segunda-feira, 25 de abril de 2022

[Livro] A Rebelde do Deserto

 

Original: Rebel of the Sands

Autor: Alwyn Hamilton

Ano: 2015

Páginas: 288

Sinopse: O destino do deserto está nas mãos de Amani Al’Hiza ― uma garota feita de fogo e pólvora, com o dedo sempre no gatilho. O deserto de Miraji é governado por mortais, mas criaturas míticas rondam as áreas mais selvagens e remotas, e há boatos de que, em algum lugar, os djinnis ainda praticam magia. De toda maneira, para os humanos o deserto é um lugar impiedoso, principalmente se você é pobre, órfão ou mulher. Amani Al’Hiza é as três coisas. Apesar de ser uma atiradora talentosa, dona de uma mira perfeita, ela não consegue escapar da Vila da Poeira, uma cidadezinha isolada que lhe oferece como futuro um casamento forçado e a vida submissa que virá depois dele. Para Amani, ir embora dali é mais do que um desejo ― é uma necessidade. Mas ela nunca imaginou que fugiria galopando num cavalo mágico com o exército do sultão na sua cola, nem que um forasteiro misterioso seria responsável por lhe revelar o deserto que ela achava que conhecia e uma força que ela nem imaginava possuir.

Essa foi minha segunda tentativa com audiobook, ouvi alguns capítulos de Terra do Gelo porque havia acabado de fazer exame oftalmológico e não estava conseguindo ler, então ouvi. Mas esse eu ouvi inteiro em audiobook, esse livro estava empacado no meu tablet já tinha um bom tempo e decidi colocá-lo na meta de leitura desse ano porque, na época, além da capa ser muito bonita eu vi muita gente recomendando. Bem, já estou mais que certa que minha mãe não erra quando diz que não sou todo mundo.

A história é narrada por Amani, uma garota que vive na Vila da Poeira, embora o livro não fale com clareza, entendemos que ele fica em um sultanato fictício no oriente médio. Os pais de Amani já morreram, então ela está sob a guarda de seu tio e sob a tutela rígida de sua tia Farrah cujo principal hobby é espancá-la. Desde a morte de sua mãe, a menina sonha com o dia que finalmente vai sair da Vila da Poeira e ir à Izman onde sua tia vive e onde sua mãe afirmava ser o paraíso, um lugar para ser livre e fazer suas próprias escolhas mesmo sendo mulher.

Para conseguir sua fuga, Amani se candidata em um concurso de tiro, ela é uma exímia atiradora e sabe que vai conseguir vencer tendo como prêmio sua passagem para longe daquele fim de mundo opressor onde ser mulher é um crime. Inclusive, para fazê-lo, ela se disfarça de menino. Nesse concurso ela acaba conhecendo um estranho estrangeiro com quem tem uma breve aproximação, as coisas no concurso de tiro acabam saindo do controle e a esperança da jovem voam junto com a areia do deserto.

De volta em casa, Amani está desesperada para fugir. Ela sabe que sua vida corre risco se continuar ali, seu tio tem planos de se casar com ela e a garota não está nem um pouco disposta a se submeter ainda mais ao seu jugo tirânico. Quando o exército do sultão chega à procura de um forasteiro fugitivo, Amani descobre que o estrangeiro que ela conhecera no dia anterior — e que agora estava escondendo na loja de sua família — era procurado por traição. Contudo, ela não tinha a menor intenção de entregá-lo e dá um jeito de despistar os soldados, tratando a ferida de bala do estranho logo depois.

Ela pede a ele que lhe tire da Vila da Poeira, mas ele se recusa, todavia, uma série de acontecimentos acaba culminando na fuga dos dois como fugitivos do exército e, presos no deserto, Amani descobre que o nome do estranho é Jin e que ele vai lhe ajudar a chegar à Izman. Assim, os dois partem em uma viagem para se juntar a uma caravana que poderá levá-los em segurança pelo deserto e é nessa viagem que Amani se dá conta da extensão do mal que o exército do sultão está causando em todo o deserto, devastando cidades inteiras e oprimindo cada vez mais as pessoas.

Paralelo a isso, a rebelião do príncipe herdeiro Amed, que antes era só uma lenda nas histórias que Amani ouviu a vida toda, se prova muito mais real do que ela imaginava. No percurso, a vida de Jin corre perigo com as criaturas sombrias que habitam o deserto e eles acabam no acampamento do príncipe rebelde, tentando lidar com os sentimentos proibidos que nutre pelo estrangeiro, Amani vai precisar fazer a escolha mais delicada da sua vida, juntar-se aos rebeldes pela liberdade do deserto ou seguir seu caminho para Izman deixando tudo para trás.

Sendo bem sincera, não gostei do livro. A história não me prendeu e acabou por não ser nada do que eu esperava, é uma espécie de mistura de Alladim com Mad Max que não funcionou comigo. Embora seja um livro bem escrito, aborde questões importantes como a opressão, o machismo, a ditadura e várias reflexões sociais sobre o oriente médio que se aplica muito bem à nossa sociedade também, o mérito do livro para mim acabou aí. Não consegui simpatizar com as personagens, por mais que o possível romance da Amani com o Jin tenha ali aquela faisquinha de interesse não passou disso para mim, uma faísca.

Não tenho muita certeza se foi o fato de ser narrado pela Amani ou se pela apresentação de personagens ser muito rasa, acabei sem me apegar a nenhum personagem e chegou em um ponto que eu já não me importava como o livro ia terminar. Embora a gente consiga sentir a opressão pulando das páginas, especialmente as mulheres, não consegui me conectar com a Amani ou os demais personagens, inclusive, quando um deles morreu eu sequer senti, porque não deu nem tempo me apegar a ele e, enquanto algumas partes do livro se arrastam, a apresentação das personagens, em muitos aspectos foi rápida demais.

Enfim, não tenho planos de ler os outros dois livros, não me interessou e talvez, não tivesse feito a experiência do audiobook, eu tivesse abandonado a leitura. Contudo, tanto a construção quanto a apresentação de mundo — além das reflexões — vale a conferida.

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