Ano: 2002
Páginas: 219
Sinopse: Ela sonhava com o "felizes para sempre", mas para ele o amor só existia nos contos de fadas.
Montana, 1884.
Sarah prometera a si mesma que, se algum dia se apaixonasse novamente, seu amor teria de ser correspondido. Então Gage Gatlin apareceu em sua vida... Um homem maravilhoso, que poderia oferecer tudo a Sarah... menos seu coração!
Tudo em Sarah atraía Gage: seu jeito simples e prático, seu andar feminino, a maneira carinhosa como tratava a filha dele... Sem dúvida, era uma mulher que queria ter para sempre. Mas Sarah sonhava demais com o amor, e Gage sabia que esse tipo de amor só existia em romances!
Da série livros que li na escola e encontrei de novo depois de velha. Após a morte do marido e com a filha doente, Sarah encontra "ajuda" com sua tia Pearl numa fazenda decrépita onde é acolhida em troca de trabalho doméstico. Cheia de dívidas médicas e com mais empregos do que seu corpo franzino suportaria, ela vive uma vida em corda bamba sonhando com um amor intenso e uma casa onde sua filha Emma possa viver feliz.
No meio desse cenário, aparece Gage. Ele é um másculo cavaleiro que está prestes a se mudar para a fazenda vizinha e, enquanto passa pela estrada, ajuda Sarah com a fuga de algumas galinhas por uma cerca quebrada. A atração é quase imediata, mas ao contrário dos sonhos de Sarah, Gage não está a procura de um amor, ao contrário, ele está fugindo de compromissos desde a partida de sua esposa, após um casamento traumático.
A gente tá falando dos EUA de 1800, então machismo, papéis bem definidos e mulheres "lerdas" são temas recorrentes e o mínimo esperado, era a sociedade da época. Sarah, como uma viúva, era constantemente vítima de críticas, fofocas e qualquer passo fora do "decoro" seria exclusão completa da sociedade diminuta daquelas regiões. Gage, o assunto do momento, também tem uma filha da mesma idade de Emma, chamada Lucy, ao contrário do pai que não quer saber de relacionamentos, a menina urge por uma nova mãe.
É claro que, eventualmente, os caminhos dos dois continuam se cruzando e suas filhas ficam amigas. A saúde de Emma oscila, mas Sarah se mantem otimista na recuperação da menina. A atração dela por Gage, embora recíproca, leva os dois a se manterem longe, ela por causa da imagem, ele por saber que aquilo era problema, mas é óbvio que isso não dura muito tempo. Sarah começa a trabalhar na fazenda de Gage após várias tentativas vãs de encontrar outro emprego para sair da casa dos tios.
A proximidade leva ao delírio luxurioso que leva ao ato em si e a relação deles fica de início daquele jeito clandestino até Gage ter a brilhante ideia de pedir Sarah em casamento pela conveniência do ato em si, para ela isso é quase um insulto, casar sem amor é inadmissível. E vem mais daquele dramalhão de "quero, mas não posso" onde só quem sofre de verdade são as filhas deles. Ela vai embora, procurar emprego em outra cidade, ele fica enfrentando problemas na fazenda causados pelo marido da tia dela.
Quando a gente envelhece, nota como adolescente é um ser peculiar. Já é o terceiro livro de banca que eu releio da época da escola e tudo que eu consigo me perguntar é o que eu tinha na cabeça pra gostar tanto disso hahahaha. A história não é exatamente ruim, aqueles romancinhos bem água com açúcar pra quando você não quer nada além de passar um tempo, mas a dinâmica do casal — e isso vale pra maioria esmagadora desse tipo de livro — é o que realmente me irrita.
Ou eles não têm diálogo praticamente nenhum (e aqui me refiro a conversa de verdade) e ficam só no sentimento no meio dos lençóis, ou parece que não falam o mesmo idioma. Assim, qual a dificuldade de sentar e conversar de verdade? Colocar os sentimentos em pratos limpos? Acho que é por isso que eu prefiro ficar solteira, zero paciência. Enquanto Sarah podia muito bem ter assumido suas convicções e dito um não sonoro pro pedido de casamento ANTES, ela fica protelando aquilo até fazer o homem passar por ridículo na frente da cidade toda só porque ele "não a ama" e ela não pode casar sem amor, isso quando ele tinha deixado bem claro antes o motivo de estarem juntos.
Aquele dramalhão desnecessário no penúltimo capítulo com uma separação tão desnecessária quanto pro cara se dar conta que gosta dela, tipo, querido, você era cego ou o quê? E a volta que culmina naquele finalzinho bem mais ou menos que mostra sem mostrar nada sobre o casal que, novamente, não conversa direito. Mas, em vista de outros que eu gostei na época da escola, esse ainda se safa por não envolver estupro romantizado.