quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

[BL] Kieta Hatsukoi

Título original: 消えた初恋

Roteirista: Kuroiwa Tsutomu

Diretor: Kusano Shogo, Horai Tadaaki

Gêneros: Comédia, Romance, Vida, Escola

País: Japão

Episódios: 10

Ano: 2021

Sinopse: Aoki tem um crush em Hashimoto, sua colega de classe. Ao pegar emprestado a borracha dela, ele nota que há o nome de outro garoto - Ida - escrito. Por acaso, Ida vê Aoki segurando a borracha, e logo pensa que Aoki gosta dele!

Onde Encontrar: Meow Fansub, Pi Fansub, P'tieris, Lianhua

E vamos de BL fofo para fechar o ano com chave de ouro!

Aoki tem uma queda por Hashimoto, mas nunca teve coragem de dizer isso a ela. Durante uma prova, ele percebe que esqueceu sua borracha e pede a de Akkun, seu melhor amigo, emprestada, mas ele recusa. Hashimoto acaba emprestando a dela, mas ao tirar a capinha, ele vê o nome de Ida, o garoto que senta na frente dele, junto de um coração. É quando Aoki percebe que seu crush na verdade gosta de outra pessoa. Para piorar ainda mais, ele acaba deixando a borracha cair no chão e Ida é quem pega vendo seu nome com o coração na borracha e achando que é de Aoki.

Hashimoto pede que Aoki guarde segredo sobre seu crush e, decepcionado e frustrado, mas sempre muito prestativo com todo mundo que pede sua ajuda, ele assente. Para se explicar a Ida, como não tem muito o que fazer, ele acaba dando a entender que tem sentimentos por ele, mas Ida é um completo zero em QE (quociente emocional) e não entende nada sobre se apaixonar, mas é gentil o bastante para dizer a Aoki que vai se empenhar em pensar sobre sua confissão.

Se vendo no meio daquela confusão e sem saber como sair, ele acaba se aproximando de Ida sem querer, a gentileza e o caráter do garoto, mesmo sem ser muito eficiente nos assuntos de coração, começam a mexer com os sentimentos de Aoki que se vê perdido ao se ver começando a gostar de um homem e, pior, do homem por quem a sua crush está apaixonada. O que vai acontecer agora?

Confesso que sempre fico um pouco apreensiva com os BLs japoneses depois que tive algumas experiências bem traumáticas para dizer o mínimo, quem conseguiu me arrancar disso foi Cherry Magic e, mesmo assim, ainda tenho um pé atrás com as produções japonesas do gênero. Mas não tive como ignorar esse draminha e me vi presa na sua divertida, confusa e fofa história. As personagens não podiam ser mais carismáticas, a gente torce, chora e ri junto, quando menos espera não tem mais episódios. E acho que esse é o único defeito desse drama.

Mais que recomendado!



[Não concorda comigo? É um direito seu. Mas, por favor, discorde nos comentários de maneira educada, sem ataques e sem histeria. Nem todo mundo pensa como você e nem por isso merece ser desrespeitado. Obrigada.]

[Dorama] 3 nin no papa

Título original: 3人のパパ

Roteirista: Koyama Shota

Diretor: Okamoto Shingo

Gêneros: Amizade, Comédia, Família

País: Japão

Episódios: 10

Ano: 2017

Elenco: Arata Horii, Yuki Yamada, Ryo Mitsuya, Airi Matsui, Itsuki Sagara, Ren Ishiduka, Mari Hamada

Sinopse: Hirabayashi Takuto (Horii Arata) divide uma casa com dois amigos, Hano Kyohei (Yamada Yuki) e Okayama Hajime (Mitsuya Ryo). Eles se conhecem desde o colegial e agora os três ocupam seu tempo trabalhando. Após voltarem para casa, os rapazes são surpreendidos por um bebê dormindo na casa. Junto dele, eles encontram um bilhete que diz: "O bebê é seu". Quem será o pai da criança?

Onde encontrar: Mahal Dramas

Takuto, Kyohei e Hajime dividem um apartamento cuja principal regra é não se meter nos problemas dos outros. Kyohei é um impecável funcionário de uma multinacional japonesa, Hajime é um talentoso estilista e assistente de modelagem, enquanto Takuto é um atrapalhado funcionário de escritório. A vida dos três seguia na rotina de sempre até que um dia, na volta para casa, Takuto se depara com um bebê no meio da cozinha, junto da criança havia um bilhete da mãe, que não se identificou, pedindo que ele cuidasse do neném por um tempo, pois era seu filho.

Os três debatem incansavelmente para saber quem é o verdadeiro pai da criança e seus segredos mais íntimos começam a vir à tona, para piorar, Kyohei tem uma noiva extremamente ciumenta. A ideia de entregar a criança para a polícia e a de fazer o teste de DNA são descartadas por Takuto que insiste em cuidar do bebê e convence os amigos, que não sabem se são ou não pais dele, a acompanhá-los. Ele nomeia o neném de Haruto e as confusões de três marmanjos sem experiência para cuidar de uma criança começa.

Hana, uma amiga de escola dos três, começa a trabalhar na creche da empresa de Takuto e, inventando que ele é filho de um parente distante, ele começa a levar Haruto para a empresa deixando-o aos cuidados dela. Aos poucos, Hana acaba descobrindo a verdade e sendo de grande ajuda na criação do bebê, assim como Minako, a síndica, e mesmo Rui, noiva de Kyohei que termina com ele quando descobre da criança.

Haruto une os três jovens que antes eram apenas companheiros de habitação, tornando-os verdadeiros amigos e pais, cada um a seu modo supera seu próprio trauma por causa do neném e aprende a dar o melhor de si para educá-lo e amá-lo. Mas o que acontece quando Kyohei recebe uma irrecusável proposta de ir para a filial de sua empresa em Los Angeles e a mãe de Haruto surge de repente?

Esse é um daqueles dramas que evoca Três Solteirões e um bebê de 1987 que me lembro de ter visto em algum momento da minha infância na sessão da tarde. Levinho e engraçado, somos arrebatados pelas confusões dos três tentando cuidar do Haruto e se dando mais mal do que bem. É muito legal assistir a evolução deles como pessoa e como pais enquanto adotam a responsabilidade por um inocente que depende completamente deles. O drama consegue ser, ao mesmo tempo, sensível, engraçado e fofo na medida certa, com plot twists inesperados e com personagens bem construídas com um bom desenvolvimento para um drama de dez episódios.

Para aqueles que procuram um drama rápido, levinho e com boas lições de vida, esse é ideal! Recomendo!


[Não concorda comigo? É um direito seu. Mas, por favor, discorde nos comentários de maneira educada, sem ataques e sem histeria. Nem todo mundo pensa como você e nem por isso merece ser desrespeitado. Obrigada.]

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

[Livro] A Bela e a Fera

 

Original: La Belle et la Bête

Autor:  Madame de Beaumont, Madame de Villeneuve

Sinopse: A versão original do clássico que inspirou o novo filme da Disney, estrelado por Emma Watson

Adaptado, filmado e encenado inúmeras vezes, o enredo de A Bela e a Fera vai muito além da jovem obrigada a casar com uma horrenda Fera que no final se revela um lindo príncipe preso sob um feitiço. Nessa edição bolso de luxo da coleção Clássicos Zahar você encontra reunidas duas variantes da história.

A versão clássica, escrita por Madame de Beaumont em 1756, vem embalando gerações e inspirou quase todos os filmes, peças, composições e adaptações que hoje conhecemos. A versão original, que Madame de Villeneuve publicara em 1740, é de uma riqueza espantosa, que entre outras coisas traz as histórias pregressas da Fera e da Bela e dá voz ao monstro para que ele mesmo narre seu destino.

Comprei esse livro já tem um tempo como um material de pesquisa para a minha futura própria versão do conto, tal como A Fera em Mim, resenhado recentemente no blog. Todavia, confesso que me surpreendi não tão positivamente com as versões originais do conto francês. Claro que, levando em conta a época em que foram escritos e a natureza das histórias antigas, relevei algumas coisas, mas não deu para ignorar aquela pontinha de "esperava mais" me incomodando especialmente durante a segunda versão da história, esta maior que a primeira sendo quase uma novela e não um conto. 

Essa resenha terá SPOILER das duas versões, então leia por sua conta em risco.

Bem, no conto de Madame Beumont, a gente acompanha um rico comerciante que tinha seis filhos entre eles uma se destacava, a caçula que era tão bondosa e bonita, além de extremamente inteligente sendo chamada, desde bebê, de Bela, nome que foi lhe dado despertando a inveja de suas duas irmãs fúteis que viviam de ostentar sua riqueza enquanto a caçula se dedicava integralmente a ler livros. Contudo, o rico comerciante acaba perdendo todo seu dinheiro e se vendo obrigado a se isolar com a família longe da cidade. Todos os "amigos" viraram-lhes as costas e os homens que antes viviam atrás de desposar as irmãs lhes abandonaram.

Bela, contudo, não se intimidou na pobreza e, determinada a ajudar o pai e os irmãos, se esforçou em manter a pequena casa em que moravam limpa e cozinhar, cuidando assim das tarefas domésticas e aturando o péssimo humor das irmãs que a criticavam por agir daquela maneira. Com a notícia que um dos seus navios havia conseguido atracar, o comerciante partiu em uma esperançosa viagem na tentativa de recuperar seus bens, mas acabou descobrindo que continuava tão pobre quanto antes. Na volta para casa, ele foi pego por uma tempestade violenta que o forçou a se abrigar em um castelo misterioso no meio do caminho.

Ali, ele foi bem recebido, alimentado e tratado. Não vendo em nenhum momento seu anfitrião, acabou por convencer-se que havia sido uma fada que o tratara e agradeceu pela hospitalidade. Ao sair, contudo, lembrou-se do pedido singelo de sua filha caçula que, ao contrário das demais cujos pedidos eram riquezas, havia lhe pedido uma rosa. Mas, ao colhê-la, foi surpreendido por um terrível monstro furioso que o acusa de tê-lo roubado e o faz prometer que, num prazo de três meses, retornará ao castelo sozinho ou com uma das filhas que se comprometa a morrer no seu lugar. Ele lhe dá uma grande fortuna para sua família em compensação pela perda da vida do patriarca ou da irmã e manda o comerciante embora.

Ao descobrir as consequências do seu pedido, Bela se compromete a tomar o lugar do pai e ser morta em seu lugar. Com pesar, vendo que não seria capaz de demover a filha daquela decisão, ele acaba por aceitar e a leva ao castelo. Lá, Bela é surpreendida não com a morte, mas com o título de senhora do castelo cuja única desvantagem era ter de suportar a companhia da fera todos os dias na hora do jantar. E todos os dias recusar a mesma proposta "Quer ser minha mulher, Bela?" ela surpreendia-se com a sua gentileza e com o respeito que lhe dispensava, mas não conseguia oferecer-lhe nada mais que sua amizade sincera.

Conforme a amizade deles se estreita, ela pede a ele para visitar sua família por oito dias, mas ele afirma que se ela passar desse prazo, ele morrerá e ela promete que cumprirá o prazo, contudo, suas invejosas irmãs revoltadas por ela ser mais bem tratada que elas, então planejam prendê-la em casa além do prazo para que assim a fera morra e ela sofra. Porém, Bela volta a si e retorna ao castelo após ter um pesadelo em que via a fera morrendo por sua causa, ela se dá conta dos seus sentimentos e, ao assumi-los, liberta-o da maldição.

Já a versão de Madame Villeneuve, um pouco mais elaborada, trata quase da mesma premissa, dessa vez, contudo, o comerciante tinha doze filhos, acontece tudo quase do mesmo jeito, a diferença essencial está no desenrolar da história em si. Nessa história, Bela apesar de ser uma garota com qualidades, é descrita de maneira mais fútil e menos inteligente que a garota de Beaument, há também certas condições na maldição que a fera deve seguir como o fato de esconder sua inteligência. Essa versão também conta com duas fadas, uma boa e outra má que tem ligação direta com Bela e o príncipe amaldiçoado.

Aqui, Bela é fruto do relacionamento proibido entre uma fada e um rei mortal. Outra fada que se apaixonou por esse rei, tramou para matar a menina e aprisionar sua mãe, assim, a irmã bondosa da mãe de Bela salvou a menina e a trocou pelo bebê doente do mercador. Desde a infância, Bela e o príncipe estavam destinados a ser um casal, já que o rei era irmão da mãe do príncipe. Não tendo sucesso com o rei, a fada má - que era tutora do príncipe - se aproveita de uma situação delicada em seu reino e impõe que eles se casem, mas com a recusa do mesmo, ainda uma criança, e a objeção da sua mãe no enlace, ela joga nele uma maldição que o transforma em uma fera.

A fada boa, vendo nisso uma oportunidade de ajudar a irmã e a sobrinha, bola todo um plano para colocar Bela no caminho do primo e a história se desenrola quase da mesma maneira do primeiro conto. As diferenças mais gritantes, além dessas citadas, são que o castelo inteiro é encantado e faz parte de uma terra mágica específica. Bela, nessa versão, é mais próxima das produções artísticas como o teatro, a ópera e o balé do que os livros propriamente e o tom da fera muda um pouco de "quer ser minha mulher" para algo mais agressivo como "quer dividir o leito comigo", mesmo que ele não tenha em nenhum momento sido realmente invasivo com ela (apesar de ficar observando ela dormir) achei isso meio... "oi?"

Outra diferença bem pontual da primeira versão é o fato do príncipe, em sua aparência verdadeira, aparecer nos sonhos de Bela graças a magia da fada boa que também aparece em seus sonhos advertindo a sobrinha a seguir seu coração e não se fiar na aparência. Ela, contudo, acaba se apaixonando pelo príncipe em seus sonhos o que dificulta muito seus sentimentos pela fera. O prazo que ela pede para ficar em casa são dois meses e, mais uma vez, as irmãs armam um plano para atrasá-la e a própria Bela fica tentada a permanecer com a família. Contudo, após um pesadelo onde vê a fera morrendo, ela decide voltar para o castelo e o desenrolar é quase o mesmo. O diferencial está que temos a história da fera e a revelação da origem de Bela, além do reencontro dela com seus pais.

Mesmo essa segunda versão sendo maior e com mais detalhes, foi a que gostei menos, não só pelo caráter de Bela que eu achei fraco, um tanto fútil e o próprio desenvolvimento da história que, por vezes, me parecia maçante. Além de ter achado essa origem da Bela bem inusitada o que foi, ao mesmo tempo, uma surpresa boa e ruim.

Num cômputo geral, mesmo eu não tendo gostado tanto quanto esperava, é inegável a qualidade estética do texto e a genialidade por trás da ideia. Sobretudo, a edição da Zahar conta com um prefácio maravilhoso que nos situa na gênese do conto (possivelmente inspirada em um mito grego) e seu desenvolvimento ao longo do tempo. Para os curiosos ou apaixonados por versões originais, indico.

Adaptações

Dava para fazer um post inteiro só com as adaptações da Bela e a Fera, são inúmeras, nem todas elas, contudo, boas. Já escrevi um post aqui com todas as adaptações que vi da Bela Adormecida, mas nesse post vou me ater apenas a algumas adaptações pontuais desse conto.

Começando com a clássica versão da Disney de 1991 e provavelmente o primeiro contato de todo mundo com essa obra, as diferenças no enredo original são bem pontuais, a empresa de animação deu seu "toque mágico" na trama criando não apenas uma das melhores protagonistas femininas - e já prenunciando uma sequência de futuras princesas empoderadas -, mas uma série de personagens marcantes que sobreviveram no imaginário e dão até hoje a sensação gostosa de infância.

O longa de 1h e 24min, conta com personagens que não aparecem nas versões originais como Gaston, Lefou, Madame Samová, Morloch e Lumiére, além de dar um significado simbólico e certo protagonismo para a rosa que, nas versões originais era apenas um gatilho de clímax para a problemática central. Além de ser recheado de canções originais, as personagens são dotadas de personalidades marcantes e planos de fundo bem desenvolvidos. Não vou comentar nada sobre o Live Action lançado pela empresa porque realmente não gostei nada.



No ano seguinte a Wester Animation lançou sua versão do conto este já mais voltado para as versões originais, uma mescla dos dois contos. A animação dura 48min e embora não tenha o mesmo encanto da Disney, com suas personagens carismáticas e canções que grudam na cabeça, se fiam mais no conto originário.

Nesse, O caixeiro tem cinco filhos e, ao ser enganado pelos homens a quem confiou seus negócios, se vê cheio de dívidas. Os três navios que podiam ser sua salvação foram vitimados por um tufão nos mares da Ásia, assim, sem nada, a família acaba tendo de se isolar em uma casinha no campo que era tudo que lhes restava. 

Ao contrário de suas irmãs fúteis, Bela que sempre foi simples e otimista, se põe a ajudar o pai e os irmãos no recomeço da vida, mas o encontro do pai com a fera para atender a um pedido seu vai mudar todo o rumo da história. Influenciada por uma fada má, Bela vai precisar confiar nos seus instintos sobre a verdadeira natureza do seu benfeitor.

Em 2010, a American World Pictures lançou a "versão sombria" do conto, bem, pelo menos era a intenção. Eu só vi esse filme uma vez há muito tempo então não vou lembrar exatamente de todos os detalhes, mas a premissa é, se não me engano, um rei que está nas últimas e seus filhos que anseiam pelo trono. Um deles, para consegui-lo, mata o mais jovem e se alia a uma bruxa para amaldiçoar o verdadeiro herdeiro mergulhando o reino em uma era de sadismo e caos.

No vilarejo do reino vive Bela, uma jovem aprendiz de herbologista (antigo boticário, médico, como queira chamar) muito competente e cobiçada por todos os homens. Várias mortes brutais começam a acontecer no vilarejo e um monstro que vive na floresta é acusado dos crimes, mas ao salvar a vida da jovem, ela acaba desconfiando disso e decide ajudá-lo a revelar a verdade.

Com uns efeitos especiais bem ruins para 2010, muito gore mal feito e uma Bela sexualizada desnecessariamente, essa versão é completamente dispensável para os fãs do conto, pelo menos no meu ponto de vista. Mas caso bata a curiosidade, você pode encontrar essa pérola cinematográfica na internet. Tem maior cara de filme dos anos 80 então saudosistas podem acabar gostando.


Em 2014 a Pathé Distribution lançou a versão baseada no conto de Villeneuve com algumas distintas modificações. Lembro que vi esse filme legendado pouco depois de sua estreia e antes de ele chegar ao Brasil (na época me recordo que muita gente criticou a dublagem da Paola Oliveira, mas como não cheguei a ver o filme dublado não vou opinar). Mesma coisa do anterior, eu só assisti uma vez, então não me recordo bem dos detalhes. O elenco traz  Vincent Cassel (Cisne Negro) como o príncipe amaldiçoado e Léa Seydoux (Azul é a cor mais quente) como Bela.

Um rei de um reino próspero vivia com sua bela esposa, sua maior felicidade, além dela, era a caça. Todavia, sem saber a verdadeira natureza de sua rainha, ele não ouviu um dia quando ela lhe pediu para não ir caçar e acabou matando uma bela corça dourara apenas para vir a descobrir depois que este era sua esposa. O deus da floresta, furioso com a morte de sua filha, amaldiçoa o rei a tornar-se a besta que ele era por dentro.

A partir daí, temos a história do conto original. Um rico comerciante perde tudo quando seus navios afundam em uma tempestade e se vê com todos os seus bens confiscados pelos credores. Para fugir da vergonha, a família se instala em uma propriedade no campo e, apesar das dificuldades no início, se esforçam para se adaptar à nova situação. Dos filhos do comerciante, Bela, a caçula, é uma jovem inteligente, impetuosa, com coração bondoso e personalidade forte. Suas duas irmãs são cabeças de vento fúteis e, no que se refere aos irmãos, o mais velho é um encrenqueiro arrogante, o do meio um escritor fracassado e o mais jovem um garoto de bom coração e coragem.

Quando recebe a notícia que seu barco havia aportado ileso com todos os seus tesouros a salvo, a família comemora, o comerciante parte com o filho mais velho para a cidade a fim de reclamar seu tesouro, mas acaba descobrindo que tudo também foi confiscado pelos seus credores graças a promissórias que ele havia assinado antes. Furioso, o filho mais velho acaba se separando dele. Ao procurá-lo, o homem é perseguido por bandidos perigosos a quem o filho está devendo muito dinheiro, fugindo em desespero e preocupado com o filho, o comerciante se perde na floresta por causa de uma intensa tempestade de neve e acaba sofrendo um acidente que o leva para o castelo encantado da fera.

No castelo, ele é recebido e alimentado, além de receber como presente arcas com todas as futilidades pedidas pelas filhas, exceto, contudo, a rosa de Bela. No caminho de volta, ele vê uma árvore gigantesca com belíssimas rosas, mas ao arrancar uma é atacado pela criatura que diz que ele tem um dia para se despedir da família e voltar ou ele matará a todos. O comerciante volta para casa muito triste e conta a história para os filhos que não acreditam muito nele. Contudo, Bela se sente responsável pelo que aconteceu e tranca o pai no quarto fugindo a cavalo para se oferecer a fera no lugar dele.

Chegando lá ela é bem recebida e tratada, contudo, ao contrário do conto original, a fera aqui é rude, machista e bem mal educada no começo, mas Bela não deixa por menos sendo imponente, desafiadora e dizendo o que pensa sem medir as palavras. Apesar disso, ela explora o castelo sendo sempre tratada com os mais belos vestidos e joias, até hoje me pergunto por que esse filme não ganhou nem um prêmio por figurino, é um espetáculo o figurino! A fotografia também não perde nada. Na sua estada no castelo, ela começa a ter estranhos sonhos com uma princesa que é casada com um apaixonado príncipe cujo maior prazer é a caça e em suas explorações ela acaba por descobrir que seus sonhos talvez não sejam fruto da sua imaginação.

Aproveitando a leve proximidade entre eles, a fera permite que ela volte para casa por um dia para se despedir da família, mas seu irmão mais velho arma um plano para levar os bandidos a quem deve para saquear o castelo enquanto a irmã visita o pai. Bela corre para salvar o amado e impedir que ele mate seus irmãos (apesar do mais velho merecer), mas um dos bandidos acaba ferindo o monstro que por bem pouco não morre sendo salvo pela magia da ninfa da floresta que um dia foi sua esposa, e pelas lágrimas de Bela. 

Esse filme, apesar de ser descrito como uma adaptação do conto de Villeneuve, tem alguns elementos do conto de Beumont também. Os efeitos especiais são muito bons, ele flerta ali com o dark também, e apesar de haver a magia ela não é o mote, mas um acessório na trama o que é muito interessante. Gosto muito dessa versão,  acho, inclusive, um live action muito melhor que o da própria Disney (novamente, opinião minha) embora não ache Vincent Cassel nada principesco,  ele cumpre bem o papel de príncipe arrogante, rude e machista da era medieval. Acho que vale muito a pena conferir essa versão.

E é isso, fico por aqui com essa resenha, ainda tenho mais duas para fazer antes do ano acabar. 

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

[BL] Don't Say No


Título original: เมื่อหัวใจใกล้กัน

Diretor: Pique Passawut

Gêneros: Romance, Drama, Família, Esportes

País: Tailândia

Episódios: 12 [+ 2 especiais]

Classificação do Conteúdo: 15+ 

Sinopse: De amigo a amante. Como será esse relacionamento, quando um é cara bom mas o outro é um menino mau. É possível transformar um cara mau em um amante?

Onde encontrar: Meow Fansub, Pitieris, Lianhua, Pi Fansub

Leo e Fiat são melhores amigos desde a infância. Com a família conturbada de Fiat, após a separação dos pais e o novo casamento, o menino praticamente cresceu na casa de Leo, sendo acolhido por sua família e amado como um filho. Após isso, a relação de Fiat com o pai nunca mais foi a mesma e ambos mal podem dividir o mesmo espaço sem acabar em uma violenta discussão. Da mesma forma, por mais que a madrasta dele se esforce em conquistá-lo, ele não dá a ela qualquer abertura para se aproximar conseguindo, no processo, o ódio da irmã Fah.

Por causa do seu histórico, Fiat sofre com a baixa auto-estima, ele acredita que, além de Leo, ninguém mais é capaz de aceitá-lo por quem ele é. Os dois são apaixonados um pelo outro desde sempre, mas enquanto Leo é covarde demais para revelar a verdade pensando que não será correspondido, Fiat vive com vários namorados diferentes na tentativa de despertar ciúmes em Leo e fazê-lo admitir sentimentos por ele, mas isso nunca acontece o que acaba deixando o garoto com uma fama ruim além de frustração. De sua parte, ele não revela seus sentimentos pelo melhor amigo porque teme que, caso o faça, Leo acabe abandonando-o assim como seu pai e todas as outras pessoas que ele amava.

Mas tudo muda quando Fiat começa a demonstrar uma obsessão por Type, seu fisioterapeuta, quando ele lhe diz uma frase que, muitos anos atrás, Leo havia lhe dito. Frustrado com as reações inertes do amigo às suas várias aventuras amorosas, ele acaba vendo em Type um possível substituto para o melhor amigo. Todavia, como bem sabemos, Type só tem olhos para seu marido Tharn, o que torna a obsessão de Fiat ainda maior e mais perigosa, isso acaba aproximando-o involuntariamente de Leo, desesperado para fazer o juízo voltar para a cabeça do homem que ama (um trabalho meio perdido, mas né?) e, assim, em meio ao desespero da situação, os dois acabam revelando a verdade sobre seus sentimentos um ao outro e, por fim, começam a namorar.

Contudo, a primeira vez dos dois namorando não é muito fácil já que, tal como Leo, mesmo tendo tido muitos namorados antes, Fiat nunca namorou sério antes e fica sem saber como agir diante de Leo. Embora os dois se conheçam como as palmas de suas mãos desde a infância, ainda passam pela fase de tentar impressionar o outro, além do fato de Fiat viver se segurando para não demonstrar seu desejo intenso de dormir outra vez com o namorado o que acaba gerando boatos infundados pela faculdade.

Superada essa fase, o passado de Fiat começa a se interpor entre eles quando antigos affairs do garoto passam a ameaçá-lo e a provocar Leo. Nesse momento, acabamos descobrindo que as investidas de Fiat nem sempre eram por devassidão na maioria dos casos e novamente seu amor por Leo é testado. Enquanto isso, descortina-se seu passado familiar quando sua mãe inesperadamente reaparece desbloqueando memórias traumáticas que o menino havia reprimido. Para ajudar o namorado e protegê-lo, Leo vai precisar entender a origem do problema de Fiat e assim conseguir alcançá-lo, mas poderá seus sentimentos serem mais fortes que os problemas sérios que terão de enfrentar juntos?

Em segundo plano, Leon, o irmão mais novo de Leo, está de volta à Tailândia e acaba causando na faculdade por causa da sua beleza. Todavia, acaba por perder seu coração para Pob, um aluno de Ciências Sociais que não lhe dá qualquer bola, quando este o ajuda indiretamente após ele levar um belo tapa de uma das suas ficantes. Contudo, conquistar o coração de Pob não vai ser tão fácil quanto Leon imaginava e isso vai ajudá-lo a se tornar uma pessoa melhor, mas quanto espaço na vida do jovem assistente social ele vai conseguir?

Uma das coisas que eu mais gostei nesse BL (fora não ter nenhum engenheiro hahaha) foi a construção dos personagens, eles são tão bem retratados e com vidas tão distintas que é impossível não torcer por eles. O mais legal é que eles fizeram um especial de introdução para Leo e Fiat que dispensa assistir a segunda temporada de Tharn Type para entender a história (eu até quero assistir, mas ainda não estou no clima para todo aquele termina-volta), e para mim, ver esse drama de maneira desvinculada do papel antagônico de Fiat no meu primeiro casal BL me ajudou a entender o personagem por ele mesmo sem qualquer tipo de pré-julgamento ou imagem ruim dele, de modo que pude torcer muito por ele e pelo Leo.

Embora o Fiat parecesse meio mimado às vezes e o Leo bem possessivo em alguns momentos, difícil não passar pano pra esse casal que esbanjou química nas telinhas e no meu coração. Nunca tinha visto nada com o First (que por sinal achei bem bonitão) e fiquei surpresa com o potencial de atuação desse garoto, ele chora e expressa emoções de maneira tão natural que eu aplaudia boa parte das cenas dele! O Ja eu conhecia de Until We Meet Again apesar de ele ter um papel secundário lá, a atuação dele não me deu boas impressões, contudo aqui, aquém de algumas pequenas marcas que eu acho fazerem parte do próprio ator, ele se mostrou competente em assumir um protagonismo, apesar de ser ofuscado pelo First no quesito mostrar emoções com naturalidade.

O Leon e o Pob fazem aquele típico casal secundário fofinho comum em BLs com um casal protagonista mais pimenta como Tharn Type, ou isso é marca da MAME ou é do gênero em si, não sei. Confesso que de início eu não torci muito por eles, mas conforme fui acompanhando a evolução pessoal do Leon passei a vibrar com cada nova conquista dele no terreno do Pob. Esse casal, inclusive, teve uma reviravolta bem interessante que no geral é aplicada ao casal principal, esse foi um diferencial bacana, embora no meu ver tenha sido um tanto desnecessário.

De longe, a coisa que mais gostei em DSN foi o retrato do problema psicológico do Fiat acarretado por sua mãe. Não sou psicóloga então nem vou arriscar que tipo de problema ela pode ter (apesar de ter ficado super curiosa com o quadro), mas é nítido como uma família disfuncional afetou o menino e, sobretudo, o abuso psicológico da mãe dele na infância foi decisivo na construção do caráter frágil, inseguro e sempre em modo de defesa dele, algo muito bem interpretado pelo First, a propósito. Além disso, a série ainda salienta de modo muito sutil o problema da saúde mental na Ásia, cada vez mais complicado e menos eficiente.

Leo e Fiat são praticamente uma inovação nos casais BL da Tailândia. Eles conversam de verdade para buscar soluções para os problemas, algo difícil nas produções que já vi onde geralmente uma das partes omite os pensamentos gerando confusão e até mesmo rompimentos desnecessários que podiam ter sido resolvidos com diálogo. Gostei pra caramba disso. No começo, a relação dos dois parece bem mais como uma "amizade de benefícios" considerado a disparidade das personalidades, mas conforme eles vão evoluindo como pessoa tudo que a gente mais deseja é que eles continuem juntos e, sobretudo, começa a sonhar em encontrar um Leo também. Volto a aplaudir a química desse casal, não perde em nada para Mew e Gulf na frente de uma câmera!

Entrou na lista dos melhores dramas que vi esse ano sem dúvida e está mais que recomendado!


[Não concorda comigo? É um direito seu. Mas, por favor, discorde nos comentários de maneira educada, sem ataques e sem histeria. Nem todo mundo pensa como você e nem por isso merece ser desrespeitado. Obrigada.]

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

[Livro] O Guerreiro (Príncipe Cativo #2)

Original: Prince's Gambit

Autor: C. S. Pacat

Ano: 2013

Gênero: Fantasia, LGBT, Romance, Histórico

Páginas: 400

Sinopse: As intrigas políticas entre os reinos de Vere e Akielos continuam intensas. E as marcas do passado ainda perseguem Damen, que, para sobreviver, é forçado a manter sua verdadeira identidade em segredo.Paralelamente, Laurent tem agora 20 anos e está bem próximo de reivindicar o trono. Mas seu tio, o regente de Vere, não tem intenção de renunciar ao poder e fará tudo o que estiver ao seu alcance para impedir que o sobrinho alcance seu objetivo.Ambos, Laurent e Damen, são herdeiros legítimos de seus respectivos reinos; no entanto, eles precisam unir forças para formar uma aliança um tanto improvável, e tentar impedir um plano letal. Mas, à medida que a confiança entre eles aumenta, uma relação ardente e intensa também se fortalece.Será que Damen e Laurent serão capazes de salvar a si mesmos e aos seus reinos?

Na sequência de O Escravo, Damen acompanha Laurent até a fronteira de Vere a mando do regente, mas está muito claro para o akielon que aquela viagem tem muito mais por trás que uma mera formalidade, o tio do príncipe quer eliminá-lo para continuar no trono e o que mais surpreende o estrangeiro é o anseio em seu peito de manter Laurent seguro. Durante todo o tempo em que sofreu todos os tipos de humilhação sob a corrente do príncipe veretiano, parecia que os dois haviam finalmente chegado a um acordo, embora Damen não fosse capaz de esquecer tudo pelo que passara desde que fora dado de presnte à Laurent, ele tampouco podia ignorar os sentimentos cada vez mais contraditórios em seu peito que o atraíam para o frio herdeiro do trono inimigo. 

A empreitada, liderada por um capitão incompetente e com um séquito igualmente desordeiro, se mostrava cada vez mais difícil e era insuportável para o guerreiro ter de aturar as insinuações sórdidas dos homens sobre Laurent, eles não o respeitavam como príncipe e, desse modo, não estariam dispostos a lutar de verdade por ele. Laurent, contudo, parecia não apenas ciente disso, mas fazia seus preparativos para estar sempre um passo a frente e, mesmo mantendo o guerreiro em uma distância relativamente segura, ouvia seus conselhos a respeito da campanha e o mantinha integrado nas suas missões. A viagem lentamente começa a aproximá-los e Damen se vê cada vez mais próximo da liberdade, está mais próximo de casa do que nunca, por mais que sinta dor ao imaginar deixar o príncipe para trás, está comprometido a assegurar a segurança de Laurent antes de ir embora.

Contudo, as coisas parecem estar se complicando ainda mais conforme a viagem avança e Damen se vê dividido entre voltar para casa, deixando Laurent à própria sorte contra o tio, e ficar em Vere ao lado dele lutando contra o regente. Quando a armadilha se mostra real e inevitável, o guerreiro descobre que sua lealdade esconde mais sentimentos que patriotismo. Ficar ao lado do príncipe veretiano a quem aprendeu a admirar e amar não parece mais uma escolha, mas o que vai acontecer quando Laurent descobrir que o homem por quem nutre sentimentos tão profundos pela primeira vez é o mesmo homem que matou seu idolatrado irmão Auguste? A identidade de Damen está cada vez mais por um fio de ser revelada, traidores são apontados, Laurent começa a perder o controle e as teias do regente se mostram muito mais amplas do que o guerreiro podia imaginar. Haverá um futuro feliz para o sentimento proibido entre o akielon e o veretiano?

Confessar que li esse livro bem mais rápido do que planejava. Nem parece que ele tem 400 páginas, sério! Cada página que passava me via mais ávida pela aproximação de Damen e Laurent e, ao mesmo tempo, desejando que não acontecesse o que era bizarro. Não vou entrar no mérito da problemática do livro cheio de gatilhos, em um contexto medieval como esse, infelizmente, esse tipo de coisa era frequente e real, qualquer pessoa com conhecimento básico de história do mundo sabe disso, de modo que, quando comecei a ler O Escravo, nem fiquei realmente chocada. O ser humano é podre desde o início dos tempos. A coisa é que, ao mesmo tempo que a aproximação de Damen e Laurent se torna evidente, mais ficamos divididos entre torcer por eles e contra eles, o que "ajuda" se é que pode dizer assim, é a forma como o príncipe de Vere começa a tratar Damen aqui, uma espécie de trégua da crueldade por assim dizer, mas isso não implica que ela nunca aconteceu e tanto nós quanto o guerreiro lembramos disso.

Enquanto lia, notava o crescimento real da tensão sexual que a autora criava entre Damen e Laurent, embora ela existisse no primeiro livro era algo mais em segundo plano, evidenciando mais a situação do príncipe de Akielos e sua "adaptação" à corte Veretiana, um tanto quanto bárbara e despudorada podemos dizer. Todavia, com a nova situação, essa tensão no segundo livro é gradualmente maior e em cada página que ocorria me pegava imaginando que, no momento que extravasasse, ela seria nuclear. Mas não estava esperando que isso ocorresse ainda nesse livro, mas no terceiro. Qual não foi minha surpresa quando mais próximo do fim do volume veio a inesperada explosão. Uma das coisas que gostei foi que ela não deu detalhes desnecessários e conseguiu construir um cenário completamente erótico e de acordo com a tensão sexual que ela engatilhou nas páginas até ali. Uma coisa que me incomodava muito no livro eram os palavrões, achava desnecessário, foi uma grata surpresa esse momento entre Damen e Laurent ser tratado, em sua maior parte, de maneira mais velada. Foi uma cena bonita de ler e, ao mesmo tempo, quente na medida certa. Gostei. BL não precisa ser putaria. Na verdade, romance nenhum precisa disso, sou do time que acredita que histórias de amor são mais que cenas de cama e a dualidade das personagens se encaixando nesse momento foi realmente sublime de ler.

Os plot twists do livro em boa parte me pegaram de surpresa mesmo, alguns eu não consegui prever, especialmente esse do final. Fiquei bem chocada e foi muito bom. Gostei como a relação de Damen e Laurent evoluiu devagar conforme eles foram se conhecendo melhor e conforme Damen percebia que Laurent não seria um governante pautado no ódio pelo seu país apenas por rixas antigas. Mas mesmo essa proximidade que prometia um futuro pacífico para os dois reinos seguia sempre ameaçada pelo segredo do akielon e isso não deixava a 'peteca da tensão' cair nunca além de nos deixar claramente preparado para um desenvolvimento trágico mais à frente. Por mais que os sentimentos entre eles tenha evoluído para algo mais... "profundo", não acredito que Laurent vá ceder tão facilmente quando descobrir a verdade sobre Damen e desconfio que o próprio regente vai usar isso a seu favor e isso mina nossas chances de um final feliz, mas deixa uma saída verossímil para um final agridoce ou trágico.

Gostei muito do desenrolar dessa história, estou ainda mais curiosa para ler o último volume e indico para aqueles que tem estômago forte e não se incomodam muito com palavras de baixo calão. Esse livro é uma verdadeira aula de como escrever um livro erótico sem cair nas armadilhas da apelação e uma verdadeira aula de construir personagens. Amei.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

[Livro] A Fera em Mim

Original: The Beast Within: A Tale of Beauty's Prince

Autor: Serena Valentino

Gênero: Ficção, Infantil

Linha: Disney

Ano de Publicação: 2016

Número de páginas: 192 (Ed. normal) 235 (Ed. econômica)

Sinopse: Um príncipe amaldiçoado se isola em seu castelo. Poucos o viram, mas aqueles que conseguiram tal proeza afirmam que seus pelos são exagerados e suas garras são afiadas – como as de uma fera!

No entanto, o que levou esse príncipe, que já foi encantador e amado por seu povo, a se tornar um monstro tão retraído e amargo? Será que ele conseguirá encontrar o amor verdadeiro e pôr um fim à maldição que lhe foi lançada?

Esse foi o primeiro livro da série que eu comprei e deixei para ler por último porque tinha altas expectativas com ele. Expectativas essas que ficaram ainda maiores depois de ler A Mais Bela de Todas que, para mim, foi o melhor da franquia até agora. Negócio é que eu fiquei ansiosa demais e acabei encarando uma leve decepção quando fui ler de fato.

Cronologicamente, ao que parece, esse é o primeiro livro (contando dos outros da série que eu li e ficava perdida numas partes), a autora interligou o mundo da história com as personagens criadas por ela e modificou algumas coisas da linha original. A ideia de Gaston ser o melhor amigo do Príncipe (que, não sei porque cargas d'água ela não chamava pelo nome dele, Adam) foi, ao mesmo tempo, legal e esquisito. Na verdade, a mescla de personagens aqui não caiu tão bem ao meu ver como nas outras histórias, foi a mesma sensação de ler Úrsula e ver a bruxa do mar como irmã de Tritão, simplesmente não fazia o menor sentido na minha cabeça.

Ela vai desenrolando os fatos de maneira até bacana, mostrando o dia do castelo antes de Bela e antes da maldição e constrói o caráter fútil de Adam de maneira coerente com a maldição que ele recebeu e acho que de toda história essa foi a única parte que, a meu ver, ficou realmente legal, a maneira como ela tornou a maldição algo gradual e psicológico, em determinado momento da história tu não sabia se Adam estava realmente desfigurado ou era apenas a maneira como as pessoas o viam, o externar do seu interior horrível. Contudo, aquilo de ele não ser capaz de ver os criados dele também não encaixou bem.

O livro é bom, não tanto como A Rainha Má que, para mim, foi a melhor experiência da franquia até agora, mas não consegui deixar aquela ponta de decepção, mesmo sendo uma leitura bem rápida, não conquistou ou impactou tanto quanto a história podia e merecia. Havia tantos espaços sombrios e fantásticos que podiam ter sido aproveitados dentro dessa obra e ela ou tratou de modo superficial ou ignorou que me deixou bem desapontada.

Como falar muito pode acabar dando spoiler, vou parar por aqui. A recomendação fica por sua conta em risco.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

[BL] Love with benefits

Original: Love With Benefits

País: Tailândia

Episódios: 5

Gêneros: Romance

Elenco: Folk Jakkarin, Gameplay Garnpaphon, Best Vittawin (Check out the series)

Sinopse: First, Play e Pluto ficarão sob o mesmo teto por 10 dias. Quais seriam os benefícios de ficarmos juntos?

Onde achar: Pi Fansub (completo), Lianhua (em andamento)

Comecei a ver esse drama por causa de alguns GIFs no instagram, fiquei feliz por ele ser curtinho apesar de cada episódio ter quase uma hora, não foi tão difícil terminar e a história é, até certo ponto, interessante. Confesso que ando tendo alguns problemas com BL, não ando encontrando nenhum que queira realmente ver até o final, as últimas aquisições que estou acompanhando são Kieta Hatsukoi que gostei por ter aquela vibe Cherry Magic, e Bad Burry que fugiu da engenharia/medicina e trouxe o Ohm Pawat de novo, impossível não ver porque ele é lindo e um excelente ator. Além, claro, do maravilhoso Don't Say No que eu ainda não terminei de ver porque não queria que acabasse hahahaha, mas vou resenhar ele ainda esse ano.

Não tem como falar muito desse drama sem dar spoiler, então vou tentar ser breve e cuidadosa para não estragar a experiência de ninguém. A história segue um par de atores que foi escalado como casal em um drama BL que está para ser começado a gravar. Para a preparação, eles são confinados em uma casa por dez dias onde terão que interagir para se aproximar e contarão com aulas de interpretação para entrar no papel. First é um excelente ator, mas não se dá muito bem com Play, seu par na trama, apesar de se sentir muito atraído por ele e adorar provocá-lo.

Como nos workshops onde a gerência participa, Play não está indo bem na atuação por sempre ser provocado por First e ficar irritado demais para conseguir simular um par romântico com ele, a empresa decide chamar Pluto, um bem sucedido ator teen para ficar com eles na casa e se entrosar com Play como um possível par romântico para a série. O que ninguém sabe é que Pluto tem um segredo que envolveu Play. O ciúmes faz com que First comece a investir mais pesado nos sentimentos que carrega pelo colega de elenco, mas quem conseguirá no final ser o ator principal do coração de Play?

Em nenhum site foi mencionado o diretor ou o roteirista dessa série, apenas que é produzida pela mesma empresa que vai lançar o BL check out ano que vem, talvez por isso haja a presença de Best no elenco já que o piloto especial da série rendeu bons comentários na mídia. Como é só um episódio, apesar de ter assistido não fiz resenha aqui porque não tinha como tirar conclusões da história só por ali. Só posso dizer que o potencial é bom. No caso de Love with Benefits, apesar da história ser legal, a gente pode ver os bastidores de um drama antes mesmo de ele começar a ser lançado e achei isso muito legal, há alguns probleminhas na produção que podem incomodar alguns.

Por ser um drama curto, o ritmo pode parecer um pouco lento em alguns momentos e acelerar do nada em outros. Há muitas cenas em que os personagens simplesmente ficam calados por tempo demais, apesar de algumas dessas cenas servirem como tensão entre os atores que, saliento, tiveram uma química muito boa, em outros momentos é completamente desnecessário e podiam ter sido editadas. Algumas atuações soam um pouco forçadas, mas é recorrente em dramas da Tailândia, já percebi, por isso quando vejo um bom ator vou atrás de tudo que ele fez. Mas não posso reclamar do entrosamento dos atores principais, o Folk tem um estilo que lembra muito o Mean (Love by Chance), tanto nas expressões quanto na forma de falar. O Gameplay, mesmo entregando uma atuação mais ou menos, brilhava quando interagia com o colega de elenco, apesar do personagem dele ser bem infantil na maior parte do tempo.

Não tenho certeza se pelo tamanho da série, mas senti falta de um desenvolvimento melhor do casal e dos próprios personagens em si. Já vi a Tailândia fazer dramas menores com uma qualidade construtiva muito melhor, então nem é desculpa o formato. Ainda assim, aquém de tudo isso, vale a pena ver sim, tem uns beijos no melhor estilo TharnType e uma bed scene que te contar, deu até calor!