Autor: William Shakespeare
Gênero: Tragédia
Primeira apresentação: 1606
Sinopse: Macbeth é um general do exército escocês muito apreciado pelo seu monarca, o rei Duncan, por sua lealdade e seus préstimos guerreiros. Um dia, ele e Banquo, outro general, são abordados por três bruxas, que fazem os seguintes vaticínios: Macbeth será rei; Banquo é menos importante, mas mais poderoso que Macbeth; e os filhos de Banquo serão reis. Macbeth não compreende as confusas palavras das aparições, mas elas calam fundo dentro de si. Ele relata o estranho encontro para a mulher, Lady Macbeth – uma das mais perfeitas vilãs da literatura –, que, ambiciosa, exerce seu poder sobre o marido, levando-o a cometer o gesto fatal de traição ao rei que desencadeará a tragédia dos dois e uma reviravolta na corte.
Depois de Hamlet e Romeu e Julieta, chegou a vez de me aventurar por Macbeth. Um dos principais motivos para ler essa peça é a minha vontade de assistir à ópera de Verdi baseada nela. Algo que descobri com Hamlet foi que a história faz mais sentido quando a gente conhece o livro. Apesar de, a segunda vez que vi Hamlet de Ambroise Thomas, tenha notado a elipse de personagens e acontecimentos, mas o cerne da história - que na peça é todo contado em francês - fez muito mais sentido para minha compreensão após a leitura. Espero que o mesmo aconteça com Macbeth, pois estou muito animada para ver Ana Netrebko como a vilã ambiciosa.
A história de Macbeth faz muito jus às palavras de Abraham Lincoln "Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.” O mais interessante é que, logo no início, ainda no primeiro ato, Lady Macbeth diz que o marido não tem a garra de alcançar seus desejos, pois lhe falta a maldade necessária, o que implica que o general escocês não era, inicialmente, uma pessoa totalmente corrompida pela ambição.
Tudo começa quando o general Macbeth e seu amigo Banquo estão retornando vencedores de uma guerra. No caminho de volta eles encontram com três bruxas que fazem uma profecia, Macbeth será nomeado barão e logo se tornará rei, mas os filhos de Banquo sucederão o trono. Transtornado com a profecia, inicialmente ele não acredita muito naquilo, mas qual não é sua surpresa quando mensageiros do rei Duncan, o monarca vigente, chegam com a notícia de que ele foi nomeado pelo regente como Barão já que o antigo dono do título em questão fora condenado a morte por traição.
Retornando para casa, após ter contado por carta a estranha aparição e profecia para sua esposa, Macbeth é influenciado por ela a tomar uma atitude e assassinar o rei, este prestes a fazer uma visita ao castelo. De início, o homem recusa, mas ludibriado pelas palavras da ambiciosa esposa, aceita fazer o que ela lhe pede, confiando na profecia das três bruxas. Assim, durante a noite, ele apunhala o rei e fica sob a incumbência de Lady Macbeth colocar a culpa disso nos sentinelas do monarca.
Temendo por suas vidas, os filhos de Duncan, ao descobrirem sobre o assassinato do pai, fogem sem serem vistos e acabam levando a culpa como mandantes do crime. Para evitar ser descoberto, sob o pretexto de loucura pelo acontecido, Macbeth mata os dois sentinelas e, assim, é coroado como o novo rei da Escócia. Porém, temendo ser sucedido pelos filhos de Banquo, ele envia homens para assassiná-lo no dia de sua coroação, o filho, contudo, escapa.
Após isso, Macbeth começa a ser atormentado pela culpa, vendo o fantasma de seu amigo vagando pelo palácio, e seu reinado se torna caótico, permeado por revoltas. Sua esposa também vai enlouquecendo aos poucos, contagiada pela loucura crescente do marido. O comportamento errôneo de Macbeth começa a levantar suspeitas em seus nobres e o desejo de vingança daqueles afetados pela crueldade de suas ações em nome do poder selarão sua predestinada queda.
Para mim, essa foi um pouquinho mais complicada de me adaptar que Hamlet, mas ainda assim deu para ler. Não gostei tanto quanto de Hamlet (na verdade, acho muito pouco provável que eu vá amar tanto outra peça dele quanto essa), não sei... talvez o tom mais sombrio, até um pouco catequético também, não tenha me agradado muito. Contudo, tanto a corrupção do personagem quanto o caminho que levaram ao seu final foram de alguma forma um quadro interessante de acompanhar.
O livro traz sim algumas reflexões filosóficas, tal como em Hamlet, estou começando a acreditar que isso é uma espécie de marca de Shakespeare. Achei, inclusive, Lady Macbeth muito mais carismática do que seu marido que supostamente carregaria o livro nas costas. A maldade dela, talvez por notadamente ser intrinseca de sua personalidade, acaba dando mais brilho para ela. E muitas vezes durante a leitura imaginei que ela só queria o posto de rainha porque sabia ser ela a controlar o marido.
Ainda assim, não achei os personagens tão cativantes e interessantes como aconteceu com Hamlet. É uma história sangrenta, meio fantasiosa - ainda que se fundamente em uma figura histórica real - com toda a questão das bruxas e das profecias, isso, a meu ver, diminuiu um pouco a verossimilhança, até o fantasma eu estava bem ok, mas as bruxas não me desceram muito, ficou com cara de história de terror para criança. Contudo, acho que vale a leitura, sim, é um livro super curto. E ainda pretendo me aventurar por outras peças do autor.
Ouço falar de Shakespeare desde sempre, e nunca li nenhuma peça dele. Preciso mudar isso, mas estamos falando da pessoa que até pouco tempo nunca tinha lido AC Doyle. Adorei conhecer um pouco de Macbeth através da sua resenha.
ResponderExcluirTe espero nos meus blogs!
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Olha, recomendo viu? Eu tinha esse receio de ler achando que era difícil de entender por causa do formato, mas não é. Sem contar que Shakespeare era muito espirituoso, então a gente até esquece que está lendo uma peça e viaja na história. Te aconselho a começar por Hamlet, ela é arrebatadora e mesmo que seja muito densa e cheia de questões existencialistas e filosóficas, continua sendo, para mim, a melhor porta de entrada para o autor! Obrigada pela visita!
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