Ano: 2017
Gênero: Ficção, romance
Sinopse: Até maio de 1987, Billy Marvin - um garoto de 14 anos que mora numa pequena cidade em Nova Jersey - é definitivamente um nerd feliz.
Ele e seus amigos inseparáveis, Alf e Clark, passam as noites se empanturrando de biscoitos e milk-shakes diante da TV, assistindo filmes e conversando sobre música, cinema e seriados. Com a mãe trabalhando no horário norturno e a casa toda para si, Billy vara a madrugada fazendo aquilo que mais ama: programando videogames em seu computador.
Mas então a Playboy publica as fotos escandalosas de Vanna White, a famosa apresentadora de TV por quem os três são fascinados. Como ainda não são maiores de idade para comprar a revista, eles planejam um ousado assalto para roubá-la. É quando Billy conhece a brilhante, enigmática e também nerd Mary Zelinsky, e tudo começa a mudar...
Então, assim como O Livro dos Espelhos já resenhado aqui, esse foi um daqueles livros que eu não fazia ideia da existência e que trouxe pra casa das Americanas numa tarde marota com a minha irmã. Não li nenhuma resenha desse livro antes de ler pra criar minhas próprias conclusões, principalmente por ser um autor que não conhecia ainda. E, sendo bem sincera, pra mim foi como um "livro neutro", nem gostei, nem desgostei.
Vanna White |
Bem, a história é narrada por Will/Billy um garoto de 14 anos que sonha em ser programador de jogos. Ele e seus melhores amigos Clark e Alf ficam em polvorosa quando sai uma revista Playboy com fotos de Vanna White, uma apresentadora de um show de sucesso nos anos 80 (que eu tive que pesquisar sobre porque não conhecia), acontece que, mesmo querendo desesperadamente ver as fotos, eles não podem comprar a revista porque são menores de idade. O único lugar onde vende exemplares perto de onde moram é na loja do senhor Zelinsky que vende máquinas de escrever e artigos de escritório.
Em uma primeira empreitada para conseguir a revista, eles pagam para um carinha qualquer entrar e comprar a revista para eles, mas acabam calculando mal e sendo roubados. Contudo, o ladrãozinho dá a eles uma ideia até interessante, a de vender as fotos da revista para os outros alunos da escola e, assim, conseguir dinheiro. Alf, o "empreendedor" da turma acaba achando a ideia o máximo e, tendo em vista que ainda precisam pegar a revista, investem no plano 2 (que, sem me permitem, é bem idiota!) eles se vestem com roupas de "gente grande" e entram na loja para pegar coisas estúpidas que não precisam e, na hora de pagar, pedir a playboy despreocupadamente como quem pede chiclete (saudade dessa inocência haha), mas esse plano é frustrado por Mary, a filha do dono da loja.
Mary Zelinsky era uma garota genial e Will percebeu isso desde o primeiro momento que a viu. Os dois engataram em uma conversa interessante sobre programações e as coisas que ela conseguia fazer com as músicas do Phil Collins em um Commodore 64, ele lhe conta sobre o jogo que tentou fazer e ela acaba lhe mostrando uma grande oportunidade de participar de um concurso de programadores e conhecer o dono da Digital Artists, além de conseguir o prêmio de um computador "avançadíssimo" com vinte megabytes de memória! Isso coloca abaixo os planos dos três garotos de conseguir a revista, mas abre portas para um novo plano mais audacioso.
A tarefa de Will é seduzir Mary para conseguir o código do alarme da loja e, assim, conseguir roubar a revista, quem auxilia nesse plano genial é Tyler, um jovem problemático que, aparentemente, conhece Mary bem o bastante. Will sabe desde o início que o plano não vai dar certo então tenta ganhar tempo para trabalhar com Mary no jogo e enviá-lo a tempo ao concurso, mas o que fazer quando se quer ajudar seus amigos, mas acaba se apegando às pessoas que tem que enganar?
Commodore 64 |
O grande mérito de Fortaleza Impossível é ser aquele livro escrito de forma tão simples que a gente voa pelas páginas e nem percebe. Não é um livro que se destaca no seu gênero, mas ele é montado de uma maneira que consegue deixar a gente preso à história.
Não tive muita identificação com a história com exceção das fitas, eu sou da geração 90 e só vim pegar num computador no início dos anos 2000 na época do Windows XP, quando o word tinha aqueles assistentes fofos (saudades). Então não passei por essa fase de digitar comandos e não era muito de jogar, acho que só comecei a jogar no nintendo quando Mortal Kombat estava em auge.
Outra coisa foram as personagens. Me lembro bem pouco da minha adolescência (a maior parte eu deletei por motivos de autopreservação) então não consigo me lembrar muito como é agir como um idiota, coisa que Will se formou com louvor. Ele tomava cada decisão que era digna de uma estupidez por 25 anos e não 14, a pior parte é que em algumas delas ele tinha plena consciência que ia dar errado e fazia mesmo assim. Era irritante. Alf para mim foi o pior de todos, além de ser um puta de um bully babaca, nem vou entrar nas questões religiosas porque não quero me estender em discussões paralelas. Clark é aquele tipo "maria vai com as outras" por causa da sua baixa estima causada por uma deficiência física na mão. Mary foi a única que pareceu ser um pouco legal, mas ainda assim não convenceu muito, sabe?
Como disse, num cômputo geral, o livro nem foi bom e nem foi ruim, para mim a leitura fluiu quase que entorpecente, é uma história boa, ainda que não seja muito original, mas escrita de uma maneira realmente indutiva que não deixa a gente parar e nem perceber que as páginas estão passando depressa. O fato de os capítulos não serem longos também é outro fator que ajuda muito. É uma história sobre escolhas, amizade e sonhos, poder-se-ia dizer, meio como aqueles filmes americanos de sessão da tarde, sabe? Como história mesmo, não me cativou muito, achei bem simples, na verdade, ainda que simples não queira dizer raso. Mas como construção textual sim acho que tem muito a acrescer, a forma de induzir o leitor a ir para a próxima página, os ganchos entre um capítulo e outro, a montagem da história, acho que tudo isso agrega bastante em um estudo de narrativa. 3/5 é a minha nota final.
Um detalhe bem bacana é que o jogo que eles criam no livro realmente existe e dá para jogar de graça (e é mais difícil do que parece) no site do autor! Então é só entrar e boa sorte: The Impossible Fortress
Um detalhe bem bacana é que o jogo que eles criam no livro realmente existe e dá para jogar de graça (e é mais difícil do que parece) no site do autor! Então é só entrar e boa sorte: The Impossible Fortress
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