domingo, 30 de março de 2014

Série Os Imortais: Estrela da Noite

Mais um finalmente terminado. Sinto que se demorasse mais a acabar eu entraria em surto. Agora, eu vou me empenhar em me livrar do último livro da série. E já estou determinada a escrever um ensaio sobre a série, nunca escrevi um em minha vida e é algo que realmente quero fazer. Estou trazendo para vocês um comentário sobre o livro, porque me inteirei do que é, de fato, uma resenha e vi que eu sempre escrevo comentários sobre livros, não resenhas. Resenha é uma espécie de texto muito mais longa e um pouco mais formal do que o que eu faço aqui no blog, por isso não usarei mais esse termo :D

Comentário sobre Estrela da Noite.

Depois de ter sido enganada por Roman e transformado Haven em imortal, ficado alucinada por Roman ao se envolver com magia negra e ter perdido a chance de reaver o antídoto por causa de Jude, Ever agora está sendo ameaçada pela ex melhor amiga que a culpa de ter matado Roman. Por estar obcecada pelo imortal morto, Haven é incapaz de enxergar que ele a havia usado para atingir Ever, que foi estúpida o bastante para não ouvir Damen.
Agora, Haven está usando o passado de Damen para tentar atingir Ever e acabar com o relacionamento de ambos. Miles é confrontado com a verdade e Jude passa a ser ameaçado por Haven que está cada vez mais fora de controle. Como não bastasse toda a sua carga de idiotices quase fatais, Ever parece não aprender nada com os erros que comente e passa a julgar mal as atitudes de Damen com relação a tudo, afastando-o por completo da sua vida e “testando” seus sentimentos com Jude. Haven fica cada vez mais perigosa e consegue matar Ever até certo ponto, - infelizmente porque desejei que ela morresse – mas Damen consegue trazê-la de volta a tempo.
Só quando encara a verdade sobre si mesma e sobre Damen, Ever consegue superar seu ponto fraco e resolver de vez as coisas entre Damen e Jude, mas ainda não é o bastante uma vez que Haven ainda está a solta. Em meio ao confronto final, novamente Ever se vê na escolha entre salvar alguém importante pra ela ou conseguir o antídoto que dará poder a Damen para tocá-la novamente. A escolha tem um desfecho trágico onde nenhum dos lados sai beneficiado e agora a parte sombria de summerland parece ser o único lugar capaz de conter a resposta para o enigma que separa Ever e Damen na eternidade.

Sempre digo que essa série deveria ter acabado no livro um. Acho completamente desnecessário esse monte de livros quando tudo poderia ser muito bem desenvolvido num livro só sem essa repetição cansativa e com uma construção provavelmente muito melhor trabalhada. Esse livro é um pouco – mas bem pouco mesmo – menos chato que os anteriores, o que não implica dizer que é bom, é regular. Não consegui ler com fluidez e rapidez pela dificuldade que você encontra de se envolver com o enredo. Planejo escrever um ensaio sobre essa série e dividirei com vocês se possível. Por hora, meu comentário é esse.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Entenda a Letra: Lost - Within temptation

Oie gente! Como eu disse, eu to bem ocupada esses dias, por causa disso é que eu ando sumida, mas como estou completamente sem sono hoje, to trazendo a música da semana pra vocês. Espero que gostem.

Perdida

Minha esperança está em chamas,
os meus sonhos estão à venda
Eu danço num fio, mas não quero deixá-la
A primeira coisa que você tem que saber de Lost, é que o eu lírico não fala de outra pessoa, ela se refere a ela mesma. É ela que está perdida, é ela que tenta se salvar. Bem, explicado isso, vamos começar. A música reflete, de maneira poética e sombria, uma pessoa que está na beira do próprio limite. A esperança em chamas reflete o desespero no qual ela está imersa, os sonhos à venda porque ela ha muito já desistiu de qualquer possibilidade de concretizá-los. Ela está por um fio, e mesmo assim agarra-se a chance de salvar a si mesma.
-Ponte-
Eu caminho contra a corrente,
luto por aquilo em que acredito
Eu corro para o fim, tentando não desistir
Sabe quando você tenta de todas as maneiras "seguir em frente" mesmo quando seu coração e seu corpo parecem estar partidos em milhões de pedaços? Quando você simplesmente não se reconhece mais? Você tenta não desistir, tenta ir até o final do que se propôs mesmo que cada segundo que passe fique mais difícil e pareça mais impossível chegar lá. É um pouco contraditorio da estrofe anterior, mas estamos falando de uma pessoa em conflito. E ela corre contra o tempo para não desistir de si mesma.
- Refrão -
Ela está perdida na escuridão, desaparecendo
Eu ainda estou aqui, gritando seu nome
Ela está assombrando o meu mundo de sonhos,
tentando sobreviver
Meu coração está congelado,
eu estou perdendo a razão
Me ajude, eu estou enterrada viva
Enterrada viva
Você já se sentiu assim? Perdido dentro de você mesmo? É uma das piores sensações imagináveis. O eu lírico dessa música tenta tão desesperadamente libertar a si mesma do seu suplício interno que acaba enterrando-se ainda mais nele. Nesse ponto da música a gente vê que ela chegou a tal ponto da dor que não consegue sentir mais nada, dai o coração congelado, o seu mundo queimado confunde-se com a realidade ainda mais trágica que a cerca. Ela clama por um socorro que não vem, que talvez não venha nunca. 
Estou queimando as pontes e não há retorno
Estou tentando alcançá-la, eu sinto que ela anseia
Torna-se um pouco confuso porque ela se refere a ela mesma como se fosse outra pessoa rsrs nos dois primeiros versos ela diz que está queimando as pontes, ou seja, desistindo e destruindo qualquer chance que tenha de se salvar, ela está decaindo. Ela tenta se acalçar, elevar a si mesma do poço no qual está, mas não consegue. Algo que poderia ilustrar bem o que ela sente é basicamente isso: Ela está morrendo viva.
[Ponte]

[refrão]

Eu estou tentando reanimar o que já se afogou
Eles pensam que eu sou uma tola que não consegue perceber
A esperança joga um estranho jogo com a mente
Porque eu achava que o amor atava-se a ferida
Não posso reviver o que já se afogou
Ela não vai voltar
Nesse ponto da música ela descobre que não adianta mais lutar contra o que já está feito, ela se perdeu, ela morreu dentro de si mesma e encarar isso não é tão fácil quanto desistir depois de ter, de certa forma, lutado contra. Os dois versos do meio nos fazem pensar se ela não teve uma perda muito grande além dela mesma. Por fim, ela conclui que não pode mais salvar-se, que ela nunca mais será como antes, ela desiste. Está morta por dentro, não há escapatória, não há mais salvação, acabou.
[refrão]

O motivo de eu ter escolhido essa música para ser a música da semana, e desculpem porque eu sei que os comentários não ficaram muito bons, mas são duas da manhã e eu não me sinto muito bem, foi porque eu estou me sentindo exatamente como ela, perdida em mim mesma e desistindo de tentar.

domingo, 16 de março de 2014

Uma Viagem ao mundo das Fábulas

Então povo, essa resenha foi pedido de uma amiga muito estimada. Ela me passou o filme The Secret of Kells que no Brasil ficou Uma Viagem ao Mundo das Fábulas - Tipo, tudo a ver né? - e me intimou a fazer uma resenha sobre ele. Antes de ver o filme, que por sinal é bem pequenininho, eu pesquisei algo sobre ele na internet e vi que, na verdade, Kells realmente existiu. Portanto esse post será mais que minha humilde opinião sobre o filme e sobre o enredo, mas terá dados históricos reais sobre a história que se esconde por trás do verdadeiro Livro de Kells. Então, vamos nessa?

O Filme:
"As pessoas precisam de Livros para que possam ter esperança."
Até o filme sabe disso U.U'. Bem, de início vemos Brendam, o personagem central do filme, dentro da abadia de kells, perseguindo um ganso de cujas penas os monges precisam para escrever. O tio de Brendam é o abade de Kells e educa o menino de maneira rígida e pouco afetuosa. Temeroso com os ataques vikings aos lugares próximos, o abade se prepara construindo uma enorme muralha em torno de Kells a fim de proteger os monges e as pessoas que se refugiam lá dentro. Brendam nunca havia ultrapassado as construções da abadia, tendo-lhe dito que era altamente perigoso o mundo fora do muro, o garoto, de imaginação fértil demais para sua própria segurança, fantasiava todo tipo de atrocidade escondida entre as árvores da floresta. Mas quando um monge fugitivo da Abadia de Inona chega em Kells trazendo consigo um misterioso livro sagrado, Brendam é desafiado a vencer o seu medo de cruzar o muro a fim de ajudar na construção do livro e descobre que apenas em meio a escuridão e ao medo é possível ver-se milagres.
Na floresta ele conhece uma misteriosa garota, Aisling, que denomina-se dona da floresta, salva-lhe a vida e o leva ao seu destino, uma árvore que tem as frutinhas que ele precisa para produzir tinta para o livro sagrado. Aidan, o monge foragido, conta para Brendam que ele esta destinado a escrever a página mais importante do livro, mas descobre que perdeu o cristal magico que daria ao menino o poder de ver além do que os olhos poderiam ver, sua única esperança é conseguir o outro cristal que está na parte sombria da floresta de Aisling. Mas o seu tio o tranca no quarto, impedindo-o de voltar a ver Aidan ou qualquer outra pessoa, no meio da noite, Brendam é libertado por Aisling que com o auxilio da gatinha de Aidan consegue a chave para libertá-lo. Enquanto isso os vikings sedentos de sangue se aproximam da abadia de Kells. Brendam e Aisling vão até a floresta para conseguir o outro cristal, então o menino deverá enfrentar seus maiores medos para conseguir continuar o livro, ele acaba caindo em uma espécie de lago mítico dentro da caverna e é atacado por uma serpente, sua coragem e inteligência o ajudam a aprisionar a serpente dentro de um casulo que ele desenha com um giz e arrancar-lhe o olho, que é o cristal. Cega e presa a serpente começa a formar um uróboro devorando-se completamente. O uróboro é um símbolo representado por uma serpente, ou um dragão, que morde a própria cauda. O nome vem do grego antigo: οὐρά (oura) significa "cauda" e βόρος (boros), que significa "devora". Assim, a palavra designa "aquele que devora a própria cauda". Sua representação simboliza a eternidade. Está relacionado com a alquimia, que é por vezes representado como dois animais míticos, mordendo o rabo um do outro. É possível que o símbolo matemático de infinito (∞) tenha tido sua origem a partir da imagem de dois ouroboros, lado a lado.  A abadia é finalmente ataca pelos vikings em busca de ouro e muitas pessoas são mortas cruelmente a sangue  frio, com a ajuda de Aidan, Brendam consegue fugir com o livro e ambos iniciam uma jornada juntos para continuar escrevendo as páginas sagradas, até o dia que Aidan morre deixando o livro aos cuidados de Brendam, já um homem feito, e incumbindo-o de levá-lo ao mundo e assim espalhar esperança em meio a escuridão sanguinária dos vikings.
Se olharmos por alguns ângulos e afastando o misticismo envolto no filme poderemos ver algumas fortes menções religiosas implícitas na história narrada no filme. Um livro sagrado que levaria esperança a humanidade em meio a escuridão, quando, na realidade o livro de Kells contém os quatro evangelhos do cristianismo nós podemos facilmente deduzir possíveis mensagens religiosas implícitas. O filme é incrível e muito bem feito, uma das mensagens que mais fica é que o pior inimigo que você pode ter é o seu medo, pois ele te aprisiona e te priva de ver muitos milagres e belezas. E que, a luz está dentro de nós, qualquer escuridão pode ser convertida em luz quando temos coragem para arriscar transformar, mas primeiro devemos converter a nossa própria escuridão antes de desejar iluminar o mundo.

O Real Livro de Kells:

O Livro de Kells é o mais ilustre representante de um grupo de manuscritos conhecido por estilo insular produzidos entre o final do século VI e o início do IX, nos monastérios da Irlanda, Escócia e do norte da Inglaterra. Estão entre eles o Cathach de São Columba, o Ambrosiana Orosius, um fragmento de evangelho na biblioteca da catedral de Durham (todos do início do século VII), e o Livro de Durrow (da segunda metade do século VII). No começo do século VIII foram produzidos os Evangelhos de Durham, os Evangelhos de Echternach, os Evangelhos de Lindisfarne e os Evangelhos de Lichfield. Todos estes manuscritos apresentam semelhanças do ponto de vista do estilo artístico, da escrita e das tradições escritas, as quais têm possibilitado reagrupá-los na mesma família. O estilo plenamente conseguido das colorações coloca o Livro de Kells entre as obras mais tardias desta série, por volta do final do século VIII ou início do IX, ou seja, na mesma época do Livro de Armagh. A obra respeita a maioria das normas iconográficas e estilísticas presentes nestes escritos mais antigos: por exemplo, a forma das letras decoradas que iniciam cada um dos quatro Evangelhos é muito semelhante entre todos os manuscritos das Ilhas Britânicas compostos nesta época. Compare a página introdutória do Evangelho segundo Mateus nos Evangelhos de Lindisfarne com a do Livro de Kells. Ambas possuem intrincados desenhos decorativos no interior dos contornos das letras iniciais do texto.

A Abadia de Kells
A abadia de Kells.
O Livro de Kells deve seu nome à abadia de Kells, situada em Kells, no condado de Meath, Irlanda. A abadia, onde conservou-se o manuscrito por um grande período da Idade Média, foi fundada no início do século IX, na época das invasões vikings. Os monges eram originários do monastério de Iona, localizado numa das ilhas Hébridas situada em frente à costa oeste da Escócia. Iona possuía uma das comunidades monásticas mais importantes da região desde que São Columba, o grande evangelizador da Escócia, que a havia tornado seu principal centro de irradiação no século VI. Quando a multiplicação das incursões vikings acabou tornando a ilha de Iona demasiado perigosa, a maioria dos monges partiram para Kells, que converteu-se assim no novo centro das comunidades fundadas por Columba.
A determinação exata do lugar e da data da produção do manuscrito tem sido fonte de inúmeros debates. Segundo a tradição, o livro data da época de São Columba (também conhecido por São Columcille), talvez escrito por ele mesmo em pessoa. Contudo, estudos paleográficos têm demonstrado que esta hipótese não é verdadeira, uma vez que o estilo caligráfico usado no Livro de Kells desenvolveu-se posteriormente à morte de Columba. Evidências mostram que o Livro de Kells foi escrito por volta do ano 800.3 Há uma outra tradição, com maior aceitação pelos estudiosos irlandeses, que sugere ele ter sido criado por ocasião do aniversário de 200 anos da morte do santo.
Produziram-se, pelo menos, cinco teorias diferentes sobre a origem geográfica do manuscrito. Na primeira, o livro poderia ter sido escrito em Iona e trazido às pressas para Kells, o que explicaria a razão dele nunca ter sido concluído.


A abadia de Iona.

Na segunda, sua redação poderia ter-se iniciado em Iona antes de ser continuada em Kells, onde teria sido interrompida por algum motivo ignorado. Outros pesquisadores aventuram que o manuscrito poderia ter sido totalmente escrito na scriptoria de Kells. Uma quarta hipótese situa a criação original da obra no norte da Inglaterra, possivelmente em Lindisfarne, antes de ser levada até Iona e depois para Kells. O Livro de Kells, finalmente, poderia ter sido produzido em um monastério desconhecido na Escócia. Embora a questão da exata localização da produção do livro provavelmente nunca seja respondida de maneira conclusiva, a segunda teoria baseada na dupla origem de Kells e Iona é atualmente a mais amplamente aceita. Por outro lado, sem querer determinar qual a hipótese correta, o certo é que o Livro de Kells foi produzido por monges pertencentes a uma das comunidades de São Columba, que mantinham estreitas relações com o monastério de Iona.

O Livro de Kells contém os quatro Evangelhos constitutivos do cristianismo, precedidos de prólogos, resumos e transições entre certas passagens. Está redigido em maiúsculas com um estilo tipográfico tipicamente insular, com tinta preta, vermelha, violeta ou amarela. O manuscrito consta atualmente de 340 folhas em pergaminho, chamadas fólios. A maioria destes fólios era na realidade parte de folhas maiores, os bifólios, que se dobravam em dois para formar dois fólios. Vários destes bifólios são agrupados e costurados, para obterem-se os cadernos. Pode acontecer de um fólio não fazer parte de um bifólio mas seja uma simples folha solta inserida em um caderno.
Estima-se que cerca de trinta fólios foram perdidos, uma vez que em 1621, James Ussher ao examinar a obra contou 344 páginas. As folhas existentes estão agrupadas em trinta e oito cadernos, cada um deles contém de quatro a doze folhas (de dois a seis bifólios); o mais comum é encontrar cadernos de dez folhas. Alguns fólios são folhas únicas. As páginas mais decoradas geralmente são encontradas em folhas soltas. Os fólios tinham linhas traçadas sobre eles, às vezes dos dois lados, para facilitar o trabalho de escrita dos textos pelos monges: os furos feitos com agulha e os traços podem ainda ser vistos em alguns lugares. O pergaminho é de boa qualidade, apesar de ser trabalhado de maneira desigual: algumas folhas têm uma espessura semelhante ao couro, enquanto que outras são muito finas, quase transparentes. O manuscrito tem 33 cm de comprimento por 25 cm de largura, sendo este um tamanho padrão, apesar de estas dimensões serem posteriores ao século XVIII, período em que as folhas tiveram uma pequena redução durante um processo de reencadernação. A área do texto cobre aproximadamente 25 cm de comprimento por 17 cm de largura, e cada página de texto contém entre dezesseis e dezoito linhas. Contudo, o livro parece estar inacabado, na medida em que algumas ilustrações parecem simples esboços.
No seu estado actual, o Livro de Kells apresenta, depois de alguns textos introdutórios, o texto integral dos Evangelhos segundo Mateus, segundo Marcos e segundo Lucas. Em relação ao Evangelho segundo João, está reproduzido até o versículo 17:13. O restante deste Evangelho, assim como uma parte dos escritos preliminares, são impossíveis de encontrar. Provavelmente perderam-se devido ao roubo do manuscrito no século IX. O que resta dos escritos preliminares faz parte dos fragmentos de listas de nomes hebreus contidos nos Evangelhos, os Breves causae e os Argumenta dos quatro Evangelhos e finalmente as tábuas canónicas de Eusébio de Cesareia. É bastante provável, como no caso dos Evangelhos de Lindisfarne ou do Livro de Durrow, que uma parte dos textos perdidos inclua a carta de São Jerónimo ao Papa Dâmaso I, designada Novum opus (obra nova), na qual Jerónimo justificava a tradução da Bíblia em latim. Pode supor-se também, embora com algumas reservas, que os textos continham a carta de Eusébio, chamada Plures fuisse, onde o teólogo ensina o uso correcto das tábuas canónicas. De todos os evangelhos insulares, apenas o de Lindisfarne contém esta carta.
Existem dois fragmentos de listas contendo nomes hebreus: um deles está no anverso do primeiro fólio e o outro, no vigésimo sexto, está no final dos textos introdutórios do Evangelho segundo João. O primeiro fragmento contém o final da lista destinada ao Evangelho segundo Mateus, tendo em conta que o início da lista devia ocupar outras duas folhas, que hoje estão desaparecidas. O segundo fragmento mostra a quarta parte da lista para o Evangelho segundo Lucas; certamente as três quartas partes restantes deviam ocupar outras três folhas. A estrutura do caderno em questão torna altamente improvável a ideia de poderem estar faltando três folhas entre os fólios 26 e 27, o que induz a pensar que o segundo fragmento não está no seu local original. Não existem vestígios das listas dos Evangelhos de Marcos e João.


O 5 °Fólio é uma das páginas dedicadas às tábuas canónicas de Eusébio de Cesareia.
Ao primeiro fragmento de lista seguem-se as tábuas canónicas de Eusébio de Cesareia. Estas tábuas, anteriores à tradução da Bíblia em língua latina (a Vulgata), foram criadas para comparar os quatro Evangelhos. Eusébio procedeu à divisão dos Evangelhos em capítulos e criou as tábuas que deviam permitir ao leitor situar um dado episódio da vida de Cristo em cada um dos quatro textos. Tornou-se hábito a inclusão das tábuas canónicas nos textos preliminares da maioria das cópias medievais da Vulgata. As tábuas do Livro de Kells revelaram-se inúteis visto que o amanuense as condensou de tal forma que se tornaram um amontoado confuso. Além disso, os números dos capítulos nunca foram colocados nas margens do texto, tornando assim impossível de se encontrar as respectivas secções às quais as tábuas fazem referência. As razões deste esquecimento permanecem obscuras, permitindo-nos colocar duas hipóteses: ou os monges podem ter decidido não numerar os capítulos até que as ilustrações estivessem terminadas, acabando isso por ser adiado sine die, ou a omissão da numeração poderá ter sido deliberada com o intuito da não alterar a beleza da obra.


O fólio 19 contém o início das Breves causae do Evangelho segundo Lucas.
As Breves causae e os Argumenta pertencem a uma tradição manuscrita anterior à Vulgata. As Breves causae são, de facto, resumos de antigas traduções em latim dos Evangelhos e estão divididas em capítulos numerados. Esta numeração, como no caso das tábuas canónicas, não foi feita no corpo do manuscrito. Trata-se desta vez duma decisão bastante compreensível, na medida em que os números dos capítulos correspondentes a velhas traduções foram difíceis de harmonizar com os textos da Vulgata. No caso dos Argumenta, trata-se de coleções de lendas dedicadas aos quatro evangelistas. O conjunto destes escritos está ordenado duma forma estranha: em primeiro lugar, encontram-se as Breves causae e os Argumenta sobre Mateus, seguidos dos de Marcos. Chegam então, de maneira bastante inesperada, os Argumenta de Lucas e João, após a continuação das Breves causae destes dois apóstolos. Esta ordem, pouco usual, é a mesma da adoptada no Livro de Durrow. Em outros manuscritos insulares, como nos Evangelhos de Lindisfarne, o Livro de Armagh ou os Evangelhos de Echternach, cada Evangelho é tratado separadamente e é precedido por todos os escritos introdutórios. Esta repetição fiel do esquema do Livro de Durrow levou o pesquisador T. K. Abbot a concluir que o amanuense de Kells devia ter nas suas mãos o manuscrito em questão, ou pelo menos um esquema comum.
[FONTE: Wikipédia]

Então é isso blogueiros, ai estão algumas informações do verdadeiro Livro de Kells. Espero que tenham curtido e se você ainda não assistiu, veja porque vale muito a pena! Super beijo pra vocês e até mais!

sábado, 15 de março de 2014

Série Os Imortais: Chama Negra - Resenha

Bem, depois de cinco dias exatos eu finalmente terminei de ler esse livro. Vou me esforçar para terminar o próximo em uma semana também e finalmente o outro pra me livrar de uma vez dessa série que, eu tenho que dizer, foi minha grande decepção literária. Ever é a pior protagonista que já vi em uma saga e a ordem de acontecimentos e irritante demais. Mas vamos à resenha.
Bem, mas vamos partir para o enredo de início.
Depois de todas as suas burradas anteriores desde a decisão estúpida de Lua Azul que condenou Damen a morte no caso de tocá-la e, logo após, o feitiço ridículo de amarração em terra de sombras, Ever volta novamente carregando todos no afundar de suas estupidezes. Agora, após transformar Haven em imortal e ter mais um problema com o qual se preocupar ela tenta de todos os modos desligar-se da atração selvagem que sente por Roman graças ao feitiço que fez e se virou contra ela. Sua obsessão e suas atitudes imaturas e impensadas acabam afastando Damen dela e ela começa a depositar sua confiança em Jude ao invés de confiar em quem realmente deveria confiar. Cometendo mais uma vez uma idiotice atrás da outra. Julgando Jude por imortal chega a quase mata-lo para conferir que ele é, de fato, humano. Haven se torna agressiva, impulsiva e incontrolável com suas novas habilidades voltando-se completamente para o lado de Roman e virando-se contra Ever. Após aceitar finalmente a ajuda de Ava, Ever descobre uma forma de purificar-se da chama negra que a faz desejar Roman mais que qualquer coisa, consequência de seu feitiço estúpido, e assim é aceita novamente no salão do conhecimento onde descobre uma maneira de aproximar-se de Roman e finalmente conseguir o que deseja sem cometer nenhuma nova burrice. Mas seu plano é falho por Jude, que coloca tudo a perder tirando de Ever e Damen, mais uma vez, a chance de ficar juntos e desencadeando a fúria total de Haven sobre eles agora mais disposta que nunca a destruí-los de uma vez por todas.

Dos quatro livros que li até agora posso dizer que esse foi o pior, se é que há como dizer isso de uma saga onde nenhum dos livros é bom. E parece castigo, porque são seis! Não falo desmerecendo o trabalho da Alyson Noël, como já expliquei antes, a qualidade do texto e até mesmo o enredo é muito bem feito, inclusive pesquisei para ver se fora lançado antes ou depois de Fallen, da Lauren Kate, porque há semelhanças no enredo, mas as obras são simultâneas. Só que eu acho a história incrivelmente chata. A personalidade dos personagens não é muito atrativa e a narração em primeira pessoa da Ever deixa o enredo ainda pior, porque você passa literalmente a odiar a personagem no decorrer da leitura e piora a cada livro tornando inclusive insuportável em determinado momento. O que ela fez em seis livros teria sido melhor e, talvez, menos cansativo diminuído em quatro e com menos empecilhos entre Ever e Damen que é um dos focos da trama e uma das coisas que mais te deixa irritado. Sem dúvida essa é a primeira saga que leio e detesto tanto.

terça-feira, 11 de março de 2014

Entenda a Letra: Everybody's Fool - Evanescence

A Tola De Todos


Perfeita por natureza

Ícones da auto-indulgência

Exatamente o que todos nós precisamos

Mais mentiras sobre um mundo que

Nunca existiu e nunca existirá

Você não tem vergonha?

Você não me vê?

Você sabe que tem feito todo mundo de tolo

Então, Everybody's Fool fala sobre imposições sociais, basicamente. É um "protesto" e ao mesmo tempo um desabafo sobre quem somos e quem queremos ser. No vídeo, Amy interpreta uma garota propaganda que vive em constante conflito consigo mesma, vendendo Lies (mentiras) de diversas formas. A letra fala sobre isso, a imagem que o mundo tem de você não define quem você é. A mídia e a sociedade vendem mentiras que nós compramos, mentiras de um mundo perfeito onde tudo é impecável e nos fazem crer que só seremos aceitos se formos daquela forma. Então, somos os tolos e é a mídia que faz com que as pessoas sejam tolas.

Veja, aí vem ela agora

Curve-se e encare com admiração

Oh, como nós te amamos

Sem defeitos quando você está fingindo

Mas agora eu sei que ela

Nunca existiu e nunca existirá

Você não sabe o quanto me traiu

De alguma forma, você faz todo mundo de tolo

Modelos, atrizes, cantoras, de alguma maneira elas exercem certa influencia na vida e na imagem das pessoas, e é isso que essa música critica. Ela fala para a mídia de uma maneira direta, o eu lírico se coloca como o intérprete de um papel que não lhe cabe, ele finge ser alguém que não é na esperança de ser "aceito" pelo mundo e acaba sendo rejeitado por ele mesmo.

Sem a máscara

Onde você vai se esconder?

Não consegue se encontrar, perdida em sua mentira

Eu sei a verdade agora

Eu sei quem você é

E eu não te amo mais

Há muita gente assim, passa tanto tempo interpretando os mais diversos tipos de papel que não sabe quem é de verdade. Dependente da própria imagem, supervalorizando detalhes sem nenhuma importância, condenando a beleza que realmente importa, é uma boa reflexão o momento em que elas se deparam despidas de suas máscaras superficiais e confrontam a si mesmos sem saber na verdade quem são.

Nunca existiu e nunca existirá

Você não sabe o quanto me traiu

De alguma forma, você faz todo mundo de tolo

Isso nunca existiu e nunca existirá

Você não é real, então, não pode me salvar

De alguma forma, agora você é a tola de todos

Everybody's Fool nos leva a pensar sobre autenticidade. Que mentiras estão nos vendendo? Que mentiras estamos comprando? O que é realmente importante? As pessoas nos vêem como elas querem ver e no mundo de hoje a maioria só leva em conta o que nós parecemos ser e não quem nós realmente somos. E nós? Como estamos nos portando diante disso? Será que levamos em conta aquilo que pensam da gente e tentamos nos moldar de acordo com o que o mundo nos pede? Há o mesmo conflito da Amy no vídeo: Uma imagem amada por todos e rejeitada por si mesma?
Deixo ai vocês pensando ;)

Até a próxima pessoas o/

sexta-feira, 7 de março de 2014

A Seleção - Kiera Cass (resenha)

Terminei hoje de ler o incrível A Seleção da Kiera Cass, ganhei esse livro da minha irmã ano passado quando meu pai me deu A Culpa é das Estrelas. Resenha de livro é resenha de livro, então independente do que estiver acontecendo comigo isso eu NUNCA vou deixar de postar. Levei uma semana exatamente para terminar e vou dizer, apreciei cada minutinho de cada palavra. Vale demais a pena ler. Então, eis aqui minha resenha para ele :D

A Seleção – Kiera Cass

Cara, eu passei pelo menos dez minutos para decidir que palavras usar na tentativa, provavelmente falha, de descrever este livro.  Muito provavelmente, posso dizer que A Seleção foi um dos melhores livros que já li este ano. É absolutamente impossível não se apaixonar por esta história, por algo tão utópico e ao mesmo tempo tão real. Chega a ser estranho. Logo de cara, mesmo com a relação entre Aspen e America eu fui imediatamente “team Maxon” e poucas vezes durante minhas leituras eu fico tão convicta imediatamente de um shipper como neste caso. Maxon é absolutamente o tipo de pessoa que toda garota quer encontrar, ele dá uma dimensão “real” a palavra príncipe.
A história é narrada por America, uma garota de classe média-baixa que vive em um Estados Unidos monárquico divido em um sistema de castas. Oito ao todo. America pertence a quinta casta, é uma artista, toca vários instrumentos e canta, mas mesmo assim não é o bastante para fazer com que sua família tenha sempre comida na mesa. Em um país novo formado a partir dos escombros de uma guerra brutal contra a China, Kiera Cass nos remete a um futuro americano com certa base no presente social em que vivemos, com pessoas passando fome e muitas vezes roubando para sobreviver enquanto outros esbanjam. Preconceito de classes, trabalho quase escravo e dificuldades cada vez maiores de uma sociedade que tenta sobreviver em meio ao novo mundo. Quando o príncipe Maxon, único filho dos monarcas de Illéa precisa encontrar uma esposa está aberta A Seleção, uma disputa de garotas de todo o reino na chance de conquistar e ser conquistada pelo futuro rei do país. America não era uma dessas garotas, ela preferia continuar com a sua vidinha simples e pretendia certamente casar-se com seu namorado, Aspen, um jovem humilde da casta seis. Mas tudo muda quando o próprio Aspen insiste para que ela se inscreva na seleção a fim de tentar um futuro melhor no palácio e, tomada pela certeza de que não será sorteada, America decide concordar com o namorado e inscreve-se.
Porém, sua beleza é subestimada por si mesma e ela está entre as 35 garotas selecionadas para conquistar o coração do príncipe Maxon, a última pessoa no mundo por quem America queria se apaixonar ou mesmo se aproximar. Todo o seu mundo vira de cabeça para baixo quando Aspen termina com ela poucas semanas antes de ela ser levada ao palácio e America acaba vendo na seleção uma chance de ficar longe dele e remendar seu coração partido com a distância. O que ela não esperava era encontrar em Maxon uma pessoa completamente diferente do que ela imaginava, uma chance de ter um amigo de verdade e de se apaixonar por outra pessoa. Os sentimentos de America são postos a prova assim que ela passa a conviver com Maxon que demonstra claramente estar interessado nela e tudo parece estar decidido até que Aspen aparece como guarda no palácio. Tudo que resta a America nesse momento é decidir a quem seu coração pertence realmente.

Tenho a dizer que o livro é o cúmulo de tão fantástico. Eu me apaixonei por cada palavra, por cada parágrafo e por cada gesto doce de Maxon, mesmo quando ele se exaltou uma vez. É impossível não torcer para que ele e America fiquem juntos (já que você mesma não pode ficar com ele!). America é uma personagem não muito complexa de modo que você consegue entende-la mesmo que não concorde com algumas atitudes que ela toma. Estou realmente ansiosa pelos próximos livros e vou me esforçar muito para compra-los. Espero que valham tanto a pena como A Seleção, foi uma maravilhosa semana envolvida nessa história maravilhosa e completamente apaixonada por Maxon.

Agora começa a parte difícil da coisa :/ vou voltar para a maldita série Os Imortais. Faltam três livros pra terminar, mas acho que já estou calma o bastante para não degolar a estúpida vadia imbecil da Ever u.u' então, até a próxima.