Título Original: El Príncipe de La Niebla
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Ano: 1993
Páginas: 184
Gênero: Fantasia, Romance, Mistério
Série: Névoa #1
Sinopse: Em 1943, a família do jovem Max Carver muda-se para um vilarejo no litoral, por decisão do pai, um relojoeiro e inventor. Porém, a nova casa dos Carver está cercada de mistérios. Atrás do imóvel, Max descobre um jardim abandonado, contendo uma estranha estátua e símbolos desconhecidos. Os novos moradores se sentem cada vez mais ansiosos: a irmã de Max, Alicia, tem sonhos perturbadores, enquanto a outra irmã, Irina, ouve vozes que sussurram para ela de um velho armário. Com a ajuda de Roland, um novo amigo, Max também descobre os restos de um barco que afundou há muitos anos, numa terrível tempestade. Todos a bordo morreram na ocasião, menos um homem - um engenheiro que construiu o farol no fim da praia. Enquanto os adolescentes exploram o naufrágio, investigam os mistérios e vivem um primeiro amor, um diabólico personagem surge na trama. Trata-se do Príncipe da Névoa, um ser capaz de conceder desejos a uma pessoa, ainda que, em troca, cobre um preço demasiadamente alto. [FONTE: Amazon]
Hoje passou o dia inteiro chovendo, então decidi pegar um livro curtinho para aproveitar o clima frio e sair um pouco da realidade, o escolhido foi esse (já que eu li a trilogia inteira de trás pra frente).
A história acompanha Max, um garoto de 13 anos que vê sua vida mudar completamente quando, para fugir dos ardores da guerra vindoura, o pai decide imperiosamente mudar a família inteira para a costa. Assim, no início do verão, mesmo cheios de dúvidas e sem saber o que esperar dos dias que seguem, eles partem.
Seu novo lar é uma bela residência à beira mar que pertencera a um rico médico cujo filho se afogara em idade jovem e, dominado pela dor, ele acabou falecendo pouco depois. Apesar de não ser uma história muito atraente, Max tenta, por amor ao pai, se esforçar para ver aquele lugar como sua casa.
Nos fundos, a alguns metros da residência, um estranho jardim de estátuas chama a atenção do garoto, ao se aproximar, ele se depara com bizarras estátuas em tamanho natural que parecem se mover. Assustado, o garoto se afasta do local, mas percebe que alguma coisa estranha está acontecendo com sua irmã mais velha, Alícia, a menina parece apática e seus olhos permanecem vidrados.
Em uma excursão solitária até um farol ao longe, Max conhece Roland, o neto do faroleiro. Os dois se tornam amigos e ele lhe conta a história do Orpheus, um navio naufragado em algum ponto do mar que ele costuma mergulhar para coletar itens que usa em sua cabana. Com a história do navio, vem a história de seu avô, único sobrevivente da trágica embarcação, uma história permeada de furos e mistérios que o garoto logo vem a perceber.
Conforme as coisas na casa vão ficando mais sombrias com o comportamento de Alícia e a aura tenebrosa que parece circundar o seu lar como um agouro, Max tenta, mas não consegue juntar as peças. Apenas quando sua irmã mais nova, Irina, sofre um terrível "acidente" que a deixa em coma, ele vai em busca de respostas com o avô de Roland, Victor.
Nesse momento, uma tenebrosa história envolvendo um bruxo maligno chamado Príncipe da Névoa é contada a eles. Aterrorizado pelo mal que rondava sua família, Max percebe que o velho faroleiro está omitindo detalhes e que o mistério do bruxo está relacionado com a morte do pequeno Jacob, filho do médico, dez anos atrás. Quanto mais busca pistas e viaja ao passado, mais segredos sombrios se descortinam e Max, Alícia e Roland, vão precisar enfrentar o maior e mais letal confronto de suas vidas.
Uma bela e melancólica companhia para um dia de chuva, o livro mesmo com seu final agridoce não deixa de ser uma obra primorosa de Zafón, um maravilhoso contador de histórias. Seus mistérios intrincados e as histórias dentro da história que se completam e subvertem, nos deixam cada vez mais imersos naquele mundo sinistro cheio de ódio, amargura e melancolia.
Como é um livro muito curto, não dá para dizer muito. Terminei com aquele gostinho amargo? Terminei. Mas isso não diminui nem um pouco a tensa viagem alucinante que essas páginas me proporcionaram nesse dia nublado e tempestuoso. Sendo um livro de Zafón, dispensa recomendações, o autor fala por si só.
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