domingo, 7 de setembro de 2025

[Bíblia] Eclesiástico — Parte I

 Como disse antes, a partir desse livro eu comecei a fazer o curso do Pe. Juarez de Castro no youtube, porque as leituras começaram a ficar além do meu conhecimento muito limitado sobre a história e a cultura judaica. O texto se tornou mais complexo e, na entrada dos profetas, a linguagem metafórica fugia completamente do meu entendimento. Assim, as postagens podem ficar mais lentas a partir daqui, porque eu faço uma aula por dia quando o desânimo me permite.

As minhas anotações podem ficar um pouco malucas em algumas partes, então me perdoem, eu escrevo tudo num rascunho e depois passo a limpo e muitas vezes me disperso ficando perdida em Nárnia, quando volto à mim às vezes nem lembro o que tava fazendo hahahaha. Mas dá pra entender (espero!).

Introdução:

  • Ø Escrito por Jesus Ben Sirac por volta de 180 a. C. em hebraico que se perdeu e, mais tarde, é encontrado por seu neto que traduz para o grego. Muito próximo dos Evangelhos, é um livro “recente” na cronologia antiga.
  • Ø Eclesiástico vem do ekkalein = Eclésia significa “referente à Igreja”.
  • Ø Feito durante a época selêucida durante o domínio do império grego que, impondo seus costumes helênicos, queria destruir os judaicos, assim, o livro surge para preservar esses costumes e conhecimento.
  • Ø Josué, no original em hebraico, também se chamava Jesus (Yeshua) um nome muito comum no hebraico. Ben Sirac significa “filho de Sirac”. O nome Josué foi mudado no português para evitar confusão.
  • Ø Jesus Ben Sirac era um escriba e professor reconhecido em Jerusalém e presente nos anais. Ao contrário de muitos livros na Bíblia, onde o autor é desconhecido, o eclesiástico é assinado por ele, como sua tradução feita pelo neto assinala e sua autoria reconhecida.

O primeiro capítulo apresenta conceitos de sabedoria e temor de Deus. A sabedoria, que é o próprio Deus, vem antes da criação e criou todas as coisas, pois Deus o fez e Ele existe antes de tudo.

O temor de Deus é a obediência a Deus e à sua palavra, não o medo de Deus. É a atitude de quem crê: amor e obediência a Deus.

Quem não conhece os mandamentos e não obedece não alcança a sabedoria e tampouco se torna justo. Se nos preparamos para cumprir a obra a Deus, seremos perseguidos como afirma o segundo capítulo. A obediência ao Senhor atrai o sofrimento, mas há certeza de que ele nos fortalece para vencer as provações.

O mal não quer que a obra de Deus cresça, por isso, colocará obstáculos para nos afastar do caminho e nos impedir de perseverar no caminho certo. Só se vence o mal perseverando no bem que se faz. Desde aqui, a palavra já reforça o futuro ensinamento de Cristo sobre a humildade e o mandamento de honrar os pais, pois a benção de Deus recai sobre quem honra e cuida dos pais.

Há ainda uma forte advertência aos judeus da época a respeito da filosofia grega que, naquele tempo, acreditava-se afastar a fé e igualmente acautela sobre o orgulho, o pecado elemental que fundamenta todos os outros. O orgulhoso perece no próprio mal. Ninguém chega a Deus sem passar pelo pobre e o coração generoso com quem necessita mostra a extensão do nosso amor, tanto Jesus quanto João Batista vão reforçar essa ideia em seus ministérios. Deus vê com olhos diferentes quem olha pelos pobres e o próprio Cristo optou por eles.

Tal como todos os livros sapienciais, esse bate constantemente na tecla da sabedoria como caminho para a santidade. Essa advertência sobre ser prudente vem do fato de estar meio na “moda” ser grego e muitos judeus estavam ocultando sua origem e abandonando seus costumes em função disso, é um puxão de orelha para aqueles que se envergonhavam do seu Deus. Ben Sirac dá muita ênfase àquilo que se fala, dando enfoque no cuidado com o que se diz.

O quinto capítulo ainda é categórico ao afirmar que a pessoa que confia na riqueza não confia em Deus já reforçando aqui a fala de Cristo de que não se pode servir dois senhores. A riqueza geralmente é a fonte do orgulho e da autossuficiência que leva a esquecer de Deus. Tanto quanto é misericordioso, o Senhor é igualmente justo e cobrará de nós todos os nossos crimes. Quando nos tornamos conscientes da nossa precariedade e nos voltamos para Deus, a riqueza nos dá a falsa segurança de que somos eternos nos afastando de nossa brevidade o que é um perigo para a vida espiritual.

Por isso, o problema não é o dinheiro, mas o espaço que ele ocupa na nossa vida. Riquezas injustas adquiridas por meio de mentira e falsidade nunca trarão felicidade. Seguindo, temos uma explanação sobre a amizade que é considerada um dos maiores tesouros da vida e, tal como o amor, é constante e necessita ser cultivada. Por isso, a palavra adverte no cuidado ao escolher os amigos, se almejamos a sabedoria devemos andar na companhia de sábios. A sabedoria é um dom que vem do próprio Deus e escolhe apenas aqueles que buscam com disciplina e desejo sincero.

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