Introdução
Os dois livros dos Macabeus eram originalmente distintos um do outro. Recebe esse nome por causa de Judas Macabeu. No primeiro livro, cobre-se o período de 40 anos indo 175-135 a.C, foi redigido na Palestina no início do século I em hebraico ou aramaico, mas só foi preservado na versão grega.
Salienta a predileção de Israel e sua luta contra os sírios e o paganismo na época logo após a morte de Alexandre Magno em 323. Um de seus sucessores, Antíoco Epífanes (175-163) usou todos os meios para converter os judeus ao helenismo, o que culminou na chamada revolta macabaia que logo se tornou uma guerra santa de independência.
Os romanos no ano de 63 a.C. foram quem, através de Pompeu, reduziram essa independência e sujeitaram os judeus que viviam inflamados de ódio contra eles. Nesse livro, ressalta-se o sentimento de uma fé ardente vinculada a uma fidelidade inviolável da lei e apego fanático à Jerusalém.
No segundo livro, diferente do primeiro, narra alguns episódios da primeira parte da luta contada no primeiro livro. Foi redigido em grego mais ou menos em 100 a.C. por um judeu que resumiu um escrito de Jasão de Cirene em 160, trazendo narrações mais episódicas do que históricas. Sua finalidade é avivar o patriotismo dos judeus em Alexandria. Além disso, nesse livro aparece uma crença nova no ensino religioso dos judeus: a imortalidade da alma. Dos livros históricos é o que apresenta menos conteúdo religioso.
1 Macabeus
Após a morte de Alexrandre Magno, Antíoco IV sobre ao trono e começa a espalhar terror sobre a terra, impondo sua conduta pagã sobre todos os povos sob pena de morte aos desobedientes. Muitos dos filhos de Israel sucumbiram à ordem, fosse por aceitá-la ou se revoltar contra ela.
Nesse cenário, Matatias, chamado Macabeu, levantou-se com seus filhos contra a idolatria, recusando-se a abandonar o culto a Deus e formando um exército para combater pelo povo que igualmente desejava manter sua fé a salvo da tirania do rei.
Antes de sua morte, tendo todo o exército organizado, deixou seu filho Judas Macabeu no comando em seu lugar. Corajosamente, Judas abraça a missão de proteger o povo e com fé e determinação alcança as primeiras vitórias contra o rei, crescendo seu exército e seu nome pela terra. Em suas campanhas, consegue reaver Jerusalém, reconstruir o altar profanado e destruir os pontos de idolatria erguidos na terra santa, além de libertar os judeus cativos. Mesmo com a coligação dos seus inimigos contra eles, Deus manteve erguida a mão de Judas e seu exército, pois tinham o coração fiel à sua lei.
Contudo, com a morte de Antíoco e a despeito da sua última vontade, sobre o filho de Lísias ao trono, e, ao saber do avanço e das vitórias de Judas, une-se a um grande exército de aliados e consegue acuá-los, sitiando Jerusalém. Porém, Demétrio, verdadeiro herdeiro de Antíoco, cujo trono foi usurpado pelo tio, retorna de seu exílio como refém em Roma para ocupar seu trono de direito, matando os usurpadores.
Alcino, descendente de Aarão, voltou-se contra seu povo e acusou-o diante de Demétrio das maiores atrocidades. O rei o nomeou sacerdote e enviou junto ao seu general para buscar vingança. Mais uma vez, tempos de terror se abateram sobre Israel. Judas, vendo que o mal praticado por Alcino era ainda pior que o de Antíoco, marchou contra ele; mas covarde como era, ao ver a força de Judas, voltou para junto do rei e espalhou mais mentiras.
Judas faz então aliança com Roma contra a Grécia que oprimia Israel e sinto que é aqui que começam os futuros problemas. Mesmo essa aliança não impediu que os opressores voltassem a atacar e grande parte do exército de Judas desertou de medo. Ainda assim, ele leva 800 homens ao combate e perece sob a espada do inimigo sem qualquer ajuda vir de Roma. O povo lamentou sua morte vendo a sombra cair sobre eles.
Nomearam Jônatas como chefe no lugar do irmão e, após batalhas e fugas, ele e seu irmão Simão conseguiram um acordo de paz com Báquides que jurou não mais erguer a espada contra Israel e Alcino alcançou a morte ante o castigo de Deus, perecendo em grande sofrimento.
O que noto até aqui, além do fato de ser um livro muito bélico, é que o povo parece quase sempre depositar sua fé cada vez mais nos homens e menos em Deus, quase não há, inclusive, menção ao Senhor, embora preces sejam feitas a Ele. Se me lembro, só li o nome d'Ele duas ou três vezes ao longo de toda a narrativa. Também fica muito claro que, desde o livro de Esdras, Israel não luta somente contra nações inimigas, mas contra sua própria gente.
Muitos judeus se voltam contra sua raça por dinheiro, poder, fama ou favor. A própria nação começa a se dividir e com o passar dos livros isso se evidencia. Fico pensando se não são esses frutos ruins que remanescem e transformaram aquela região no que é hoje.
Jerusalém significa cidade da paz. Chega a ser irônico.
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