sábado, 23 de abril de 2016
sexta-feira, 22 de abril de 2016
Kama Sutra: A tale of love
Informações:
Título Original:
Título Mundial: Kama Sutra: A Tale Of Love
País de Origem: Alemanha, Estados Unidos da América, Índia, Japão, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte
Direção: Mira Nair
Ano de Lançamento: 1996
Classificação: 18, mas eu acho um exagero então 16
Gênero: Romance, drama
Título Original:
Título Mundial: Kama Sutra: A Tale Of Love
País de Origem: Alemanha, Estados Unidos da América, Índia, Japão, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte
Direção: Mira Nair
Ano de Lançamento: 1996
Classificação: 18, mas eu acho um exagero então 16
Gênero: Romance, drama
Sinopse: Maya é ajudante de Tara, princesa indiana. Maya foi criada com ela na corte, e embora convivessem como irmãs, sempre foi muito humilhada por ela. Para se vingar, Maya seduz o noivo de Tara, o Rajá Singh, na noite do casamento dela. O irmão de Tara, apaixonado por Maya, descobre tudo e a expulsa da corte. Ela parte sem destino certo, mas no caminho encontra Jai Kumar, escultor do reino governado pelo Rajá Singh.Os dois iniciam uma relação de amor e cumplicidade que inspira o trabalho de Jai. Ele esculpe uma estátua com o rosto de Maya. Essa estátua ganha fama no reino.
O que eu achei: Se você assistiu O preço da traição, True Lies, Striptease, Brokeback mountain, Sin City, Alexandre, The Outsider, Corpo em evidência entre tantos outros sabe que nude e aquelas ceninhas hot não fazem um filme +18. Pelo nome, Kama Sutra parece ser um pornô dos anos 90, mas foi indicação de uma amiga autora que me garantiu que apesar de ter algumas cenas meio hot não era desse gênero, encaixa-se como um erótico assim como todos os filmes anteriormente citados, há cenas meio fortes no filme, ainda que não sejam absurdas e podem ser tranquilamente comparadas com esses filmes, então acho um exagero classificá-lo como +18.
A trama conta a história de Maya, uma jovem serva órfã que cresceu juntamente com a princesa Tara de quem se considerava amiga, mas ao mesmo tempo em que era grata sentia-se profundamente magoada por ser constantemente humilhada pela princesa, recebendo sempre seus restos e ouvindo-a colocá-la abaixo dela. Maya sempre se destacou mais que Tara, não apenas por sua beleza, mas por sua habilidade na dança, os modos graciosos e a personalidade. Quando jovens, furiosa pelo péssimo tratamento de Tara no dia do noivado dela - que cuspiu no rosto de Maya ao ver que o rei estava olhando para ela - a garota decide se vingar, tomada de imensa fúria, e seduz o rei dormindo com ele no dia do casamento.
O irmão de Tara vê tudo e, como era apaixonado por Maya, decide dar a chance de ela casar-se com ele, mas quando a mesma recusa ele acaba expondo o que ela fez e a mãe de Tara a expulsa do palácio com a roupa do corpo. Maya então sai a esmo e acaba passando a noite em um acampamento onde conhece Jai Kumar, um escultor que se oferece para ajudá-la e a leva para casa de Rasa Deva, os dois apaixonam-se profundamente, mas Jai com medo do que sente acaba se afastando dela e magoando Maya profundamente. Ela então começa a treinar com Rasa Deva a arte do Kama Sutra e se torna a cortesã do rei que a reencontra através de uma estátua que Kumar esculpiu dela.
Obcecado por Maya, o rei que já era inescrupuloso, irresponsável e ninfomaníaco fica totalmente submisso à beleza dela e deseja mais do que qualquer coisa conquistar o coração dela, mas seu amor por Jai é maior e ela nunca correspondeu aos sentimentos do rei, dormira com ele apenas para magoar Tara. Com a sua chegada ao palácio, Tara se vê ameaçada e começa a ficar ainda mais deprimida. Maya torna-se uma excelente cortesã, mas é infeliz por sentir saudade de Jai, o rei chama o escultor porque quer uma escultura de Maya no teto do seu quarto, assim os dois se reencontram.
A paixão renasce e eles começam a se encontrar as escondidas desafiando o perigo de morte que sofrem caso o rei descubra. Cansada daquela situação, Maya recusa-se a dormir com o rei quando ele a procura e, furioso e confuso, ele desafia Jai para uma nova briga, dessa vez armada, os dois se enfrentam e ficam com graves ferimentos, Maya cuida de Jai e acaba sendo surpreendida pelo rei que já desconfiava da relação dos dois, ele condena então Jai à morte. Maya implora pela vida do amado, mas o homem torna-se inflexível, pois não aceita que outro tenha o coração dela.
O final do filme foi bem decepcionante, pelo menos para mim. Em tempos de ninfomaníaca e 50 tons de cinza, não creio que possa dizer que kama sutra é classificação +18, a única cena realmente desconfortável é a noite de núpcias de Tara quando o rei praticamente a violenta, pois não foi um ato consensual, ele a chama de Maya e ela fica furiosa. Mas foi a única cena meio desconfortável e, ainda assim, não é forte. O filme conta com nu frontal das atrizes (e talvez o +18 seja por isso) e o nu frontal masculino não é mostrado e quando quase mostrado é muito rápido, ou seja, não dá pra ver nada (graças por isso). As cenas de sexo são como as dos outros filmes citados no começo, embora de todos eu só tenha visto true lies e O preço da traição. A história de amor até é válida no filme, mas o final não compensa assistir duas horas. Ainda temos um pouco da cultura indiana machista que tem as mulheres como meros objetos subservientes aos homens, inclusive, meninas de menos de 18 anos já sendo treinadas como prostitutas, ainda que, graças ao pai, não apareça nenhuma cena de pedofilia no filme. É isso. Até a próxima!
quinta-feira, 21 de abril de 2016
Os Elefantes Não Esquecem - Agatha Christie
Informações:
Título Original: Elephants Can Remember
Título No Brasil: Os Elefantes não esquecem
País de Origem: Reino Unido
Ano de publicação: 1972
Gênero: Romance Policial
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 176
Título Original: Elephants Can Remember
Título No Brasil: Os Elefantes não esquecem
País de Origem: Reino Unido
Ano de publicação: 1972
Gênero: Romance Policial
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 176
Sinopse: Ariadne Oliver, uma escritora de romances policiais, é aleatoriamente questionada sobre o antigo caso do assassinato do casal Ravenscroft, mortos há 15 anos. Intrigada com o mistério que envolve o caso, ela pede ajuda ao seu grande amigo Hercule Poirot, com a esperança de solucioná-lo. Mas, para isso, eles contarão com a ajuda de pessoas que viveram naquela época, partindo da premissa de que elas são como os elefantes, e não esqueceram de nada.
O que eu achei: Esse foi um dos livros de Agatha mais fracos que eu já li. Por incrível que possa parecer, em 50 páginas eu já sabia, exatamente, o que tinha acontecido. Não sei se por ter sido o penúltimo livro dela ou se porque ela tenha querido ser óbvia mesmo, mas não senti a mesma magia de livros como Os quatro grandes e O assassinato de Roger Ackroyd. No livro acompanhamos a saga de Poirot que está tentando desvendar o que realmente aconteceu com um casal que aparentemente cometeu duplo suicídio em um penhasco, como também a morte da irmã da esposa que morreu no mesmo local, um triângulo amoroso, um caso de distúrbio psicológico e motivações gananciosas permeiam o caso aparentemente sem solução, mas nada para o detetive belga mais inteligente de todos os tempos. O livro tem uma narrativa bem rápida e é tão pequeno que você facilmente termina em uma ou duas horas. Como eu disse, se você for atento vai matar a charada na metade da história ou antes e foi o que eu não curti nele, é muito previsível ao ponto de decepcionar.
Desculpem a demora em postar, blogueiros, estou mesmo imersa nos meus trabalhos e tentando coordenar as coisas. Até a próxima!
[Tag #Escrita] Erotismo X Pornografia: O desafio das cenas de sexo
Bom dia, blogueiros! Estamos aqui para mais uma tag escrita e hoje vamos conversar sobre um assunto que está meio banalizado, mas que ainda faz muita gente quebrar a cabeça: a intimidade entre as personagens.
Não é de hoje que sexo seja em uma conversa informal ou na literatura ainda deixa muita gente "desconfortável", e a maneira como esses momentos são escritos nos livros faz sim toda a diferença e demonstra a segurança do autor com relação a sua personagem e à sua escrita. O assunto, por incrível que pareça, ainda é tabu para muitas pessoas e, por um longo tempo, também foi para mim, mas eu sou da década de 90, né, pessoas! Tenho uma mentalidade bem diferente da de hoje. Então, eu vou compartilhar com vocês a minha experiência e alguns truques que podem ajudar a não quebrar a cabeça quando os personagens precisarem "se atracar".
Meu primeiro contato com um livro dessa "magnitude", foi A História de Amor de Fernando e Isaura do Ariano Suassuna, eu devia ter de uns doze para treze anos e acreditem, a menção da palavra seios no livro me deixou chocada! Mas, como eu disse, fui criada em uma época diferente. Veja o trecho:
a primeira coisa que ele fez foi abraçá-la e beijá-la, o que deixou Isaura mais uma vez incapaz de qualquer resistência a seu desejo. Abraçado a ela, ele tombou na cama, arrastando-a. E ela, tonta de amor, ouvindo um pedido murmurado por Fernando, concordou em abaixar o vestido para deixar o busto descoberto. Ele começou a beijar-lhe os seios, a princípio com delicadeza infinita, pois era, talvez, esta, aparte de seu corpo que mais o encantava. (SUASSUNA 1994)
Considerando que o livro foi escrito quatro anos depois que nasci e que, na minha época, pais não conversavam com os filhos sobre isso de maneira clara, embora minha mãe tenha feito um bom trabalho com a gente. Bem, a partir daí, ainda levou um tempo até eu conseguir encarar esse momento como algo natural entre as pessoas, com crenças religiosas meio deturpadas e o grande tabu que envolvia o assunto eu via o sexo como algo sujo, algo que minhas personagens não podiam fazer. Então, veio meu primeiro livro daquelas antigas séries Bianca, Sabrina e Júlia, quem nunca leu um desses não sabe o que é erotismo adolescente! O primeiro foi Amor Sublime Amor da Janice Sims, que eu aluguei na biblioteca pensando, pelo título, se tratar de uma meiga história de amor. Engano meu. O livro era muito pior que o de Ariano com um capítulo inteiro dedicado ao tal momento íntimo e lembro-me que mesmo bastante desconfortável, não consegui parar de ler até o final. Desse sucederam outros livros da série como Ardiloso Sedutor da Linny Graham, Sonhos do Passado da Penny Jordan entre outros. Com o contato constante desses livros eu acabei perdendo um pouco a inibição da intimidade literária e eles foram lapidando as bases da minha primeira cena de sexo, acontecida em 2009 na primeira versão de Um Novo Começo. Apesar de ser uma cena bem tímida e nem um pouco detalhada, como eram nos livros das americanas que eu lia, foi o meu primeiro passo na construção dessas cenas, já em 2010 consegui melhorar a performance com Prove to Me e Folhas Mortas.
A questão é, o que faz um bom autor é mais do que a experiência. Ela rende muito na escrita? Sem dúvida! Quando você fala sobre coisas que já experimentou consegue passar muito mais vivacidade, emoção e transparência na sua escrita, mas uma boa base literária e imaginação podem, em muitos casos, dispensar a experiência. Já me perguntaram inúmeras vezes se eu era realmente virgem por causa de alguma cena mais quente que coloquei em um livro, sim, jovens, eu sou virgem. Mas já li muitos livros que trazem essas cenas de diversas maneiras, nunca li um livro pornô como 50 tons de cinza, e é aí que entra a diferença entre os dois conceitos, muitas pessoas pensam que erotismo e pornografia é a mesma coisa e não é.
O erotismo é o estímulo sexual sem apresentar o sexo em forma explícita, que é o que diferencia de pornografia. O erotismo (do francês érotisme, "desejo sexual") designa, de modo geral, não apenas um estado de excitação sexual, mas também a exaltação do sexo no âmbito das artes, como na literatura e na pintura, por exemplo. É através desse apelo artístico que o conteúdo erótico se distingue, nalguma medida, da pornografia, na qual tende a haver uma maior preocupação sexual do que estética. Nas palavras do professor Sebastião Costa Andrade, professor titular na Universidade Estadual da Paraíba e pesquisador sobre a sexualidade, a distinção entre erotismo e pornografia é problemática :
Esta não é uma questão fácil de responder. Esses conceitos são complexos e de sentidos e significados múltiplos. Demarcar o território do erotismo e da pornografia é uma tarefa arriscada. Vou tentar mirar apenas nos fenômenos do erotismo e pornografia, já que incluir o amor e a sexualidade demandaria muito espaço. Podemos dizer, em linhas gerais, que há alguns traços singulares entre o erotismo e a pornografia que nos possibilitam estabelecer uma diferenciação razoavelmente aceitável. Uma das diferenças mais comuns diz respeito ao "teor" mais nobre do erotismo, em contraposição com o caráter "vulgar" da pornografia. O que confere esse grau de nobreza ao erotismo é o fato dele não se vincular diretamente ao sexo, enquanto que a pornografia encontra no sexo e na sexualidade seu espaço privilegiado. Dessa forma, o erotismo estaria mais próximo do sexo implícito (portanto aceitável) e a pornografia do sexo obsceno, direto, explícito e comercializável. Porém, distinções desta natureza podem nos conduzir a práticas preconceituosas! Afinal de contas, erótico ou pornográfico, depende dos contextos histórico, cultural ou moral onde esses fenômenos estão inseridos. |
— Prof. Sebastião Costa Andrade
|
Entenderam a diferença? No erotismo as coisas são mostradas de maneira velada, subtende-se o que está acontecendo, mas o leitor mergulha mais em sensações, poesia e em palavras usadas de maneira estratégica para estimular a emoção e os sentidos. Na pornografia é tudo mostrado de maneira vulgar, com palavras de baixo calão e, na literatura, demonstram um autor com vocabulário pobre.
Não há dúvidas que 50 tons de cinza trouxe à tona a total explosão do romance erótico, embora eu não o classifique como tal, junto com ele eclodiram sagas como Toda Sua da Silvia Day e uma verdadeira horda de autoras "eróticas" no wattpad. O sexo tornou-se banalizado e deixou de ser uma ponte de aproximação entre duas pessoas, um ato de troca, para ser um momento qualquer, uma dose de satisfação, uma coisa viciosa que enche a cabeça e o tempo de crianças e adolescentes que, cada vez mais cedo, deixam de lado a verdadeira significância da fase em prol de um crescimento psicológico não natural e prejudicial, pelo menos na minha opinião. Acho que cada fase da vida deve ser vivida no seu próprio tempo e com o que lhes apetece.
Como esse é um tema bem polêmico, quero enfatizar aqui que essa é minha opinião. Vale erotismo na literatura? Vale, desde que ele seja bem escrito. Vale pornografia? Vale, se você quer atingir a um público que não lê pela qualidade, mas pela distração momentânea da libido despertada. Particularmente eu não acho positiva esse tipo novo de literatura do sexo, um livro inteiro totalmente voltado para esse assunto como se a vida da personagem fosse só isso. Acho que tudo tem que girar em torno de algo mais, de outros conflitos e não de uma história quase sem fundamento em que o leitor só espera a hora da próxima pegação, e mesmo quando tem alguma história por trás (e vejam que eu disse quando) ela é despercebida ou ignorada em prol da hora do "vamos ver".
Os livros distintos de uma literatura mais voltada para a personagem, para o romance e para a reflexão, têm sido deixados de lado em prol dos livros "pornô" que tem dominado as estantes do wattpad, publique um livro de romance e espere um mês para pelo menos 50 leituras, coloque um casal seminu (ou nu) na capa e tenha 60 mil em uma semana. É não apenas um reflexo da mentalidade pequena e pouco seletiva das pessoas, mas a ignorância total a livros bons que não tem o sexo como foco e, por isso, são deixadas de lado ou pouco valorizadas. Essa é a realidade na qual estamos. Nem por isso vou mudar meu foco literário para satisfazer leitores, acho que cada um trabalha com o que se identifica.
Não quero com isso crucificar as escritoras "eróticas", mas acho que a literatura é bem mais do que palavrões, gemidos e "estocadas". Infelizmente, os leitores de hoje não pensam igual.
O DESAFIO DE ESCREVER CENAS DE SEXO
Bem, saindo agora um pouco da explanação do gênero e da realidade que vivemos, vamos falar um pouco sobre a aplicação do erotismo na prática. Antes, vamos analisar uma cena de pornografia e erotismo para exemplificar a diferença em ambos os textos. Como exemplo vou colocar um trecho de 50 tons de cinza, não li o livro então os créditos do trecho vão para o blog Menina Má que disponibilizou esse trecho que me serviu como gota d'água para não querer passar nem perto desse livro.
"Ele chupa gentilmente um mamilo, desliza uma mão ao outro seio e com o polegar rodeia muito devagar o outro mamilo, alongando-o. Gemo e sinto uma doce sensação descer até a minha virilha. Estou muito úmida. Oh, por favor, suplico internamente, agarrando com força o lençol. Seus lábios fecham ao redor de meu outro mamilo, quando o lambe, quase sinto uma convulsão.
— Vamos ver se conseguimos que você goze assim — ele sussurra-me, e segue com sua lenta e sensual incursão. Meus mamilos sentem seus hábeis dedos e seus lábios, que acendem minhas terminações nervosas até o ponto em que todo o meu corpo geme em uma doce agonia.
Ele não se detém.
— Oh... por favor, — suplico-lhe, jogo a cabeça para trás, com a boca aberta e gemo, sinto minhas pernas endurecerem. Maldição, o que está acontecendo comigo?
— Deixe vir, querida, — ele murmura. Aperta-me um mamilo com os dentes, com o polegar e o indicador aperta forte o outro, me deixo cair em suas mãos, meu corpo convulsiona e estala em mil pedaços. Ele beija-me, profundamente, colocando a língua na minha boca para absorver meus gritos.
Meu deus! Isso foi fantástico. Agora eu sei que todo o alarido é sobre a minha reação. Ele me olha com um sorriso satisfeito, embora esteja segura de que não é mais que gratidão e admiração por mim.
— É muito receptiva, — Ele respira. — Terá que aprender a controlá-lo, e será muito divertido te ensinar como. — Ele me beija outra vez.
Minha respiração ainda está irregular, enquanto me recupero do orgasmo. Desliza uma mão até minha cintura, meus quadris, para as minhas partes íntimas... caramba. Introduz um dedo pela renda e lentamente começa a riscar círculos ao redor do meu... lá. Ele fecha os olhos por um instante e contém a respiração.
— Você está tão deliciosamente úmida. Deus, quanto eu te desejo. — Introduz um dedo dentro de mim e eu grito, enquanto o tira e volta a colocá-lo. Esfrega-me o clitóris com a palma da mão, e grito de novo. Segue me introduzindo o dedo, cada vez com mais força. Gemo.
De repente se senta, tira-me a calcinha e a joga no chão. Ele tira também sua cueca e libera sua ereção. Minha nossa! Estica o braço até a mesinha da cama, agarra um pacotinho prateado e se move entre minhas pernas para que se abram. Ajoelha-se e desliza a camisinha por seu membro enorme. Oh, não... Será que vai? Como?
— Não se preocupe, — sussurra, me olhando nos olhos. — Você também se dilatará. — Inclina-se apoiando as mãos a ambos os lados de minha cabeça, de modo que fica suspenso sobre mim. Olha-me nos olhos com a mandíbula apertada e os olhos ardentes. Neste momento me dou conta de que ainda está vestindo a camisa.
— Tem certeza que quer fazê-lo? — pergunta-me em voz baixa.
— Por favor, — suplico-lhe.
— Levante os joelhos, — ordena-me em tom suave e obedeço imediatamente. — Agora vou fodê-la, senhorita Steele... — murmura colocando a ponta de seu membro ereto na entrada de meu sexo — Duro, — ele sussurra e me penetra bruscamente.
— Aaai! — eu grito, ao sentir uma sensação de aperto dentro de mim, enquanto ele rasga através da minha virgindade. Ele fica imóvel e me observa com olhos brilhantes com triunfo, em êxtase.
Tem a boca ligeiramente aberta e lhe custa respirar. Ele geme.
— É muito apertada. Está bem?
Concordo, com meus olhos arregalados e me agarrando a seus braços. Sinto-me tão cheia. Ele continua imóvel para que me acostume com a invasiva e entristecedora sensação de tê-lo dentro de mim.
— Vou mover-me, querida, — sussurra-me um momento depois, em tom firme.
Oh.
Ele retrocede com deliciosa lentidão. Fecha os olhos, geme e volta a me penetrar. Grito pela segunda vez e ele se detém.
— Mais? — sussurra-me com voz selvagem.
— Sim, — respondo-lhe. Ele volta a me penetrar e a deter-se.
Gemo. Meu corpo o aceita... Oh, quero que continue.
— Outra vez? — pergunta-me.
— Sim. - respondo-lhe em tom de súplica.
E ele se move, mas esta vez não se detém. Apoia-se nos cotovelos, de modo que sinto seu peso sobre mim, me aprisionando. A princípio se move devagar, entra e sai de meu corpo. E à medida que vou me acostumando à estranha sensação, começo a mover os quadris com os seus.
Ele acelera. Gemo e ele investe com força, cada vez mais depressa, sem piedade, a um ritmo implacável, eu mantenho o ritmo de suas investidas. Ele pega a minha cabeça com as mãos, beija-me bruscamente e volta a morder meu lábio inferior com os dentes. Ele mudou um pouco e sinto que algo cresce no mais profundo de mim, como antes. Vou me pondo esticada à medida que me penetra uma e outra vez. Meu corpo treme, arqueio-me, estou banhada em suor. Oh, meu Deus... Eu não sabia que iria me sentir assim... Não sabia que a sensação podia ser tão agradável. Meus pensamentos se dispersam... Não há mais que sensações... Só ele... Só eu... Oh, por favor... Meu corpo fica rígido.
— Goze para mim, Ana, — ele sussurra sem fôlego e me deixo gozar assim que diz, explodindo ao seu redor com meu clímax e me dividindo em mil pedaços sob seu corpo. E enquanto ele também goza, grita meu nome, dá uma última investida e fica imóvel, como se tivesse se esvaziado dentro de mim."
Fiquem atentos às palavras em negrito, elas tornam o texto cru, sem poesia, a gente sabe na prática o que está havendo de uma forma vulgar, direta. Agora, acompanhem essa outra cena:
"Ele me beija de forma gentil, mas completa, sem pressa, esforçando-se para ser cuidadoso. E, mesmo sabendo que nosso tempo juntos é infinito, que estaremos sempre juntos, estou ávida por mais. Puxo seu suéter pela barra, arranco-o pela cabeça e o jogo de lado. Paro para explorar seu peito — as elevações sinuosas dos ombros, a depressão ondulada do abdome — até que meus dedos mergulham mais abaixo, abrem um botão, um zíper, passam por um elástico. Mesmo não sendo a primeira vez que o vejo, não consigo evitar que um suspiro escape de minha garganta. Não
consigo me impedir de consumir a incrível visão dele. Ele também tira minhas roupas. Os dedos se movem com destreza, habilidade, com muito mais prática que os meus. E não demora muito até que
não haja mais nada entre nós — nem físico nem místico. Somos apenas ele e eu. Sem barreira de nenhum tipo. Ele passa a perna sobre mim, a meu redor, até que seu corpo cobre omeu. Tudo dentro de mim vibra com o formigamento e o calor que ele me causa, enquanto fecho os olhos ao ardor de seu ser, de seu toque, erguendo de forma preguiçosa as pálpebras e encontrando seu olhar queimando o meu. Ambos somos levados pelo embalo hipnótico e pelo balanço um do outro, e não demora muito até que ele desça o corpo e nos tornemos um só." (NÖEL, 2011)
Esse é um trecho do livro Infinito, sexto volume da série Os Imortais de Allyson Noel. Percebem a diferença brusca entre um e outro, a linguagem de Noel é mais velada, você sabe o que está acontecendo, mas não há nenhum tipo de palavriado vulgar ou diálogos inúteis. Esse é só um dos muitos exemplos literários de uma boa cena hot na literatura.
A primeira coisa que você precisa para escrever uma cena assim é não temer o momento. Mesmo que, como eu, você seja virgem, tenha em mente que é algo normal e que suas personagens podem viver esse momento de acordo com o que o livro que você está escrevendo pede. Se quer algo mais detalhado, descrevendo as sensações e os toques opte por palavras mais significativas e menos vulgares. Em vermelho no trecho de 50 tons eu coloquei alguns dos exemplos que podem ser usados. Para tornar isso mais claro, vou reescrever TODOS os pedaços do trecho trocando as palavras em negrito por sinônimos velados:
"Ele toma gentilmente um mamilo nos lábios, desliza uma mão ao outro seio e com o polegar rodeia muito devagar o outro mamilo, alongando-o. Sussurro um gemido e sinto uma doce sensação descer até a minha virilha. Estou muito úmida. Oh, por favor, suplico internamente, agarrando com força o lençol. Seus lábios fecham ao redor de meu outro mamilo, quando o lambe, quase sinto uma convulsão.
— Vamos ver se conseguimos que você se satisfaça só assim — ele sussurra-me, e segue com sua lenta e sensual incursão."
"Minha respiração ainda está irregular, enquanto me recupero do clímax. Desliza uma mão até minha cintura, meus quadris, para as minhas partes íntimas... caramba. Introduz um dedo pela renda e toca-me no íntimo. Ele fecha os olhos por um instante e contém a respiração.
— Você está tão deliciosamente úmida. Deus, quanto eu te desejo. — Seu toque faz-me arder em desejo, sinto-me invadida por seus dedos, massageada sutilmente sem escrúpulos ou reservas, tomando-me com voracidade sou entregue a uma espécie de delírio enquanto arfo não tão baixo quanto gostaria."
"— Agora seremos um, senhorita Steele... — murmura e já posso sentir sua ereção próxima ao meu elo sensível. — Minha, — ele sussurra e nos fundimos em um."
"— Goze para mim, Ana, — ele sussurra sem fôlego e me sinto extasiar, explodindo ao seu redor com meu clímax e me dividindo em mil pedaços sob seu corpo. E enquanto ele também atinge o cume do prazer, grita meu nome, dá uma última investida e fica imóvel, como se tivesse se esvaziado dentro de mim."
Viu como só isso já suaviza muito a cena? Ela deixa de ser algo cru e vulgar e passa a ser um momento íntimo entre um casal, ainda que, nela, eu ainda sinta a total falta de sentimento e entrosamento entre o casal. Na verdade, achei que foi realmente mal feita. Não que eu seja expert nesse tipo de coisa, mas não há emoção aí, só um ato de satisfação mútua, libido desenfreada e desejo. Nenhum sentimento. Mas, cada um procura o que acha que satisfaz.
Se você é virgem e quer colocar essa experiência para suas personagens a dica que eu dou é:
- Liberte-se dos seus grilhões; Encare isso como um momento natural.
- Tenha uma base de leitura diversificada. Isso não significa incluir romance pornô na lista. Mas erotismo quando bem escrito e se te agrada está valendo.
- Use de linguagem velada que priorize mais as sensações das personagens que, propriamente, o contato físico em si.
- Evite palavrões e palavras de baixo calão.
No final você terá uma cena bem feita que passe alguma emoção aos seus leitores. Sexo é bem mais que uma sequencia de toques e gritos, é um momento de troca entre duas pessoas que sentem uma pela outra algo forte e que demonstram isso em gestos no momento em que se tocam. Transforme esse momento como tal, não torne isso algo banal e sem sentido, vamos espalhar boa literatura por aí. Essa é a minha opinião. Nem todos os livros eróticos são ruins, embora que não seja leitora desse gênero, sei que há alguns bem escritos, encontre-os. Para finalizar, um último exemplo:
"Os lábios dele eram suaves, carinhosos e eu quase podia notar que ele travava uma guerra interna contra o seu desejo abrasador. Eu me sentia adorada, como se fosse algo frágil e precioso do qual ele cuidava, Bernardo media cada movimento e cada toque com tamanho cuidado que meus temores dissolveram-se no seu calor e tornaram-se inúteis, minha mente verteu-se nas sensações que ele me despertava, eu me sentia confortável e segura ali, ele me tomava para si com uma delicadeza que ainda conseguia me surpreender. Afastando-se minimamente ele sussurrou entre meus lábios:
- Não precisa ter medo, não vou machucar você. – Garantiu.
Acariciei seu rosto delicadamente olhando em seus olhos por um instante, deslizei-a pelos seus ombros tirando dele a camisa branca que ele jogou de lado. Podia sentir o calor da pele dele sobre o meu colo desnudo aquecendo-me, ele deslizou o vestido pelo meu corpo e eu arquejei quando ele pressionou-se contra mim, a dor foi rápida como a picada de uma agulha, aguda e intensa. Uma lágrima despencou pelo meu rosto e eu apertei sua pele sob meus dedos com toda a força, ele iniciou então sua dança voluptuosa dominando cada parte de mim completamente, era como se nos perdêssemos um no outro ao mesmo tempo em que nos encontrávamos. O mundo explodiu em cores, eu sentia que estava fora de mim ao mesmo tempo em que me completava; as sensações eram novas e tão intensas que era impossível descrever. Bernardo foi gentil, suave, apaixonado e assim nossas almas se fundiram e se entrelaçaram como uma só."
E como esse post já ficou enorme eu vou parando por aqui! Qualquer dúvida que tiverem já sabem, deixem nos comentários ou me mandem por email. Se precisarem de dicas extras com esse assunto ou quiserem que eu dê uma olhada na cena de vocês, só mandar!
Beijos e até a próxima!
quarta-feira, 20 de abril de 2016
Impeachment, Limite de Internet e ameaça terrorista
Olá, blogueiros. Hoje a gente vai conversar um pouco sobre as coisas que andam acontecendo à nossa volta nesses tempos. Nós estamos vivendo tempos sombrios, tanto quanto já estudamos antes como o golpe de 64 - que está aí novamente -, o nazismo entre tantos outros marcos sinistros que permearam o mundo. O que está acontecendo no nosso país hoje, jovem, é uma palhaçada política e sim, é um GOLPE! Não estou aqui para dizer que Dilma e o PT são bonzinhos e nem que eu sou favorável ao governo, nada disso, mas por mais que seja bom ou ruim, mais de cinquenta milhões pessoas a elegeram por própria vontade e vetar esses mais de cinquenta milhões de votos é dar um tapa na cara da democracia que ainda é muito jovem no Brasil. O que estamos assistindo e achando graça é a ameaça de um novo golpe - e no que depender de Bolsonaro, militar - que vai afetar todos nós de maneira estritamente negativa. O que mais me enfureceu e me chocou foi que um criminoso, sim, porque Eduardo Cunha é um criminoso, estava presidindo as votações para o Impeachment como se ele tivesse alguma moral para pedir o fim da corrupção! JOVENS ELE É UM CRIMINOSO! ERA PRA ESTAR PRESO! ESTÁ SOFRENDO UM PROCESSO JUDICIAL! Percebe a piada que nós somos? Temos uma corja de bandidos pedindo pelo fim da corrupção que nada mais é que o fruto do trabalho deles mesmos, o que está por trás disso é que eles querem tirar Dilma - que roubando ou não fez muita coisa pelo país - para colocar um político sujo, que livre a cara de Cunha, tire os direitos das minorias e dos trabalhadores e volte o país para a miséria e a decadência da época FHC. Jair Bolsonaro é o maior PERIGO de tudo isso, não acredito como pode ter gente capaz de apoiar esse homem, além de preconceituoso e misógino, ele é A FAVOR DA DITADURA! Jovens, como vocês podem dar ouvidos a uma pessoa que é a favor da tortura, da privação do seu direito de pensar o que quer, de falar o que pensa, de lutar pelo que acredita e de ter a chance de um futuro melhor? Como um ser humano consciente é capaz de apoiar um ser que exalta o maior torturador assassino da ditadura militar? Bolsonaro é um HITLER BRASILEIRO! Pelo amor de Deus, acordem! Ele tem que ser cassado e impedido de exercer QUALQUER FUNÇÃO PÚBLICA E POLÍTICA! Esse homem é um doente mental, um monstro! Está na hora de acordar, pessoal, o que está acontecendo no Brasil não é uma piada, a vida como você conhece e está acostumado está prestes a sofrer muito e sim, isso é da sua conta! O que se viu no congresso é culpa sua SIM! Foi você que colocou aqueles incompetentes e ladrões no poder!
Com respeito a ameaça terrorista, eu tenho visto algumas piadinhas sem graça no facebook, pessoas, isso não é piada! Grandes potências como EUA, Alemanha e Rússia que tem uma defesa superior a nossa se preocupam com esse tipo de ataque, vocês acham mesmo que a chance de sermos atacados por fanáticos religiosos que vão matar milhares de pessoas de forma cruel e fria é engraçado? Não é. Vamos parar de ser infantis e levar tudo na brincadeira, o que a gente está passando é sério, conscientizem-se, estejam por dentro do que está rondando o seu país, isso afeta a você principalmente!
Agora vamos ao tema mais falado de todos: O limite da Internet. Foi aprovado pela ANATEL como uma medida "pelo bem do consumidor e das empresas", mas fere o nosso direito constitucional, fere o nosso direito enquanto consumidor e é uma piada muito sem graça. Como tudo que está acontecendo no Brasil, algumas pessoas têm se mobilizado para impedir que essa palhaçada aconteça, alguns resultados já estão aparecendo ainda que pouco favoráveis à nós, o que acontece é que o limite da internet fixa é uma afronta ao nosso poder de conhecimento, eles querem nos explorar ainda mais do que já fazem com essa internet ilimitada e de péssima qualidade. Na tentativa inútil de seguir o modelo americano de fornecimento de internet, as empresas brasileiras - que não tem nenhuma estrutura para isso - querem limitar o nosso acesso já não muito bom ao conhecimento, ao direito de interação e de lazer. O governo se mostrou "contra" ao processo, e estamos aguardando resultados. Apenas a VIVO se pronunciou realmente a favor, empresas como a OI que é a minha provedora, não se manifestaram e como sempre, temos que gritar e esperar ser ouvidos, porque aqui é o Brasil, lugar onde o povo não tem voz e nem vez.
Com respeito a ameaça terrorista, eu tenho visto algumas piadinhas sem graça no facebook, pessoas, isso não é piada! Grandes potências como EUA, Alemanha e Rússia que tem uma defesa superior a nossa se preocupam com esse tipo de ataque, vocês acham mesmo que a chance de sermos atacados por fanáticos religiosos que vão matar milhares de pessoas de forma cruel e fria é engraçado? Não é. Vamos parar de ser infantis e levar tudo na brincadeira, o que a gente está passando é sério, conscientizem-se, estejam por dentro do que está rondando o seu país, isso afeta a você principalmente!
Agora vamos ao tema mais falado de todos: O limite da Internet. Foi aprovado pela ANATEL como uma medida "pelo bem do consumidor e das empresas", mas fere o nosso direito constitucional, fere o nosso direito enquanto consumidor e é uma piada muito sem graça. Como tudo que está acontecendo no Brasil, algumas pessoas têm se mobilizado para impedir que essa palhaçada aconteça, alguns resultados já estão aparecendo ainda que pouco favoráveis à nós, o que acontece é que o limite da internet fixa é uma afronta ao nosso poder de conhecimento, eles querem nos explorar ainda mais do que já fazem com essa internet ilimitada e de péssima qualidade. Na tentativa inútil de seguir o modelo americano de fornecimento de internet, as empresas brasileiras - que não tem nenhuma estrutura para isso - querem limitar o nosso acesso já não muito bom ao conhecimento, ao direito de interação e de lazer. O governo se mostrou "contra" ao processo, e estamos aguardando resultados. Apenas a VIVO se pronunciou realmente a favor, empresas como a OI que é a minha provedora, não se manifestaram e como sempre, temos que gritar e esperar ser ouvidos, porque aqui é o Brasil, lugar onde o povo não tem voz e nem vez.
segunda-feira, 11 de abril de 2016
[Tag Escrita] Enredo II e atividade
Oi, pessoas!
Voltando com a tag escrita, vamos aprofundar os passos apresentados no post passado e conversar um pouco sobre a dinâmica do enredo. Como eu falei, enredo é o "recheio" do seu livro, vem como a forma que a história é contada e o que acontece nela. Geralmente, a personagem principal sai de um estado A rumo a um estado B mesmo que ela não perceba isso, é algo que a move rumo a um objetivo. Usando o mesmo esquema do post da semana passada, vamos exemplificar esses passos de forma a torná-los mais claros para que não restem dúvidas.
Para uso dessa exemplificação, vou usar o livro Os Quatro Grandes da diva Agatha Christie. Para quem não lembra, o esquema é o seguinte:
É o mais comum, então, vamos trabalhar com ele. Primeiro observando a dinâmica que fala do enredo de uma maneira geral. Usando o livro como exemplo, nós temos no estado inicial Hastings que pretende fazer uma visita ao seu velho amigo Poirot, esse é o seu objetivo inicial. Ele sabe um pouco sobre o trabalho e a personalidade do melhor amigo, mas toda a sua motivação é revê-lo em uma breve visita e desfrutar da sua companhia. Entra então a complicação, é a apresentação do problema, ao chegar na casa de Poirot, Hastings descobre que ele está de partida em uma viagem para investigar um curioso caso de assassinato que pode estar ligado a uma organização criminosa que age no mundo inteiro, ao apresentar essa complicação, a personagem de Hastings passa por um pequeno conflito interno e se vê na alternativa de voltar para seu estado inicial ou embarcar ao lado do amigo em uma jornada. Ele opta pela segunda opção e a cadeia de fatores e assassinatos que está ligada a essa organização começa a fechar um cerco em torno dele, o que nos leva para o pico do clímax, a introdução é quando Hastings é sequestrado e ameaçado a entregar Poirot caso não queira que sua esposa, Cinderela (sim, esse é o nome dela), passe por uma tortura inimaginável por parte do líder da organização. Essa é a introdução do clímax. A elevação da ação se dá quando a personagem cai na armadilha e leva Poirot para o local combinado, há uma emboscada e ele é levado pelos criminosos. O declínio da ação procede com a explosão do local e a suposta morte do detetive e o dénouement ou desfecho, que é a descoberta do cerco de assassinos e a ligação das mortes com o propósito da organização, esse desfecho do clímax está ligado a resolução do enredo que levará ao estado final, os impactos da experiência da personagem Hastings após tudo que passou física e principalmente psicologicamente. Houve uma modificação da pessoa que ele era no início da história para a pessoa que conclui a história. E isso fecha o livro, olhando desse jeito fica bem simples entender, não é?
Para construir um bom enredo precisamos ter segurança sobre aquilo que vamos escrever, isso nos remete aos posts anteriores da tag, uma pesquisa sólida, uma base competente de quem são suas personagens e de onde você planeja chegar. Uma maneira bem simples de começar é pensar em por que você quer escrever esse livro? Quando a gente pensa em escrever um livro precisamos pensar no que nos torna diferentes das outras pessoas que já fizeram isso antes, do que nós podemos contar de diferente dentro de algo que já foi feito ou do que podemos criar dentro de um mar de possibilidades ainda não exploradas. E não, isso não é fácil como parece. Muitas vezes, os autores fazem uma outline para auxiliar o percurso, quando se perdem tem a possibilidade de voltar ao plano para lembrarem onde queriam chegar, até hoje eu escrevi outlines para serem ignoradas, muitas vezes o que me guia é simplesmente uma cena, eu a mentalizo, muitas vezes esboço, e construo situações que levem até ali considerando a vontade da minha personagem ou a minha, depende do contexto.
Por isso que eu disse no post da semana passada que há personagens que não pedem uma trilogia ou uma saga, o enredo que o autor constrói não permite isso, não abre espaço para tal. Vamos pegar como exemplo a saga Beautiful Creatures, Lena é uma conjuradora que se apaixona por um mortal graças a uma maldição envolvendo antepassados dos dois e cujo desfecho aponta para direções trágicas. No primeiro livro eles se conhecem e ficam a par do que envolve sua relação. No segundo livro há uma quebra da relação por motivos de medo por parte de Lena que começa a ficar sombria. No terceiro livro há as primeiras reviravoltas, a apresentação de uma possibilidade de desfecho para a maldição, o que gerará o clímax do terceiro para o quarto livro onde ocorrerá o desfecho. Mas para isso, foi criada uma série de forma inteligente (como tantas outras) para que a história suportasse uma continuação, o que não é algo simples de se fazer por isso que eu sempre aconselho a finalizar pelo menos dois livros inteiros e únicos antes de se aventurar na construção de um enredo "a longo prazo". Até porque, um dos maiores problemas de tentar isso sem a prática necessária são os furos de enredo (dizer que a personagem é loira no primeiro livro e ela ficar naturalmente morena no segundo), mudanças bruscas na personalidade das personagens e acontecimentos que não tem qualquer ligação com o conflito principal.
ATIVIDADE
Bem, para finalizar esse post, quero que vocês construam um conto, não precisa ser enorme, mas que tenha os princípios do gráfico que foi usado acima e que tenha como objetivo a cena abaixo:
-Não! Por favor, não faça isso!
A voz de súplica da mulher e as lágrimas que escorriam incessantes pelos seus olhos azuis seriam comoventes a qualquer um que não tivesse o mesmo coração frio do qual a figura à sua frente estava munida agora. Ela arrastava o corpo ensanguentado para trás deixando um rastro de sangue no chão, fraca, sem escapatória, sozinha. Não havia por quem gritar, não viria nenhum socorro. A figura travestida de negro avançava com o olhar faminto, a lâmina respingava sangue no chão, seu sangue. O silêncio sepulcral, assim como as paredes repletas de azulejos brancos, eram as únicas testemunhas daquele acontecimento, a lâmina ergueu-se cortando o ar e um segundo deu-se entre o grito de pavor da mulher, o som da carne dilacerada e o silêncio total. A figura fitou o corpo inerte sobre a poça de sangue que escorria por todos os lados, os olhos ainda abertos expressavam um pavor incomensurável. Seu sofrimento terminara.
Um sorriso frio formou-se em seus lábios quando seus olhos ergueram-se na direção da pequena janela retangular sobre o box, o céu estava pálido, o sol caía no horizonte. Virou-se calmamente sem esboçar uma mínima emoção e partiu deixando-a ali, mas não sem proferir suas últimas palavras:
- Toda ação tem uma reação. É mais que física, Mabel. É a lei da vida.
Ou seja, seu conto precisa de uma sequência lógica de acontecimentos que chegue a esse desfecho ou que suceda a uma explicação a esse desfecho.
Por enquanto é isso! Espero que tenha ficado claro! No próximo post vamos conversar um pouco sobre Erotismo X Pornografia na literatura!
domingo, 10 de abril de 2016
Anime-Se! - Kyoukai no Kanata
Informações:
Título Original: 境界の彼方 (Para Além do Limite lit.)
Título no Brasil: Kyoukai no Kanata
Gênero: Comédia, Fantasia, Romance, Sobrenatural
Autor: Nagomu Torii
Nº de Episódios: 12 + 3 OVAS + Filme
Nota: *****
Sinopse: A fantasia obscura segue um adolescente chamado Kanbara Akihito. Apesar de o garoto aparentar ser humano, ele é meio-youmu e invulnerável a ferimentos porque regenera-se rapidamente. Um dia, Akihito conhece a garota Kuriyama Mirai quando ela está prestes a saltar do telhado do colégio. Mirai fica isolada por causa de sua habilidade de manipular sangue, algo que é raro até mesmo entre os membros que cuida dos Guerreiros do Mundo Espiritual. Acontecimentos mirabolantes acontecem depois do tal encontro.
O que eu achei: Oi, pessoas!! Como estão? Bem, fazia tempo que eu não vinha com um anime, não é? Ando mesmo sem tempo para fazer nada, só aulas, trabalhos e preocupação com o artigo, sem contar a pressão por causa do concurso, né? Mas, comecei a assistir esse anime ontem e terminei hoje, gostei muito mesmo! Nós conhecemos Akihito, um youmu, que seria mais ou menos como um youkai uma espécie de demônio, no caso do anime, mais como um monstro mesmo. Assim como InuYasha, Akihito é um meio-youmu, mas seu passado é obscuro para nós, não sabemos o que houve para que ele se tornasse o que é. Logo no começo vemos ele tentando impedir que uma menina se suicide, essa menina é Kuriyama Mirai, uma guerreira caçadora de youmus com um passado triste. Sua família extinta era um clã amaldiçoado que tinha o poder de manipular o sangue, Durante toda a sua vida ela foi rejeitada e tida como uma anomalia, quando seus pais morreram foi aceita na casa de uma família de caçadores de youmus, mas acabou assassinando a filha mais velha deles por causa de um youmu poderoso. Depois de ser caçada como uma assassina ela recebe a proteção de uma família tradicional e influente de caçadores, ela é levada para lá com o propósito de aniquilar Akihito, mas a proximidade com ele acaba transformando seus sentimentos de dever em amor. Inicia-se uma batalha em que os lados se confundem e segredos sombrios são revelados pondo em risco a chance que ambos tem de ficar juntos. O anime é muito amorzinho, houve partes em que fiquei à beira das lágrimas, em outras eu morri de rir, e chegou um momento que eu pensei que tudo ia acabar bem mal! A história é bem elaborada e uma das coisas que mais gostei foi a obsessão do Akihito por óculos! Achei isso muito fofo e fez muito bem para minha estima, raramente a gente vê esse tipo de coisa, o final foi favorável, embora eu tenha achado que faltou alguma coisa, as OVAS são engraçadas e os filmes cumprem seu papel de forma a complementar o anime e trazer aquela camada de calma pra nossa nostalgia. Valeu a pena!
Aos poucos, eu vou voltando ao blog quando der. Essa semana que vem eu vou estudar para o concurso, já que é a reta final, vou dar uma revisada nos assuntos e, quando passar, eu vou ficar um pouco mais tranquila (ou não) aí vou passar a cuidar desse artigo e algumas coisas vão poder voltar ao normal. Então, até breve!
segunda-feira, 4 de abril de 2016
[Tag #Escrita] Enredo I e Trilogia
こんにちはみなさん!
A tag escrita finalmente vem no seu dia certo (rsrsrs) e hoje nós vamos conversar, como eu disse no último post, sobre dois assuntos interessantes e complicados. O primeiro deles é a introdução ao enredo que é um dos pontos principais de uma trama e um dos assuntos mais complicados de se explicar. E o segundo é o que eu chamo de doença das trilogias, vamos conversar um pouco sobre ela e tentar explicar essa cadeia de forma bem clara. Espero que gostem do post dessa semana e já sabem, qualquer pergunta, comentários!
ENREDO I - PRIMEIROS PASSOS
O enredo é um dos pontos chave da construção de uma história, é nele que você precisa pensar e trabalhar com mais cuidado. Me considero uma total leiga para falar cientificamente do assunto, então, eu vou procurar explicar de acordo com o meu entendimento e com a minha própria experiência.
Para começar, vamos definir o que é enredo primeiro.Segundo o Priberam de língua portuguesa:
en·re·do |ê|substantivo masculino1. Intriga; maquinação; tramoia; ardil; mexerico.2. Mentira que produz inimizades.3. .Ação ou entrecho de romance ou peça de teatro.4. Mau trabalhador que estorva os outros e não faz quase nada."enredo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/enredo [consultado em 04-04-2016].
Claro que a definição que nos interessa é o que eu coloquei em negrito. O enredo é a "costura" do seu livro, o recheio do bolo, para ser mais objetivo. Há vários esquemas de enredo e isso é variável de autor para autor, afinal a liberdade de como contar a sua história é sua e você pode ir desde o convencional ao inovador. Muitos teóricos literários estudam e formam esquemas de enredo, um curso de escrita criativa (que eu sou louca para fazer) seria o passo principal para conhecer, mas como eu nunca pude fazer um, vou me limitar a comentar o esquema mais comum.
Falando de uma maneira mais simples, poderíamos dizer que o enredo se divide em partes que, se desenvolvidas corretamente, costuram-se em uma cadeia de acontecimentos permeados por conflitos que levam o protagonista a sair de um estado inicial A rumo a um estado final B modificando-se no processo que acarreta alguma espécie de evolução. Assim, temos:
Situação inicial - os personagens e espaço são apresentados.
Quebra da Situação Inicial - um acontecimento modifica a situação apresentada.
Conflito - Surge uma situação a ser resolvida, que quebra a estabilidade de personagens e acontecimentos.
Clímax - ponto de maior tensão na narrativa.
Desfecho - solução do conflito. Obs.: essa solução não significa um final feliz.
Vamos desenvolver cada um desses tópicos melhor na segunda parte do enredo, usarei exemplos para facilitar a compreensão e vamos curtir um pequeno exercício para isso! Fique ligado na próxima segunda.
A DOENÇA DA TRILOGIA
Como autora - se é que eu o posso me considerar como tal - muitas vezes recebo perguntas e mais perguntas sobre muita coisa no meu facebook, As principais perguntas giram em torno de editoras, registro e enredo. O que eu mais percebo desde que entrei no mundo da escrita - e isso já faz tempo pra caramba - é o crescente uso da construção trilogia coisa que virou uma doença em autores iniciantes. O que eu penso sobre o assunto é que para escrever um livro é preciso um trabalho que gera um processo enorme e pede muito da gente, imagine três! E eu te garanto, se você não é capaz de escrever uma história com começo meio e fim sem deixar espaço aberto para continuações você será um fracasso em uma trilogia ou uma saga que exige um trabalho triplo de você e muito mais atenção.
Todo autor que eu conheço e que está começando colocou na cabeça que precisa escrever uma trilogia ou sua vida não terá sentido. Então eu me pergunto: Para quê? Qual é a finalidade de você querer escrever três livros? E, ainda mais, seu personagem pede isso? Essa última pergunta é fundamental, porque muitas vezes os personagens de determinada trama não pedem uma trilogia ou uma saga, até hoje eu me concentrei muito em escrever livros únicos, não me sinto pronta para escrever uma trilogia embora já tenha feito o esquema de uma eu sei que ele ainda carece de muitas revisões e replanos antes de ser iniciado e é aí que eu quero chegar: você precisa estar maduro o bastante para se envolver em um projeto como esse.
Apesar de nunca ter escrito uma trilogia já li várias e percebi que elas seguem um determinado padrão, tal qual os quartetos.
Livro Um: Apresentação dos personagens. Conhecemos a sua vida antes do conflito, suas relações e as possibilidades apresentadas para eles. Geralmente no meio ou fim é apresentado o conflito.
Livro Dois: Aprofundamento do conflito, os personagens são colocados à prova, há as primeiras modificações de personalidade gerando a evolução.
Livro Três: Clímax do conflito seguido da resolução.
Para exemplificar isso, tomemos como exemplo a série da Kiera Cass A Seleção (aí cê me diz: Ah, Katharynny, mas é um quinteto! Sim, mas a história da América não termina no livro 3? 4 e 5 são sobre a filha dela!) No primeiro livro, A Seleção, nós conhecemos América, sua vida fora do palácio, a relação com Aspen, a apresentação do espaço e o primeiro conflito: a seleção de jovens que disputarão a coroa. Em A Elite o conflito se aprofunda somos apresentados ao triângulo amoroso que se forma e temos o acréscimo do subconflito que é o ataque rebelde. E, por fim, em A Escolha, temos o clímax com o ataque rebelde que gera uma modificação geral nas personagens, o desfecho do triângulo amoroso e o destino das personagens. Entendem aí?
Entender a formação da trilogia ou da saga envolve entender bem profundamente a criação do enredo e das personagens, principalmente dessas últimas que, dependendo da sua composição, não pedem e nem suportam uma trilogia. Para te dar um "exemplo de vida" eu vou te contar uma experiência que tive. Há alguns anos eu fui convidada como co-autora em uma fanfic interativa chamada Powerfull (nome que eu dei porque o título da autora original era basicamente um texto!), nós manipulávamos seis personagens, dois criados por nós e quatro selecionados a partir de fichas dos leitores. A autora da fanfic tinha por finalidade transformar a história em uma trilogia, mas conforme eu avançava no enredo - que por sinal não tinha uma outline - eu percebia que aqueles personagens não pediam uma trilogia, não sobreviveriam a isso, mesmo que a ideia da autora fizesse sentido. Tanto é que mesmo que eu tenha tentado começar uma segunda temporada não consegui ver um norte para onde direcionar as personagens e nem um encaixe para os novos personagens que surgiriam.
Então, se eu posso te dar um conselho é: primeiro, trabalhe sua experiência em histórias individuais, adquira prática e continue lendo muito. Quando se sentir maduro o bastante e com conhecimento básico sólido, então é hora de tentar um enredo mais amplo e estratificado como a trilogia. E digo isso com sinceridade, eu escrevo há mais de doze anos e nunca tentei escrever uma por não me sentir preparada.
Por enquanto é isso. No próximo post a gente vai aprofundar o enredo.
またらいしゅう!
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