Autor: John Flanagan
Ano: 2015
Páginas: 288
Gênero: Fantasia, Comédia, Aventura
Sinopse: A chegada da primavera começa a derreter a grossa camada de neve do inverno escandinavo. Depois de semanas de muito frio e comida escassa, Will e Evanlyn vislumbram a primeira chance de continuar com sua fuga. Mas Evanlyn é capturada por um misterioso cavaleiro.
Quando Will parte em busca da jovem princesa, reencontra Halt e Horace. Juntos, eles descobrem os planos dos temujai, um povo guerreiro das Estepes do Leste, que havia reunido um poderoso exército invasor no intuito de dominar a Escandinávia. Halt percebe que a invasão do reino gelado representa somente o início da investida dos temujai, que, certamente, logo se lançariam contra Araluen. Por isso, ele decide oferecer ajuda aos escandinavos.
Assim, resgatar Evanlyn passa a ser apenas o primeiro desafio no caminho de Will. O segundo, muito mais doloroso e imprevisível, será lutar lado a lado com os escandinavos, o povo que o escravizou, a fim de impedir a ascensão de um inimigo comum.
Seria Ragnak, líder do povo escandinavo, capaz de deixar seu ódio de lado e aceitar o auxílio de arqueiros araluenses? Quais consequências uma aliança como essa pode trazer?
Olha, depois de dois livros penando para terminar e quase dormindo de tédio, finalmente o ânimo e o fôlego da narrativa voltaram! O problema de sagas muito grandes é que elas começam com todo o gás, mas vão lenteando muito no meio até pegar pique de novo, o segundo e o terceiro volumes de Rangers foram sofríveis para mim.
Depois de sofrer o pão que Ragnak amassou e ser viciado na erva do calor, Will e Evanlyn, com a ajuda de Erak, conseguem fugir do castelo e se abrigar em uma cabana de caçador nas montanhas. Por causa do inverno rigoroso do norte, ninguém se atreveria a ir atrás deles. Porém, agora que a neve começa a derreter, os dois precisam seguir viagem, mas Will ainda não está completamente forte para isso e, desse modo, Evanlyn pede que esperem mais um pouco. Mesmo com poucos recursos, eles haviam conseguido sobreviver bem ao inverno, pelo menos o melhor que as condições no lugar ofertavam, e ela aprendera bastante com o arqueiro tão logo ele conseguiu recuperar sua lucidez.
Enquanto isso, Halt e Horace continuam sua busca pelos dois quando finalmente alcançam a fronteira as terras escandinavas, Halt começa a pensar em uma maneira de atravessar sem maiores problemas, apenas para descobrirem que o forte da passagem fora atacado por um grupo de guerreiros temujai, um povo bárbaro muito conhecido do arqueiro. Não gostando nada daquilo, eles seguem o rastro do grupo para poder descobrir mais sobre o motivo de estarem ali.
Evanlyn, por sua vez, é capturada por um dos membros do grupo temujai e Will, preocupado com sua demora, vai atrás dela, demorando mais que o preciso por causa da sua debilidade. Finalmente, no acampamento do grupo temujai, aprendiz e mestre se reúnem e a gente apenas respira aliviado acreditando que tudo vai ficar bem. E até fica, um pouco. Will impede que Evanlyn seja morta e Horace consegue derrotar o grupo temujai levando consigo um prisioneiro por ordem de Halt. Sem alternativa diante daquela ameaça, o arqueiro decide levar Will e Evanlyn de volta para Hallasholm — de onde eles praticamente tinham acabado de fugir! — para avisar a Ragnak sobre o ataque.
No caminho, eles acabam encontrando com Erak e Halt relata tudo, os dois acabam fazendo um acordo e voltam juntos para o castelo escandinavo com o chefe militar prometendo a Halt que tanto Evanlyn quanto Will serão protegidos por ele de Ragnak. Ele sabe que Halt é sua melhor chance de vencer aquele povo estranho e perigoso. É claro que o oberjal não gosta muito de receber ajuda de um arqueiro araluense, mas diante dos fatos apresentados por Erak, ele não vê saída se quiser preservar suas terras e suas posses.
Will, recomendado por seu mestre, volta a imergir em um duro treinamento para recuperar o tempo perdido e o enfraquecimento de suas habilidades. Assim, Evanlyn se refugia em Horace já que o arqueiro não lhe dispensa mais atenção. Com a ameaça temujai cada vez mais perto, mesmo apesar das intervenções de Halt, a preparação se torna cada vez mais urgente e um traidor pode colocar em xeque a já pequena chance de vitória deles. Mesmo Evanlyn conseguindo descobrir o plano do escandinavo traidor, sua identidade como princesa Cassandra é revelada colocando sua vida em jogo.
Agora, além da ameaça temujai, perigosa não apenas para escandinávia, mas para Araluen também, Halt e Will precisam usar todas as suas cartas para salvar o pescoço da princesa do vallasvow feito pelo oberjal. E, mesmo que consigam sair vivos da empreitada, a amizade de Will com Evanlyn vai continuar a mesma após aquela revelação?
Tal como o primeiro livro, esse quarto volume trouxe de volta a carga cômica em momentos acertados e o velho Halt cheio de sarcasmo em cenas simplesmente hilariantes mesmo nos mais perigosos cenários. Senti muito a falta disso nos dois volumes anteriores. O que eu não gostei muito aqui foi esse romancinho forçado entre Evanlyn e Will, especialmente na tentativa de triângulo amoroso envolvendo Horace. Achei tão fora de tom pra narrativa focada em ação. Eu não consigo ver os dois como casal, sério.
De resto, as interações entre Halt e Erak eram o ponto alto da narrativa, sempre rendendo risadas certas e a fortificação de uma amizade improvável entre dois povos inimigos. Gostei muito disso. E ver o carinho sincero entre Halt e Will é um verdadeiro calorzinho no coração. Houve, inclusive, uma verdadeira evolução de Will nesse livro, após crescer tanto como arqueiro, ele teve que praticamente se recuperar em tempo recorde e encarar uma guerra de cara após meses apático e com abstinência da droga. Reconheço o papel da amizade de Evanlyn nesse processo, mas fica nisso, amizade, não consigo ver eles como casal, nem acho que isso cabe na narrativa.
A amizade entre Horace e Will também foi algo que evoluiu e gostei muito de ler. Desde o segundo livro eles começaram a se respeitar e ver esse sentimento aprofundado foi algo muito bom de ler. Além da consolidação da relação entre Will e Erak, se a gente gostou do personagem no terceiro livro, nesse a gente realmente coloca ele no coração. O quarto volume de Rangers reacendeu meu carinho pela saga que havia ficado preso no primeiro livro. Espero que os próximos continuem mantendo esse ritmo com poucas oscilações na narrativa.
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