Os provérbios atribuídos a sábios, aliás desconhecidos, devem ter sido compostos antes do exílio, embora os capítulos 30 e 31 pareçam posteriores a ele.
Acham-se no livro de provérbios numerosas passagens nas quais se pode descobrir frisante parentesco com textos egípcios e orientais. Não se sabe em que medida o autor inspirado utilizou de predecessores estrangeiros, mas é certo que os hebreus sofreram influência dessas grandes civilizações.
A moral de provérbios, fundada na crença e na revelação de um único Deus, mostra-se superior a de todos os produtor pagãos da mesma espécie. Por sábio deve-se entender aquele que é inteligente, bem avisado, virtuoso e íntegro. Entre os insipientes devem ser enumerados os maus, mentirosos, negadores, ladrões, malfeitores e perjuros.
De modo especial, acentua a piedade filial e a educação das crianças. Em todo livro se manifesta viva fé numa retribuição, recompensa ou castigo, mas não existe ainda a ideia de uma vida eterna. O Temor do Senhor é o começo da sabedoria. Essa sabedoria só pode provir de Deus mesmo, é ela que nos faz compreender algo da justiça e dos juízos divinos, como também é ela que produz a verdadeira humildade.
Nota: Eu ando bem procrastinadora esses tempos, mas não deixei de estudar a bíblia, só que com o curso do Pe. Juarez esse processo se tornou um pouco mais lento, a partir do livro de Eclesiástico a leitura se torna muito complexa para fazer sozinha, o nível de entendimento diminui bastante e o auxílio do curso me ajudou a compreender o livro, mas ao mesmo tempo tornou o processo muito mais lento. Assim, as postagens da tag vão ficar um pouco menores e a partir do eclesiástico terão mais partes por causa das muitas informações das aulas.
[Anime] Honey Lemon Soda
Autor: Mayu Murata
Direção: Hiroshi Nishikiori
Ano: 2025
Episódios: 12
Sinopse: Depois do ginásio, com todo o bullying e apelidos, Uka Ishimori está empolgada para um novo começo no Colégio Hachimitsu. Kai Miura, um cara legal e desinibido, senta do lado dela na aula. Uka se lembra que conheceu Kai no ginásio e com uma única palavra ele convenceu ela a ir para o Hachimitsu. Apesar de ser popular, Kai apoia Uka em seus esforços para se encaixar com os novos colegas. (Via crunchyroll)
O anime saiu depois do filme e é a primeira vez que eu vejo acontecer (pode ter acontecido antes, mas não tive conhecimento). Já tem um tempinho que eu resenhei o live-action (leia aqui), mas revi logo que terminei o anime para poder refrescar a memória e fazer uma comparação melhor.
A história vai girar em torno de Ishimori Uka, uma adolescente que sofreu bullying durante todo ensino fundamental e aprendeu a agir como uma "pedra" a fim de evitar suas emoções e não preocupar os pais. Contudo, isso acabou causando um dano muito forte na sua personalidade e, aliado à superproteção do seu pai, ela se tornou uma pessoa passiva que tem medo de enfrentar as coisas, falar sobre seus sentimentos, entender o mundo onde está inserida e se relacionar com as outras pessoas.
Com a pressão do pai para que frequente uma escola para meninas com regras muito rígidas, ela se vê em um dilema quando sente vontade de ir para uma escola mais flexível e o encontro com um belo garoto de cabelos loiros faz com que ela tome de vez essa decisão sendo a primeira vez que contraria seu pai. Aos poucos, com a ajuda desse garoto, Miura Kai, Uka começa a se abrir para um novo mundo onde pode ser ela mesma, aprender a defender suas ideias e conviver em turma, fazer seus primeiros amigos e falar o que pensa.
Isso também faz com que ela comece a desenvolver sentimentos por Kai, que de início ela não compreende muito bem e depois são tolhidos pela sua autoestima muito baixa. Para se aproximar dele e quebrar a parede que Kai ergueu em torno de si, ela precisa antes de tudo entender a si mesma e superar as próprias limitações e conta para isso com a ajuda de suas novas amigas.
Em relação ao filme o anime traz muito mais informações a respeito de Uka, especialmente do seu meio familiar, e a relação dela com o pai que é crucial para entender a maneira como a sua personalidade foi formada. É algo além do bullying, mas que veio antes. Isso faz toda diferença porque ela sai de uma personagem "traumatizada" para uma personagem "superprotegida" que aprende aos poucos a sair dessa gaiola de restrições criadas para protegê-la da dor.
Há muitos momentos muito bonitinhos que eu queria ter visto no live-action como alguns pontos do festival de esportes e do festival da escola. O desenvolvimento evolutivo de Uka se torna muito mais visível na animação, assim como o do próprio Kai que sai de um garoto fechado e impassível para alguém mais aberto e expressivo, embora a animação não dê praticamente nenhum plano de fundo para o personagem (o que imagino ser explorado no mangá).
Eu gostei bastante da história, evoca muito aquele clima Kimi ni Todoke, embora o traço dessa animação não tenha me agradado tanto por alguma razão que não sei explicar hahaha. A personalidade do Kai é aquela coisa mais misteriosa, fechada e introspectiva, ao contrário do refrescante e ciumento Kazehaya, mas ele serve como um contraponto muito bom para a determinada e inocente Uka. A relação deles é muito docinha de acompanhar e faz a gente shippar muito. Recomendo demais.
quinta-feira, 17 de abril de 2025
[Livro] Fédon
Autor: Platão
Ano: Mais ou menos 347 a.C.
Sinopse: Fédon de Élis, discípulo de Sócrates, encontra-se com o pitagórico Equécrates, provavelmente na pátria de este último. Ali, Fédon narra o sucedido nas últimas horas de vida de Sócrates e do que se falou nessa ocasião. Isto permite a Platão dispor de um narrador que possa apresentar ao leitor não só o diálogo em si, mas também toda a cena e ações dos protagonistas.
O diálogo discorrido por Fedón situa-se na prisão em que Sócrates esperava o momento de sua execução. Os interlocutores principais de Sócrates são Símias e Cebes, velhos discípulos de outro filósofo.
Embora gostasse muito das aulas de filosofia na escola, não sou versada no assunto. Sempre o achei fascinante, mas denso demais para meu conhecimento limitado sobre tudo. Esse foi meu primeiro contato com Platão e aconteceu na faculdade, li para fazer um trabalho de ética na época. Fazendo meu caderno de leitura e rememorando os livros que fizeram parte da minha trajetória a partir de certa idade (porque contabilizar os lidos quando criança seria impossível) deparei-me com este ainda não resenhado e decidi reler para recordar do que se tratava.
O livro, escrito em forma de diálogo, retrata os últimos momentos de Sócrates na prisão antes de tomar o veneno, pena firmada pelos juízes para sua execução. Rodeado por alguns de seus discípulos, o filósofo mostra uma postura otimista sobre a morte e começa a discutir com eles a respeito da imortalidade da alma, até o diálogo se tornar uma verdadeira batalha de argumentos e contra-argumentos sobre o assunto. Usando analogias bem cotidianas, Sócrates consegue se fazer entender e provar seu raciocínio convencendo os discípulos que aquele é apenas o fim do seu corpo material, mas, por ter dedicado sua vida ao aperfeiçoamento de sua alma, ela será eternizada junto aos deuses onde viverá. Seus discípulos, embora terminem concordando com suas afirmações, são incapazes de aceitar sua morte de forma tão otimista, desabando em lágrimas quando chega o momento final, narrado em detalhes.
Interessante observar que, pouco mais de 400 anos antes de Cristo, já se falava sobre a imortalidade da alma, algo que só vem a ser tratado de forma um pouco tardia no antigo testamento. Inclusive, embora fosse grego, Sócrates se mostra crente em uma divindade única, recusando a crença nos deuses atenienses. Isso também me chamou a atenção, embora não possa afirmar ser o Deus que cultuamos no cristianismo, entendi se tratar da mesma linha de pensamento. Claro, dentro de toda a sua vertente mitológica a respeito do pós-vida, sua dialética sobre a imortalidade da alma e a importância de viver em função de fortalecer o espírito me soou até muito cristã.
2.500 anos atrás, ele levanta pontos que ainda são relevantes na atualidade como se tivessem sido escritos no dia anterior.
"Outra causa não têm as guerras senão o amor do dinheiro e dos bens que nos vemos forçados a adquirir por causa do corpo, visto sermos obrigados a servi-lo."
Lendo a bíblia até agora, pude fazer alguns intertextos sobre os ensinamentos adotados em livros como Eclesiastes e Provérbios e o diálogo do filósofo sobre o cultivo de uma vida virtuosa que se distancia dos prazeres mundanos, valorizando a sabedoria, a coragem, a temperança e a justiça, para, irrepreensível, ser merecedor de alcançar as bem-aventuranças do fim da jornada. Essa ideia é muito similar àquela apresentada por Cristo e pela igreja como modelo de uma vida cristã. Enquanto ia lendo, observava como ele descrevia, já na sua época, a sociedade que vivemos hoje, pautada em vaidades e valores supérfluos que se esvaem tão logo finda a jornada vazia com a qual boa parte da humanidade leva suas vidas.
Fica claro, desde o começo, que o principal fato dos homens temerem a morte está no fato de não conseguirem desapegar daquilo que é passageiro. Nós temos de forma inerente em nós uma rejeição natural ao fim da vida, evitamos pensar nisso, chegamos mesmo a tratar como uma forma literária ficcional e tendemos a viver com a certeza do amanhã. Assim, ao perder um parente ou receber um diagnóstico que coloque em risco essa certeza, desabamos. E, pra mim, isso fez muito sentido. Repassando o número de vezes que fui derrubada pelo luto e o inúmero de crises ansiosas que já sofri diante de um fim emimente, a tranquilidade de Sócrates e sua postura diante da morte evocou reflexões acerca de como estava vivendo até aqui minha própria vida.
"Há de haver para nós outros algum atalho direto, quando o raciocínio nos acompanha na pesquisa; porque enquanto tivermos corpo e nossa alma se encontrar atolada em sua corrupção, jamais poderemos alcançar o que almejamos."
Isso me levou a pensar, também, sobre o papel da religião na minha vida. Nasci e cresci em uma família católica, mesmo tendo poucas lembranças da minha infância, trago comigo alguns testemunhos pueris da fé na qual fui mergulhada desde o nascimento. E entendo, igualmente, a razão dos padres estudarem filosofia na sua formação teológica, ao contrário do que muita gente ainda acredita. Mesmo se tratando de vertentes distintas, elas, em alguns pontos, convergem. Pensar, afinal, é o que nos distingue das demais criaturas e, embora essa tenha sido uma prática cada vez menos usada pela humanidade, vale como um cutucão à nossa raiz existencial. A dimensão da fé não é um conforto mero diante da dificuldade ou mesmo da finitude, mas o guia que nos impulsiona a tratar como primordial aquilo que é realmente importante: nosso interior.
Em um mundo cada vez mais individualista, robótico e frio, viver em prol do nosso crescimento espiritual pode se tornar perigoso, pois viola as vertentes das grandes massas e dos organismos manipuladores por trás delas. O diferente, não importa em que época se encontre, tende a atrair a destruição de si mesmo pelos "iguais". Basta olhar o curso da história para encontrar diversos exemplos desse fato. E se estamos caminhando rumo a uma autodestruição cada dia mais inevitável, aquilo a que a igreja chama "conversão" não se trata apenas da escolha de um lado, mas da adoção de uma postura que priorize a elevação daquilo mais caro em nós: nossa humanidade.
"Pois conhecer, de fato, consiste apenas no seguinte: conservar o conhecimento adquirido, sem vir nunca a perdê-lo."
Fédon é um livro pequeno, pouco mais de cem páginas, mas não é de longe o tipo de leitura que você faz numa sentada só no início da tarde. É um livro denso, que puxa reflexões não somente a respeito da vida e da morte, da conduta de nossa trajetória como seres humanos em uma jornada finita cujo significado facilmente se corrompe. E, embora seja um diálogo essencialmente sobre morte, usando de várias analogias e comparações para provar suas argumentações, é igualmente um manual sobre a vida. Sobre aquilo essencial na nossa maneira de lidar com nossa trajetória breve sobre essa terra e o legado que deixaremos para aqueles que conviveram conosco. O otimismo demonstrado em suas linhas leva a uma profunda reflexão sobre o motivo da nossa existência e me recordava uma frase repetida diversas vezes por um padre da minha região: "Se não vivemos para servir, não servimos para viver".
Acho que, embora complexo em alguns momentos, é uma leitura que todo mundo devia fazer uma vez na vida.
"Então, o que importa é não desanimares, disse; é possível que ainda venhas a ouvi-las. Talvez te pareça estranho que entre todos os casos seja este o único simples e que não comporte como os demais, decisões arbitrárias, segundo as circunstâncias, a saber: que é melhor estar morto do que vivo. E havendo pessoas para quem a morte, de fato, é preferível, não saberás dar a razão de ser vedado aos homens procurarem para si mesmos semelhante benefício, mas precisarem esperar por benfeitor estranho."
[Bíblia] Salmos - Destaques
segunda-feira, 7 de abril de 2025
[Livro] Pelo Andar da Carruagem
Ano: 2024
Duração: 2h
Sinopse: O doutor Daniel tem um compromisso importante Afinal, todos os compromissos eram importantes para um jovem advogado que busca se estabelecer em sua profissão. Cada detalhe conta. Contudo, nesta tarde de terça-feira em específico sua pontualidade é comprometida pelo inconveniente de um quase atropelamento de uma lavadeira distraída que anda pelas ruas com uma pilha de roupas sem se dar ao trabalho de prestar atenção no tráfego. E que, para piorar, após o acidente exige ser levada de volta para casa de carruagem para compensar os danos causados.
Clarissa, a jovem lavadeira, não dará colher de chá para o doutor que sujou as roupas da dona Firmina, por mais bonito que ele fosse. Só o que Ihe importa é entregar um serviço eficiente e de qualidade aos seus clientes, caso contrário, sua mãe a mataria. E, se aquele rapaz teve o desplante de arruinar o seu trabalho, ele teria que arcar com as consequências. Assim, o destino é desviado de um dos cafés mais nobres do Rio de Janeiro para uma área repleta de cortiços e nada aprazível da cidade. Naquela carruagem, doutor Daniel irá perceber que Clarissa é muito mais do que aparenta ser e Clarissa verá que a vida não precisa ser tão dura quanto ela acha. Eles têm um longo caminho pela frente.
Daniel é um advogado que subiu na vida com muito suor e hoje luta para manter o seu lugar entre a alta sociedade carioca. No caminho para encontrar um cliente, decidindo tomar uma rota alternativa porque não quer se atrasar, ele acaba quase atropelando uma jovem no meio do caminho. Clarissa é uma lavadeira estabanada que ama sanduíche de presunto e trabalha para ajudar sua mãe e irmã. No caminho para uma entrega, é quase atropelada por uma carruagem em alta velocidade e todas as roupas branquinhas que carregava em sua trouxa são jogadas no meio da lama.
Em meio a uma discussão com o dono engomado da carruagem, ela o obriga a levá-la até em casa, onde vai tentar salvar aquelas roupas e entregar no dia seguinte. Um impasse se passa entre os dois, ao mesmo tempo que os preconceitos de Clarissa se chocam com aquele homem bem vestido de nariz empinado, o jeito impetuoso e sarcástico dela vai de encontro a realidade sofisticada de Daniel. No decorrer do percurso, uma série de mal entendidos e novos acidentes aproximam os dois fazendo brotar sentimentos antes desconhecidos para ambos, mas como poderão superar as diferenças entre eles?
Ainda é um pouco estranho lidar com audiobooks, mas estou me acostumando mais rápido do que imaginava. Achei a história bem levinha e engraçada, ela não se esforça para parecer séria e, ao mesmo tempo, se leva a sério. Ela se passa no Rio de Janeiro colonial, bom para quem gosta de histórias de época, mas não se aprofunda muito nisso, o foco da narrativa se concentra nos sentimentos dos personagens indo direto ao ponto. Acredito que na edição física alguns detalhes e panos de fundo são mais explorados, porém, no geral, achei uma trama bem construída, personagens carismáticos, um romance que, embora de imediato não faça muito sentido, aos poucos a gente vai conseguindo comprar a ideia, creio que na edição física esse estranhamento seja amenizado pelo melhor desenvolvimento dos personagens. Gostei bastante, me diverti no processo e foi muito gostosinho de ouvir. Recomendo.
domingo, 6 de abril de 2025
[Bíblia] Salmos (II)
Minhas considerações:
Percebe-se a depressão de Davi com mais clareza através de seus salmos, onde ele exprime com liberdade seus medos, angústia e tristeza diretamente para Deus.
É realmente impressionante como já nos primeiros salmos é feito um retrato fidedigno do mundo atual, com homens cegos pelo poder, sem nenhuma compaixão no coração, destruindo e perseguindo com impiedade os menos favorecidos. Conforme Davi vai fazendo suas súplicas à misericórdia do Senhor, dá para sentir o quanto aquele mundo assustador o angustia e mesmo tendo sua confiança posta em Deus ele não consegue evitar sentir-se ansioso exatamente como muitos de nós face às transições sombrias que cercam as nações lideradas por homens cada vez mais bárbaros e sedentos de sangue.
O Poder da Oração:
domingo, 30 de março de 2025
[Livro] A Princesa Celta
Autor: Margo Maguire
Ano: 2003
Páginas: 315
Sinopse: Inglaterra, 1428.
Todavia, o instinto de proteção de Marcus de Grant nunca se manifestara com tanta força como quando ele se deparou com Keelin O'Shea. Embora dona de um senso de honra que não ficava nada a dever ao dele próprio, aquela princesa irlandesa precisava desesperadamente da proteção de um guerreiro... e também de seu coração!
Guardiã do talismã sagrado de seu clã, Keelin O'Shea sempre colocara o dever em primeiro lugar. No entanto, a simples visão de Marcus de Grant, dourado e glorioso como um deus antigo, provocou nela o doloroso anseio por uma paixão impossível!
Keelin é uma jovem irlandesa agraciada com o dom da premonição, herança de seu clã mágico que usa uma lança de nome impronunciável para potencializar esse poder. Seu dever é proteger essa lança com a sua vida impedindo que ela caia nas mãos de um clã mercenário cujo objetivo é dominar seu povo. Há quatro anos ela e o tio Tiarnan fogem de um lugar para outro na tentativa de despistar os mercenários. Agora seu tio está com a saúde ainda mais debilitada que nunca e ela teme ter de fazer a viagem de volta para a Irlanda sozinha.
Escondidos em uma velha cabana, são surpreendidos por uma comitiva inglesa que praticamente invade sua moradia temporária com um jovem rapaz ferido. Keelin se prontifica a usar seus conhecimentos de medidina para ajudar o garoto e descobre que o grupo é do nobre Marcus de Grant, cujo pai, um conde, foi morto pelos mercenários celtas atrás da lança. A atração entre os dois é imediata (literalmente), a jovem celta se vê hipnotizada pela beleza poderosa de Marcus, este, por sua vez, sempre tímido e incapaz de se aproximar de mulheres, se vê a vontade e atraído para a misteriosa garota irlandesa.
Sabendo da situação de ambos e agradecido pelo cuidado e esmero de Keelin com seu primo ferido e os demais soldados, Marcus a leva para sua fortaleza onde ela cuidará da recuperação de Adam e permanecerá sob sua proteção. Por mais que esteja ciente do seu dever de voltar para a Irlanda e entregar a lança para seu povo, ela não consegue resistir a tentação que a domina toda vez que Marcus a toca, desejo e dever entram em conflito dentro de Keelin sobrevivendo em uma corte diferente do que já viu, lidando com o desprezo da prima de Marcus que procura todas as maneiras de feri-la e preocupada com seu povo à mercê dos mercenários cruéis enquanto seus sentimentos pelo novo conde passam cada vez mais do controle.
Resgatei esse livro de um sebo numa feira literária, gosto bastante de romances históricos, mas esse não caiu nas minhas graças não. Apesar de não ser ruim, a trama fica meio repetitiva e o vai e volta dos personagens enrolando uma coisa simples muitas vezes soava irritante. Embora a narrativa conte com momentos interessantes e a química deles fosse quase tão boa quanto sua dinâmica, não foi suficiente para prender na história, cujo pano de fundo prometia o tempo todo uma ameçaa que nunca acontecia (então pra que prometer?).
O cúmulo foram os capítulos finais, resoluções apressadas que davam a impressão que a autora queria acabar logo com aquilo ao invés de desenvolver os conflitos que ela mesma criou, ficou muito cara de um deus ex-machina que não convenceu nada. A "conversão" de Isolda em boa moça foi risível, a mulher fez inferno o livro todo atrás do homem pra no final engolir um casamento com outro numa boa e pedir desculpas, além da solução pra guerra na Irlanda que também soou bem forçada.
Embora o livro em si não seja mesmo ruim, aliás, pra quem só quer passar o tempo com um romancinho açúcar é uma boa pedida, não conseguiu me cativar muito.
[Bíblia] Salmos (I)
Introdução:
[Drama] Blind Woman
País: China
Episódios: 24 (15 min)
Gêneros: Histórico, Romance
Sinopse: Uma afinadora de piano cega está determinada a descobrir a verdade por trás das mortes de seus pais e buscar justiça por seu destino injusto. Dividida entre o amor e a vingança, ela desafia as probabilidades, navegando na escuridão e se libertando do destino para executar sua vingança cuidadosamente planejada.
Tem um tempo que eu ando sem paciência pra assistir nada, então dei um tempo de dramas e animes, por isso e outras coisas o blog ficou sem atualização. Já tinha um tempo que eu estava curiosa com esse drama e ontem finalmente me dispus a assistir.
A história se passa na China republicana na cidade fictícia de Jiangcheng (a favorita dos minidramas hahaha) e acompanha Lin Wan Yue (Zhu Jin Tong) uma afinadora de piano que chega a uma casa abastada para trabalhar. Quando entra ela nota algo estranho, o casal não está e um homem desconhecido se apresenta como trabalhador temporário e responsável por recebê-la. Wangye sente o cheiro de sangue no local e intui que algo está errado, mas acaba sendo feita refém pelo assassino que foge. No dia seguinte, é convocada a reconhecê-lo na delegacia, mas ainda que saiba ser ele o homem da noite anterior, não o denuncia como o criminoso porque quer a ajuda dele para encontrar as pessoas que mataram seu benfeitor.
Os dois formam uma dupla na caça aos inimigos dela enquanto uma trama muito mais complexa e sombria se esconde por trás da aparente frágil garota cega que esconde muitos segredos.
Não dá pra falar mais que isso porque o drama é muito curto e soaria como spoiler. A coisa é que ele foi totalmente ao contrário da ideia que eu tive quando vi uma cena aleatória na propaganda do instagram hahaha. O enredo é muito semelhante ao de Miss Mystery, a premissa é a mesma, mas em outras circunstâncias e o casal é bem menos carismático embora em matéria de beijo eles estejam de parabéns.
Começou até bem, excelentes ganchos e plot twists que nos deixavam presos na história, mesmo sendo aquele típico drama de vingança, o fato de Wangye ser realmente cega tornava a tensão ainda maior contribuindo para manter o nosso foco na tela. Porém, ali pelo meio do drama a história começou a ficar morgada, foi perdendo um pouco desse brilho e já dando sinais que o final ia ser bem ruim. Prometeu e cumpriu.
Pra mim, o enredo acabou se perdendo e culminando naquele final trágico completamente desnecessário. Yu Yan Chuan (Hu Bo Wen) é um protagonista que mostra força, mas não convence com ela. Ele chega quase a ser apático se comparado ao protagonista rebelde e sarcástico de Miss Mystery. E comparo os dois dramas porque eles são realmente parecidos. A história podia ter sido melhor sim, tinha todos os meios para terminar de forma boa e escolheu um caminho ruim por motivo nenhum. Fiquei bem chateada.
[Livro] A Maldição da Casa das Flores
Original: She Is a Haunting
Autor: Trang Thanh Tran
Gêneros: Suspense, Suspense psicológico
288 páginas
Sinopse: A CASA DAS FLORES ESCONDE UM APETITE VORAZ, QUE ASSOMBRA E DEVORA AQUELES QUE COLOCAM OS PÉS NELA.
Jade possui apenas um objetivo ao chegar ao Vietnã: sobreviver a cinco semanas ao lado do seu pai ausente, enquanto ele restaura uma antiga casa. A garota sempre mentiu para poder se encaixar socialmente e, desta vez, não será diferente. Basta ela ser heterossexual, vietnamita e americana o suficiente para conseguir a única coisa que deseja da complicada relação que tem com o pai: o dinheiro para a faculdade que ele havia prometido.
Mas a Casa das Flores tem outros planos. Noite após noite, Jade acorda paralisada. As paredes ecoam zumbidos aterrorizantes, enquanto os jardins, outrora cuidados pelos ancestrais de Jade, revelam vestígios de um passado assustador. E dos antigos corredores ressoa um aviso ameaçador: “Não coma”.
Nem o pai da garota nem Lily, sua doce irmã, acreditam que algo estranho está acontecendo. Ela, então, passa a contar com a ajuda de Florence, uma jovem problemática, para expor as entranhas famintas da residência. Afinal, a força de um lar está na vitalidade daqueles que nele residem, mas essa casa está disposta a sugar até os ossos de seus habitantes, para nunca mais ser abandonada novamente...
Para conseguir dinheiro para a faculdade, Jade faz um acordo com seu pai ausente de passar cinco semanas com ele no Vietnã, cuidando da reforma de uma casa histórica que será seu novo negócio e sendo responsável pela montagem do site de reservas e tour da casa. Sua irmã, Lily, vai com ela enquanto o irmão mais novo fica com a mãe na casa dos parentes.
Ela não gosta do pai, guarda um profundo ressentimento por seu abandono anos antes, assim, a tentativa infrutífera de reaproximação vai ser bloqueada com todas as armas que ela tem. Além disso, o fato do pai não aceitar sua orientação sexual é mais um motivo para ela querer distância dele. Para piorar, ele exige que ela trabalhe com Florence, uma vez que o site precisa estar em vietnamita e Jade conhece muito pouco do idioma.
Logo na sua primeira noite, Jade nota algo estranho na casa, como se algo espreitasse pelas frestas e janelas observando-a. A sensação não muda ao longo dos dias até o ponto de ela avistar o fantasma de uma mulher na cozinha, o aviso é claro: não coma. De início, ela não entende o que aquilo significa, mas todos os seus instintos lhe alertam que ela precisa sair dali junto com o pai e a irmã. É claro que, como sempre, o pai não acredita no que ela diz, afirmando ser apenas uma desculpa para ela ir embora mais cedo com o dinheiro da faculdade.
Então, Jade toma a decisão mais sensata dada a sua situação: assombrar a casa assombrada (parece piada, mas não é). Com a ajuda de Florence, ela começa a investigar o passado da casa, construída pelos invasores franceses durante a ocupação entre 1862 e 1893. Quanto mais escava, mais profundas começam a ser as manifestações e seu pai também passa a agir de maneira estranha. Agora, resta a Jade contornar os problemas existentes — e aqueles que ela mesma criou — para salvar o que resta da sua família.
Olha, eu comprei esse livro na BF do ano passado por causa das recomendações que via em todo canto. Pensei que ia ter um pouco mais das lendas do Vietnã e coisa do tipo, de fato a história de fundo é até interessante em certo ponto, mas muito pouco explorada para empolgar. Esse livro me fez refletir que algumas narrativas funcionam melhor em audiovisual que em prosa, como é o caso dessa. Não só pelo tema da casa assombrada, mas pela própria atmosfera da história em si.
Não gostei. Achei a personagem chata, mas relevei pela idade, no meio da crise de hormônios nenhum adolescente age com o mínimo do discernimento, talvez por isso os autores de YA gostem tanto de usar essa faixa etária para compor seus livros, fica claro que eles têm pré-disposição para idiotice e são fáceis de manipular. Jade era insossa, infantil, pagava de forte, mas não sabia sequer o que queria de verdade e o tempo todo só arrumava desculpas para voltar atrás no que tinha dito ou se proposto a fazer. Aliás, outro ponto que me incomodou muito foi a ausência de notas de rodapé, havia muitas expressões e palavras em vietnamita e francês, muitas vezes a tradução vinha no meio do texto e em outras não.
O romance dela com Florence também não colou comigo, a tentativa de slowburn foi bem fraca, além do que eu não sou chegada em GL, então não dava muito mérito pra essa parte do enredo (e tenho todo direito de não gostar, não sou obrigada a nada). Não foi nada do que eu estava esperando e, se algo realmente me pegou de surpresa, foi um detalhe no final que eu não estava esperando, porque todo o resto foi bem fácil de prever. Não quero dizer com isso que o livro é ruim, só não foi pro meu gosto. Talvez eu tenha lido na hora errada, talvez a atmosfera não tenha servido pra mim, não sei. Mas é isso, não curti. Me soou muito como um livro americano ambientado no Vietnã, não senti de verdade aquela raiz vietnamita com cultura, costume e curiosidades, parecia só uma personagem americana de férias no Vietnã.
Talvez daqui um tempo eu leia de novo e quem sabe goste, nessa primeira experiência não fluiu comigo. Feliz por quem gostou.
domingo, 26 de janeiro de 2025
[Bíblia] Jó
[Livro] Inesquecível Aventura / Sonhos do Passado
Em uma situação de nervos beirando o colapso, Clare é levada pela avó que a cria como uma mulher forte. Mas nunca foi capaz de esquecer o que aconteceu no passado. Agora, com a avó muito doente, ela se vê forçada a largar seu emprego no ramo de hotelaria para cuidar dela e os custos da cirurgia são muito altos. Por isso, aceita o emprego de governanta na casa de Giles, um empresário no ramo do paisagismo. Clare tem a sensação de já tê-lo visto antes, mas sua mente se recusa a acreditar que ele é o mesmo homem que a tocou anos atrás.
Giles, porém, a reconhece e vai usar todo o seu poder para se vingar dela por ter sido enganado anos atrás, algo que culminou na destruição da sua vida.
Olha, não importa o quanto o sentimento seja profundo, mágoa ou "amor", não é não. Forçar uma mulher a ter relações sem consentimento, mesmo que o corpo dela grite por isso, se a boca diz NÃO, o homem PARA. É como deve ser. O mesmo vale pro contrário. Quando cheguei em determinada parte desse livro não tive como não me sentir muito enjoada e enojada. Estupro não tem justificativa. Romantizar isso com amenizações só torna tudo pior. Me lembrava muito pouco dessa história, mas fiquei realmente chocadíssima quando vi aquelas cenas absurdas de chantagem dele. Repito: NADA JUSTIFICA.
Pra mim esse é o tipo de crime mais covarde e hediondo que se pode cometer contra uma mulher. Então, seja em livro, drama, série, no que for, quando ler sobre um CEO ou multimilionário humilhando mulheres, tratando-as como objeto pra se vingar de X ou Y que aconteceu na sua vida, mas depois se arrepende como cachorrinho por descobrir que não era culpa dela, não ache bonito e nem torça por ele só pela boa aparência.
A segunda história se redime um pouco, embora não seja muito melhor em termos de problema. Mas vamos lá. Sorrel é uma jornalista enviada pelo seu editor para conseguir provas de que o banqueiro milionário Matt Ramirez tem parte no comércio ilegal de armas e drogas. O que ela não esperava, contudo, era se apaixonar por Matt no meio da sua investigação. Porém, Matt é avisado por um amigo sobre o fato de ela ser jornalista e a confronta, colocando um fim ao relacionamento dos dois e no noivado que planejava iniciar.
Devastada, ela vai embora, larga o emprego no jornal e tenta esquecer de Matt, embora não tenha sucesso nessa parte. Cinco anos depois, agora sócia de uma empresa de tecnologia, Sorrel tenta levar sua vida da melhor forma, doente, se refugia alguns dias na praia, na casa do seu sócio. Todavia, o destino está mais que empenhado em colocar Matt na sua vida e, sem querer, eles acabam se encontrando num momento muito ruim. Dois empresários poderosos do país dele estão travando um grande acordo comercial e, desconfiado que ela está ali apenas para espioná-los para o jornal, ele a sequestra.
Sim. Sequestro. Essas autoras americanas tem uns fetiches bem duvidosos. Contudo, ao contrário do embuste da história anterior, esse pelo menos respeita o "não" da personagem. Sempre que está para acontecer uma coisa e ela expressa que não quer, ele recua como deve ser. Pelo menos isso. Claro que os velhos sentimentos começam a dar as caras, mas ela acaba perdendo a esperança de provar inocência porque não importa o que diga ele não acredita nela. E mesmo quando se prova que ela não estava ali para espiar, ele continua desconfiando dela.
Age como idiota, admite que é um idiota e pede perdão. Dos ruins, foi o mais justificável e só relendo isso é que vejo como a falta de criticidade e informação na adolescência pode ser perigoso quando vemos certos comportamentos sendo romantizados e achamos perdoável ou normal quando, na verdade, não é. Basicamente é sempre homens cheios de dinheiro se achando no acima de qualquer lei com mulheres de espírito fraco sendo coagidas por problemas financeiros e ficando à mercê desses homens. Masculinidade tóxica e mulheres que perdem qualquer argumento quando veem um corpo sarado. Deus, eu era uma adolescente muito cabeça oca mesmo. Pelo menos se justifica que, na minha época, falar de sexo era tabu, não é como hoje que se conversa sobre isso no chá da tarde, ainda assim, preocupante.