Autor: Hannah Howell
Ano: 2011
Série: Wherlocke #1
Sinopse: Estamos no século XVIII, na Inglaterra. Como todas as gerações de sua família, Chloe Wherlocke possui habilidades especiais, e o seu dom é enxergar além da visão física. Em 1785 ela prevê a morte de uma mulher que acabara de dar à luz e toda uma trama para atender a motivos escusos. Ao encontrar uma criança abandonada ao lado do corpo da mãe, ela salva o bebê e o cria escondido do mundo. Com o passar dos anos, Chloe descobre que o encontro com a criança não havia sido uma simples coincidência e nota, pouco a pouco, um desenrolar de acontecimentos que envolviam todos os membros de sua família, num jogo de traições, mentiras e assassinatos. Ela precisa ser rápida para salvar a vida do pai do menino, o conde Julian Kenwood, e avisá-lo que o filho não morreu. Mas, ao se aproximar da família Kenwood, Chloe percebe seu sentimento de proteção por Julian se transformar enquanto tudo se torna mais perigoso.
Gente, que delícia de releitura! Apesar de lembrar da história, tive ainda mais certeza que livros fazem parte do melhor de todos os investimentos que fazemos na vida porque, sempre que os relemos, encontramos algo novo e percebemos coisas que, à primeira leitura, pareciam nubladas fosse pela nossa visão de mundo no momento em que o lemos ou pela empolgação de mergulhar num universo novo.
A história se passa no século XVIII, Chloe, uma jovem aristocrata está ao leito de sua irmã Laurel que está morrendo após o parto de uma criança nascida morta. Ela é testemunha quando o casebre da irmã é invadido e seu bebê morto é trocado pelo filho varão do Conde Julian Kenwood. Tal como na sua visão. Após uma triste despedida, Laurel falece e a pequena vidente vai embora para casa de seu primo Leopold onde cria o jovem conde na espera do reencontro com seu pai quando este estivesse pronto para saber a verdade sobre sua cruel esposa Beatrice.
Três anos se passam e Julian Kenwood é emboscado em um beco escuro de Londres após mais uma noite de bebedeira e devassidão. Ao descobrir a morte do filho (mesmo sabendo que a esposa mentira sobre aquela criança) e as diversas traições de Beatrice, inclusive com seu próprio tio, o homem afundara na autopiedade e passara a viver como um libertino desacreditado na vida. Era a quarta vez que tentavam matá-lo e Chloe, com a ajuda de dois homens, o salva da morte mais uma vez e o leva ferido para a casa do primo. Quando se recupera um pouco mais, o conde de Colinsmoor descobre sobre a influência dos Wherlocke sobre suas livrações da morte e a verdade sobre seu herdeiro deixao pela mãe para morrer junto da irmã de Chloe.
Sentindo-se totalmente mortificado e furioso consigo mesmo, Julian por fim abre os olhos e une-se aos primos Wherlocke para desfazer a rede de morte que se formou em torno dele e desmascarar Arthur, seu tio ganancioso e cruel, juntamente com a esposa, Beatrice, que tanta vergonha lhe causara com suas infidelidades e frieza. Conforme sua recuperação progride, Julian começa a apreciar mais a companhia da pequena Chloe Wherlocke que se mostrou uma mulher a frente do seu tempo, não é altamente recatada e puritana como as jovens de sua época, ela realmente tem personalidade própria, é corajosa e não mede esforços para correr atrás daquilo que acredita ou mesmo dizer o que pensa. Não obstante, por ainda ser casado, ele sabe que não pode prometer-lhe nada até que consiga livrar-se de Beatrice.
Graças aos Wherlocke, o conde consegue reaver sua posição na sociedade no momento certo e ter ao seu lado poderosos aliados que nunca gostaram da sua esposa traiçoeira. Mas a atração que sente por Chloe se torna algo além da razão e, quando os dois são flagrados por Leo, não lhe resta outra alternativa além de cumprir o desejo do seu coração e propor casamento para ela. Mas será difícil, dado o histórico amoroso da sua família, convencer a vidente de que os motivos para unir-se a ela são muito mais que apenas levá-la para sua cama. Enquanto seus inimigos espreitam prontos para matá-los e tornam também Chloe um alvo dos seus planos, eles precisam lutar para proteger aqueles que amam e admitir os próprios sentimentos antes que sejam dizimados.
Muita gente, na época que o peguei para ler a primeira vez, me disse para não criar muitas expectativas com a vidente, que o livro não era "muito bom". Posso afirmar que ele foi um pouco além do que eu esperava, tem um enredo muito bom e muito bem explorado, tem aquela pegada juvenil-adulto com excelente momentos de comédia, tensão, romance e ação, achei a leitura muito leve e divertida tanto da primeira vez quando desta e quantas coisas novas não "pesquei" enquanto relia e me pegava dando boas risadas com Chloe. Mesmo Julian sendo um protagonista charmoso, nada se compara com o carisma dos Wherlocke.
Chloe é adorável, fala o que pensa e não tem medo de ser autêntica. Adorava as tiradas dela, o modo como conseguia manter-se fiel a si mesma em qualquer situação mesmo quando sua vida claramente corria risco. Ela sem dúvida compartilhava do senso de humor de Leopold que, apesar de ser sério no que fazia, tinha cenas divertidíssimas. Os dons dos Wherlocke são tão sutis e isentos de uma magia idealizada como conhecemos que se tornam críveis e é outra característica que gosto muito na série. Super recomendo para todos que gostam de um bom romance histórico cheio de paixão, aventura e boas tiradas cômicas! Melhor coisa que fiz foi criar esse projeto, reler esses livros está sendo fantástico!