domingo, 6 de outubro de 2024
[Bíblia] Judite — Parte II
sexta-feira, 4 de outubro de 2024
[Drama] Can't Run Away From Love
Roteirista e Diretor: Kawahara Eu
Gêneros: Romance , Drama
País: Japão
Episódios: 9
Ano: 2021
Sinopse: Nodakura Naho ansiava por uma vida comum como uma funcionária de escritório, mas ela não conseguia uma oferta de emprego. Para sobreviver, por enquanto, ela decide fazer uma entrevista para um emprego de meio período em uma empresa de design chamada Solo Design Office. No caminho, Naho encontra um homem e uma mulher tendo uma briga de amantes. Para se livrar da mulher, o homem agarra Naho, que por acaso está lá, e diz que ela é sua nova namorada. Naho fica brava e instintivamente o empurra para longe. Quando ela chega mais tarde ao Solo Design Office para sua entrevista, ela percebe que o homem que ela conheceu antes é na verdade o presidente da empresa, Sakisaka Takumi. Apesar de tudo o que aconteceu, Naho de alguma forma é contratado e começa a trabalhar meio período na empresa…
Depois de Snowfall fiquei com um pé atrás para assistir qualquer drama chinês, embora eles sejam meu foco, fica difícil quando não gosto de final ruim e praticamente todos eles são ruins! Tenho algumas produções bem grandes na lista, mas não me arrisco a começar algo em torno de 40 a 60 episódios no momento. Fui ao VIKI pra dar uma olhada por alto no que andava por lá e topei com esse drama do nada, como era pequeno, combinava com meu tempo corrido e decidi ver.
A história segue Nodakura Naho, uma jovem em busca de emprego para lidar com as dificuldades financeiras. Enquanto está indo para uma entrevista, ela se depara com um jovem sendo esbofeteado pela namorada que, provavelmente, traiu. Muito discreta, ela fica lá ouvindo a discussão prestes a ir comprar uma pipoca quando, do nada, o jovem vem em sua direção e a apresenta como atual namorada para a garota histérica com quem estava discutindo. Irritada por ter sido usada como escudo, ela o repreende e vai embora, só para descobrir que ele é o CEO da empresa onde ela será entrevistada.
De início, ela acha que não será contratada, mas para sua surpresa, ele a contrata como contadora e parece se divertir pregando todo tipo de peça nela. Aos poucos, Naho vai se sentindo à vontade no escritório e acaba por ser contratada como funcionária efetiva. Porém, com as brincadeiras e a gentileza de seu novo chefe, Takumi, começam a surgir outros sentimentos que ela não é capaz de controlar.
Takumi, por sua vez, demonstra corresponder a ela, desde que passaram a trabalhar juntos, é como se ele tivesse voltado a viver depois de muito tempo, mas há uma sombra do seu passado que limita sua felicidade e ele constantemente age para manter Naho longe, mesmo nos momentos que a quer perto dele. A esse comportamento, ela não entende e se sente magoada, mas tenta compreender das maneiras que consegue racionalizar. Quanto mais entra na vida do chefe, mais Naho se vê apaixonada, mas ela será capaz de lidar com os segredos que ele esconde?
Não é um drama fantástico, claro, mas daqueles para tirar a ressaca de algum muito bom ou muito ruim, ou mesmo só para passar o tempo. Há muito não via um drama japonês e foi como retornar às origens, já que comecei com eles. No geral, gostei, a história tem um ritmo bom, como aqueles contos que você lê "numa sentada só" e os personagens são simpáticos. Levou um tempo para me reacostumar com a dinâmica japonesa, mas curti. É um romancezinho fofo que lida com a questão do luto de uma maneira muito interessante.
Cada pessoa tem o próprio tempo e a própria maneira de lidar com a perda, é uma evolução que precisa de apoio, mas, sobretudo, de respeito. Além de lembrar-nos de valorizar as pessoas que estão à nossa volta e são importantes para nós. Que possamos dar flores, reconhecimento, carinho aos vivos, enquanto ainda temos chance de demonstrar o que sentimos.
segunda-feira, 30 de setembro de 2024
[Bíblia] Judite — Parte I
Introdução:
O texto não foi conservado no original hebraico, restando apenas a tradução grega. Situa-se na época de libertação da Betúlia, sitiada pelo general de Nabucodonosor, Holofernes. Foi provavelmente escrito em meio às lutas enfrentadas pelos judeus agudamente nos dois séculos que antecederam a era cristã.
As indicações do livro de Judite, geográficas e históricas, são em geral muito imprecisas. Os tradutores da versão grega divergem muito entre si.
Antecedentes do assédio de Betúlia
O rei Nabucodonosor, governante da Babilônia, no décimo segundo ano de seu reinado, fez guerra contra Arfaxad na grande planície de Ragau e venceu-o. Ora, ele havia enviado emissários para todas as cidades da Cilícia até os confins da Etiópia solicitando aliados em sua campanha contra Arfaxad, mas recebeu desprezo em resposta.
Tendo vencido e submetido o império de seu inimigo, orgulhou-se da grandeza do seu próprio e encolerizou-se no seu coração contra todos aqueles que desprezaram suas ordens. Chamou então seu marechal Holofernes enviando-lhe com grande exército para vingá-lo contra os que o desprezaram. Partiu Holofernes com grande exército, riqueza, e provisões espalhando terror por toda a terra.
Aterrorizados, os reis e príncipes de todas as cidades e províncias da Síria, Mesopotâmia, Líbia e Cilícia, enviaram delegados à Holofernes pedindo-he que cessasse a campanha contra eles e oferecendo-lhe a si e seus habitantes como escravos. O general aceitou a oferta, todavia ainda destruiu as cidades e derrubou todos os lugares de adoração, pois assim lhe ordenara Nabucodonosor que desejava ele mesmo ser o deus adorado por todos.
Recebendo essas notícias, os judeus se viram aterrorizados temendo que o mesmo fosse feito ao Templo do Senhor. Começaram então seus preparativos para a guerra, cercaram os muros, guarneceram e bloquearam as passagens das montanhas, estocaram trigo e enviaram mensagens às planícies vizinhas segundo a ordem do sacerdote Eliacim. E todo povo orou fervorosamente ao Senhor.
Ao descobrir que os judeus bloquearam as passagens nas montanhas e fortificaram os muros de suas cidades, Holofernes encheu-se de fúria e mandou trazer o chefe dos amonitas, Aquior, para arguir acerca daquele povo que recusava a se submeter ao seu poder. O discurso de Aquior é um resumo de toda a história da aliança de Deus com Israel e vendo esse conhecimento proferido pela boca de um estrangeiro pagão percebemos todo o sentido especial desse ato que enaltece a grandeza do Senhor.
Aquior aconselha Holofernes a investigar se os israelistas estavam em pecado contra o Senhor, pois, do contrário, Deus combateria por eles e Holofernes perderia. Ao ouvi-lo, o general e todo conselho se encolerizou e queria queimar Aquior, jurando que o matariam junto com os judeus. Os escravos do general levaram o chefe dos amonitas até Betúlia e o amarraram em uma árvore fugindo dos atiradores judeus. Ele foi encontrado e, após narrar seu testemunho, acolhido pelo povo judeu.
domingo, 22 de setembro de 2024
[Biblia] Tobias — Parte II
[Anime] Hyouka
Ano: 2012
Episódios: 22
Gênero: Mistério, comédia, suspense
Sinopse: A história gira em torno de Oreki Hotaro, um garoto do ensino médio que sempre age de forma passiva. Um dia, ele entra em um clube, recomendado pela sua irmã mais velha. Lá ele encontra Eru, Satoshi e Mayaka. Chitanda é uma garota linda e calma, mas que se transforma em uma encarnação de curiosidade. Fukube é um menino sorridente que se destaca pela sua memória, mas que nunca constrói sua própria dedução. Ibara é uma menina rigorosa com os outros e com ela mesma. Ela ama Fukube, mas ele sempre se esquiva quando ela se aproxima. Eles começam a investigar um caso ocorrido há 33 anos. Dicas deste mistério é enterrado em uma obra antiga coletada pelos ex-membros do clube.
O que quer que Oreki precise fazer, ele faz rápido, pois seu lema é "poupar energia o máximo possível", ele é um preguiçoso convicto. Assim, jamais participou de nenhum clube, fez qualquer atividade que exigisse muito esforço e mantinha pouquíssimos amigos. Contudo, as coisas mudam quando ele recebe uma carta da sua irmã ordenando que ele entre no clube de literatura clássica que estava ameaçado de fechar por falta de membros. Sem saída, ele acaba aceitando, afinal, se vai ser o único membro, pode matar o tempo dormindo ou fazendo nada.
Porém, para frustração dos seus planos, quando ele chega à sala do clube, já havia alguém lá. Se tratava de Chitanda, a primeira a entrar para o clube e, portanto, sua nova presidente. Ela fica intrigada por descobrir que havia sido trancada na sala e acaba envolvendo Oreki para investigar o mistério. Por alguma razão, ele não consegue negar e acaba buscando uma explicação lógica para a situação, algo que encanta Chitanda. Ela revela que tem um motivo particular para ter se inscrito no clube e não dá a ele nenhuma chance de se esquivar de ser um dos membros. Junto a eles, acaba aderindo o melhor amigo de Oreki, Fukube, uma verdadeira enciclopédia de conhecimentos, mas que não consegue ser tão bom com investigação como o amigo, embora se esforce muito para resolver os mistérios.
Os três acabam se embrenhando no passado misterioso do festival anual da escola que parece ser sombrio, e onde o tio desaparecido de Chitanda é um dos personagens. Com essa investigação e vendo a genialidade com que Oreki desfaz os nós dos mistérios, a quarta integrande do time aparece na figura de Ibara, também colega da ex-escola de Oreki e apaixonada por Fukube. Conforme os mistérios vão se tornando mais complexos, Oreki começa a se dar conta da sua própria capacidade dedutiva que, surpreendentemente, nunca falha. Ele consegue abrir planos inteiros com poucas informações e chegar nos resultados mais surpreendentes como um verdadeiro Sherlock enquanto, gradualmente, seu olhar sobre Chitanda começa a mudar.
No começo, confesso que estava vendo o anime por curiosidade, ele estava na minha geladeira do banco de séries fazia um tempão, então decidi ver sem dar muito nele, mas me vi envolvida e incapaz de largar até terminar. É uma sensação muito boa achar um anime que me faz isso, me prende na história sem precisar apelar. Além de ser divertido, é bem bacana ver as pequenas transformações no Oreki ao longo da narrativa. Para quem é fã de mistério, Hyouka pode ser uma boa pedida, começa bem despretensioso, mas logo você se vê preso por ele querendo saber o que vem a seguir e como Oreki vai resolver aquela situação.
Particularmente não shippei ele com a Chitanda, embora o enredo tente empurrar eles como um futuro casal. Eu, inclusive, achava a Eru bem lerdinha a maior parte do tempo, sempre que via os dois juntos, mesmo com a promessa implícita ali, só os via como amigos mesmo. Gostei bastante do anime, ele é excelente, sabendo equilibrar bem mistério e comédia com um slice of life que quase nem se nota.
domingo, 15 de setembro de 2024
[Livro] Lucíola + adaptação
Ano: 1862
Gênero: Drama, romance
Sinopse: Sob a perspectiva do personagem Paulo, conhecemos o relacionamento dele com uma cortesã do império por meio de cartas que ele envia à senhora G. M., nelas recorda o passado e compartilha seus sentimentos mais íntimos a respeito de Lúcia. Alencar constrói o romantismo com muita sensibilidade, ao mesmo tempo em que explora acontecimentos e cenários de maneira extremamente natural, trazendo fundos de veracidade e espelhando com maestria a corte imperial carioca. A crítica social está presente na construção dos personagens, em seus valores e atitudes, que trazem reflexões sobre os preconceitos da época e as mazelas de uma burguesia pautada por aparências.
Meu primeiro contato com José de Alencar foi na escola e não por obrigação das aulas, mas por interesse meu, numa época em que descobri romances históricos e estava apaixonada por eles. A biblioteca da escola era meu refúgio desde sempre, mesmo nas vezes em que foi remanejada para diferentes lugares conforme as reformas e as mudanças ocorriam, se estive longe dela em algum momento foi no período de um ano no qual dividíamos a escola dentro de outro colégio, misturado com os alunos de lá, de modo que não era a biblioteca da minha escola.
Lembro que, logo de cara, me vi apaixonada por Machado de Assis e sua Iaiá Garcia, mas torci o nariz para a Senhora de Alencar. Motivo? Por mais "estrambólica" que a prosa de Machado pudesse ser para meu eu de quatorze, dezesseis anos, ele usava de metáforas e intrínsecas melodias que muito me encantavam os olhos e soavam poéticas aos ouvidos. Enquanto Alencar usava aquela prosa mais "seca" permeada de um amontoado de palavras hiperbólicas que não me agradavam e dificultavam meu primário conhecimento literário.
Anos depois, após revisitar Iaiá Garcia e conhecer melhor outras obras de Machado, eis que faço nova tentativa de ler José de Alencar e, com sorte, tirar a primeira impressão ruim da adolescência.
A prosa é narrada do ponto de vista de Paulo, pernambucano recém-chegado ao Rio de Janeiro que se encanta por Lúcia, uma jovem que vê por acaso na ocasião de sua chegada. descobre ser esta uma famosa e cobiçada cortesã da corte com particularidades muito específicas no que diz respeito aos seus "clientes". Esta introdução lhe é feita por Sá, seu amigo que já tinha prévio conhecimento com a citada.
Incapaz de dissolver no esquecimento a beleza etérea da jovem, Paulo passa a ir até sua casa e tentar aproximar-se dela com claro intuito de tornar-se seu amante. A relação, inicialmente apenas moldada nos arremates da carne, vai aprofundando-se em algo mais complexo com o passar da convivência de ambos, que gera burburinho na sociedade e leva à mexericos que põem em xeque o relacionamento.
Tendo sido persuadido por seus invejosos amigos a deixar de lado essa relação infrutífera, Paulo se vê incapaz de resistir à Lúcia e a hipnótica dominância que ela tem sobre ele. Porém, a relação vai esfriando ao ponto de tornar-se uma amizade na qual ambos escondem seus verdadeiros sentimentos em nome de duvidosos segredos que por vezes são mal interpretados pelo febril Paulo.
Não tenho nem bagagem, nem conhecimento para tecer aqui análises profundas sobre a obra, por isso, vou me abster à minha impressão pessoal acerca da história e suas personagens sem buscar holofotes, tentando dar voltas em uma análise vazia de informações próprias ou tiradas de algum site qualquer.
De fato, a prosa de Alencar não me cabe. É cheia de firulas que, embora se mostrem por vezes poéticas, são compostas de uma tessitura e cheias de hipérboles léxicas que me soam secas e talvez — não sem propósito do autor — carregadas de satírica ironia que quebram um pouco o uso ao qual eram primariamente destinadas de modo a não permitir ao leitor separar a impressão de seu propósito mesmo sendo esta sua vontade.
A obra me remeteu bastante à ópera La Traviata de Giuseppe Verdi que, inclusive, gosto bastante, esta por sua vez é baseada no livro A Dama das Camélias, de Dumas Filho, obra citada em Lucíola talvez como uma menção ou uma pista de lhe ser, de alguma forma, versão (não posso dizer, pois não li). Todavia, são semelhanças bem nítidas e pessoas que viram a ópera decerto notarão, incluindo o final trágico que se dá por razões distintas, mas em circunstâncias pares.
Paulo, que não julgo por sua ignorância dos ventos juvenis, era instável e dava-se com facilidade aos mexericos invejosos de seus "amigos" por conseguir-lhes a cobiçosa posse fugidia. Levado pela vida de aparências e futilidades, embora sabendo a verdade sobre a vida levada por Lúcia, nada dela de fato sabia e, ao mesmo em que ela lhe instava fidelidade, este a desejava enquanto a repelia em favor do próprio nome "social". Estava consciente dos sentimentos dela, mas não a assumia, tampouco se impedia de julgá-la ao menor sinal de dúbio acontecimento. O próprio admite sua boçalidade quando, enfim, a consciência experiente lhe permite compreender as nuanças que os cegos olhos apaixonados lhe subtraíam na obcecação do desejo.
Lúcia, de sua parte, começou como um enigma. Suas particularidades me deixavam a dúbia percepção dos seus pensamentos que eram intensificados pelo olhar nublado de Paulo. Entre idas e vindas do que me pareciam devaneios desvairados de uma possível insanidade, comecei a perceber, por fim, os arroubos de depressão que lhe sacudiam os sentidos devido à vida que levava e eram ainda mais violentos à luz dos seus sentimentos por Paulo. Descobrir a história dela e a revelação trágica no final apenas clareou mais essa percepção tardia. De alguma forma, ela me representava o clamor de uma igualdade jamais advinda, uma vez que, dado seu gênero e a vida levada, qualquer de suas ações eram interpretadas ao bel-prazer da sociedade hipócrita e moralista na qual vivia.
Embora não possa dizer que tenha tirado de todo a má impressão da primeira leitura de Alencar, afirmo que esta suavizou-se ao menos um pouco, embora não seria minha primeira opção escolhida entre os clássicos brasileiros. Talvez a semelhança muito grande com uma ópera da qual gosto bastante tenha sido útil no meu, se não agrado, mas perseverança na leitura e afastou por completo qualquer decepção que pudesse ter tido no final, uma vez que este era esperado desde certo ponto nos primeiros capítulos.
Adaptação
[Bíblia] Tobias — Parte I
- Foi escrito em aramaico na metade do século II a.C
- Possivelmente ambienta-se em Nínive, no tempo do exílio
- Importante didatismo religioso, salientando a virtude, a piedade e a fidelidade
domingo, 8 de setembro de 2024
[Livro] A Casa dos Muitos Caminhos
Autora: Diana Wynne Jones
Gênero: Literatura fantástica
Sinopse: Charmain vive uma confortável e tranquila rotina – não tira os olhos dos livros não tem tarefas domésticas e, principalmente, é muito mimada pelos pais... Até que tia Semprônia lhe pede que cuide da casa do seu tio-avô, o Mago Norland, durante sua ausência. Ela imagina que a tarefa, no fim, valerá a pena – afinal, esta é sua única chance de sair de casa e tentar trabalhar na Biblioteca Real, seu maior desejo. Mas as tarefas domésticas das quais Charmain deve se ocupar são, naturalmente, quase todas mágicas. E, embora precise arrumar a bagunça que o tio-avô deixou, ela não entende absolutamente nada sobre magia!
Ao abrir a porta da casa, Charmain passa a ser responsável não apenas pelo lugar, mas também por um cachorro mágico e um muito atrapalhado aprendiz de mago. A aventura fica ainda mais arriscada quando a menina se torna alvo de uma aterrorizante criatura, e junta-se a uma equipe que vai ajudar o rei e a princesa a encontrar o misterioso dom de Elfo perdido. Como Charmain acabou no meio dessa confusão? E, mais importante: como vai sair dela?
Terceiro e último volume do Castelo Animado, o livro traz de volta os personagens adoráveis do primeiro livro e nos dão um vislumbre opaco da vida deles juntos, agora, com Howl e Sophie sendo pais do menino Morgan e ainda vivendo com Calcifer. Contudo, a protagonista do livro é Charmain, a filha imprestável de um rico casal. A mãe dela acha que garotas respeitáveis não podem fazer praticamente nada e não concorda nem um pouco com o uso de magia. Assim, Charmain não sabe fritar um ovo, é desagradável e preguiçosa, o que não contribui nem um pouco para nossa simpatia pela personagem.
Ela é recomendada pela tia avó para cuidar da casa do tio avô enquanto ele passa por um tratamento delicado. O tio avô dela é um mago muito respeitado, mas nenhum deles desconfia que Charmain nada sabe de magia, nada sabe sobre nada que não seja um nariz enfiado num livro e comer como uma desesperada faminta. Ainda assim, vê nisso uma oportunidade de escapar da superproteção dos pais e aceita, preparando uma carta para o rei se voluntariando a ser assistente da biblioteca real. Espera, longe da supervisão férrea da mãe, poder se aventurar por coisas que gosta de fazer. E o que ela gosta é enfiar o nariz em qualquer livro que lhe interesse.
Na casa do tio avô, Charmain encontra vários problemas, primeiro por não saber nada sobre magia, depois por não saber fazer nada e tampouco se importar. Por sorte, o tio avô se precaveu e encantou a casa para ajudá-la enquanto estivesse fora. Eles não contavam, contudo, com a chegada de Peter, o filho da bruxa de Montalbino que havia escrito avisando sua chegada antecipada para estudar como seu aprendiz. De início ele e a garota não se dão nada bem, embora eu tenha amado as partes que ele coloca ela no lugar.
Para sua surpresa, Charmain é aceita como auxiliar bibliotecária e descobre que o reino está falindo, o rei e a princesa estão à procura de um tesouro escondido que pode solucionar todos os problemas do castelo. Como a princesa está para receber convidados, a garota deve tomar seu lugar e ajudar o rei a procurar pistas no extenso arquivo real. E quem não é a visita da princesa senão Sophie! Com a sua chegada, não demora muito para que Howl, disfarçado de menino, apareça junto com Calcifer e o pequeno Morgan. Eles estão ali para descobrir o mistério do tesouro desaparecido e ajudar o rei a impedir que o tirano primo assuma o trono.
Enquanto descobre um pouco mais sobre si mesma e sua relação com a magia, Charmain acaba envolvida em todo o enigma e se vê encurralada em uma conspiração com seres muito perigosos que ameaçam o reino.
A conclusão que eu tiro terminando esse terceiro volume é que nenhum dos dois se compara com o primeiro. Aqui, não apenas a personagem principal é bem antipática, o que torna difícil torcer por ela, como a própria construção da história soa bem insossa. Claro, não quer dizer que o livro é ruim, de maneira nenhuma, mas embora a presença de Howl, Sophie e Calcifer ajudem a narrativa a ficar um pouco mais legal, não é suficiente para fechar a história achando o melhor livro da trilogia.
Pra mim, a parte mais legal foi ver a dinâmica de Howl e Sophie como um casal, eu torci tanto por eles no primeiro volume, embora o romance lá seja muito sutil, no segundo eles quase não aparecem como eles mesmos e aqui, saber que eles construíram uma família dá aquele quentinho no coração. A dinâmica da casa também era um tanto confusa em alguns momentos, mas me soou bem crível com o universo mágico criado desde o primeiro livro. De dez, ganhou meu 6,0.
[Filme] O Jardim Secreto: Adaptações
[Bíblia] Neemias
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sábado, 7 de setembro de 2024
[Drama] Snowfall FUI TROLLADA DE NOVO!
Título nativo: 冰雪谣
Diretor: Li Mu Ge
Roteirista: Wang Hong
Gêneros: Thriller , Histórico , Romance , Fantasia
País: China
Episódios: 24
Sinopse: Durante a Era Republicana, Shen Zhi Heng, um vampiro famoso que viveu por mais de um século, quase foi assassinado por um grupo de soldados corruptos e foi salvo por uma garota cega chamada Mi Lan e seu melhor amigo, o doutor Situ Wei Lian. Sabendo que a situação doméstica de Mi Lan era abusiva, o vampiro solitário começou a prestar mais atenção e cuidar dela. Depois que a tentativa de assassinato falhou, o astuto Li Ying Liang, o diretor do departamento de operações militares, estava determinado a descobrir qual era o segredo de Shen Zhi Heng. Ele e seu chefe superintendente igualmente corrupto estavam tentando assumir diferentes negócios e outras operações para continuar com suas atividades obscuras. Enquanto isso, as vidas de Shen Zi Heng e Mi Lan se tornaram ainda mais interligadas enquanto ele procurava a razão pela qual ele se tornou o que era enquanto ela precisava de uma razão para viver. Juntas, essas duas almas solitárias se tornaram as linhas de vida uma da outra. Mas um vampiro centenário e uma garota mortal cega poderiam encontrar a verdadeira felicidade em seu mundo perigoso e caótico?
ESSA RESENHA CONTERÁ SPOILER, LEIA POR SUA CONTA.
Gao Wei Guang, foi esse rostinho carismático e sedutor que me levou para esse drama, me fazendo ignorar o fato de nunca acompanhar dramas em lançamento porque a China adora cagar (com o devido perdão da palavra) os finais de suas produções. Ainda assim, fingi que não sabia disso e comecei a assistir com infantil entusiasmo.
A história segue Shen Zhi Heng, um vampiro centenário que lidera uma cadeia jornalística na cidade de Haidong enquanto procura seu irmão perdido. Ele vai à uma festa na mansão da próspera família Mi e acaba descobrindo que uma das concubinas do velho Mi maltrata sua filha. Curiosamente, após ser brutalmente atacado durante sua volta para casa, ele é ajudado exatamente por essa jovem menina cega, Mi Lan, que promete buscar ajuda para ele. Com suas próprias dificuldades, ela consegue avisar Situ Weilian sobre a situação de Shen Zhi Heng, contudo, arruma problemas para si mesma sendo outra vez surrada pela mãe e trancada em casa.
Quando consegue se recuperar, junto à Situ Weilian, Zhiheng vai até a mansão Mi para tentar encontrar Mi Lan, mas é impedido pela mãe dela, contudo, ao ouvi-la cair ele invade a casa e a resgate muito doente. A partir desse dia, ele toma para si o dever de resgatar a garota e começa a jornada dos dois no perigoso mundo da noite. Shen Zhiheng encontrou na corrupção do chefe militar um inimigo e seu principal subordinado, Li Yilian, está na cola dele, sem medir esforços para atingi-lo. Sabendo que seus planos podem falhar a qualquer momento, o chefe militar pede ajuda para a família Mo que também é amaldiçoada como a família de Zhihen. No meio de tudo isso, Mi Lan está disposta a vencer suas dificuldades para ajudar a pessoa que lhe ensinou a ter vontade de viver.
A história é boa. São três famílias, cada uma ligada a um artefato mágico que lhes confere poder, mas cobram um preço alto por isso. Shen Zhiheng foi transformado em vampiro contra a sua vontade e desde então tenta viver da maneira mais humana possível, o drama, inclusive, falhou muito em esconder que Weilian era o irmão dele. Ficou na cara logo no começo. No decurso dos fatos, pelo modo como o enredo foi construído, havia todas as possibilidades de terminar de modo satisfatório, por mais que a pedra do sangue tenha sido ligada à Mi Lan, no momento que foi absorvida por Mo Lihua ela podia ter revertido a imortalidade de Mi Lan, assim os dois morriam juntos, ou o artefato da família Mo poderia ter revertido a fraqueza do Zhiheng e assim os dois terminavam felizes.
Negócio é que o final desse negócio é todo apressado e muito desnecessário. Aquela briga com a Mo Lihua que, sinceramente, podia ter morrido na explosão e terminado de maneira mais decente, só veio como um pretexto para terminar as coisas em choro. A gente não vê o que aconteceu com ninguém, só sabe que o Zhiheng morreu e deixou a Mi Lan sozinha. A raiva ainda nos últimos episódios os personagens começam a cometer burrices gratuitas para impulsionar o final ruim e nem chega a soar crível pra gente como expectador. Sendo franca, nem o trabalho de escrever fanfic desse negócio valeria a pena. Havia todas as brechas para terminar bem e eles só decidiram cagar mesmo o final.
É uma das coisas que eu não gosto em dramas chineses, boa parte deles insiste em tragificar uma coisa que é pra ser claramente boa sem qualquer propósito ou necessidade. Claro que não são todos, há vários com final bom, mas a boa maioria é sad ending sem qualquer motivo. Isso me irrita profundamente. E não sou o tipo de "Ah, a história foi boa então valeu a pena". Não. Se o final foi ruim eu sinto é que perdi o meu tempo e meus surtos vendo aquilo. Vou continuar preferindo spoilers.
[Livro] O Jardim Secreto
sexta-feira, 6 de setembro de 2024
[Anime] Horimiya Piece
Ano: 2023
Episódios: 13
Gênero: Romance, escolar, comédia
Sinopse: Apresentando histórias do mangá não adaptadas no anime principal.
Horimiya se tornou de longe um dos meus animes favoritos, subindo com rapidez para o top 3 por sua história divertida e que trata de assuntos relevantes de maneira sensível. Assisti a primeira temporada duas vezes e já revi diversas vezes de modo que, como parei de procurar animes por um tempo, essa temporada passou batida por mim, infelizmente. Mas foi um verdadeiro alívio e um achado quando a encontrei sem querer, estava não apenas órfã do anime, mas com vontade de ver alguma coisa leve para descontrair e ele desde o começo já entrega ótimas risadas.
Quem viu a primeira temporada, centrada na autoaceitação de Hori e Miyamura, terá a oportunidade de acompanhar mais da vida escolar deles, especialmente às vésperas da formatura e ficar por dentro da amizade com outros personagens. Não há, exatamente, um desenvolvimento mais aprofundado deles, mas as novidades acrescentam e muito ao enredo principal além de mostrar um pouco mais da dinâmica de relacionamento do nosso casalzão. Queria que fechassem o Toru com a Yuki? Queria. Mas não rolou.
Horimya é excelente, quem não viu precisa ver. Essa segunda parte do anime só vem a acrescentar ainda mais na comédia e na shippagem dessa galerinha adorável que nos lembra de ser autênticos e sempre dar o nosso melhor. Vale muito a pena conferir!
domingo, 18 de agosto de 2024
[Bíblia] Esdras
Introdução
Livro
Mesmo
sem a autorização, guiados pelo profeta Ageu e por Zacarias os judeus retomaram
as obras causando a ira dos samaritanos que escreveram para Dario na esperança
de parar os trabalhos novamente. Só que o tiro saiu pela culatra porque o rei
mandou investigar nos arquivos e na Babilônia e encontrou o edito de Ciro;
prontamente, emite a ordem de retomada da reconstrução sob pena de morte para
qualquer um que atrapalhar ou nega a pagar os tributos referentes aos
holocaustos para o templo. Sem saída, os samaritanos não tiveram alternativa
além de acatar as ordens.
Algo
retomado aqui é sobre a proibição de mistura com outros povos. Deus já tinha
alertado quanto a isso antes do povo entrar na terra prometida e, já naquela
época, foi desobedecido. Mesmo aós todo percurso doloroso do cativeiro, a ordem
permanecia ignorada por grande parte do povo, levando Esdras à profunda
aflição.
Esdras
vinha da Babilônia e era um escriba versado na lei de Moisés. Com a permissão
de Ataxerxes voltou à Jerusalém após conseguir a libertação de vários dos
cativos lá. O livro segue então uma narrativa em primeira pessoa contando a
viagem do escriba de volta para sua terra.
Esdras
promoveu uma reforma para que aqueles dentre eles casados com mulheres
estrangeiras as despedissem e se purificassem, oferecendo um sacrifício pelo
seu pecado.
No
vai e vem desse povo, aqui realmente começa a se manifestar ainda de forma bem
tímida a observância estrita da lei de Moisés. No livro de Esdras, ela ainda
não surge de modo tão opressor quanto o seguido pelos fariseus, mas vemos
sinais do farisaísmo em detalhes diminutos que, acredito eu, serão desenvolvidos
de modo mais aprofundado ao longo dos outros livros até chegar ao ponto que
Jesus encontrou quando veio.
[Livro] Lendas Japonesas
Ano: 2024
Gêneros: Ficção, Conto de fadas, Realismo mágico
Sinopse: No universo rico e cativante das lendas japonesas, criaturas misteriosas e seres encantados surgem entre as sombras e entram em cena, desencadeando eventos surpreendentes e interações inusitadas entre os personagens. Nesse cenário fascinante que entrelaça o mundano e o sobrenatural, a quadrinista italiana Jessica Cioffi, que adota o pseudônimo Loputyn, dá nova vida e perspectiva a 25 contos tradicionais japoneses, ilustrando-os com seu toque delicado e singular.
Selecionados cuidadosamente pela artista, que já encantou os darksiders com Francis, os contos que compõem Lendas Japonesas abrangem temas como amores não correspondidos, vingança, feitiços e acontecimentos sobrenaturais. São histórias que atravessaram épocas e gerações, transmitidas pela tradição oral e registradas na literatura clássica ou adaptadas para o teatro.
Ganhei esse livro de presente de aniversário da minha irmã, já tinha um tempo que eu estava de olho nele, até porque, uma das minhas histórias mais diferentes começou depois de uma lenda japonesa. O livro é bem pequeno, 64 páginas e reúne contos curtíssimos dos mais sombrios e variados temas. As ilustrações são belíssimas, enchem os olhos, em relação às histórias, confesso que esperava mais, embora não conhecesse a maior parte dos contos, outros já tinha lido antes, queria ver mais do Japão antigo, ainda assim acho que vale muito a pena, especialmente para quem quer retomar o hábito da leitura ou não anda com muito tempo, já que são histórias muito curtas, dois ou três parágrafos.