quinta-feira, 30 de outubro de 2025

[Livro] Nomeador de Objetos

Autor: Ester Oliveira

Ano: 2024

Gênero: Aventura

Sinopse: Até onde você iria para salvar a vida de quem mais ama?

Luan sonha em ser um aventureiro, como seus pais. Ísis nasceu da magia, e, conforme seu pai envelhece, percebe que ser imortal significa presenciar a morte de todos ao seu redor. Juntos, os dois descobrem sobre a lenda da Joia da Juventude: um anel capaz de conceder a vida eterna a quem usá-lo.

Para Luan, essa é a chance de uma vida extraordinária. Para Ísis, a esperança de companhia eterna. Mas seus interesses logo entram em conflito com os de Dominique, uma criatura obscura disposta a destruir qualquer um que atrapalhe seus planos perversos.

Ísis e Luan precisam ser mais rápidos e mais espertos, mas, muito além de uma corrida contra o tempo, essa será uma jornada de autodescoberta, sacrifícios, legado, laços de sangue e amor, que testará os limites da lealdade ao desvendar segredos há muito enterrados. Será que a Joia realmente existe? E, caso sim, quais são as consequências de mexer com essa magia antinatural?

Conta a história de Ísis, uma garota mágica nascida com dez anos por deuses antigos e que carrega em si a salvação da humanidade. Quando seu pai é atacado por alguém e para no hospital, ela fica sob os cuidados da Colecionadora de Defeitos e seu filho, Luan, o Nomeador de Objetos.

Investigando, junto com Luan, os últimos passos do pai, ela descobre que ele estava atrás de uma joia de propriedades mágicas que poderia dar a juventude eterna aquele que a usasse. Vendo nisso a chance de salvar o seu pai e mantê-lo ao seu lado para sempre, Ísis começa uma busca perigosa por essa joia.

Mas uma criatura sombria chamada Dominique também quer a joia para dar vida eterna para seu amante, Pedro. Ela começa a vigiar de perto Ísis e tenta envenená-la com seu sangue como fez com o pai dela, mas dá errado por causa da natureza imortal de Ísis e ela acaba crescendo dos dez para quinze anos.

A partir disso, sua relação com Luan também começa a mudar enquanto eles vão juntos no encalço da joia e de Agatha, avó de Ísis, que parece ter alguma ligação com o artefato. Enquanto desvendam o passado e tentam fugir de Dominique, a história se funde em sentimentos novos e desconhecidos e relacionamentos do passado fadados a um fim trágico.

Quando acompanhei o processo de publicação desse livro eu apostava todas as minhas fichas que era uma espécie de fantasia onde um guri conseguia atribuir algum tipo de magia nomeando objetos. Na minha cabeça era o que fazia mais sentido. Contudo, talvez por não ter lido os livros iniciais do universo que contam a trajetória da mãe do Luan, não tinha esse conhecimento e me senti meio frustrada.

Eu não costumo ler aventura. Acho que junto com ficção científica e romances eróticos é um gênero que eu não procuro, então também foi uma experiência diferente ler esse livro. De certa forma, me deu aquela sensação de livros que eu lia no começo da minha adolescência, ali pelo final da infância, onde o mundo já não é mais tão bonito e colorido.

A coisa é que, desde a minha concepção como escritora, eu sou uma pessoa “romântica” embora não no sentido mais literal da palavra no tocante a minha pessoa, mais no sentido literário, se eu for escrever o terror mais grotesco, com certeza vai ter romance no meio, é o gênero que eu mais consumo e mais gosto de ler, então é de se esperar que eu shippe qualquer casal num livro, mesmo odiando algum dos personagens, e aqui não foi diferente, eu comecei a shippar a Ísis e o Luan antes mesmo de haver qualquer possibilidade de romance entre eles. É algo automático de mim.

Se ela tivesse terminado esse livro sem nem um beijinho entre eles eu teria ficado muito, muito irritada. No que toca a narrativa, achei bem imersivo, a mescla de passado e presente, o meio político que, percebi logo, é igual em todo lugar, os relacionamentos problemáticos foi muito interessante de acompanhar e se entrelaçou com coerência. É um livro muito fácil de ler, sem nem se dar conta você engole sete ou oito capítulos num par de horas.

Pra um primeiro contato com a autora, gostei. Foi uma boa experiência. Houve algumas coisas que me deixaram um pouco incomodada, mas é de mim como leitora e não um problema com o livro. Como todo leitor, eu tenho minhas particularidades e nenhum autor é obrigado a escrever pela minha régua, obviamente, pesando tudo eu gostei da imersão e fiquei, inclusive, com vontade de conhecer Minas Gerais. Para quem gosta de aventura com um toque de realismo mágico, vale muito a pena.

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

[Livro] Cúmplice do Amor

 Original: Scoundrel's Daughter

Ano: 2003

Autor: Margo Maguire

Sinopse: Inglaterra, 1883. Quando deixou a tranqüila Oxford para morar na casa de seu adorado pai, em Londres, Dorothea nunca imaginou que seria lançada num turbilhão de intriga e perigo pelas mãos do aventureiro Jack. Por mais atrevido e complicado que esse homem se mostrasse, Dorothea demonstraria espanto ao descobrir que estava se divertindo imensamente ao lado dele.Arrancar os segredos do pai de Dorothea estava longe de ser uma tarefa fácil! Jack, porém, jurou que a filha toda certinha daquele malandro o ajudaria a encontrar uma antiga peça de incalculável valor. O problema era que Jack estava começando a se desviar dos propósitos que tinha em mente, atraído pelas camadas infinitas de paixão escondidas sob a aparência bem-comportada de Dorothea!

Gênero: Romance histórico


Após perder a mãe, Dorothea Bright deixa sua casa em Oxford e parte para Londres com o intuito de viver com seu pai, um pesquisador de renome (nas palavras da sua mãe), mas o que encontra, além de uma casa vazia, é um aventureiro furioso que se recusa a sair de sua casa se ela não disser onde está o pai que nunca viu.

Consternada e tentando manter a razão, Dorothea tenta argumentar com o sujeito, mas acaba se envolvendo em uma série de confusões e descobrindo uma coleção erótica de esculturas e pinturas do pai na pior situação possível junto com o senhor americano Jack Temple. As coisas entre eles começam definitivamente com o pé esquerdo. 

Quando ela pensa que se livrou dele, eis que Jack invade sua casa no meio da noite e revira o quarto do seu pai em busca de alguma coisa. Ele encontra, muito bem guardado um mapa antigo que levaria a um artefato religioso de valor inestimável e, segundo se acredita, seria o verdadeiro sudário. Na história, supostamente usado por Maria Madalena para enxugar o rosto de Cristo na subida para o calvário, na vida real, sabe-se que o sudário foi usado por Verônica para enxugar o rosto de Jesus, mas okay.

Há muitas coisas escritas em árabe antigo no mapa e ele não consegue ler, mas Dorothea se mostra uma competente tradutora para o idioma, ela se recusa a traduzir tudo se ele não a levar consigo para procurar o artefato. Para Jack, é uma maneira de usá-la para conseguir algo que o salafrário pai dela quer, para Dorothea uma maneira de conquistar para o pai mais renome. Ela não faz ideia que ele é um mentiroso ganancioso e não importa o quanto Jack tente avisá-la, ela não acredita.

Só que, conforme se aventuram, os sentimentos de ambos um pelo outro sai de uma desavença para uma atração arrebatadora e, finalmente, um amor intenso que nenhum dos dois consegue controlar. Dorothea, dividida entre o que sente por Jack e a lealdade pelo pai, acaba metendo os pés pelas mãos enquanto tenta agir de acordo com o próprio julgamento enquanto, de sua parte, Jack na luta desesperada para refrear seus sentimentos e não ultrapassar os limites com ela acaba sendo ambíguo em demonstrar seus sentimentos e complicando tudo.

E é exatamente isso que falta na história toda: diálogo. Se os dois tivesse simplesmente sentado o traseiro em uma cadeira e conversado como duas pessoas adultas, metade desses mal-entendidos teria se resolvido e o livro teria cem páginas a menos. De resto, é um romance com caça ao tesouro misturando história, lendas e um casal morde e assopra que é puro fogo no parquinho.

Os pais de Dorothea são dois irresponsáveis, a mãe por ser omissa e mentirosa, o pai um charlatão ganancioso e mentiroso que só coloca os próprios interesses em pauta. Pesando prós e contras o livro não é ruim, o casal segura bem a história e dá uns momentos fofos, só do camarada não ser tóxico já é muito, embora ele tenha umas atitudes meio reprováveis em alguns momentos. Achei esse final meio mais ou menos, confesso, poderia ter sido mais redondinho e tirado um pouco da lenga lenga desnecessária, mas tudo bem. No geral, é um romancinho bacana pra passar o tempo.


domingo, 19 de outubro de 2025

[Livro] A Mansão Hollow (+Filme)

 Original: The Hollow

Ano: 1946

Gêneros: Romance, Mistério, Ficção policial

Numa magnífica casa solarenga de províncias, propriedade de um abastado aristocrata, reúne-se um grupo de pessoas da melhor sociedade inglesa, para passar um agradável fim de semana. Porém, entre a "gente fina", há quem faça coisas más e que, com muitas boas maneiras, pode cometer os piores assassinatos. Isto é o que acontece na mansão de sir Enrique Angkatell: um assassino oculta-se entre seus elegantes convidados e um deles é a sua vítima. Felizmente, também lá se encontra um homenzinho pequeno, de grandes bigodes e com um cérebro privilegiado: Trata-se do famoso detetive Hercule Poirot, que descobre o culpado e impede, na última hora, que este cometa um segundo assassinato.

Lady Angkatell está preparando um fim de semana para seus convidados, seus primos Henrieta, Edward e Midge, alguns amigos como os Cristow também são esperados embora ela não consiga lidar com Gerda Cristow que é muito lenta e conta com Henrieta para manter a mulher distraída. O marido de Gerda, John, é um médico pesquisador da doença de Ridgeway e, nas costas dela, tem um caso com Henrieta. Poirot, que está apreciando um fim de semana no campo, é convidado por Lady Angkatell para um almoço e tudo corre muito bem até ele chegar à mansão e se deparar com a cena de quatro pessoas em volta do corpo baleado de John Cristow.

No início, Poirot acredita que aquilo é uma encenação preparada para ele, mas ao aproximar-se e ver que o homem estava mesmo morrendo, John pronuncia o nome de Henrieta e morre em seguida. Segurando uma arma, está a estática Gerda e a seu lado, Henrieta pega a arma e a deixa cair "por acidente" na psicina. A polícia chega e as investigações começam. Poirot fica mais de escanteio, sendo uma testemunha ocular e, vez ou outra, um consultor e confessor de alguns suspeitos. 

Olha, depois de tantos livros de Agatha ao longo da minha jornada de leitora, acho que tenho liberdade o bastante para desgostar de algumas histórias dela sim, essa foi uma delas. Achei uma composição de personagens bem mais ou menos, um casanova infiel, uma mulher fingindo estupidez, uma artista libertina, uma atriz egoísta, uma garota com amor unilateral e um homem insípido atrás de uma mulher que não o quer. Tudo isso na casa de um homem sério casado com uma mulher maluca. 

O fato de Poirot ser praticamente um expectador das coisas também não me agradou muito. A maneira como o assassino é revelado foi igualmente insípida, me pegou bem pouco de surpresa e o fato de não ter sido levado à justiça não me agradou. Mas fazer o que, talvez eu só tenha pego o livro em um momento ruim.

A adaptação desse livro está no quarto episódio da nona temporada da série Poirot. Aqui, ao contrário do livro, Poirot tem muito mais protagonismo (claro, né, a série é dele), alguns elementos ficaram divergentes do livro, mas já era esperado, de certo modo, acho que para mim a adaptação funcionou mais que a leitura embora em alguns pontos ambas se complementem. 

Pensamentos de personagens só podem ser vistos no livro então para quem só vê o filme fica muito vago alguns detalhes ofertados apenas na leitura. De modo geral os fatos foram respeitados e a personalidade de todos os personagens foi mantida. Tiraram alguns pontos mais delicados da história (como o quase suicídio de um personagem) e suavizaram para segundo plano o pseudo romance de Edward e Midge, algo que, a meu ver, ficou melhor.

Não tenho muito o que falar de atuações porque eu gosto bastante dessa série, acho do David Tennant magnífico no papel de Poirot, ele encarna bem o personagem, como se tivesse nascido para esse papel. E em questão de fotografia, amo ver a ambientação e o figurino dessas séries de época.

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

He's Coming To Me Novel

Há um tempo, tinha postado no wattpad minha tradução para a novel He's Coming to see me at Qing Ming Festival, obra que deu origem ao drama He's Coming To Me. Contudo, por alguma razão que não entendi, a tradução foi removida do wattpad. Então, pensando em quem queria ler ou parou na metade antes da remoção, estou disponibilizando o arquivo aqui. 
Lembrando que essa foi a primeira tradução que eu fiz na minha vida, então tudo é muito "cru" por assim dizer, tentei fazer o melhor que pude com o que eu tinha e, obviamente, pedi permissão a pessoa que traduziu do tailandês pro inglês para traduzir para português e recebi autorização. Essa tradução é GRATUITA e feita de fã para fã, então por favor, não comercialize.

Só clicar no link abaixo.

CLIQUE AQUI

sábado, 11 de outubro de 2025

[Bíblia] Eclesiástico — Parte Final

 O capítulo 38 apresenta uma visão mais evoluída da ação de Deus, deixando claro que ele é quem cura, sim, mas o faz por intermédio daqueles a quem deu inteligência para tratar as doenças e os remédios — manipulados pelo homem a partir da natureza — isso muda um pouco a visão “milagrosa” da ação divina a partir do nada, embora ela permaneça como tal em alguns momentos.

Mais de dois mil anos atrás já se alertava sobre a duração da tristeza (no luto e demais momentos da vida) que poderia levar a uma doença, hoje conhecida como depressão. “Pois a tristeza apressa a morte, tira o vigor (saúde)”. Não é a primeira vez que a bíblia alerta do impacto dos sentimentos sobre o corpo e, tampouco, é coincidência ela lembrar e repetir constantemente para “alegrar-nos”.

No capítulo 39, a comparação entre o sábio e o trabalhador é muito egípcia, colocando um trabalho acima do outro, hierarquizando a sociedade em colunas.

·        A benção dele é como um rio que transborda

Pode ser uma alusão ao rio Nilo, cujas cheias fertilizavam a terra, mas pode também estar ligado ao dilúvio que alguns estudiosos acreditam ter sido uma grande enchente do rio Eufrates.

·        Assim como ele transformou as águas em aridez e ressecou a terra, e o seu comportamento é determinado pelo deles, assim, em sua ira, seu comportamento é movido de queda para os pecadores.

Alusão a destruição de Sodoma e Gomorra onde, inclusive, passa o mar morto. A região até hoje é árida, um chamado deserto de sal.

·        Fogo, granizo, fome e morte, tudo isso foi criado para vingança.

Essa passagem foi tirada de um livro apócrifo que circulava na época chamado Testamento de Levi; neste, afirmava existirem sete céus e, no segundo, existiam fogo e gelo para o juízo final. Então, é uma influência desse livro que não é reconhecido pela igreja nem entrou no cânone da bíblia.

O medo, as preocupações, as aflições e inquietações são parte da condição humana independente da classe social. É fruto do pecado original (a desobediência) e de tudo que ele desarmonizou em nós. O temor a Deus é o que dá sentido à nossa vida. Quem põe a confiança no Senhor não teme a morte, pois não vive para o mundo, mas para a alma entregue a Deus, o castigo é uma consequência das nossas ações e não uma punição de Deus.

É muito interessante como é possível fazer alguns intertextos entre a filosofia e a visão cristã da alma, da vida de retidão e da morte. Embora vistas muitas vezes como vertentes distintas — e, de fato, o são — minha leitura de Fédon mostra que a visão de Sócrates sobre a alma, a retidão e a morte (uma passagem para a eternidade) são muito afins com o ensinamento bíblico desde antes da era Cristã. O próprio Pe. Juarez reforça que, na formação teológica dos padres, a filosofia é um componente curricular, além de reforçar o próprio preceito bíblico sobre estarmos abertos a todo o conhecimento como forma de consolidar nossa própria fé.

O eclesiástico faz uma espécie de releitura da lei judaica em um momento de crise da fé pela influência helênica e, salvo sua visão retrógrada em alguns pontos, é indiscutível que ele faz um grande resumo das leis e dos primeiros profetas.

A partir do capítulo 46, o autor compõe um grande elogio aos antepassados indo desde os primórdios antes dos patriarcas até os últimos reis justos e os profetas, com isso, fazendo um grande resgate histórico de toda a história do povo. Caleb foi, junto com Josué um dos doze espiões enviados por Moisés para averiguar a terra prometida e, por serem os únicos a agir com otimismo, ao contrário dos outros dez, foi-lhe permitido entrar com o povo. O nome de Salomão significa paz.

A “volta de Elias” se dá no nascimento de João Batista. O Josué citado por Bem Sirac é o sumo sacerdote que reorganiza o templo e o culto quando o povo volta do exílio e não o Josué que sucedeu Moisés. É provável que o autor tenha convivido com o sumo sacerdote Simão, último da linhagem de Sadoc e o admirasse bastante. O livro finaliza com uma oração do autor e uma reflexão da busca da sabedoria. Na bíblia, buscar sabedoria é buscar a Deus.

O Eclesiástico evoca muito os conselhos de um pai que guia o filho a se guardar dos prazeres passageiros do mundo e cultivar tesouros na eternidade, ver as aulas do Pe. Juarez me fez ler o livro com muito mais clareza e me dar conta de complexidade e riqueza cultural e histórica.

[Filme] Flashes de uma Psicose

Original: Deadlines

Ano: 2009

Diretor: Sean McConville

Gêneros: Terror, Drama, Suspense, Suspense psicológico, Independente, Sobrenatural

Roteiro: Sean McConville

Sinopse: Uma escritora problemática precisa entregar um roteiro e seu prazo está se esgotando. Ela se abriga em uma remota mansão vitoriana, mas logo percebe uma presença assustadora no local.

Após um trauma, Alice Evans se refugia em uma casa antiga no meio do nada para escrever seu próximo projeto. Sua melhor amiga, Rebeca, hesita em deixá-la sozinha lá, mas precisa ficar com a mãe no hospital e Alice lhe garante que ficará bem.

Sozinha, ela acaba sendo cercada por ruídos sombrios e sente a presença de alguém observando-a. Enquanto tenta trabalhar, Alice ouve o som de alguém chorando e, à noite, não consegue dormir. Rebeca se preocupa com ela, sem a certeza que ela está tomando os remédios direito (e não está). Alice encontra fitas que contam a história de Lucy, uma jovem recém-casada e sua vida com o marido, David, que lentamente se transforma em outra pessoa. 

Conforme investiga mais a vida de Lucy, mais Alice mergulha nos recônditos da própria mente e cava um passado enterrado a sete palmos com a certeza que algo muito ruim aconteceu com Lucy. Enredando em uma trama instigante e cheia de mistérios, Alice precisará correr contra o tempo para fugir do marido, Ben, e de si mesma se quiser continuar viva.

Esse é mais um da série de filmes que indiquei sem resenhar. Não lembrava nadinha dele, revi hoje e vi como é uma trama bem feita, Brittany Murphy continua brilhante embora a gente veja claramente os sinais de desgaste nela. Com um roteiro inteligente e bem montado, é o filme ideal para os bons fãs de thrillers psicológicos. Como não lembrava dele, foi como se estivesse assistindo pela primeira vez de novo e já deve ter uns bons dez anos desde que o vi. Vale muito a pena, não apenas pelo enredo em si, mas pelo lado psicológico que é trabalhado de forma muito coerente, mostrando como a nossa mente é fascinante e busca jeitos únicos de lidar com traumas e feridas emocionais.

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

[Livro] Sarah

 Original: The Merry Widows

Clássicos Históricos 164

Autor: Theresa Michaels

Ano: 2001

Gênero: Romance, histórico, drama

Sinopse: UM HOMEM CAÇADO... ASSOMBRADO... ATORMENTADO... Rio Santee buscara abrigo na casa de Sarah Westfall. Mas só podia retribuir a gentileza da jovem viúva com inquietação, pois o perigo o perseguia. Embora não quisesse se envolver com ninguém, na primeira noite em que tomou Sarah nos braços seu sangue correra mais rápido nas veias, num ritmo selvagem e primitivo! UMA MULHER SOLITÁRIA... CORAJOSA... MISTERIOSA... Sarah Westfall oferecera seu lar a um estranho em fuga. Mas no silêncio da noite, quando todos os segredos se desvendavam, sua alma clamou pela dele numa canção de cumplicidade... e amor!


Olha, comparado com outros que eu li, esse nem foi tão tóxico viu. Mas não começou lá muito bem também.

Rio Santee perdeu tudo, a esposa, os filhos, o rancho que construiu com luta e o suor do seu trabalho. Mestiço de Apaches e irlandeses, era o que chamavam de renegado, não estava envolvido nas guerras entre brancos e índios, apenas queria viver uma vida tranquila com sua esposa e filhos, mas a bebida atrapalhou primeiro e a guerra depois. Os brancos queriam suas terras e a conquistaram, em troca da vida de sua esposa e da captura de seus filhos. Agora ali estava ele, após ser preso, jurando vingança contra os assassinos da sua esposa e prestes a sequestrar os próprios filhos.

Fugindo dos homens que o caçam, ele acaba indo parar no isolado rancho de uma viúva chamada Sarah que vive sozinha na propriedade e é conhecida na região por ajudar os necessitados e rejeitar todas as investidas dos homens que tentam cativar seu coração. Ele a subjuga e se apossa momentaneamente de sua casa, com a promessa de ir embora depois da tempestade. No início, ela reluta, mas tudo muda quando descobre que ele está com os filhos.

Não demora muito para ela se apegar a Gabriel, o mais novo, um garotinho meigo, cheio de perguntas e carência. O mais velho, Lucas, ainda é arisco e tem grande ressentimento do pai. Mas vai cedendo a Sarah aos poucos, movido por sua bondade e paciência. Porém, os homens à caça de Rio não vão desistir facilmente e Sarah pode estar correndo tanto perigo quanto o próprio Rio e seus filhos.

O livro não é de todo ruim, a maneira como ele aborda o preconceito e a guerra entre os indígenas e os brancos é um pouco maquiada, sim, mas bem convincente. Acho que esse aspecto histórico é a coisa mais interessante no livro, porque nem o arrebatamento quase instantâneo dos personagens e nem as circunstâncias com as quais eles se conheceram me caiu bem na digestão. Contudo, se comparado a outros que já li, até que esse se saiu bem. 

A parte do romance foi bem enrolada, não digo nem construída porque é aquele clichêzão de atração à primeira vista. O que ficou bem feito mesmo foi o relacionamento dela com os filhos dele. Achei toda a parte da caça dele uma enrolação só e aquele confronto final ficou bem arrastado e desnecessário. Ainda assim, deu pra passar o tempo, o que eu acho mesmo é que estou ficando velha demais pra esse tipo de livro, notei que já não consigo gostar mais tanto quanto antes.


quinta-feira, 2 de outubro de 2025

[Livro] A Volta ao Mundo em Oitenta Dias [Livro + Filme]

 Original: Le tour du monde en quatre-vingts jours

Ano: 1873

Autor: Júlio Verne

Gênero: Ficção de aventura

Personagens: Phileas Fogg, Passepartout, Princesa Aouda, Inspetor Fix, Andrew Speedy, Francis Cromarty, James Forster

Sinopse: Phileas Fogg, um inglês rico, metódico e um tanto quanto solitário aposta com seus colegas do clube de jogos que conseguirá dar uma volta ao mundo em apenas 80 dias. Fogg convida seu fiel empregado Jean Passepartout e juntos viverão muitas aventuras.

Esse foi outro livro que peguei no formato audiobook, provavelmente uma versão bem adaptada da obra original que tem pouco mais de trezentas páginas. Depois vou pegar o livro mesmo para ler. Mas, num primeiro momento, achei bem divertido. Conta a história de Fogg, um inglês metódico e rico cheio de precisões minuciosas que, após fazer uma aposta absurda com seus amigos inicia uma viagem de oitenta dias com seu criado Passepartout ao redor do mundo.

Porém, ele é confundido com um ladrão de banco e um policial da Scotland Yard fica no encalço dele, mas não consegue prendê-lo antes que ele saia de solo inglês. Enquanto isso, totalmente ignorante à sua caça, Fogg segue viagem com seus modos sempre calmos, metódicos e seu espírito generoso e empático. No meio do caminho, ele salva uma jovem viúva de ser morta junto ao corpo do seu marido, enfrenta índios que sequestram Passepartout, passa por uma tempestade em alto mar, perde um de seus navios, é preso por causa do criado que entrou de sapatos em um templo indiano e outras peripécias que fazem a gente rir demais.

Achei a história muito gostosinha, me lembrou alguns livros que eu lia pra minha irmã. Tem de tudo um pouco, aventura, romance, suspense, comédia. Ouvi ele no skeelo, gostei da narração e o sotaque do dublador do Passepartout ficou ótimo. Realmente recomendo para quem quer uma historinha leve e divertida para descontrair.

Original: Around the World in 80 Days

Ano: 2004

Direção:  Frank Coraci

Gênero: comédia, aventura, fantasia

O filme destoa completamente da obra original, acho que pelo fato de focarem na comédia, colocaram um monte de linguiça e trocaram vários personagens e digo, de forma desnecessária porque a história em si é engraçada não precisava mexer em nada.

O criado francês virou chinês e é protagonizado por Jackie Chan, Fogg saiu de um metódico burguês excêntrico para um cientista maluco (eu fiquei tipo "oi?") tem uma organização chinesa atrás de um buda de jade roubado do banco. Olha, pensa numa maracutaia de maluquices juntas em quase duas horas de longa.

Vi que tem outras adaptações do livro, acho que vou procurar outra mais antiga para ver se encontro mais fidelidade, embora ache pouco provável, raramente os filmes se mostram fiéis aos livros.