Original: Tiger's Dream
Autor: Colleen Houck
Série: A maldição do tigre #5
Páginas: 608
Ano: 2018
Sinopse: Com a derrota do feiticeiro Lokesh, só parecia restar ao príncipe Kishan Rajaram passar a eternidade cumprindo a promessa de proteger a linda e irascível deusa Durga. Preso no passado, ele sofre depois que seu irmão, Ren, e Kelsey, a garota que ambos amam, voltam ao presente e começam a viver o seu "felizes para sempre".
Então, quando o xamã Phet aparece pedindo sua ajuda para salvar Kelsey, Kishan agarra a oportunidade com unhas e dentes, disposto a voltar atrás na sua decisão de ficar no passado e assim mudar seu destino. O tigre negro está prestes a descobrir que aquilo que parece o fim pode ser apenas um recomeço...
Com um desfecho extraordinário, a autora Colleen Houck apresenta neste quinto volume uma visão completa da empolgante saga dos tigres. Numa complexa teia de viagens pelo tempo, Kishan e Durga concluem, entre idas e vindas, uma tarefa após a outra para garantir que a linha traçada para o destino da humanidade seja cumprida – o tempo todo lutando contra a tentação de interferir e redesenhar o futuro.
Kishan não está nada feliz por ter ficado no passado e deixado Ren no futuro com a mulher que ambos amam e ele rumina esse sofrimento pela eternidade ao lado de Anamika, a personificação humana da deusa Durga. Ele não se sente feliz ao lado dela e é negligente com boa parte dos seus deveres o que acaba em geral causando conflitos entre os dois.
Um dia, Kadam retorna a ele dizendo que Kelsey está em perigo e que ele precisa salvá-la, mas, ao contrário do que Kishan imaginava, os dois não viajam ao presente, mas ao passado onde uma jovem Kelsey adolescente está prestes a perder os pais num terrível acidente de carro. Kadam explica a Kishan que desde o começo de tudo, ele e Anamika eram os responsáveis por toda a história que se desenrolou sobre Ren, Kelsey e sobre o próprio Kishan.
Mesclando linhas do tempo e universos paralelos, o tigre negro vai precisar assumir seu lugar ao lado da deusa Durga para recriar toda a jornada que o levou a tomar a decisão que culminou no seu presente e tendo nas mãos o poder de mudar toda a história. Enquanto vai conhecendo mais sobre a mulher a quem está destinado a servir, Kishan começa a descobrir sobre seu papel no mundo, na vida das pessoas que ama e para aquela que está desde o início destinado a amar.
Já faz nove anos desde que li o primeiro e quarto volumes dessa série, na época em que a Avon ainda trazia livros decentes no seu catálogo. Quando tinha terminado O Destino do Tigre não fazia ideia do que viria no quinto volume da série, mas imaginava que seria algo focado em Kishan ou na continuação da vida de Kelsey e Ren, algo que a meu ver teria sido meio monótono. Ano retrasado, comprei o livro numa BF da Amazon, a capa me confirmando que minha primeira hipótese estava certa e de que passearíamos pela jornada de Kishan, mas acabei deixando o livro na estante por um bom tempo. Esse ano, contudo, finalmente decidi encará-lo de frente junto a outros livros "encalhados" na minha estante.
Uma das coisas que mais gostei nesse livro é que as 'problemáticas românticas' giram em torno de questões realmente sérias e não na infantilidade de atitudes ou equívocos como muitas vezes acontecia nos demais livros da série e, ao contrário de Kelsey, Anamika não é uma protagonista besta, seu comportamento não só tem um fundamento forte, como ela realmente consegue equilibrar a mulher, a menina e a deusa em uma só pessoa sem perder sua essência.
As trapalhadas do livro ficam por conta de Kishan, nunca vi um personagem tão lento! No capítulo dois eu já notei que ele estava apaixonado por ela, mas o cara estava ficou tão preso em autocomiseração e em choramingar por uma garota que claramente não gostava dele romanticamente que não era capaz de ver a mulher que o amava bem ao seu lado! E isso dura mais da metade do livro, porque Ana dá todas as dicas do que sente e a anta não enxerga! Depois passa mais uma dúzia de capítulos tentando entender se gosta dela e a nossa paciência vai escoando como água.
O livro vai se intrincando em um monte de voltas no tempo que vão dando um nó na nossa cabeça e chega uma hora que o Kishan do passado e do presente são tudo uma coisa só. O que chama atenção mesmo é a jornada de Anamika, a história dela é muito interessante e triste, quanto mais a personagem evolui, mais a gente se apega a ela. A relação dela com Kishan é bem lenta e bem gradual, chega a ser doloroso acompanhar os dois em alguns momentos, porque eles se amam, você nota isso, mas eles apenas não admitem e, ao invés disso, acabam brigando.
Apesar disso, o romance entre eles é muito bonito e a forma como se entendem e se aproximam conforme se permitem conhecer é algo lindo de acompanhar e você passa a torcer mesmo por eles. Por esse motivo, achei que o final escolhido pela autora destruiu essa história que estava ficando perfeita aos meus olhos. Não, claro, que o livro seja ruim, de forma alguma, mas o meu ponto é que, quando lemos uma história, especialmente fantasia, queremos acreditar que a história daqueles personagens não acabou, ela continuará na nossa mente para sempre. Não desejamos a sensação de fim e foi justamente isso que a autora nos mostrou, o fim. O fim definitivo de tudo. E o pior é que a tentativa dela em tentar amenizar essa sensação de final não funcionou porque, se você prestar bem atenção em toda a história construída por ela, vai ver que é uma narrativa cíclica.
Ela simplesmente construiu um enredo cíclico no qual os personagens vão passar pelos mesmos perrengues de forma ininterrupta para ter o mesmo fim irremediável porque, de alguma forma, eles estão condicionados a fazer as mesmas escolhas. A sensação que me deu quando cheguei ao final do livro foi que todo o sofrimento que o Kishan passou e mesmo a Anamika, esse livro todo, nunca teria fim, era um fado cósmico perpétuo que os prendia na eternidade e, ainda pior, uma eternidade dolorosa e finita só para reiniciar. É triste. Fechei o livro com um sentimento amargo e isso me chateou muito porque, até então, era meu livro favorito da série. Infelizmente, voltou a perder o posto para o terceiro volume.
Ainda assim deixo recomendado, mesmo com esse final triste tem uma história boa ali dentro, costurada com várias mitologias asiáticas que tornam o enredo rico e interessante.
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